Questões de Português - Flexão verbal de número (singular, plural) para Concurso
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Quanto ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.
O sujeito da oração “É preciso” (linha 15) é
indeterminado, razão por que o verbo está flexionado na
terceira pessoa do singular.
Acerca do texto e de seus aspectos linguísticos, julgue o item.
O emprego da terceira pessoa do plural na forma verbal
“pensam” (linha 15) indica que o sujeito da oração é
indeterminado, por isso seria correto e coerente sua
substituição por se pensa.
Em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.
Na linha 5, estaria mantida a correção gramatical do
texto caso a forma verbal “se aplicam” estivesse
flexionada na terceira pessoa do singular, para
concordar com o termo “pandemia”, o que garantiria o
paralelismo sintático no período, dado o emprego da
forma verbal “ensina”.
O século XIX constituiu-se em marco fundamental para o desenvolvimento das instituições de segurança pública, com as polícias buscando maior legitimidade e profissionalização. Como referência ocidental, a Polícia Metropolitana da Inglaterra, fundada em 1829, mudou paradigmas, dando preponderância ao papel preventivo de suas ações e foco à proteção da comunidade.
O consenso, em detrimento do poder de coerção, e a prevenção, em detrimento da repressão, reforçaram a proximidade da polícia com a sociedade, com atenção integral ao cidadão. O modelo inglês retirou as polícias do isolamento, apresentando-as à comunidade como importante parceira da segurança pública e elemento fundamental para a redução da violência. Com isso, surgiu o conceito de uma organização policial moderna, estatal e pública, em oposição ao controle e à subordinação política da polícia.
No Brasil, as primeiras iniciativas de implantação da polícia comunitária ocorreram com a Constituição Federal de 1988 e a necessidade de uma nova concepção para as atividades policiais. Foram adotadas estratégias de fortalecimento das relações das forças policiais com a comunidade, com destaque para a conscientização sobre a importância do trabalho policial e sobre o valor da participação do cidadão para a construção de um sistema que busca a melhoria da qualidade de vida de todos.
Brasil. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP). Diretriz Nacional de Polícia Comunitária. Brasília – DF, 2019. p. 11-12 (com adaptações)
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item que se segue.
A substituição da forma verbal “busca” (último período do
texto) por busque alteraria o sentido original do texto, mas
não prejudicaria sua correção gramatical.
Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior.
Mantendo-se a correção gramatical do trecho “O privilégio
primordial de apropriar a terra, nomeá-la e ordená-la indica o
nexo território-Estado-nascimento” (primeiro parágrafo), o
verbo indicar poderia ser flexionado no plural — indicam
—, caso em que concordaria com um sujeito composto.
Texto 2A1-II
As discriminações atreladas à falta de oportunidades são a tradução da complexa realidade de diversos países e compõem um ciclo vicioso de exclusão social. Nesse cenário, surgem as chamadas ações afirmativas: medidas políticas que visam acabar com a exclusão social, cultural e econômica de indivíduos pertencentes a grupos que sofrem algum tipo de discriminação. Essas medidas se baseiam na igualdade e garantem a equidade ao estimularem a inserção, a inclusão e a participação política de grupos sociais vulneráveis nos espaços sociais.
Julia Ignácio. Igualdade, Equidade e Justiça Social: o que significam?
Internet: <www.politize.com.br> (com adaptações).
Quanto aos aspectos linguísticos do texto 2A1-II, julgue o item a seguir.
No primeiro período do texto, a forma verbal “são” poderia
ser flexionada no singular — é —, caso em que passaria a
concordar com “a tradução da complexa realidade de
diversos países”, sem prejuízo da correção gramatical do
texto.
O texto a seguir é referência para a questão.
A sociedade de consumo tem por base a premissa de satisfazer os desejos humanos de uma forma que nenhuma sociedade do passado pôde realizar ou sonhar. A promessa de satisfação, no entanto, só permanecerá sedutora enquanto o desejo continuar irrealizado; o que é mais importante, enquanto __________ uma suspeita de que o desejo não foi plena e totalmente satisfeito. Estabelecer alvos fáceis, garantir a facilidade de acesso a bens adequados aos alvos, assim como a crença na existência de limites objetivos aos desejos “legítimos” e “realistas” – isso seria como a morte anunciada da sociedade de consumo, da indústria de consumo e dos mercados de consumo. A não satisfação dos desejos e a crença firme e eterna de que cada ato visando a __________ deixa muito a desejar e pode ser aperfeiçoado são os volantes da economia que tem por alvo o consumidor.
A sociedade de consumo consegue tornar permanente a insatisfação. Uma forma de causar esse efeito é depreciar e desvalorizar os produtos de consumo logo depois de terem sido alçados ao universo dos desejos do consumidor. Uma outra forma, ainda mais eficaz, no entanto, se esconde da ribalta: o método de satisfazer toda necessidade/desejo/vontade de uma forma que não pode deixar de provocar novas necessidades/desejos/vontades. O que começa como necessidade deve terminar como compulsão ou vício. E é isso que ocorre, já que o impulso de buscar nas lojas, e só nelas, soluções para os problemas e alívio para as dores e a ansiedade é apenas um aspecto do comportamento que não apenas recebe a permissão de se condensar num hábito, mas é avidamente estimulado a fazê-lo. [...]
Para que a busca de realização possa continuar e novas promessas possam __________ atraentes e cativantes, as promessas já feitas precisam ser quebradas, e as esperanças de realizá-las, frustradas. Um mar de hipocrisia se estendendo das crenças populares às realidades da vida dos consumidores é condição sine qua non para que uma sociedade de consumidores funcione apropriadamente. Toda promessa deve ser enganosa, ou pelo menos exagerada, para que a busca continue. Sem a repetida frustração dos desejos, a demanda pelo consumo se esvaziaria rapidamente, e a economia voltada para o consumidor perderia o gás. É o excesso da soma total de promessas que neutraliza a frustração provocada pelo excesso de cada uma delas, impedindo que a acumulação de experiências frustrantes solape a confiança na eficácia final dessa busca.
Por essa razão, o consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo; logro, excesso e lixo não sinalizam seu mau funcionamento, mas constituem uma garantia de saúde e o único regime sob o qual uma sociedade de consumidores pode assegurar sua sobrevivência. A pilha de expectativas malogradas tem um paralelo nas crescentes montanhas de ofertas descartadas das quais se esperava (pois prometiam) que __________ os desejos dos consumidores. A taxa de mortalidade das expectativas é elevada, e, numa sociedade de consumo funcionando adequadamente, espera-se que cresça continuamente. A expectativa de vida das esperanças é minúscula, e só uma taxa de fecundidade extraordinariamente elevada pode salvá-Ias da diluição e da extinção. Para que as expectativas se mantenham vivas e novas esperanças preencham o vazio deixado por aquelas já desacreditadas e descartadas, o caminho da loja à lata de lixo deve ser curto, e a passagem, rápida.
(BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 106-108.
Adaptado.)
I. O termo “esperado” é uma forma do verbo “esperar”. ( ) II. O termo “esperando” NÃO é uma forma do verbo “esperar”. ( ) III. O sentido do verbo “esperar” está relacionado a “aguardar, ansiar, desejar”. ( )
Socorro, meu site parou de funcionar! E a culpa é do mito.
Vejam a confusão que se avizinha. O WordPress é a principal plataforma de gestão de conteúdo de sites no mundo. É um sistema livre e aberto e uma das ferramentas mais utilizadas por sua funcionalidade de uso e versatilidade. Para os numerólogos, o WP detém 60% de participação do mercado global; 17 posts são publicados a cada segundo em sites do WP em todo mundo; empresas como o New York Observer, o New York Post, o TED, o Thought Catalog, Williams, o USA Today, a CNN, a Fortune.com, a TIME.com, a National Post, a Spotify, a TechCrunch, a CBS Local e a NBC usam o WP. Para encerrar, cerca de 19.500.000 sites em toda a web usam o WordPress. Se quiser mais informações, acesse http://bit.ly/2VE09Pj.
Acontece que, para o seu bom funcionamento, é necessário a instalação de plugins. Muitos plugins. O plugins ou extensões (também conhecidos por plug-in, add-in, add-on) são programas de computador usados para adicionar funções a outros programas maiores, promovendo alguma funcionalidade especial ou específica. Ou seja, ele é uma espécie de “caixa de marcha” do site.
Assim sendo, os plugins são indispensáveis na construção da arquitetura de todos os sites. E a maioria deles é gratuita. A novidade, agora, é que eles estão se tornando pagos. Por isso, sem mais nem menos, não consegui, ontem, trabalhar o meu site mondolivro.com.br. Vou explicar.
Do nada, a criação e edição do site parou de funcionar. Só isso, imagina... você tecla “Adicionar novo” ele te manda para o Nirvana, ou seja, depois de três séculos de minutos pensando, abre uma página com um “Erro 504” do “Guru Meditation”. Não é piada, eu printei. Foi quando meu verdadeiro guru, o Anderson Clayton, me alertou: o plugin Toolset Types parou de ter atualizações, ou seja, ele não existe mais. Pior: esta crise shekespeareana é a coisa mais comum na plataforma de WP, hoje. Eles tem uma crise de identidade, somem e reaparecem comum aviso, convidando para ingressar na versão paga. É isso ou reconstruir todo o site com um novo plugin.
Mas tudo bem, afinal, ninguém vai reclamar de pagar pelo que é indispensável ao funcionamento do site. Mas aí o pior: o plugin mira a Pessoa Jurídica. O preço flutua entre U$ 159 e U$ 300!! Mas estamos falando de UM plugin. Normalmente, um site médio utiliza entre 10 e 30. Mais informações aqui: http://bit.ly/2VFjWOx.
Será uma espécie de retorno em versão cibernética ao mito do Cavalo de Troia? Um presente lindo que, por dentro, reserva uma surpresa desagradável? Estaremos, portanto, caminhando para outra cadeia de serviços, ainda não sistematizada do ponto de vista tecnológico? Estaremos subordinados, em breve, a uma casta de programadores, desenvolvedores e afins? Sem dúvida. É uma questão de tempo. Pouco tempo, podem ter certeza.
Proibir para mudar
Ao ser questionado sobre o uso de produtos descartáveis, talvez você não se lembre que provavelmente utilizou vários deles na última semana. Grande parte das atividades humanas modernas utiliza produtos descartáveis feitos de material plástico e, quando paramos para observar o comércio de alimentos e bebidas, vemos que o uso desses materiais é significativamente mais expressivo.
Anualmente, são geradas cerca de 300 milhões de toneladas de lixo plástico no mundo, sendo 14% desse resíduo encaminhado para reciclagem e apenas 9% efetivamente reciclado. Algumas pessoas têm a falsa impressão de que todos os resíduos plásticos são recicláveis, mas produtos químicos acrescentados aos polímeros plásticos e embalagens de alimentos contaminadas com restos orgânicos podem inviabilizar o processo de reciclagem.
Desta forma, fica clara a necessidade de reduzir a geração desse resíduo por meio da redução do consumo de materiais plásticos. Vários países já estão adotando medidas que proíbem a utilização de produtos plásticos descartáveis. O Canadá, a Indonésia e a União Europeia, por exemplo, já definiram uma data para a proibição; o Brasil, sendo o quarto país que mais gera resíduos plásticos no mundo, precisa acompanhar esse movimento.
Sob o mesmo ponto de vista, temos na utilização de produtos descartáveis em bares e restaurantes uma grande oportunidade de redução de consumo, visto que o volume de itens plásticos utilizados pela maioria desses estabelecimentos é bastante expressivo. Copos, canudos, pratos e talheres descartáveis são utilizados cotidianamente em muitos estabelecimentos e o consumidor, tão acostumado com esse padrão de consumo, não tem por hábito questionar a real necessidade de utilização desses materiais.
É necessário que proprietários de bares e restaurantes comecem a buscar produtos que possam substituir o plástico, exercendo a mesma função, porém formados de material biodegradável. Em contrapartida, a indústria responsável pela produção desses produtos precisa aumentar o investimento em pesquisa e desenvolvimento de materiais com baixo impacto ambiental, promovendo a inovação nos seus produtos para a garantia da manutenção dos seus negócios.
Ademais, é importante destacar que nós, como consumidores, podemos adotar uma postura consciente e proativa que não dependa da existência de políticas públicas. O consumidor final é o agente de transformação com maior poder nesta cadeia e podemos incentivar as marcas que consumimos, os fornecedores que contratamos e os estabelecimentos comerciais que frequentamos a realizar iniciativas de substituição do plástico.
Por fim, partindo do princípio de que nenhuma mudança é fácil, devemos reconhecer, por meio da preferência, aquelas empresas que tenham um posicionamento ativo e comprometido no que diz respeito a iniciativas de baixo impacto ambiental, contribuindo para viabilizar essa mudança de comportamento tão urgente e fundamental para a sustentabilidade do nosso futuro.
(ARANTES, Andréa Luiza Santos. Proibir para mudar. Disponível em:
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/proibir-para-mudar/. Acesso em: 21/01/2020.)
I. Eles vêem o pássaro. II. Os vasos contêm flores. III. Os doces vêm da Argentina. IV. Os livros da biblioteca provêm de doações.
Em quais orações os verbos também devem receber acento circunflexo?
I. Para manter a coerência textual, o termo “ravina” (3º§) pode ser substituído por seu homônimo “alabastro”. II. O termo “metáfora” (4º§) corresponde a uma figura de linguagem que consiste em estabelecer uma analogia de significados entre duas palavras ou expressões, empregando-se uma pela outra. III. A forma verbal “impele” (5º§), devidamente conjugada na terceira pessoa do singular do presente do modo subjuntivo do verbo “impelir”, é substituível pelo seu sinônimo “credita”, que está devidamente conjugado na terceira pessoa do singular do presente do modo subjuntivo do verbo “creditar”.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
(Disponível em: <www.ivancabral.com>. Acesso em 08 nov. 2017)
1. A charge satiriza a atual situação econômica do país por meio dos exercícios escolares de conjugação de verbos. 2. Se o verbo assistir estivesse conjugado com o pronome “tu”, teria a forma “assiste”. 3. O pronome “ele”, utilizado com o verbo aumentar, faz referência ao governo. 4. Se a conjugação se desse no futuro simples, teríamos a conjugação “eles reprimiram”.
Assinale a alternativa correta.
A questão refere-se ao texto a seguir:
Que tal aproveitar o calendário das festas de outubro na região do Vale do Itajaí para também conhecer ou visitar novamente o Festival do Camarão, em Porto Belo?
_____ 6ª edição do evento, que ocorre de 10 ____ 13 de outubro, contará com três shows nacionais gratuitos: do cantor de pagode Xande de Pilares e das duplas sertanejas César Menotti e Fabiano e João Bosco e Vinícius, além, é claro, de atrações regionais e locais que prometem agitar ____ Praça da Bandeira. [...] Como o próprio nome já diz, o evento trará para o público diversos pratos _____ base de camarão. Uma das opções mais procuradas pelos visitantes é o famoso Pastel de Camarão produzido pelas esposas dos pescadores da Associação de Pescadores de Porto Belo.
Disponível em: https://ocp.news/entretenimento/6o-festival-do-camarao-traz-shows-nacionais-gratuitos-para-porto-belo
Acesso em: 02/out/2019.[adaptado]
Texto para a questão
CARRO: O CIGARRO DO SÉCULO 21?
Por Reinaldo Canto
Muita gente talvez não concorde. Pode ser também que exista uma dose de exagero na afirmação. Ou será que não? O certo é que temos observado um inédito questionamento ao império do automóvel.
Soberano ao longo de muitos anos e cercado de toda admiração. Assim foi a trajetória do carro. Agora muitas vozes se levantam contra ele como um grande problema, a perturbar a vida de todos. Aliás, não parece estar ocorrendo um fenômeno semelhante ao ocorrido com o cigarro no século passado? Portanto, guardadas as devidas proporções, será realmente loucura pensar que não assistiremos no século 21 com os veículos de transporte individual ao mesmo que ocorreu no passado com o cigarro?
No passado, fumar representava um símbolo de status, charme e elegância. Durante um bom período, o consumo de cigarros foi objeto do desejo de inúmeras gerações. Os muitos jovens até arriscavam levar surras paternas se fossem pegos no ato. Celebrizado, entre outros, por Clark Gable, Cary Grant, Rita Hayworth, James Dean e Clint Eastwood, os ícones do cinema entre os anos 40 e 60. Todo mundo que se prezava, naquela época, fumava. E o que aconteceu com o passar do tempo e os mais do que comprovados problemas causados pelo cigarro? Quase a demonização do ato de fumar!
Para as novas gerações, fica até difícil explicar que, na maior parte do século 20, fumar em qualquer lugar era a coisa mais comum do mundo. Em bares, restaurantes e até mesmo dentro de claustrofóbicos aviões, os fumantes viviam o auge de seu vício com toda a liberdade. Hoje, todos nós sabemos sobre os males causados pelo fumo, inclusive para aqueles expostos à fumaça de cigarros alheios, o chamado fumante involuntário. Cigarro mata e ponto final!
A publicidade ainda tinha o desplante de vincular o fumo à virilidade e à prática de atividades esportivas. Uma barbaridade digna de criminosos!! Não foi por outra razão que, posteriormente, a propaganda de cigarros foi banida dos meios de comunicação.
Bem, não dá para afirmar o mesmo em relação aos carros, ou será que é possível fazer essa relação? Dados divulgados pela ONG Saúde e Sustentabilidade em parceria com vários estudiosos, entre eles, o médico e pesquisador da USP Paulo Saldiva, mostram que a poluição no estado de São Paulo foi responsável pela morte de quase 100 mil pessoas em seis anos. Só em 2011, a pesquisa revelou que o ar contaminado, boa parte dele vindo de escapamentos de veículos, contribuiu para a morte de mais de 17 mil e 400 pessoas. Esse trabalho é o primeiro de abrangência estadual que fez uma relação direta entre índices de poluição e número de mortes. Portanto, temos aí uma relação carro e saúde semelhante como no passado foi feito entre cigarro e saúde.
Outro interessante ponto de convergência das trajetórias do cigarro e do automóvel está localizado no exercício de sua prática. Como disse antes, fumar era algo exercido com total liberdade até começarem a surgir diversas leis obrigando a exercer o hábito a lugares pré-determinados e o veto total a outros. Hoje em dia, o pobre fumante se vê quase num ato clandestino e de banimento social para poder dar algumas boas tragadas. Isso em prol da saúde coletiva.
Em relação aos carros, algo parecido está em processo acelerado de implantação. Recentemente, a prefeitura de São Paulo definiu que a velocidade máxima na cidade passou de 60 para 40 quilômetros por hora. A ação visa reduzir as mortes de pedestres e ciclistas vitimados, entre outras razões, pelo excesso de velocidade. Se somarmos essa a outras medidas em vigor, como o rodízio de veículos, a proibição de circular em faixas de ônibus e as restrições para locais de estacionamento, teremos aí mais exemplos de coerção ao livre uso do carro, até pouco tempo praticamente “dono” das ruas e avenidas das cidades contra qualquer planejamento minimamente civilizado de mobilidade urbana que buscasse uma convivência pacífica com outros usuários de transporte público, pedestres e ciclistas.
Sonho da juventude. Quem, como eu, já entrou na casa dos 50 anos de idade sabe bem o que um garoto ou garota de minha época sonhava em ter os 18 anos. Até outras gerações posteriores enxergavam e ainda enxergam no fato de ter um carro o alcance definitivo do mundo adulto e da independência. Isso, claro, ainda não mudou, mas parece ir por um caminho bem diferente.
Uma tendência observada em pesquisas realizadas na Inglaterra e nos Estados Unidos é que os jovens desses países já não possuem o mesmo desejo por veículos particulares. Eles acham mais interessante utilizar transporte público, como ônibus e metrô, e até mesmo andar de bicicleta. As pesquisas mostram que eles não estão dispostos a gastar boa parte de seus recursos na manutenção de um automóvel. E, além de mais barato, também consideram mais saudável o uso cotidiano de outras modalidades de transporte. Isso significa que a posse do carro próprio está perdendo o encanto? Com o cigarro não se passou algo bastante parecido?
FONTE: https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/carro-o-cigarro-do-seculo21-4760.html
Texto para a questão
A NOITE EM QUE OS HOTÉIS ESTAVAM CHEIOS
Moacyr Scliar
O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro.
Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.
— E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? — disse o encarregado.
— Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!
O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa:
— O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece ninguém nas altas esferas?
O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.
— Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esse seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo.
O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante.
No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.
— O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano:
— Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado.
O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma manjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seria muito confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a ideia boa, e até agradeceu. Saíram.
Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.
FONTE: http://releituras.com/mscliar_noite.asp
TEXTO 01
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
DIANTE DO MAR
(1º§) Costumo me esconder de mim diante do mar, especialmente quando vou para Portugal à minha procura. Estou sempre em Portugal. Nas ruas de Coimbra. Nas igrejas de Coimbra. Nos cafés de Coimbra. A caminhar por Lisboa, olhando a senhora da rua São Nicolau a cozer suas castanhas.
(2º§) Estou diante do mar, sentado com meu guarda-chuva antigo, exatamente eu que gosto que a chuva caia no meu rosto, na minha roupa, nos meus sapatos que procuram rumos inexistentes. Vejo-me no Bairro Alto, em Lisboa, nas casas de fado.
(3º§) Todas as fadistas cantam de olhos fechados, a melhor maneira de ver todas as coisas. Poemas ao som da guitarra portuguesa, aquela declaração de um amor triste, de lágrimas e desesperos. Depois é a madrugada às margens do rio Tejo, como é a madrugada de Coimbra, às margens do rio Mondego.
(4º§) Vista da ponte de Santa Clara, Coimbra está mergulhada dentro do rio com suas luzes, suas baladas, sua guitarra, o fado de Coimbra que não é fado, é outra coisa que não sei explicar. Depois os amigos, uma noite imensa por viver, as mãos brancas das mulheres, cabelos quase sempre negros, palavras que não precisam ser compreendidas por ninguém. Estou diante do mar, com meu guarda-chuva.
(5º§) É quase certo que adormecerei daqui a pouco! É quase certo que sonharei com setembro!
(6º§) É quase certo que tentarei viver o que me cabe! É quase certo, mas eu não tenho certeza!
FARIAS, Álvaro Alves de. Colunista. Revista Literária. 2013) - Disponível -
(http://wwwliteraciaemversoeprosa.blogspot.com.br/
TEXTO 01
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
DIANTE DO MAR
(1º§) Costumo me esconder de mim diante do mar, especialmente quando vou para Portugal à minha procura. Estou sempre em Portugal. Nas ruas de Coimbra. Nas igrejas de Coimbra. Nos cafés de Coimbra. A caminhar por Lisboa, olhando a senhora da rua São Nicolau a cozer suas castanhas.
(2º§) Estou diante do mar, sentado com meu guarda-chuva antigo, exatamente eu que gosto que a chuva caia no meu rosto, na minha roupa, nos meus sapatos que procuram rumos inexistentes. Vejo-me no Bairro Alto, em Lisboa, nas casas de fado.
(3º§) Todas as fadistas cantam de olhos fechados, a melhor maneira de ver todas as coisas. Poemas ao som da guitarra portuguesa, aquela declaração de um amor triste, de lágrimas e desesperos. Depois é a madrugada às margens do rio Tejo, como é a madrugada de Coimbra, às margens do rio Mondego.
(4º§) Vista da ponte de Santa Clara, Coimbra está mergulhada dentro do rio com suas luzes, suas baladas, sua guitarra, o fado de Coimbra que não é fado, é outra coisa que não sei explicar. Depois os amigos, uma noite imensa por viver, as mãos brancas das mulheres, cabelos quase sempre negros, palavras que não precisam ser compreendidas por ninguém. Estou diante do mar, com meu guarda-chuva.
(5º§) É quase certo que adormecerei daqui a pouco! É quase certo que sonharei com setembro!
(6º§) É quase certo que tentarei viver o que me cabe! É quase certo, mas eu não tenho certeza!
FARIAS, Álvaro Alves de. Colunista. Revista Literária. 2013) - Disponível -
(http://wwwliteraciaemversoeprosa.blogspot.com.br/
I.A expressão: "A caminhar" corresponde à forma nominal "caminhando". II.O trecho: "eu que gosto que a chuva caia no meu rosto" está construído com duas ações do presente do modo subjuntivo. III.Além da desinência número pessoal dos verbos: "gosto" e "caía", o pronome possessivo comprova o sujeito de primeira pessoa do singular. IV.No (1º§), existe referência a locais descritos pela voz do texto.
Estão CORRETAS, apenas: