Questões de Concurso Sobre figuras de linguagem em português

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Q1374863 Português

Leia a tirinha abaixo para responder à questão.

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O humor dessa tirinha decorre do seguinte fato:

Alternativas
Q1372377 Português

LEIA O TEXTO A SEGUIR PARA RESPONDER À QUESTÃO.


Disponível em:<http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/22/ciencia/1458660245_345067.html?rel=mas>.

Acesso em 18 abr. 2016. 

Há uma referência metafórica ao termo “resiliência” no trecho
Alternativas
Q1372123 Português

A língua como ela é

    Nos últimos dias tive uma experiência muito gratificante cumprindo o meu papel de professora de língua portuguesa – sim, gosto de enfatizar que dou aula de língua e não de gramática da língua. Pois é, nos últimos dias ensinei a nossa língua portuguesa a estrangeiros ávidos por aprender o idioma oficial do país que sediou o maior evento esportivo do planeta. São pessoas de todas as partes com um objetivo em comum: interagir, comunicar-se em português.

    Como práxis, nas aulas iniciais, ensinamos o verbo “ser” e “estar”; para nós brasileiros, o famoso e enfadonho verbo to be das aulinhas de inglês. Então, a lição inicial é fazer com que os iniciantes entendam a diferença entre ambos os verbos, já que na língua do Tio Sam tal diferença só é percebida no contexto comunicativo. As explicações acontecem com exemplos reais, a fim de mostrar-lhes a língua como ela é.

    Nas aulas para estrangeiros o “tu” e o “vós” são abolidos, completamente descartados, e isso é o sonho linguístico de toda e qualquer criança brasileira. Imaginem o tormento: conjugação do verbo “ir”, no presente do indicativo “tu vais”, “vós ides” e a criança inconformada e chorosa pergunta: “Mãe, alguém fala isso? Eu não falo”. Pois é, sábia conclusão! A criança, com seu conhecimento linguístico inato, não reconhece o idioma descrito na Gramática e intui que aquelas conjugações trarão uma imensa dor de cabeça e possíveis notas vermelhas.

    A língua como ela é não se apresenta, com pretérito-mais-que-perfeito, como insiste a Gramática Normativa e seus exemplos surreais: “O vento fechou a porta que o vento abrira.” Abrira?

    Com o futuro também temos problemas. Não, não sou vidente, não me refiro ao amanhã, refiro-me ao tempo gramatical. Ele, como a GN sugere, não participa dos nossos planos, visto que um casal, ao sonhar com o ninho de amor, não enrola a língua para conjugar o verbo “querer” e, em vez de dizer “Nós quereremos um apartamento de frente para o mar”, usam a corriqueira forma composta “Vamos querer...”. A partir disso, façamos uma reflexão: por que não mostrar aos nossos pupilos os tempos verbais no contexto da nossa realidade linguística? O tempo futuro pode ser dito com a forma composta (verbo auxiliar no presente + verbo principal no infinito) acompanhada pelo advérbio de tempo que situa a ideia. Sendo assim, dizemos: “Vou viajar amanhã”. E falar assim é menos futuro? É tanto quanto em “Viajarei amanhã”, com o detalhe de que está caindo em desuso na fala do dia a dia.

    Ah! Como é gostoso ensinar a língua viva! Aquela que não está engessada nos compêndios gramaticais! Porém, os gramáticos que elaboram tais manuais afirmariam categoricamente: ensinar português para estrangeiros é diferente de ensinar português a uma criança nativa, afinal, ela já sabe português. Concordo! Claro que não precisamos ensinar as diferenças entre ser e estar, levar e trazer, conhecer e saber, confusões típicas de um aprendiz não nativo.

    Sugerir e advogar a favor do ensino real da língua significa retirar o que não é utilizado ou é raramente visto na escrita, é ignorar regras inúteis que não influenciam na compreensão da língua. Um exemplo clássico é o pronome oblíquo no começo da oração. Os puristas da língua consideram um erro crasso, mas que mal pode haver em dizer “Me empresta o seu livro do Veríssimo”? E por que não escrever assim também? É uma tendência nossa o uso da próclise, enquanto os portugueses preferem a ênclise. O nosso olhar para com os fenômenos linguísticos se compara ao estudo de um biólogo ou de um botânico, que não diz que aquela flor é mais ou menos bela por causa do formato das pétalas ou da coloração. Falar “empresta-me” não é mais ou menos bonito, é diferente, e em ambos os casos a comunicação acontece.

    Portanto, a minha singela conclusão é que precisamos de gramáticas que não tenham espaço para mesóclise, pronome possessivo “vosso”, lista de substantivos coletivos, tipos de sujeito e predicado, enfim, uma série de bobagens e gramatiquices que não ensinamos para os estrangeiros, porque não são relevantes para comunicação, também porque não fazem parte da língua como ela é.

(Disponível em http://conhecimentopratico.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/53/artigo344826-1.asp Acesso em: 08 set 2016.)

Observe a passagem a seguir: “... nos últimos dias ensinei a nossa língua portuguesa a estrangeiros ávidos por aprender o idioma oficial do país que sediou o maior evento esportivo do planeta (1º§). A figura de linguagem presente na passagem é a mesma que se encontra em:
Alternativas
Q1370315 Português

(In http://tribunadoceara.uol.com.br/opiniao/flavia-castelo/flavia-castelo-a-amiga-sou-eu/.Acesso em 21/09/17).

Na linha 01, observa-se uma metáfora por meio da qual a pessoa que a criou:
Alternativas
Q1368629 Português
Assinale a alternativa que apresenta uma figura de linguagem denominada de Pleonasmo.
Alternativas
Q1368088 Português


(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida moderna. Disponível em http://pensador.uol.com.br/frase/MzI3NDUz/  Acesso em: 01/11/2015. Adaptado.)

No texto, o cronista ironiza o fato de nos tornarmos “reféns” do relógio, do tempo e também por nos deixarmos influenciar por modismos e regras que não contribuem para a melhoria da nossa qualidade de vida. A fim de atribuir humor ao tema abordado no texto, o autor lança mão de ideias hiperbólicas. Das alternativas a seguir, assinale a que NÃO apresenta ideia(s) hiperbólica(s).
Alternativas
Q1368085 Português


(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida moderna. Disponível em http://pensador.uol.com.br/frase/MzI3NDUz/  Acesso em: 01/11/2015. Adaptado.)

Relacione adequadamente o nome da figura de linguagem ao seu respectivo exemplo. 1. “Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.” (7º§) 2. “Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia...” (9º§) 3. “Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho...” (17º§) 4. “E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta...” (12º§) 5.Todos os dias deve‐se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.” (6º§) ( ) Antítese. ( ) Metáfora. ( ) Gradação. ( ) Metonímia. ( ) Comparação . A sequência está correta em
Alternativas
Ano: 2015 Banca: IF-BA Órgão: IF-BA Prova: IF-BA - 2015 - IF-BA - Aluno |
Q1365529 Português

Analise a imagem a seguir e identifique a figura de linguagem em evidência no título da manchete

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Alternativas
Q1363566 Português

Leia o texto para responder a questão.

Meu Destino

Cora Coralina

Nas palmas de tuas mãos

leio as linhas da minha vida.

Linhas cruzadas, sinuosas,

interferindo no teu destino.

Não te procurei, não me procurastes –

íamos sozinhos por estradas diferentes.

Indiferentes, cruzamos

Passavas com o fardo da vida…

Corri ao teu encontro.

Sorri. Falamos.

Esse dia foi marcado

com a pedra branca

da cabeça de um peixe.

E, desde então, caminhamos

juntos pela vida…

A figura de linguagem que predomina no verso “Passavas com o fardo da vida…” é a/o
Alternativas
Q1361630 Português

Leia os textos 1 a 3:


Texto 1

    Se a escrita potenciou o discurso dos conceitos e a ordenação racional/estratégica do mundo, o fez às custas de ignorar, por outra parte, o sistema audiovisual, relegando o mundo das emoções ao espetáculo e à liturgia. Mas, em nosso século, a cultura da imagem, do som e do espetáculo passa à desforra com o cinema, a radiofonia, a televisão, sistemas já consolidados, ao mesmo tempo em que um novo patamar tecnológico aí vem para articular as muitas linguagens na rede interativa de um supertexto e em uma metalinguagem abrangente das modalidades oral, escrita e audiovisual.

    A escrita se presta à configuração sistemática de um pensar conceitual, dedutivo e seqüencial, a uma valoração da razão e da ordem, à capacidade de estabelecer distanciamento e objetividade e de aguardar resposta postergada e, de outra parte, a televisão melhor se adapta à conversação ocasional, à sedução das imagens, às linhas do menor esforço psicológico, ao tranqüilo relaxar das tensões do cotidiano repetitivo, e se faz base dos processos de comunicação ampliada, da política e dos negócios, desalojando da prática societária mais ampla as mensagens que circulam nas redes interpessoais. Por outra parte, não sendo a audiência atitude passiva, antes interação de sujeitos, abrem-se caminhos da diferenciação, da segmentação dos meios, da personalização e individuação propiciadas pelas tecnologias da comunicação em muitas direções, através de canais múltiplos independentes e de sempre novos dispositivos da reversibilidade das mensagens.

In: MARQUES, M O (1999) A escola no computador. Ijuí: UNIJUI. PP: 98-9.


Texto 2

    A problemática da interação está na agenda de discussões dos pesquisadores das tecnologias do ciberespaço e de ambientes informáticos de ensino à distância. Contudo, existe ainda uma carência por aprofundamento a respeito de tal tópico. As palavras “interatividade” e “interativo” têm sido usadas de forma muito elástica e imprecisa, além de servirem como slogan de venda para os mais diversos produtos industrializados. Nesse contexto, exige-se uma maior dedicação ao estudo da interação em ambientes mediados por computador para que se possa abordar o tema com a propriedade e cuidado necessários.

    Inicialmente, caberia perguntar, por exemplo, se a interação (a) de um aluno com seu computador e (b) do mesmo aluno com seus colegas e professores mediados pela mesma máquina tem igual qualidade. Indo mais além, pode-se aproximar a interação entre um indivíduo e uma máquina de uma relação interpessoal, entendendo-as como equivalentes? Isto é, seria desnecessário levar em conta se tratamos de interação entre vivos ou não vivos?

Extraído de: PRIMO, A. (2001) “Sistemas de interação”.In: SILVA, D. et FRAGOSO, S. Comunicação na cibercultura. São Leopoldo: UNISINOS. P: 117.


Texto 3

Interatividade não é um fim, é meio

    O termo indica um canal de relação de mão-dupla, onde um sujeito ajuda o outro para realizar uma ação conjunta. o website, a interatividade parte do hipertexto para chegar em transações reais entre cidadãos separados por centenas de quilômetros. Mesmo com todo esse potencial interativo, a maioria dos websites explora apenas o hipertexto, o e-mail e olhe lá.

    Uma clínica de emagrecimento pode oferecer seu know-how tanto em artigos quanto numa aplicação que mede as calorias da sua refeição. Outra, pode oferecer acompanhamento da dieta por e-mail. Imagina-se que no futuro, pulseiras enviarão os dados vitais do gordinho constantemente para a personal trainer dele, que responde quando ele sai da linha. Tudo isso é interatividade, mas em graus distintos.

    Essa tal de interatividade é tão boa que suportamos a situação insólita de ficar numa postura cansativa por horas só para poder interagir com os dispositivos do computador. É por isso que vem aquela coceira nos dedos quando temos que ficar muito tempo parados lendo um texto ou assistindo uma animação ou vídeo. Usar o computador implica interação.

2.png (179×155)

    Mas para estabelecer verdadeira interatividade, o usuário precisa se sentir participante da ação, precisa ver as coisas se modificarem à medida que ele emprega sua energia. Valorizar a entrada de dados (input) através de efeitos como rollover e mostrar as escolhas já feitas pelo usuário é só a ponta do iceberg. É preciso muito mais envolvimento.

    Primeiro, o usuário precisa ter um grande interesse no que o website oferece. Por isso, nem adianta pedir a opinião do usuário sobre o website. Se ele não gosta, nem se dá ao trabalho de criticar. Vai embora.

    Segundo, é preciso colocar o usuário no controle. A interface deve oferecer a ele as opções de que precisa o mais rápido possível, ser polida e obediente. Ninguém quer interagir com um computador desobediente, a não ser para objetivos de entretenimento ou puro sadomasoquismo. A interface deve funcionar como um servo de prontidão a fazer aquilo que o usuário mandar. Porém, um servo puxa-saco pode ser chato demais. Oferecer interatividade demais pode atrapalhar mais do que ajudar. Quem não se irrita com interrupções constantes que solicitam interação enquanto se está escrevendo algo, por exemplo?

    Porém, interatividade não é um fim em si mesma. O termo acabou por se banalizar e hoje, clientes procuram agências para dar o “upgrade” no seu website, pedindo, entre outras, mais interatividade. Acham que por adicionar efeitos especiais ou criar aplicações mirabolantes, vão atrair e reter a audiência que falta no site.

    Melhor explicar a esse cliente que, no website institucional, a interatividade deve estar de acordo com a identidade da empresa. Se a empresa é sisuda e raramente ouve seus próprios clientes, é até mesmo falta de honestidade criar um website supostamente interativo para ela. Porém, se ela está todo o tempo tentando criar canais de relacionamento, então é preciso fornecer mais recursos.

    Mas como medir a interatividade? Ela é algo que faz parte da experiência total do usuário com o sistema. É preciso uma visão holística, que considera as partes do todo em relação umas com as outras, para perceber como é a interatividade. Uma análise equivocada poderia considerar um formulário de sugestões num website empresarial como uma interatividade. Na verdade a interatividade mesmo é o cliente modificando a empresa através da sugestão. O formulário é apenas um meio para isso. E o sucesso da interatividade, nesse caso, vai muito além de um posicionamento tecnológico. É uma questão de postura de relacionamento com o cliente: “ou a empresa ouve ele ou não”. Concluindo, o usuário não interage com o website. Ele interage com quem está por trás do website. Pode ser uma empresa, uma história, um personagem ou qualquer outro “agente” na ação realizada. Por isso, criar um website realmente interativo é um grande desafio. É preciso convencer a instituição de que vale a pena flexibilizar seu modelo de comunicação.

AMSTEL, F. In: http://webinsider.uol.com.br/vernoticia.php/cl/ 33. 05/12/2004

Em “Essa tal de interatividade é tão boa que suportamos a situação insólita de ficar numa postura cansativa por horas só para interagir com os dispositivos do computador” (Texto 3) faz-se uso de:
Alternativas
Q1359607 Português

Leia o texto abaixo e responda à questão.



Ainda em relação ao texto 6, assinale a alternativa CORRETA:
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Q1359596 Português

TEXTO 1

Andarilho beija-flor

(Composição: Marquinhos da Serrinha/ Intérprete: Flávio José)


Eu não creio que somente palavras me façam viver

Nem que os sonhos perdidos me impeçam de sentir prazer

Nada quanto sonhei ou que fiz e errei foi em vão

Eu prefiro escutar o que pede esse meu coração


Eu não posso negar que ainda sofro lembrando você

E que, às vezes, faz mal um só peito tentando querer

Mas também superei pra mim mesmo e parei de sonhar

E aprendi que, quem ama, é preciso primeiro se amar


Não mudo, não!

Meu coração me fez assim,

Me ensinou gostar de mim, deu mais sentido em meu viver

Prefiro ser um andarilho beija-flor

Pra que vou dar o meu amor pra quem sequer amor quer ter?

(Fonte: https://www.letras.mus.br/flavio-jose/andarilho-beija-flor/)

A figura de linguagem que melhor representa o título da canção Andarilho beija-flor é:
Alternativas
Q1357371 Português

(Adaptado de <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/04/150430_vert_fut_ciencia_vendas_ml> )

Analise as afirmações abaixo, assinalando V, para as verdadeiras, ou F, para as falsas.
( ) A expressão ‘lábia’ (título) significa “palavreado cheio de artifícios para persuadir e convencer”. ( ) A expressão ‘ilusão monetária’ (l.18) é uma hipérbole, pois é um exagero saber o valor real do dinheiro. ( ) A palavra ‘pechincha’ (l.22) é usada no sentido figurado.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Alternativas
Q1355042 Português

    Pensamentos, como cabelos, também acordam despenteados. Naquela faixa-zumbi que vai em slow motion, desde sair da cama, abrir janelas, avaliar o tempo e calçar chinelos até o primeiro jato da torneira – feito fios fora de lugar, emaranham-se, encrespam-se, tomam direções inesperadas. Com água, pão, pente, você disciplina cabelos. E pensamentos? Que nem são exatamente pensamentos, mas memórias, farrapos de sonho, um rosto, premonições, fantasias, um nome. E às vezes também não há água, mão, nem pente, gel ou xampu capazes de domá-los. Acumulando-se cotidianas, as brutalidades nossas de cada dia fazem pouco a pouco alguns recuar – acuados, rejeitados – para as remotas regiões de onde chegaram. Outros, como cabelos rebeldes, renegam-se a voltar ao lugar que (com que direito) determinamos para eles. Feito certas crianças, não se deixam engambelar assim por doce ou figurinha.

    Pensamentos matinais, desgrenhados, são frágeis como cabelos finos demais que começam a cair. Você passa a mão, e ele já não está ali – o fio. No travesseiro sempre restam alguns, melhor não olhar para trás: vira-se estátua de cinza. Compacta, mas cinza. Basta um sopro. Pensamentos matinais, cuidado, são alterados feito um organismo mudando de fuso horário. Não deveria estar ali naquela hora, mas está. Não deveria sentir fome às três da tarde, mas sente. Não deveria sentir sono ao meio-dia, mas. Pensamentos matinais são um abrupto mas com ponto-final a seguir. Perigosíssimos. A tal ponto que há o risco de não continuar depois do que deveria ser curva amena, mas tornou-se abismo.

(Caio Fernando Abreu, “Lição para pentear cabelos matinais”. Pequenas epifanias, 2014. Adaptado)

Na crônica, ao abordar o tema na perspectiva dos pensamentos, o autor recorre
Alternativas
Q1354658 Português

Texto para responder à questão.


Uma vela para Dario


        Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminui o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva e descansou na pedra o cachimbo.

        Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se ele não está se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.

         Estendeu-se mais um pouco, deitado agora na calçada, e o cachimbo a seu lado tinha apagado. Um rapaz de bigode pediu ao grupo que se afastasse, deixando-o respirar. E abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario roncou pela garganta e um fio de espuma saiu no canto da boca.

        Cada pessoa que chegava se punha na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram acordadas e vieram de pijama às janelas. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao lado dele. Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que Dario estava morrendo. Um grupo transportou-o na direção do táxi estacionado na esquina. Já tinham introduzido no carro a metade do corpo, quando o motorista protestou: se ele morresse na viagem? A turba concordou em chamar a ambulância. Dario foi conduzido de volta e encostado à parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.

         Alguém afirmou que na outra rua havia uma farmácia. Carregaram Dario até a esquina; a farmácia era no fim do quarteirão e, além do mais, ele estava muito pesado. Foi largado ali na porta de uma peixaria. Imediatamente um enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse o menor gesto para espantá-las.

         As mesas de um café próximo foram ocupadas pelas pessoas que tinham vindo apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario ficara torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.

        Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os documentos. Vários objetos foram retirados de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do seu nome, idade, cor dos olhos, sinais de nascença, mas o endereço na carteira era de outra cidade. 

        Registrou-se tumulto na multidão de mais de duzentos curiosos que, a essa hora ocupava toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu contra o povo e várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.

        O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo – os bolsos vazios. Restava apenas a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio – quando vivo – não podia retirar do dedo senão umedecendo-o com o sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.

         A última boca repetiu – “Ele morreu, ele morreu”, e então a gente começou a se dispersar. Dario havia levado quase duas horas para morrer e ninguém acreditara que estivesse no fim. Agora, os que podiam olhá-lo, viam que tinha todo o ar de um defunto.

         Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não lhe pôde fechar os olhos ou a boca, onde as bolhas de espuma haviam desaparecido. Era apenas um homem morto e a multidão se espalhou rapidamente, as mesas do café voltaram a ficar vazias. Demoravam-se nas janelas alguns moradores, que haviam trazido almofadas para descansar os cotovelos.

         Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.

         Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario esperando o rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade, apagando-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.

TREVISAN, Dalton. Cemitério de elefantes . Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1964, p.33-35.

A frase “O carro negro investiu contra o povo”, como efeito expressivo, mostra:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: CIEE Órgão: MPE-SP Prova: CIEE - 2019 - MPE-SP - Estagiário |
Q1354483 Português
Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de hipérbole.
Alternativas
Q1351838 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A Guarda Municipal e a Segurança Pública


Um processo histórico não acontece da noite para o dia, não é uma simples equação em que se chega a um resultado numérico. É um processo que depende de inúmeros eixos notadamente estudados pela História: humanos, políticos, sociais, dentre tantos. Podemos considerar que estamos vivendo um processo de evolução na segurança pública no Brasil, já que velhas práticas coexistem com novas propostas: a adoção do policiamento comunitário, proativo, a garantia dos direitos individuais e a liberdade de expressão, esta última ainda que por vezes cerceada.
O entendimento sobre segurança pública, ainda que ferrenhamente não aceito por alguns, também está evoluindo, deixando para trás o simplismo que atribui segurança pública à polícia. Nesse contexto, a participação do município foi colocada em evidência, basicamente na elaboração de estratégias preventivas, seja no seu espaço físico, seja na orientação à população ou ainda na utilização de mecanismos tecnológicos diversos. Não foi ao acaso ou por impedimento legal que coube ao município agir preventivamente. Está mais do que provado que a simples repressão não reduz a criminalidade, tampouco controla a origem da violência, só mantém os órgãos de segurança a situações de ação e reação.
Assim, quando se estuda a imprescindível participação do município na segurança pública, temos por pilar principal de sustentação de qualquer ação preventiva a Guarda Municipal. Por muito tempo, o mesmo simplismo que reduziu a segurança pública a problemas da polícia, também reduziu as Guardas Municipais (utilizo o termo no plural, pois esses problemas são comuns a todas as corporações municipais) a cuidar do patrimônio público. As Guardas Municipais [...] podem e devem ter uma ação muito mais ampla do que cuidar do patrimônio público.
Para realizar esta proteção, utiliza-se de duas formas distintas: a Guarda Municipal em um posto fixo e em viaturas realizando o patrulhamento ostensivo de várias instalações municipais. Essa segunda forma é dinâmica, têm grande mobilidade de ação, pode ser alterada conforme a necessidade operacional e auxilia a população de inúmeras outras formas. [...] As Guardas Municipais colaboram e se fazem necessárias nas cidades preocupadas em estabelecer uma política municipal de segurança, realizando com profissionalismo ações de segurança pública.
Antes relegadas a segundo plano, as Guardas Municipais têm hoje uma participação plena no cenário conturbado da segurança pública e não se pode tratar do assunto de forma irresponsável, com uma seleção e uma formação pífia, pois segurança pública diz respeito a duas condições fundamentais: a vida e a liberdade.
Assim, fica evidente a imprescindível parcela de responsabilidade do município na segurança pública, com uma Guarda Municipal moderna e, acima de tudo, ética, sem concepções autoritárias, burocráticas e repressivas; uma Guarda Municipal instruída para o patrulhamento comunitário, para a mediação de conflitos cotidianos, para a resolução de problemas sociais e sempre pronta para a defesa da vida.

BERNI, Dênis. Disponível em: <http://votoconscientejundiai.com.br/cidadania/guarda-municipal-e-seguranca-publica/> Acesso em: 14 jan. 2014. (Adaptado).
No trecho, “Assim, quando se estuda a imprescindível participação do município na segurança pública, temos por pilar principal de sustentação de qualquer ação preventiva a Guarda Municipal”, a que se refere a metáfora pilar principal de sustentação?
Alternativas
Q1351836 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


A Guarda Municipal e a Segurança Pública


Um processo histórico não acontece da noite para o dia, não é uma simples equação em que se chega a um resultado numérico. É um processo que depende de inúmeros eixos notadamente estudados pela História: humanos, políticos, sociais, dentre tantos. Podemos considerar que estamos vivendo um processo de evolução na segurança pública no Brasil, já que velhas práticas coexistem com novas propostas: a adoção do policiamento comunitário, proativo, a garantia dos direitos individuais e a liberdade de expressão, esta última ainda que por vezes cerceada.
O entendimento sobre segurança pública, ainda que ferrenhamente não aceito por alguns, também está evoluindo, deixando para trás o simplismo que atribui segurança pública à polícia. Nesse contexto, a participação do município foi colocada em evidência, basicamente na elaboração de estratégias preventivas, seja no seu espaço físico, seja na orientação à população ou ainda na utilização de mecanismos tecnológicos diversos. Não foi ao acaso ou por impedimento legal que coube ao município agir preventivamente. Está mais do que provado que a simples repressão não reduz a criminalidade, tampouco controla a origem da violência, só mantém os órgãos de segurança a situações de ação e reação.
Assim, quando se estuda a imprescindível participação do município na segurança pública, temos por pilar principal de sustentação de qualquer ação preventiva a Guarda Municipal. Por muito tempo, o mesmo simplismo que reduziu a segurança pública a problemas da polícia, também reduziu as Guardas Municipais (utilizo o termo no plural, pois esses problemas são comuns a todas as corporações municipais) a cuidar do patrimônio público. As Guardas Municipais [...] podem e devem ter uma ação muito mais ampla do que cuidar do patrimônio público.
Para realizar esta proteção, utiliza-se de duas formas distintas: a Guarda Municipal em um posto fixo e em viaturas realizando o patrulhamento ostensivo de várias instalações municipais. Essa segunda forma é dinâmica, têm grande mobilidade de ação, pode ser alterada conforme a necessidade operacional e auxilia a população de inúmeras outras formas. [...] As Guardas Municipais colaboram e se fazem necessárias nas cidades preocupadas em estabelecer uma política municipal de segurança, realizando com profissionalismo ações de segurança pública.
Antes relegadas a segundo plano, as Guardas Municipais têm hoje uma participação plena no cenário conturbado da segurança pública e não se pode tratar do assunto de forma irresponsável, com uma seleção e uma formação pífia, pois segurança pública diz respeito a duas condições fundamentais: a vida e a liberdade.
Assim, fica evidente a imprescindível parcela de responsabilidade do município na segurança pública, com uma Guarda Municipal moderna e, acima de tudo, ética, sem concepções autoritárias, burocráticas e repressivas; uma Guarda Municipal instruída para o patrulhamento comunitário, para a mediação de conflitos cotidianos, para a resolução de problemas sociais e sempre pronta para a defesa da vida.

BERNI, Dênis. Disponível em: <http://votoconscientejundiai.com.br/cidadania/guarda-municipal-e-seguranca-publica/> Acesso em: 14 jan. 2014. (Adaptado).
A negação das metáforas “noite e dia” e “equação matemática”, utilizadas no início do texto, contribui para o autor explicitar as seguintes características de um processo histórico:
Alternativas
Q1349492 Português
     Democracia é um político burro montado num burro político. Os dois pensam (?) completamente diferente, mas acabam indo pro mesmo lugar: o preferido do burro. E não me pergunte qual deles. [...]

FERNANDES, Millôr. Millôr definitivo: a bíblia do caos.
Porto Alegre: L&PM, 2002. p.146.(Fragmento).
O Autor,empregou uma linguagem figurada,para fazer uma crítica à democracia por meio da avaliação dos indivíduos que participam do processo democrático.Ela centra-se na incapacidade política de governar associada à ignorância daqueles que são governados. Qual figura de linguagem foi empregada nesse texto?
Alternativas
Q1349405 Português
TEXTO II     "Tenerá era alto, de uma gordura desajeitada de distrofia glandular, e tinha uma cara enorme de índio tapuia, uma cara vincada e terrosa, de jenipapo maduro. Vestia-se com extravagância de apalache, andava sério e lento, apregoando o Correio do Sul ou algum avulso de propaganda de casa comercial. Afora isso pegava alguns cobres amestrando cães: ensinava um pobre vira-lata a sentar, deitar, carregar coisas, seguir as ordens do dono e até a dançar sobre as patas traseiras." (BRAGA, Rubem. Lembrança de Tenerá. IN: Casa dos Braga. Rio de Janeiro: Record,1997.p.83.) 
Nos fragmentos: ...“tinha uma cara enorme de índio tapuia, uma cara vincada e terrosa, de jenipapo maduro” e “Afora isso pegava alguns cobres amestrando cães...” estão presentes, respectivamente, as figuras de linguagem: 
Alternativas
Respostas
1761: E
1762: A
1763: A
1764: C
1765: B
1766: C
1767: D
1768: D
1769: B
1770: D
1771: B
1772: E
1773: A
1774: C
1775: B
1776: A
1777: D
1778: C
1779: B
1780: B