Questões de Português - Colocação Pronominal para Concurso
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Considerando as regras da norma culta para colocação pronominal, analise as afirmativas a seguir:
I. Em “Os funcionários nunca te respeitaram” tem-se uma próclise que possui um vocábulo de sentido negativo como fator de atração.
II. Em “Por que nos tratou daquela maneira?”, a colocação pronominal se justifica pelo pronome interrogativo ser o fator de atração.
III. Em “Não conformar-nos-emos em ser para sempre o país do futuro?”, a mesóclise deve se realizar com o verbo no futuro do presente ou futuro do pretérito, mesmo que vier precedido de fator de atração.
É correto o que se afirma
Leia o texto para responder à questão.
Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava. Tinha andado a procurar raízes, à toa: o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na caatinga. Sinha Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspero, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa atitude ridícula. Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo... Ordinariamente a família falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.
Num cotovelo do caminho, Fabiano avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança de achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha. Calou-se para não estragar força.
(Graciliano Ramos, Vidas Secas. 1996. Adaptado)
Considerando-se a colocação pronominal, marcar C para as sentenças Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) Me sentei entre meu pai e minha mãe na formatura.
( ) Você que não me entregou a certidão, assine esse outro documento.
( ) Certamente vejo-me mais jovem.
Considere a seguinte passagem, para responder à questão:
“No entanto – embora não tenha as estatísticas à mão –,
creio que a soma que gastamos em pesquisas gerontológicas
e em medicina preventiva seja infinitamente menor do que o
investimento em tecnologia bélica e em informática.”.
No trecho, “poderão produzir tais mudanças na organização da vida humana e das relações sociais que se criem ocasiões favoráveis para o nascimento de novos carecimentos”, seria mantida a correção gramatical, caso o “se” fosse deslocado para imediatamente após o verbo: criem-se.
Entrevista com Maria Silvia Bolguese e Ricardo Moreno
Maria Silvia Bolguese, psicanalista e membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae
CULT – O que é a depressão?
Maria Silvia Bolguese – Em relação à psicanálise, quero destacar que a depressão pode ser compreendida considerando-se um espectro que vai desde os estados depressivos considerados normais, ou seja, reações de recolhimento do sujeito frente a dificuldades da vida, por um lado, ou angústias e desequilíbrios advindos de instabilidades internas; até as manifestações melancólicas graves, que impedem, inibem as possibilidades do existir.
CULT – Por que a depressão pode ser considerada um sintoma social?
Maria Silvia Bolguese – Sujeitos deprimidos e medicados são os sujeitos conformados à lógica dominante, que visam apenas a partir de si mesmos corrigir seu mal-estar. A passividade contemporânea em relação às condições sociais e políticas é decorrência dessa ideologia da culpabilização e responsabilização dos sujeitos. Claro está que os estados depressivos graves e melancólicos devem ser tratados pelo que produzem de sofrimento a seus portadores, mas não se pode deixar de considerar em nenhum caso as condições de vida a que esses mesmos sujeitos estão submetidos.
Ricardo Moreno, psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPQ)
CULT – Sob o ponto de vista da psiquiatria, o que é a depressão?
Ricardo Moreno – Depressão é uma doença que tem como base uma disfunção química do cérebro, ou seja, os sistemas de neurotransmissão são comprometidos. Ela se caracteriza por uma série de sinais e sintomas. Ela tende a recorrer ao longo da vida e tem uma série de prejuízos em vários níveis. Depressão não é tristeza, não é uma reação emocional a um evento qualquer.
CULT – A depressão pode ser motivada por fatores sociais?
Ricardo Moreno – Não. Isso é uma coisa que se fala há muito tempo, principalmente algumas vertentes interpretativas, mas a depressão não pode ser causada por fatores sociais. O que nós sabemos das causas da depressão: primeiro, há uma causa genética – 40% dos pacientes com depressão têm um fator genético envolvido. Mas não é somente o componente genético, tem de haver um componente psicossocial e psicológico. O que se sabe é que indivíduos que têm predisposição a ter depressão, quando submetidos a estresse, físico ou psicológico, podem ou não desenvolver a doença, dependendo da vulnerabilidade genética que eles têm e a capacidade psicológica de lidar com o estresse.
Adaptado de:
https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista__trashed/. Acesso
em: 14 jan 2021.
___________ para arrumar tudo, despia a bata, , ______________ pois o marido chegaria em breve, e descia para a sala onde _____________ pontualmente.
Considerando o emprego e a colocação dos pronomes, as lacunas desse texto devem ser preenchidas, respectivamente, por:
Texto 3
BARBOSA, Ruy (2013-11-06T22:58:59). Obras de Ruy Barbosa. Biblioteca Digital. Edição do Kindle, com adaptações.
Tendo em vista a estrutura gramatical do texto, julgue (C ou E) o item a seguir.
Com manutenção das ideias e da correção gramatical, o
último período do texto poderia ser redigido da seguinte
forma: A servidão que temos vivido até hoje, assim
como a completa ausência de animação política do País,
nos têm habituado a desdenhar desses fatos que, sob a
modéstia de suas feições, ocultam graves sistemas de
regeneração pública.
Leia o parágrafo abaixo, do livro A febre das tulipas, de Deborah Moggach, e responda a questão:
Leia o parágrafo abaixo, do livro A febre das tulipas, de Deborah Moggach, e responda a questão:
Observe: “ Ele me deu alguns presentes para eu levar para minha família.”
O pronome “ me” encontra-se na posição de:
O livro didático como professor
A ideia de substituir os livros didáticos escolares por material retirado diretamente da internet suscitou reações variadas. Editores de livros escolares e livrarias veem no projeto uma ameaça mortal para uma indústria que dá trabalho a milhares de pessoas. Por mais solidário que me sinta em relação a editores e livrarias, é possível dizer que, pelas mesmas razões, muitas outras classes de trabalhadores poderiam protestar. Se a história avançar inelutavelmente nessa direção, esta força de trabalho teria de reciclar-se de alguma forma.
Outra objeção é que a iniciativa prevê um computador para cada aluno e é duvidoso que o Estado possa arcar com essa despesa, e, se os pais tivessem que arcar com ela, gastariam mais do que gastam com livros didáticos. Por outro lado, se cada turma tivesse somente um computador para todos, cairia o aspecto de pesquisa pessoal que poderia constituir o fascínio dessa solução.
Mas o problema é outro. É que a internet não se destina a substituir os livros, mas é apenas um formidável complemento a eles e um incentivo para ler mais. O livro continua a ser o instrumento príncipe da transmissão e disponibilidade do saber e os textos escolares representam a primeira e insubstituível ocasião de educar as crianças ao uso do livro. Além disso, a internet oferece um repertório fantástico de informações, mas não os meios para selecioná-las, e a educação não consiste apenas em transmitir informações, mas também em ensinar critérios de seleção.
Esta é a função do professor, mas é também a função do texto escolar, que oferece exatamente um exemplo de seleção realizada no grande mar de toda informação possível. Se as crianças não aprendem isso, ou seja, que cultura não é acúmulo, mas seleção e discriminação, não há educação, apenas desordem mental.
(Humberto Eco. Pape Satàn Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida.
Rio de Janeiro: Record, 2017. Adaptado)
Considere as seguintes frases do 3º parágrafo do texto:
• É que a internet não se destina a substituir os livros...
• ... a educação não consiste apenas em transmitir informações...
Considerando que a expressão os livros e o termo informações, em destaque nas frases, já constam em passagens anteriores do texto, para evitar tal repetição, a sua substituição por pronomes atende à norma-padrão da língua portuguesa em:
Se as pessoas _____________ que guardar mágoas __________ bem, tentariam evitar o apego____________ sentimentos ruins.
As lacunas do enunciado devem ser preenchidas, respectivamente, considerando a norma-padrão da língua portuguesa, por:
Texto ( Para responder à questão)
Os clássicos estão morrendo?
Catástrofe espiritual. Foi assim que Cornel West, um dos mais destacados intelectuais negros dos EUA, classificou a decisão da Universidade Howard, talvez a mais importante instituição de ensino negra do país, de fechar seu departamento de estudos clássicos.
West, que escreveu um contundente artigo de opinião para o Washington Post, afirma que a noção de crimes do Ocidente se tornou tão central na cultura americana que ficou difícil reconhecer as coisas boas que o Ocidente proporcionou, notadamente os clássicos, que são clássicos justamente porque permitem uma conversação universal, abarcando pensadores de diferentes eras e povos.
Diretores de Howard responderam, no New York Times. Dizem que, ao contrário de universidades brancas de elite, a instituição não tem dinheiro para tudo e teve de estabelecer prioridades. Afirmam que os alunos de Howard não ficarão sem ler Platão, Aristóteles e outros clássicos, apenas que não haverá mais um departamento exclusivo dedicado a esses pensadores.
Os clássicos estão morrendo? Morrer, eles não morrerão. Haverá sempre, nas universidades e fora delas, uma legião de estudiosos que garantirão que nosso conhecimento sobre esses autores não só não regredirá como avançará. Eu receio, porém, que o chamado cânon ocidental será cada vez mais objeto de estudo de especialistas e menos um corpo de referências que todos os cidadãos educados reconheçam.
Isso é ruim, porque, assim como a concordância acerca do que são fatos é fundamental para a ciência e a democracia, um universo de noções comuns em que as pessoas possam se apoiar para dialogar, trocar ideias e identificar-se é vital para a constituição de uma sociedade. E é preferível que esse universo seja povoado por autores densos, que comportem interpretações complexas e que resistiram ao teste do tempo a que seja determinado pelos modismos simplificadores das guerras culturais.
Hélio Scwartsman
(Folha de S. Paulo, 04 de maio de 2021)
A questão dize respeito ao Texto. Leia-o atentamente antes de respondê-la.
(Texto)
““Pessoas que se recuperaram, [...]‟” (linhas 20 e 21)
Com base na colocação pronominal, assinale a alternativa correta:
Acerca da ortografia oficial, da correção gramatical e da coerência das substituições propostas para vocábulos e trechos destacados do texto, julgue o item.
“se darão” (linha 12) por darão-se