Questões de Concurso Comentadas sobre flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva) em português

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Q574743 Português
Texto
                                                                       A Globalização

A partir da segunda metade do século XX, o mundo parece ter ficado cada vez menor. Os avanços nos sistemas de comunicação tornaram possível que pessoas de diferentes lugares passassem a se falar e a estar em contato o tempo todo. As pessoas começaram a viajar mais e, com isso, alteraram o seu modo de ver o mundo e de se relacionar.
Os satélites, a televisão e a Internet possibilitam que uma pessoa que mora no Brasil seja informada de um fato que esteja ocorrendo do outro lado do mundo quase no exato momento em que ele está acontecendo.
A globalização modificou a vida das pessoas no mundo e trouxe aspectos positivos, como o maior contato entre indivíduos de lugares distantes e notícias em tempo real. Porém, também trouxe aspectos negativos, entre os quais o aumento do desemprego, da pobreza e de problemas sociais, como a violência urbana.
Alguns aspectos da globalização, como o acesso ao computador, ainda não são uma realidade para milhões de pessoas no Brasil. Alguns programas sociais, porém, têm procurado levar informação e conhecimento a todo o país.

(Cláudia Carvalho Neves)
"Os avanços nos sistemas de comunicação tornaram possível que pessoas de diferentes lugares passassem a se falar e a estar em contato o tempo todo. As pessoas começaram a viajar mais e, com isso, alteraram o seu modo de ver o mundo e de se relacionar".
As duas ocorrências do pronome "se" sublinhadas indicam, respectivamente,
Alternativas
Q574395 Português
Considerando-se aspectos construtivos do texto, é correto afirmar que
Alternativas
Q574303 Português

Cada um no seu tablet: conheça o perfil das crianças brasileiras na web


Há tempos a internet não é lugar frequentado apenas por adultos. As crianças aprendem a navegar na web antes mesmo de amarrar os cadarços. Um levantamento da AVG Technologies comprova que 57% dos pequenos de até 5 anos sabem usar aplicativos em smartphones, mas só 14% são capazes de dar um laço nos cordões dos sapatos.

Além de ter acesso a dispositivos eletrônicos cada vez mais cedo, o público infantil tem uma tendência ao uso privativo da internet. As informações são do relatório mais recente da ICT Kids Online Brazil. O estudo foi realizado com pessoas de 9 a 16 anos, e indica que meninos e meninas acessam a rede principalmente de casa. E o Brasil é onde as crianças mais acessam a internet por dispositivos móveis, como smartphones e tablets − um terço delas estão conectadas.

Apesar do amplo acesso à web dentro de casa, a realidade não é a mesma no ambiente escolar. A pesquisa chama a atenção para o pouco uso da rede nas escolas brasileiras.


(Adaptado de: www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/tecnologia/2015/09/04/interna_tecnologia,497349/cada-um-no-seutablet-conheca-o-perfil-das-criancas-brasileiras-na-we.shtml. Acessado em: 05.09.2015)

Ocorre o emprego da voz passiva na seguinte construção:
Alternativas
Q570957 Português
Leia o fragmento a seguir e responder à questão.
VÍTIMAS DA DEPENDÊNCIA DIGITAL
Com a explosão dos smartphones, cerca de 10% dos brasileiros já são viciados digitais. A medicina aprofunda o estudo do transtorno e anuncia o surgimento de novas opções de tratamento, como a primeira clínica de reabilitação especializada.
Monique Oliveira
Eu literalmente não sabia o que fazer comigo”, disse um estudante do Reino Unido. “Fiquei me coçando como um viciado porque não podia usar o celular”, contou um americano. “Me senti morto”, desabafou um jovem da Argentina. Esses são alguns dos relatos entre os mil que foram colhidos por pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Eles queriam saber o que sentiam jovens espalhados por dez países, nos cinco continentes, depois de passarem 24 horas longe do computador, dos smartphones e dos tablets. As descrições, como se viu, são assombrosas. E representam exatamente como sofrem os portadores de um transtorno preocupante que tem avançado pelo mundo: o IAD (Internet Addiction Disorder), sigla em inglês para distúrbio da dependência em internet. Na verdade, o que os entrevistados manifestaram são sintomas de abstinência, no mesmo grau dos apresentados por quem é dependente de drogas ou de jogo, por exemplo, quando privado do objeto de sua compulsão.
(Revista Isto É, p.67, nº 2289, 02/10/2013, fragmento)
Na oração “A medicina aprofunda o estudo do transtorno"(...), o sujeito gramatical é o praticante da voz verbal e, portanto, está na voz ativa. A alternativa correta na transformação para a voz passiva é:
Alternativas
Q570896 Português
Atenção: Considere o texto abaixo e responda.
    O que me moveu, inicialmente, a fazer este texto foi uma sensação produzida por uma viagem ao Havaí. Sensação de que se é parte de um cenário. Na praia de Waikiki, os hotéis têm lobbies que se comunicam, pontuados por belíssimos (mas falsos) jardins tropicais, sem uma folha no chão, lagos com peixes coloridos, tochas, belos gramados e, evidentemente, muitas lojas. Um filme de Elvis Presley.
    Honolulu é um dos milhares de exemplos a que podemos recorrer. A indústria do turismo cria um mundo fictício de lazer, onde o espaço se transforma em cenário e, desse modo, o real é transfigurado para seduzir e fascinar.
    O espaço produzido pela indústria do turismo é o presente sem espessura, sem história, sem identidade. O lugar é, em sua essência, produção humana, visto que se transforma na relação entre espaço e sociedade. O sujeito pertence ao lugar como este a ele. A indústria turística produz simulacros de lugares.
    Mas também se produzem modos de apropriação dos lugares. A indústria do turismo produz um modo de estar em Nova York, Paris, Roma, Buenos Aires... É evidente que não se pode dizer que essas cidades sejam simulacros, pois é claro que não o são; entretanto, o pacote turístico ignora a identidade do lugar, sua história e modo de vida, banalizando-os.
    Os pacotes turísticos tratam o turista como mero consumidor, delimitando o que deve ou não ser visto, além do tempo destinado a cada atração, num incessante "veja tudo depressa".
    Essa rapidez impede que os olhos desfrutem da paisagem. Passa-se em segundos por séculos de civilização, faz-se tábula rasa da história de gerações que se inscrevem no tempo e no espaço. Num autêntico tour de force consentido, pouco espaço é destinado à criatividade. Por sua vez, o turista vê sufocar um desejo que nem se esboçou, o de experimentar. 
    No fim do caminho, o cansaço; o olhar e os passos medidos em tempo produtivo, que aqui se impõe sem que disso as pessoas se deem conta. Não cabem passos lentos, olhares perdidos. O lazer produz a mesma rotina massacrante, controlada e vigiada que o trabalho.
    Como indústria, o turismo não parece criar a perspectiva do lazer como possibilidade de superação das alienações do cotidiano. Só a viagem como descoberta, busca do novo, abre a perspectiva de recomposição do passo do flâneur, daquele que se perde e que, por isso, observa. Walter Benjamin lembra que "saber orientar-se em uma cidade não significa muito. No entanto, perder-se numa cidade, como alguém se perde numa floresta, requer instrução".
    (Adaptado de Ana Fani Alessandri Carlos. Disponível em: http://www.cefetsp.br/edu/eso/lourdes/turismoproducaonaolugar.html)
Atente para o que se afirma abaixo. I. Num autêntico tour de force consentido, pouco espaço é destinado à criatividade. Sem prejuízo da correção, o sinal indicativo de crase deve ser suprimido, caso o termo “criatividade” seja substituído por “inovar”. II. Sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, o verbo “produzir” pode ser flexionado indiferentemente no singular ou no plural, sem prejuízo da correção, em: Mas também se produzem modos de apropriação dos lugares. III. A frase Os pacotes turísticos tratam o turista como mero consumidor não admite transposição para a voz passiva. Está correto o que se afirma APENAS em
Alternativas
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TJ-RO Prova: FGV - 2015 - TJ-RO - Técnico Judiciário |
Q556471 Português
Texto 1 - O século XX foi marcado pelo uso crescente de veículos automotores. Desde então observam-se com maior frequência episódios críticos de poluição do ar. Com o aumento alarmante da poluição e a ameaça de escassez das reservas de petróleo, estudiosos de vários países investem esforços na procura de novas fontes alternativas de energia, como hidrogênio e biomassa. De acordo com pesquisadores, a mudança definitiva do século pode ser representada pela revolução nos transportes, por meio de tecnologias que já foram criadas e que poderão estar acessíveis em menos de 20 anos. (http://www.comciencia.br)
No texto 1, ora o autor emprega verbos na voz ativa, ora na voz passiva; a frase abaixo cujo verbo se encontra na voz ativa é:
Alternativas
Q556080 Português
Afirma-se com correção:
Alternativas
Q556012 Português
   A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho.
     Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir.

(LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105) 
... enquanto somos urdidos dentro dela.

O verbo urdir na frase acima está transposto para a voz passiva. Dentre as opções abaixo, o verbo que admite essa transposição está em: 
Alternativas
Q555944 Português
Texto 1 – Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o Facebook.
Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem. Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade – a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.
Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin, reconhecido como o co-fundador do site.
De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time Warner. (Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)
Na frase “...em que são feitos altos investimentos", a forma verbal na voz passiva permite a:
Alternativas
Q555905 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
− E se a vida for como um cardápio? A pergunta pegou Rosinha de surpresa. Ela levantou os olhos do menu e se deparou com o marido em estado reflexivo. − Ora, Alfredo, deixe de filosofar e escolha logo o prato que vai querer. Os dois haviam saído para jantar e estavam na varanda do Bar Lagoa, de onde se pode ver um cantinho de céu e o Redentor. − Rosinha, pense nas consequências do que estou dizendo. Se a vida for como um cardápio, nós talvez estejamos escolhendo errado. No lugar da buchada de bode em que nossas vidas se transformaram, poderíamos nos deliciar com escargots. Experimentar sabores novos, mais sofisticados... − Por que a vida seria como um cardápio, Alfredo? Tenha dó. − E por que não seria? Ninguém sabe de fato o que é a vida, portanto qualquer acepção é válida, até prova em contrário. − Benhê, acorda. Ninguém vai aparecer para servir o seu cardápio imaginário. Na vida, a gente tem que ir buscar. A vida é mais parecida com um restaurante a quilo, self-service, entende? − Boa imagem. Concordo com o restaurante a quilo. É assim para quase todo mundo. Mas, quando evoluímos um pouco, chega a hora em que podemos nos servir à la carte. Rosinha, nós estamos nesse nível. Podemos fazer opções mais ousadas. − Alfredo, se você está querendo aventuras, variar o arroz com feijão, seja claro. Não me venha com essa conversa de cardápio existencial. Além disso, se a nossa vida virou uma buchada de bode, com quem você pensa experimentar essa coisa gosmenta, o tal escargot? − Querida, não reduza minhas ideias a uma trivial variação gastronômica. Minha hipótese, caso correta, tem implicações metafísicas. Se a vida for como um cardápio, do outro lado teria que existir o Grand Chef, o criador do menu. − Alfredo, fofo, agora você viajou na maionese. É o cúmulo querer reconstruir o imaginário religioso baseado no funcionamento de um restaurante. Só falta você dizer que, nesse seu céu, os anjos são os garçons! Nesse momento, dois chopes desceram sobre a mesa. Flutuaram entre as mãos alvas, quase diáfanas, de um dos velhos garçons do Bar Lagoa. Alfredo e Rosinha trocaram olhares de espanto e antes que pudessem dizer que ainda não haviam pedido nada, o garçom falou com voz grave: − Cortesia da casa. Já olharam o cardápio?
(FARIA, Antônio Carlos de. "Cardápio existencial". Disponível em: ttp://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult686u141.shtml)
A frase que pode ser transposta para a voz passiva encontra-se em:
Alternativas
Q554991 Português
Acerca das estruturas linguísticas do texto A gestão pública adaptada ao novo paradigma da eficiência, julgue o item subsecutivo.

A correção gramatical do período seria preservada ao se substituir “implementou-se" (l.20) por foi implementada.


Alternativas
Q546396 Português

Texto 1 – Alterar o ECA independe da situação carcerária

(O Globo, Opinião, 23/06/2015)


Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para adultos: superpopulação, maus-tratos, desprezo por ações de educação, leniência com iniciativas que visem à correição, falhas graves nos procedimentos de reinclusão social etc. Um levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público mostra que, em 17 estados, o número de internos nos centros para jovens delinquentes supera o total de vagas disponíveis; conservação e higiene são peças de ficção em 39% das unidades e, em 70% delas, não se separam os adolescentes pelo porte físico, porta aberta para a violência sexual.

Assim como os presídios, os centros não regeneram. Muitos são, de fato, e também a exemplo das carceragens para adultos, locais que pavimentam a entrada de réus primários no mundo da criminalidade. Esta é uma questão que precisa ser tratada no âmbito de uma reforma geral da política penitenciária, aí incluída a melhoria das condições das unidades socioeducativas para os menores de idade. Nunca, no entanto, como argumento para combater a adequação da legislação penal a uma realidade em que a violência juvenil se impõe cada vez mais como ameaça à segurança da sociedade. O raciocínio segundo o qual as más condições dos presídios desaconselham a redução da maioridade penal consagra, mais do que uma impropriedade, uma hipocrisia. Parte de um princípio correto – a necessidade de melhorar o sistema penitenciário do país, uma unanimidade – para uma conclusão que dele se dissocia: seria contraproducente enviar jovens delinquentes, supostamente ainda sem formação criminal consolidada, a presídios onde, ali sim, estariam expostos ao assédio das facções.

Falso. A realidade mostra que ações para melhorar as condições de detentos e internos são indistintamente inexistentes. A hipocrisia está em obscurecer que, se o sistema penitenciário tem problemas, a rede de “proteção” ao menor consagrada no Estatuto da Criança e do Adolescente também os tem. E numa dimensão que implica dar anteparo a jovens envolvidos em atos violentos, não raro crimes hediondos, cientes do que estão fazendo e de que, graças a uma legislação paternalista, estão a salvo de serem punidos pelas ações que praticam.

Preservar o paternalismo e a esquizofrenia do ECA equivale a ficar paralisado diante de um falso impasse. As condições dos presídios (bem como dos centros de internação) e a violência de jovens delinquentes são questões distintas, e pedem, cada uma em seu âmbito específico, soluções apropriadas. No caso da criminalidade juvenil, o correto é assegurar a redução do limite da inimputabilidade, sem prejuízo de melhorar o sistema penitenciário e a rede de instituições do ECA. Uma ação não invalida a outra. Na verdade, as duas são necessárias e imprescindíveis.

Em algumas passagens do texto 1 o autor emprega construções com voz passiva, o que traz a vantagem de omitir-se o agente da ação; a frase abaixo que NÃO exemplifica essa estratégia, por não estar na voz passiva, é:
Alternativas
Q541620 Português
Leia atentamente a placa abaixo.


              Imagem associada para resolução da questão

(SOARES E CAMARGO. O Brasil das placas: viagem por um país ao pé da letra. São Paulo: Abril, 2003.) 


Sobre a linguagem da placa e a relação de seu autor com a língua portuguesa, analise as afirmativas.


I - De acordo com a gramática normativa da Língua Portuguesa, o dizer da placa seria: Vende-se filé de siri.


II - O autor da placa desconhece aspectos da colocação pronominal da Língua Portuguesa, pois usou pronome átono no início da frase.


III - O uso da voz passiva pronominal (si vende) sugere esforço de adequar o dizer às formas escritas da Língua Portuguesa.


IV - A escrita da placa sugere que o autor tem pouca escolaridade e pouca familiaridade com a escrita culta.


Estão corretas as afirmativas 


Alternativas
Q535615 Português
Há ocorrência de verbos na voz passiva na seguinte frase:
Alternativas
Q535417 Português
O texto e a norma-padrão legitimam a seguinte afirmação:
Alternativas
Q535198 Português
O fim dos álbuns de fotografias 

      Quando me pergunto o que deverá desaparecer nos próximos anos, por conta dos avanços tecnológicos que mudam ou suprimem hábitos e valores tradicionais, incluo os álbuns de fotografias. Na verdade, são as fotografias mesmas, aquelas reveladas em papel, que estão desaparecendo para dar lugar às imagens arquivadas num celular ou num computador. Não é mais o tempo que as torna apagadas ou amareladas; é o nosso súbito desinteresse que as remove de vez ao toque de um “delete”. Nem pensar em armazená-las naqueles álbuns de capa dura e folhas de papelão, alguns encadernados em pano, álbuns de família, que se acumulavam em baús ou velhos armários. São monumentos remotos, de um tempo em que a memória ia longe, chegava aos avós e aos bisavós. 
      Pergunto-me se não é a qualidade mesma da nossa memória, do nosso interesse pelas recordações, se não é o valor mesmo da memória que está mudando de forma radical. Parece estar havendo um crescente desprestígio de tudo o que se refere ao passado, ainda quando esse passado seja recente. Com isso, o tempo se reduz ao instante que está passando e ao aguardado amanhã, do qual se exigem novas revelações, novos milagres. Um álbum de fotografias, nessa velocidade, é um objeto de museu, testemunha de tempos mais ingênuos e de imagens paralisadas.
      Enquanto não morrem de vez, ainda me detenho em alguns desses álbuns. Quase sempre são de gosto duvidoso, com capas pretensiosas, ilustradas com flores coloridas, gatinhos meigos, paisagens poéticas e outros mimos. Dentro deles surpreendo a vida que já foi, os olhares que nos apanham em nossa vez de ser modernos. Aí me ocorre que nossas imagens não irão parar em álbuns caprichosos, talvez nem mesmo em arquivos digitais: não estarão em lugar nenhum. É o preço que se paga pelo desapego à memória.

(Vitório Damásio, inédito
Transpondo-se para a voz passiva a forma verbal sublinhada na frase Dentro deles surpreendo a vida que já foi, obtém-se a expressão
Alternativas
Q526110 Português

                                            AMOR MENINO


      Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo às colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar a menos.


                    Pe. ANTÔNIO VIEIRA. Sermões. São Paulo, Ed. das Américas, 1957.v.5.p.159-60

Levando em conta a sequência “Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino...", sua reescritura, em formato de voz passiva seria:
Alternativas
Q525383 Português

Eduardo Coutinho, artista generoso


      Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do cineasta Eduardo Coutinho, mestre dos documentários, morto em 2014, está em sua recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo. Em vez de contemplar a distância grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto pessoa por pessoa, surpreendendo-a, surpreendendo-se, surpreendendo-nos. Não lhe dizem nada expressões coletivistas como “os moradores do Edifício”, os “peões de fábrica”, “os sertanejos nordestinos”: os famigerados “tipos sociais”, usualmente enquadrados por chavões, dão lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de quem ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia desse operário que está falando, de repercutir as palavras e os silêncios do morador de um povoado da Paraíba.

      Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela condição singular do outro deveria ser o primeiro passo de toda política. Nem paternalismo, nem admiração prévia, nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo ver e ouvir, para conhecer a história de cada um como um processo sensível e inacabado, não para ajustar ou comprovar conceitos. Sua obsessão pela cena da vida é similar à que tem pela arte, o que torna quase impossível, para ele, distinguir uma da outra, opor personagem a pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. Fazendo dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu como um homem/artista crítico para quem já existe arte encarnada no corpo e suspensa no espírito do outro: fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, apresenta-se, mostra-se, mostra-o, mostra-nos.


                                                                                                         (Armindo Post, inédito

Ocorre a transposição correta da voz ativa para a passiva, preservando-se a concordância adequada, no segmento:


I. Em vez de contemplar a distância grupos, classes ou segmentos = em vez de ser contemplado a distância por grupos e segmentos


II. para conhecer a história de cada um = para se conhecer a história de cada um


III. fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos = a câmera é fixada, os olhos e os ouvidos são abertos


Atende ao enunciado APENAS o que está em

Alternativas
Q524271 Português

Texto I

Internet: <www.lfg.jusbrasil.com.br> (com adaptações).


Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto I, julgue o item que se segue.
A substituição de “se constata” (L..8) por é constatado manteria a correção gramatical e o sentido original do texto.
Alternativas
Respostas
441: D
442: A
443: A
444: D
445: C
446: E
447: E
448: D
449: A
450: A
451: C
452: D
453: E
454: D
455: D
456: E
457: E
458: B
459: E
460: C