Questões de Português - Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) para Concurso

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Ano: 2009 Banca: AOCP Órgão: DESENBAHIA Prova: AOCP - 2009 - DESENBAHIA - Advogado |
Q544341 Português

Obrigado, Tarso Genro

O ministro dá refúgio a terrorista condenado, cria terremoto diplomático e é acusado de agir movido só por ideologia – mas pode ter tido boas razões 

A decisão do titular da Justiça, Tarso Genro, de conceder refúgio político ao italiano Cesare Battisti abriu uma fenda diplomática nas relações do Brasil com a Itália e empurrou o ministro para o paredão: Tarso, metralharam seus críticos, teria se precipitado e tomado a decisão com base em simpatias ideológicas. Faz sentido. Battisti foi condenado em seu país à prisão perpétua pela morte de quatro pessoas quando encabeçava um grupo extremista de esquerda, os Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ao recusar-se a extraditá-lo para a Itália como criminoso, optando por abrigá-lo no Brasil na condição de perseguido político, Tarso Genro dispensou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e contrariou dois pareceres, ambos emitidos por órgãos técnicos e insuspeitos: o Comitê Nacional para os Refugiados e a Procuradoria-Geral da República. Além disso, o ministro já havia dado mostras recentes de que, se ninguém o segura, ele se deixa facilmente levar pelo caminho obscuro das convicções esquerdistas. Em outubro, ele propôs a revisão da Lei da Anistia com o intuito de punir torturadores do regime militar, um surto de revanchismo e inoportunidade que provocou reações até mesmo dentro do governo. Tarso só recuou depois de um puxão de orelhas dado pelo presidente Lula. Tudo isso somado contribuiu para que se concluísse que a concessão do refúgio ao italiano foi mais uma das reações ideológicas automáticas do ministro. Nesse caso, no entanto, a hipótese de que Tarso Genro tenha tomado uma decisão correta não pode ser descartada sem um exame mais minucioso. 

Battisti nega que tenha participado ou ordenado os assassinatos pelos quais foi condenado. “Não matei ninguém e abandonei o grupo quando o PAC se decidiu pela luta armada”, vem repetindo Battisti há mais de dez anos. Tarso afirma ter estudado o processo do italiano a fundo, durante seus quatorze dias de férias de fim de ano (é de esperar agora que tenha o mesmo cuidado quando lhe chegar às mãos um processo contra alguém acusado de ter sido torturador da ditadura). Diz ter terminado a análise convencido de que “exceções legais”, criadas pelo estado italiano no ambiente de convulsão social que aquele país vivia no fim dos anos 70, podem ter prejudicado a defesa de Battisti. Cita como exemplo o fato de sua condenação ter se baseado unicamente no depoimento de uma pessoa – Pietro Mutti, também integrante do PAC, que fez suas acusações no contexto de um programa de delação premiada. Se o ministro estiver certo, terá ajudado a reparar uma injustiça que dificilmente poderia ser corrigida pela Justiça italiana, uma vez que Mutti mudou de identidade e hoje vive em lugar não sabido. Se estiver errado, porém, terá deixado à solta um assassino que executou pessoas apenas por discordarem de sua organização terrorista. Tarso deixou a porta aberta para rever o caso se surgirem provas mais contundentes contra o italiano.

Texto extraído da Revista Veja, edição 2096, ano 42, n. 3, de 21 de janeiro de 2009. p. 73

Em relação ao emprego dos tempos e modos verbais, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).

I. “Tarso deixou a porta aberta para rever o caso se surgirem provas...”. (presente do indicativo)

II. “Tudo isso somado contribuiu para que se concluísse que a concessão...”. (imperfeito do subjuntivo)

III. “Se o ministro estiver certo, terá ajudado a reparar...”. (presente do indicativo)

Alternativas
Q544170 Português
Como característica do gênero apresentado, temos, no texto, a utilização dos verbos, predominantemente,
Alternativas
Q543294 Português

                                                     Chove   chuva


      Água, água e mais água. É tudo o que eu tenho a oferecer. Escrever o maior número de vezes a palavra mágica, na certeza de que águas passadas não movem moinhos, mas podem, de tanto serem sugeridas, sensibilizar os céus e fazer com que elas desabem sobre nós. E que depois se faça o arco-íris. Que depois apareça, toda de branco, toda molhada e despenteada, que maravilha!, a coisa linda que é o  meu amor,

      Eu gostaria de repetir a dança da chuva, a coreografia provocativa dos cheyennes, tantas vezes vista nos filmes. Falta-me o requebro. Temo também que o ridículo da cena faça o feitiço ir água abaixo. Eu gostaria de subir aos ares, como um Santos Dumont tardio, bombardear as nuvens com cloreto de sódio. Se não desse certo, pelo menos chegaria perto do ouvido de São Pedro e, com piadas do tipo “afogar o ganso” e “molhar o biscoito”, faria com que o santo relaxasse e abrisse as torneiras.

      De nada disso, no entanto, sou capaz. Fico aqui, no limite do meu oceano, jacaré no seco anda, escrevendo e evocando as águas que passaram pela ponte da memória. Lembro, vizinha à minha casa, na Vila da Penha dos rios transbordantes, a compositora Zilda do Zé, de “As águas vão rolar”. A sua força ancestral, grande sambista, eu evoco agora, mesmo sabendo que a letra da música se refere à água que  passarinho não bebe.

Todas as águas devem ser provocadas nesta imensa onda de pensamento positivo, e eu agora molho reverente os pés do balcão com o primeiro gole para o santo. Finjo-me pau d’água e sigo em frente. Nem aí para os incréus, nem aí para os que zombam da fé, esses insensatos. A todos peço que leiam na minha camisa e não desistam: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura".

[...]

      O sonho acabou há tempo, e lá se foi John Lennon morto. Agora chegou a nostalgia da água, de torcer pelo volume morto e sentir saudade de ver um arco-íris emoldurando o Pão de Açúcar depois da pancada de verão. Como explicar a uma criança que sol e chuva é casamento de viúva? Como explicar a deliciosa aflição de dormir se perguntando “será que vai dar praia?”, se agora todo dia é dia de sol?

A propósito, eu li o grande poeta sentado no banco da praia e sei que a sede é infinita, que na nossa secura de amar é preciso buscar a água implícita, o beijo tácito — mas acho que é poesia demais para uma hora dessas. Urge, como queria Benjor, que chova chuva. Canivetes. Gatos e cachorros. Se Joseph Conrad traduziu a guerra com  “o horror, o horror, o horror”, chegou a vez de resumir o nosso tempo com “a seca, a seca, a seca” — e bater os tambores na direção contrária. Saúdo para que se faça nuvem, e a todos cubra com o seu divino manto líquido, a saudosa Maria, a santa carioca que a incomparável Marlene viu subindo o morro com a lata  d'água na cabeça.

      2015 promete ser terrível, mas há quem ache bom negócio refletir sobre os valores básicos da sobrevivência, o que o homem está fazendo com o meio ambiente. Vai ser o ano de valorizar como bem de consumo insuperável não o Chanel n° 5, mas o cheiro da terra molhada depois do toró de fim de tarde. Que assim seja. Que se cumpra a felicidade de ouvir Tom Jobim ao piano, tecla por tecla, gota a gota, celebrando a cena real de, lá fora, estar chovendo na roseira.

      Ah, quem me dera ligar o rádio e escutar o formidável português ruim da edição extraordinária. Aumentar o som para deixar o locutor gritar — os clichês boiando molhadinhos pelo tesão da notícia — que chove a cântaros em todos os quadrantes da Cidade Maravilhosa.


                              (SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Chove chuva. In: O Globo, 26.01.2015.)

No trecho “Se não DESSE certo, pelo menos chegaria perto do ouvido de São P edro...” , conjugando-se o verbo em destaque no futuro do subjuntivo, obtém-se, em língua padrão:
Alternativas
Ano: 2013 Banca: IF-MT Órgão: IF-MT Prova: IF-MT - 2013 - IF-MT - Administrador |
Q540988 Português
Sobre formas verbais utilizadas no texto, assinale a afirmativa INCORRETA.
Alternativas
Q540962 Português
Cuiabá é a 29ª cidade mais violenta do mundo, segundo a ONU 

Um levantamento realizado pelo Escritório sobre Drogas e Crime, da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta Cuiabá como a 29ª cidade mais violenta do mundo. A pesquisa levou em consideração o número de assassinatos ocorridos em 2012.
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (10), em Londres, durante lançamento do Estudo Global sobre Homicídios 2013. Na ocasião, o diretor de Análise de Políticas e Assuntos Públicos da ONU, Jean-Luc Lemahieu, disse que existe uma “necessidade urgente de entender como o crime violento está afligindo os países em todo o mundo".

Outro dado alarmante é que, das 30 cidades com maiores índices de homicídios, onze estão no Brasil. Nas dez primeiras colocações figuram Maceió (5°), Fortaleza (7°) e João Pessoa (9°).

 O ranking em que o Brasil aparece com o maior número de cidades violentas para cada 100 mil habitantes ainda traz os municípios de Natal (12ª posição); Salvador (13ª); Vitória (14ª); São Luís (15ª); Belém (23ª); Campina Grande (25ª); Goiânia (28ª); e Cuiabá (29ª).

O levantamento mostra que a América Latina desbancou a África e agora figura como região mais violenta do mundo, com 36% dos 437 mil registros de assassinato. Os pesquisadores acreditam que o elevado índice de homicídios na América Latina está ligado ao crime organizado e à violência política, que persiste há décadas nos países latino-americanos.

 (Publicado em 10 abril 2014 16:44, na página http://www.circuitomt.com.br/editorias/policia/41881-cuiaba-e-a-29- cidade-mais-violenta-do-mundo-segundo-onu.html, acessada em 13/04/2014.)
Quanto aos tempos verbais utilizados no texto, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q539110 Português

                          CAPÍTULO XIV / O PRIMEIRO BEIJO


      Tinha dezessete anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por trazer a bigode. Os olhos, vivos e  resolutos, eram a minha feição verdadeiramente máscula. Como ostentasse certa arrogância, não se distinguia bem se era uma criança, com fumos de homem, se um homem com ares de menino. Ao cabo, era um lindo garção, lindo e audaz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com ele nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o realismo o veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros.

      Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de um hortelão das Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.

      Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, – uma pérola.


                   (MACHADO DE ASSIS, J. M. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Ediouro, s. d.)

“Como ostentasse certa arrogância, não se distinguia bem se era uma criança, com fumos de homem, se um homem com ares de menino.” Nesse trecho, há o emprego tipicamente literário do pretérito imperfeito do subjuntivo (ostentasse). A forma verbal mais comumente empregada, em construções como essa, é
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Q535538 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto abaixo e responda à questão.

No início do século passado, apesar de a vida ser boa, não tínhamos computadores. Eram parcos os conhecimentos sobre semicondutores, e o transistor não havia sido inventado ainda. O século XXI foi marcado por uma evolução tecnológica brutal em todas as áreas e os impactos positivos disso foram vistos no planeta todo. Mais alimentos, informação, saúde, educação e mais empregos e produção. O que veremos até a metade deste século, com o crescimento exponencial de áreas como a robótica e a inteligência artificial, é impossível prever e possivelmente trará um quadro bem diferente.

(Revista Info, agosto 2014. Adaptado.)

Em relação a recursos linguísticos empregados no texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para

as falsas.

( ) A forma verbal tínhamos indica fato ocorrido e concluído no passado, estando no tempo pretérito

perfeito do indicativo.

( ) O termo disso funciona como elemento coesivo retomando o sentido de evolução tecnológica brutal

em todas as áreas.

( ) No fragmento foram vistos no planeta todo, a contração da preposição em com o artigo o estabelece

relação de sentido de lugar.

( ) Em até a metade deste século, o pronome remete a palavra século para o atual, o tempo em que

vivemos.

( ) A forma verbal trará deveria ser pluralizada, pois refere-se à robótica e à inteligência artificial.

Assinale a sequência correta.

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Q535197 Português
O fim dos álbuns de fotografias 

      Quando me pergunto o que deverá desaparecer nos próximos anos, por conta dos avanços tecnológicos que mudam ou suprimem hábitos e valores tradicionais, incluo os álbuns de fotografias. Na verdade, são as fotografias mesmas, aquelas reveladas em papel, que estão desaparecendo para dar lugar às imagens arquivadas num celular ou num computador. Não é mais o tempo que as torna apagadas ou amareladas; é o nosso súbito desinteresse que as remove de vez ao toque de um “delete”. Nem pensar em armazená-las naqueles álbuns de capa dura e folhas de papelão, alguns encadernados em pano, álbuns de família, que se acumulavam em baús ou velhos armários. São monumentos remotos, de um tempo em que a memória ia longe, chegava aos avós e aos bisavós. 
      Pergunto-me se não é a qualidade mesma da nossa memória, do nosso interesse pelas recordações, se não é o valor mesmo da memória que está mudando de forma radical. Parece estar havendo um crescente desprestígio de tudo o que se refere ao passado, ainda quando esse passado seja recente. Com isso, o tempo se reduz ao instante que está passando e ao aguardado amanhã, do qual se exigem novas revelações, novos milagres. Um álbum de fotografias, nessa velocidade, é um objeto de museu, testemunha de tempos mais ingênuos e de imagens paralisadas.
      Enquanto não morrem de vez, ainda me detenho em alguns desses álbuns. Quase sempre são de gosto duvidoso, com capas pretensiosas, ilustradas com flores coloridas, gatinhos meigos, paisagens poéticas e outros mimos. Dentro deles surpreendo a vida que já foi, os olhares que nos apanham em nossa vez de ser modernos. Aí me ocorre que nossas imagens não irão parar em álbuns caprichosos, talvez nem mesmo em arquivos digitais: não estarão em lugar nenhum. É o preço que se paga pelo desapego à memória.

(Vitório Damásio, inédito
Os tempos e modos verbais encontram-se adequadamente articulados na frase:
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Ano: 2015 Banca: FAPERP Órgão: SEMAE Prova: FAPERP - 2015 - SeMAE - Agente Administrativo |
Q534442 Português

                              HÁBITOS SAUDÁVEIS E QUALIDADE DE VIDA


Para um indivíduo ter uma boa qualidade de vida, é fundamental a busca de hábitos saudáveis. Esses, não devem ser feitos esporadicamente, mas sim com frequência (para toda vida). A adoção desses hábitos saudáveis tem por objetivos a manutenção da saúde física e psicológica, aumentando a qualidade de vida.


                                PRINCIPAIS HÁBITOS SAUDÁVEIS:


- Alimentação balanceada, nutritiva e de acordo com as necessidades de cada organismo;


- Prática regular de atividades físicas; - Atividades ao ar livre e contato com a natureza;


- Não ter vícios (álcool, cigarro e outras drogas);


- Buscar se envolver em atividades sociais prazerosas e construtivas;


- Controlar e, na medida do possível, evitar o estresse;


- Valorizar a convivência social positiva;


- Estimular o cérebro com atividades intelectuais (leitura, teatro etc.);


- Buscar ajuda de profissionais da saúde quando apresentar doenças ou problemas psicológicos.


                                                                                     http://www.todabiologia.com/saude/habitos_saudaveis.htm 

Os verbos “buscar”, “controlar”, “valorizar” e “estimular”, presentes no texto, foram empregados no infinitivo. Observe as alternativas abaixo e assinale aquela que contiver a adequada análise da relação forma verbal / flexão de tempo e modo.
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Q532261 Português

    O termo saudade, monopólio sentimental da língua portuguesa, geralmente se traduz em alemão pela palavra “sehnsucht”. No entanto, as duas palavras têm uma história e uma carga sentimental diferentes. A saudade é um sentimento geralmente voltado para o passado e para os conteúdos perdidos que o passado abrigava. Embora M. Rodrigues Lapa, referindo-se ao sentimento da saudade nos povos célticos, empregue esse termo como “ânsia do infinito”, não é esse o uso mais generalizado. Emprega-se a palavra, tanto na linguagem corrente como na poesia, principalmente com referência a objetos conhecidos e amados, mas que foram levados pela voragem do tempo ou afastados pela distância.

    A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o passado como o futuro. Quando usada com relação ao passado, é mais ou menos equivalente ao termo português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores elaborados durante uma longa história de ausências e surgidos em consequência do temperamento amoroso e sentimental do português. Falta à palavra alemã a riqueza etimológica, o eco múltiplo que ainda hoje vibra na palavra portuguesa.

      A expressão “sehnsucht”, todavia, tem a sua aplicação principal precisamente para significar aquela “ânsia do infinito” que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no futuro.

      Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um sentimento do coração envelhecido que relembra os tempos idos, ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da adolescência que, cheia de esperanças e ilusões, vive com o olhar firmado num futuro incerto, mas supostamente prometedor. Ambas as palavras têm certa equivalência no tocante ao seu sentido intermediário, ou seja, à sua ambivalência doce-amarga, ao seu oscilar entre a satisfação e a insatisfação. Mas, como algumas de suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de ação.


  (Adaptado de: ROSENFELD, Anatol. Doze estudos. São Paulo, Imprensa oficial do Estado, 1959, p. 25-27) 

Embora M. Rodrigues Lapa [...] empregue esse termo como “ânsia do infinito”... (1° parágrafo)


O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está empregado em:

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Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: FUNASG - RJ Prova: FUNCAB - 2015 - FUNASG - Psicólogo |
Q530232 Português
133. “Não pensar mais em si” 

         Seria necessário refletir sobre isso seriamente: por que saltamos à água para socorrer alguém que está se afogando, embora não tenhamos por ele qualquer simpatia particular? Por compaixão: só pensamos no próximo — responde o irrefletido. Por que sentimos a dor e o mal-estar daquele que cospe sangue, embora na realidade não lhe queiramos bem? Por compaixão: nesse momento não pensamos mais em nós — responde o mesmo irrefletido. A verdade é que na compaixão — quero dizer, no que costumamos chamar erradamente compaixão — não pensamos certamente em nós de modo consciente, mas inconscientemente pensamos e pensamos muito, da mesma maneira que, quando escorregamos, executamos inconscientemente os movimentos contrário s que restabelecem o equilíbrio, pondo nisso todo o nosso bom senso. O acidente do outro nos toca e faria sentir nossa impotência, talvez nossa covardia, se não o socorrêssemos. Ou então traz consigo mesmo uma diminuição de nossa honra perante os outros ou diante de nós mesmos. Ou ainda vemos nos acidentes e no sofrimento dos outros um aviso do perigo que também nos espia; mesmo que fosse como simples indício da incerteza e da fragilidade humanas que pode produzir em nós um efeito penoso. Rechaçamos esse tipo de miséria e de ofensa e respondemos com um ato de compaixão que pode encerrar uma sutil defesa ou até uma vingança. Podemos imaginar que no fundo é em nós que pensam os, considerando a decisão que tomamos em todos os casos em que podemos evitar o espetáculo daqueles que sofrem, gemem e estão na miséria: decidimos não deixar de evitar, sempre que podemos vir a desempenhar o papel de homens fortes e salvadores, certos da aprovação, sempre que queremos experimentar o inverso de nossa felicidade ou mesmo quando esperamos nos divertir com nosso aborrecimento. Fazemos confusão ao cham ar compaixão ao sofrimento que nos causa um tal espetáculo e que pode ser de natureza muito variada, pois em todos os casos é um sofrimento de que está isento aquele que sofre diante de nós: diz-nos respeito a nós tal como o dele diz respeito a ele. Ora, só nos libertamos desse sofrimento pessoal quando nos entregamos a atos de compaixão. [...] 
NIETZSCHE, Friedrich. Aurora. Trad. Antonio Carlos Braga. São Paulo; 2007, p 104-105
Analise as afirmativas a seguir sobre o fragmento: “O acidente do outro nos toca e faria sentir nossa importância


I. NOS e NOSSA são pronomes adjetivos.

II. Os verbos tocar e fazer estão flexionados no presente do indicativo e no futuro do pretérito,respectivamente

III. A palavra OUTRO , no contexto, é um substantivo


Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):

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Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: CRC-RO Prova: FUNCAB - 2015 - CRC-RO - Contador |
Q529340 Português
Texto para responder à questão.

      A mulher punha-se então a falar, e falava uns cinqüenta minutos sobre as coisas todas que quisera ter e que o homem ruivo não lhe dera, não esquecer aquela viagem para Pocinhos do Rio Verde e o trem prateado descendo pela noite até o mar. Esse mar que, se não fosse o pai (que Deus o tenha!), ela jamais teria conhecido, porque em negra hora se casara com um homem que não prestava para nada, Não sei mesmo onde estava com a cabeça quando me casei com você, Velho.

      Ele continuava com o livro aberto no peito, gostava muito de ler. Quando a mulher baixava o tom de voz, ainda furiosa (mas sem saber mais a razão de tanta fúria), o homem ruivo fechava o livro e ia conversar com o passarinho que se punha tão manso que se abrisse a portinhola poderia colhê-lo na palma da mão. Decorridos os cinqüenta minutos das queixas, e como ele não respondia mesmo, ela se calava, exausta. Puxava-o pela manga, afetuosa, Vai, Velho, o café está esfriando, nunca pensei que nesta idade avançada eu fosse trabalhar tanto assim. O homem ia tomar o café. Numa dessas vezes, esqueceu de fechar a portinhola e quando voltou com o pano preto para cobrir a gaiola (era noite) a gaiola estava vazia. Ele então sentou-se no degrau de pedra da escada e ali ficou pela madrugada, fixo na escuridão. Quando amanheceu, o gato da vizinha desceu o muro, aproximou-se da escada onde estava o homem ruivo e ficou ali estirado, a se espreguiçar sonolento de tão feliz. Por entre o pelo negro do gato desprendeu-se uma pequenina pena amarelo-acinzentada que o vento delicadamente fez voar. O homem inclinou-se para colher a pena entre o polegar e o indicador. Mas não disse nada, nem mesmo quando o menino, que presenciara a cena, desatou a rir, Passarinho burro! Fugiu e acabou aí, na boca do gato!

    Calmamente, sem a menor pressa, o homem ruivo guardou a pena no bolso do casaco e levantou-se com uma expressão tão estranha que o menino parou de rir para ficar olhando. Repetiria depois à Mãe, Mas ele até que parecia contente, Mãe, juro que o Pai parecia contente, juro! A mulher então interrompeu o filho num sussurro, Ele ficou louco.

    Quando formou-se a roda de vizinhos, o menino voltou a contar isso tudo, mas não achou importante contar aquela coisa que descobriu de repente: o Pai era um homem alto, nunca tinha reparado antes como ele era alto. Não contou também que estranhou o andar do Pai, firme e reto, mas por que ele andava agora desse jeito? E repetiu o que todos já sabiam, que quando o Pai saiu, deixou o portão aberto e não olhou para trás.

TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e memória. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 95-97. (Fragmento)


Em “ela jamais teria conhecido” a forma verbal está no:
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Q528921 Português
                             O JORNAL E  SUAS   METAMORFOSES


      Um senhor pega um bonde após comprar o jornal e pô-lo debaixo do braço. Meia hora depois, desce com o mesmo jornal debaixo do mesmo braço.
      Mas já não é o mesmo jornal, agora é um monte de folhas impressas que o senhor abandona Mal fica sozinho na praça, o monte de folhas impressas se transforma outra vez em jornal, até que um rapaz o descobre, o lê, e o deixa transformado num monte de folhas impressas.
      Mal fica sozinho no banco, o monte de folhas impressas se transforma outra vez em jornal, até que uma velha o encontra, o lê e o deixa transformado num monte de folhas impressas. A seguir, leva-o para casa e no caminho aproveita-o para embrulhar um molho de celga*, que é para que servem os jornais após essas excitantes metamorfoses.


                                                                                      CORTÁZAR, Julio. Histórias de Cronópios e de Famas.
                                                                                                    Rio de  Janeiro.Ed.Civilização Brasileira, 1977.



Celga*: uma hortaliça, também chamada de acelga.
O tempo verbal do modo indicativo predominante no texto é, com a devida justificativa, o:
Alternativas
Q528592 Português
                                                                 Afinal, quem é louco?

      Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou oito outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.
    Durante mais de 40 anos passei longe deles. Mas o mundo gira, a lusitana roda e Portugal me entortou um bocado a cabeça. Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando esta loucura semanal.
      O melhor na terapia é chegar antes, alguns minutos, e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera.Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro, ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer daqui a pouco. Ninguém olha para ninguém. O silêncio é uma loucura.
      E eu, como escritor, adoro observar as pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses. Acho que todo escritor gosta deste brinquedo, no mínimo, criativo.
       E a sala de espera de um consultório médico, como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Herman Hesse como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos:
      Na última quarta‐feira, estávamos eu, um crioulinho muito bem vestido, um senhor de uns cinquenta anos e uma velha gorda. Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual era a loucura de cada um deles. Que motivos os teriam trazido até ali? Qual seria o problema de cada um deles? Não foi difícil, porque eu já partia do princípio que todos eram loucos, como eu. Senão não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados. Em si mesmos.
      O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá‐lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o casamento, pensei. (...) Notei que o tênis dele estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro.Podia ser perigoso. Afastei‐me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da sua mala assassina.
      E o senhor de terno preto, gravata, meia e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. (...) Observo as mãos. Roía as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz este meu personagem. Uma hora tirou o lenço, e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Herman Hesse da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. (...)
      Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa! Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. (...) Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem tinha uma prisão de ventre crônica. Tinha cara, também, de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve‐Rainha por ela, se a conhecesse.
      Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu terapeuta. Conto para ele a minha viagem na sala de espera. Ele ri, ri muito, o meu terapeuta:
      – O Ditinho é o nosso office‐boy. O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá do Ipiranga, e passa por aqui uma vez por mês com as novidades. E a gordinha é a dona Dirce, a minha mãe. E você não vai ter alta tão cedo.

                                     (Disponível em: http://marioprata.net/cronicas/afinal_quem‐e‐louco. Adaptado.)
Analise: “... que ele trazia uma mala.” (7º§). Nas frases a seguir, as formas verbais destacadas estão flexionadas em tempos verbais diferentes da frase acima, EXCETO:
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Ano: 2010 Banca: AOCP Órgão: FESF-SUS Prova: AOCP - 2010 - FESF-BA - Enfermeiro - 2 - azul |
Q528549 Português
Cientistas pedem por um 'indicador de biodiversidade'

Cientistas britânicos alertaram para a necessidade de se criar um "barômetro da vida" para prevenir que ecossistemas e espécies sejam extintos. Em artigo publicado na revista Science e citado pela rede britânica BBC, os pesquisadores revelaram que os atuais métodos de identificação de espécies são incompletos: apenas um quadro detalhado permitiria a identificação de áreas e espécies ameaçadas que necessitam de urgente intervenção e proteção.

O estudo é liderado por nomes importantes na questão da conservação como Edward Nilson, da Universidade de Harvard, e Simon Stuart, presidente da União Internacional para a Conservação da Natureza. "Ainda temos conhecimento insignificante sobre as espécies e o andamento da extinção, alguns animais desaparecem antes mesmo de chegarmos a conhecê-los", afirmaram. Atualmente, cerca de dois milhões de espécies estão cadastradas com nomes científicos, mas o número efetivo existente pode exceder os dez milhões, estimam os pesquisadores. O "barômetro" poderia aumentar o número de espécies avaliadas em risco dos atuais 48.000 para até 160.000. "Os cientistas serão mais capazes de preservar ecossistemas na proporção em que terão mais conhecimento sobre as espécies que os compõem", explicaram.

Iniciada há mais de 40 anos, a "lista vermelha" da União Internacional para a Conservação da Natureza é considerada o mais completo banco de dados sobre as espécies em risco de extinção. Contudo, ela ainda é pouco eficiente na cobertura dos ecossistemas marinhos, de água doce e de ambientes áridos. "A composição do 'barômetro' ampliaria o alcance da lista, abrangendo todas as espécies. É isso que buscamos: uma base sólida para a informação global", argumentou o Dr. Stuart.

Apesar dos esforços, os autores dizem ainda não estarem satisfeitos com os resultados e reclamam da velocidade do progresso das pesquisas. "Com o presente investimento levaremos 20 anos para chegarmos ao nosso objetivo", apontaram. "E no atual ritmo de destruição do planeta, isso não é aceitável".

Estima-se que cerca de 60 milhões de dólares seriam necessários para conduzir a pesquisa no tempo desejado, incluindo uma rede global de biólogos ligados ao projeto. "Apenas o 'barômetro' pode, até mesmo sob uma perspectiva econômica, ser o melhor investimento da humanidade", argumentam os pesquisadores.

                                          Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-tecnologi... em 04 abr 2010.


Em “Com o presente investimento levaremos 20 anos para chegarmos ao nosso objetivo"., a forma verbal destacada encontra-se conjugada no
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Q526114 Português

                                            AMOR MENINO


      Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo às colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar a menos.


                    Pe. ANTÔNIO VIEIRA. Sermões. São Paulo, Ed. das Américas, 1957.v.5.p.159-60

AMOR DE LONGO ALCANCE


Durante anos, separados pelo destino, amaram-se a distância. Sem que um soubesse o paradeiro do outro, procuravam-se através dos continentes, cruzavam pontes e oceanos, vasculhavam vielas, indagavam. Bússola da longa busca, levavam a lembrança de um rosto sempre mutante, em que o desejo, incessantemente, redesenhava os traços apagados do tempo.

Já quase nada havia em comum entre aqueles rostos e a realidade, quando, enfim, numa praça se encontraram. Juntos, podiam agora viver a vida com que sempre haviam sonhado.

Porém cedo descobriram que a força do seu passado amor era insuperável. Depois de tantos anos de afastamento, não podiam viver senão separados, apaixonadamente desejando-se. E, entre risos e lágrimas, despediram-se, indo morar em cidades distantes.


COLASSANTI, Marina. Contos de amor rasgados. São Paulo,Círculo do Livro, 1986.p.16.)


Sobre os tempos verbais de ambos os textos, verifica-se que:

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Q525737 Português
PARA REDUZIR RISCOS É PRECISO TER CONTROLE

Para reduzir riscos dentro das empresas e diminuir possíveis problemas com as fiscalizações, as Micro e Pequenas Empresas devem implementar controle de suas atividades administrativas e financeiras, as mais rígidas possíveis: 


1. Organize sua empresa, um nível de organização deve ser mantido dentro da empresa, isso implica em definição clara de cada função e tarefas executadas, controle de estoque e caixa com boletins e relatórios diários e prestações de contas por parte dos responsáveis por esses setores, regras;

2. Controle das senhas, todas as senhas devem ser trocadas no mínimo a cada três meses;

3. Segregar funções, quem controla as contas a pagar ou receber não pode ser responsável por pagamentos / recebimentos;

4. Conferência de Saldos, os saldos bancários e de caixa devem ser conferidos e conciliados diariamente;

5. Motivação, checar periodicamente o índice de satisfação de seus funcionários;

6. Conferência de estoque, efetuar contagem do estoque periodicamente analisando possíveis divergências;

7. Análise nas Despesas, mensalmente analise todas as despesas dando ênfase àquelas com maior oscilação no período;

8. Análise das Compras, realize comparações entre os valores dos produtos adquiridos, pelo setor de compras, com o valor de mercado, verificando a coerência;

9. Confira periodicamente como estão as Certidões Negativas perante os principais órgãos fiscalizadores, esse procedimento evita surpresa;

10. Os pagamentos das Guias de recolhimento de impostos, taxas e contribuições devem ser feitas pela própria empresa, nunca deixe para serem pagos pelos responsáveis pela contabilidade, essa é uma atribuição da empresa. 

“Confira periodicamente como estão as Certidões Negativas perante os principais órgãos fiscalizadores, esse procedimento evita surpresa”.

Nesse segmento, a forma verbal do verbo “conferir” está corretamente grafada; a frase abaixo em que a forma verbal desse mesmo verbo também está correta é:

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Q525638 Português
                                 O grande desastre aéreo de ontem

Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a hélice. E o violinista em que a morte acentuou a palidez, despenhar-se com sua cabeleira negra e seu estradivárius1. Há mãos e pernas de dançarinas arremessadas na explosão. Corpos irreconhecíveis identificados pelo Grande Reconhecedor. Vejo sangue no ar, vejo chuva de sangue caindo nas nuvens batizadas pelo sangue dos poetas mártires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último salto de banhista, mais rápida porque vem sem vida. Vejo três meninas caindo rápidas, enfunadas2, como se dançassem ainda. E vejo a louca abraçada ao ramalhete de rosas que ela pensou ser o paraquedas, e a prima-dona3 com a longa cauda de lantejoulas riscando o céu como um cometa. E o sino que ia para uma capela do oeste, vir dobrando finados pelos pobres mortos. Presumo que a moça adormecida na cabine ainda vem dormindo, tão tranqüila e cega! Ó amigos, o paralítico vem com extrema rapidez, vem como uma estrela cadente, vem com as pernas do vento. Chove sangue sobre as nuvens de Deus. E há poetas míopes que pensam que é o arrebol4.

                                LIMA, Jorge de. Poesia completa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980,2v,v.1 p.237)


1. aportuguesamento para a famosa marca de violinos: Stradivárius

2  .retesadas,infladas,enrijecidas

3. cantora que faz o papel principal em uma ópera. 

4. vermelhidão do nascer ou do pôr do sol. 


Em “E o sino que IA para uma capela do oeste”, o verbo em destaque poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido básico, por uma forma no:
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Q525504 Português
Preconceitos

      Preconceitos são juízos firmados por antecipação; são rótulos prontos e aceitos para serem colados no que mal conhecemos. São valores que se adiantam e qualificam pessoas, gestos, ideias antes de bem distinguir o que sejam. São, nessa medida, profundamente injustos, podendo acarretar consequências dolorosas para suas vítimas. São pré-juízos. Ainda assim, é forçoso reconhecer: dificilmente vivemos sem alimentar e externar algum preconceito. 

     São em geral formulados com um alcance genérico: “o povo tal não presta”, “quem nasce ali é assim”, “música clássica é sempre chata”, “cuidado com quem lê muito” etc. Dispensamnos de pensar, de reconhecer particularidades, de identificar a personalidade própria de cada um. “Detesto filmes franceses”, me disse um amigo. “Todos eles?” − perguntei, provocador. “Quem viu um já viu todos”, arrematou ele, coroando sua forma preconceituosa de julgar. 

      Não confundir preconceito com gosto pessoal. É verdade que nosso gosto é sempre seletivo, mas ele escolhe por um critério mais íntimo, difícil de explicar. “Gosto porque gosto”, dizemos às vezes. Mas o preconceito tem raízes sociais mais fundas: ele se dissemina pelas pessoas, se estabelece sem apelação, e quando damos por nós estamos repetindo algo que sequer investigamos. Uma das funções da justiça institucionalizada é evitar os preconceitos, e o faz julgando com critério e objetividade, por meio de leis. Adotar uma posição racista, por exemplo, não é mais apenas preconceito: é crime. Isso significa que passamos, felizmente, a considerar a gravidade extrema das práticas preconceituosas. 

(Bolívar Lacombe, inédito
A articulação entre os tempos e os modos verbais está adequada na frase:
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Q525384 Português

Eduardo Coutinho, artista generoso


      Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do cineasta Eduardo Coutinho, mestre dos documentários, morto em 2014, está em sua recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo. Em vez de contemplar a distância grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto pessoa por pessoa, surpreendendo-a, surpreendendo-se, surpreendendo-nos. Não lhe dizem nada expressões coletivistas como “os moradores do Edifício”, os “peões de fábrica”, “os sertanejos nordestinos”: os famigerados “tipos sociais”, usualmente enquadrados por chavões, dão lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de quem ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia desse operário que está falando, de repercutir as palavras e os silêncios do morador de um povoado da Paraíba.

      Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela condição singular do outro deveria ser o primeiro passo de toda política. Nem paternalismo, nem admiração prévia, nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo ver e ouvir, para conhecer a história de cada um como um processo sensível e inacabado, não para ajustar ou comprovar conceitos. Sua obsessão pela cena da vida é similar à que tem pela arte, o que torna quase impossível, para ele, distinguir uma da outra, opor personagem a pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. Fazendo dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu como um homem/artista crítico para quem já existe arte encarnada no corpo e suspensa no espírito do outro: fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, apresenta-se, mostra-se, mostra-o, mostra-nos.


                                                                                                         (Armindo Post, inédito

Os tempos e os modos verbais estarão corretamente articulados na frase:
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Respostas
3181: B
3182: C
3183: C
3184: A
3185: D
3186: C
3187: B
3188: C
3189: D
3190: C
3191: B
3192: C
3193: C
3194: A
3195: D
3196: E
3197: C
3198: E
3199: E
3200: C