Questões de Português - Formação das Palavras: Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação para Concurso

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Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: CAERN Prova: IBADE - 2018 - CAERN - Contador |
Q2747158 Português

O ZELADOR DO LABIRINTO


Tem também a história do zelador do labirinto. Todos os dias ele saía de casa cedo, com sua marmita, e entrava no labirinto. Seu trabalho era percorrer todo o labirinto, inspecionando as paredes e o chão, vendo onde precisava um retoque, talvez uma mão de tinta, etc.

Era um homem metódico. Pela manhã, fazia a ronda do labirinto, anotando tudo que havia para ser consertado, depois saía do labirinto, almoçava, descansava um pouquinho, e entrava de novo no labirinto, agora com o material que necessitaria para seu trabalho. Quando não havia nada para ser consertado, ele apenas varria todo o labirinto e, ao anoitecer, ia para casa. Um dia, enquanto fazia a sua ronda , o zelador encontrou um grupo de pessoas apavoradas. Queriam saber como sair dali. O zelador não entendeu bem.

- Como, sair?

- A saída! Onde fica a saída?

- É por ali - apontou o zelador, achando estranha a agitação do grupo.

Mais tarde, no mesmo dia, enquanto varria um dos corredores, o zelador encontrou o mesmo grupo. Não tinham encontrado a saída. Estavam ainda mais apavorados. Alguns choravam. Alguém precisava lhes mostrar a saída! Com uma certa impaciência, o zelador começou a dar a direção. Era fácil.

- Saiam por ali e virem à esquerda. Depois à direita, depois à esquerda outra vez, direita, direita, esquerda .... - Espere! - gritou alguém. - Ponha isso num papel.

Sacudindo a cabeça com divertida resignação, o zelador pegou seu caderno de notas e toco de lápis e começou a escrever.

- Deixa eu ver. Esquerda, direita, esquerda, esquerda ... Hesitou.

- Não, direita. É isso. Direita, direita, esquerda ... Ou direita outra vez?

O zelador atirou o papel e o lápis no chão como se estivesse pegando fogo. Saiu correndo, com todo o grupo atrás. Também estava apavorado. Aquilo era terrível. Ele nunca tinha se dado conta de como aquilo era terrível. Corredores davam para corredores que davam para corredores que davam numa parede. Era preciso voltar pelos mesmos corredores, mas como saber se eram os mesmos corredores? A saída! Onde fica a saída?

A administração do labirinto teve que procurar um novo zelador, depois que o desaparecimento do outro completou um mês. Podia adivinhar o que tinha acontecido. O novo zelador não devia ter muita imaginação. Era preferível que nem soubesse ler e escrever. E em hipótese alguma devia falar com estranhos.


O Zelador do Labirinto. Revista lcaro, 230, RMC Editora, Setembro de 2003, p. 34.Questão 01

"A administração do labirinto teve que procurar um novo zelador, depois que o DESAPARECIMENTO do outro completou um mês."


A palavra em destaque passa por qual processo de formação de palavras?

Alternativas
Q2744702 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 3 a 10.


Nossas cidades têm passados (e presentes) negros


[...]

Existe aquele bairro que surgiu por causa de um grande produtor de café, açúcar ou milho, aquele outro que apareceu quando uma indústria europeia chegou no Brasil e construiu uma pequena vila operária, ou ainda um formado por imigrantes alemães, italianos ou japoneses que chegaram durante ou após as duas Guerras Mundiais. Porém, você já ouviu falar de algum bairro da sua cidade que começou com a população negra após a abolição da escravidão (ou mesmo antes dela)? Não? Mas não existiam negros por aí durante a época das grandes fazendas, da indústria estrangeira ou das Guerras Mundiais?

Provavelmente existiam, mas você não ouviu falar de bairros iniciados por negros e negras porque essa parte da história precisou ser apagada, infelizmente. Isso faz parte da tentativa de embranquecimento da população brasileira e de esquecimento do período mais sombrio da nossa história. Esse apagamento da história preta faz com que muitas vezes negros e negras não se sintam pertencentes a suas cidades, mesmo que seus bisavós, avós e pais tenham construído esses municípios tanto quanto operários europeus e camponeses orientais.

Falando especificamente de São Paulo, os bairros nos quais isso fica mais evidente são o Bixiga e a Liberdade. O primeiro fica bem próximo ao centro da cidade e hoje é conhecido pelos descendentes de imigrantes italianos que ali habitam, além das festas e inúmeros restaurantes de comida típica de várias regiões da Itália existentes por lá. Contudo, quase ninguém sabe que anteriormente esse bairro era chamado de Saracura, uma parte de várzea de um córrego com o mesmo nome, que frequentemente transbordava e gerava alagamentos. No século 19, existiam tantos negros naquela área que o bairro era chamado de “Pequena África”. Já o bairro da Liberdade, atualmente conhecido pela forte cultura oriental em suas ruas e pelos restaurantes japoneses, foi uma grande zona de tortura e cemitério de escravos. E foi por serem regiões com terrenos de baixo custo que, posteriormente, os imigrantes europeus e orientais se alojaram por lá, sendo os cortiços comuns nesses bairros.

O preconceito e a especulação imobiliária após o desenvolvimento de maior infraestrutura nestas regiões afastaram as famílias negras desses espaços centrais, o que as levaram a ocupar as zonas periféricas da cidade, já que a percepção social sobre a população negra não foi modificada, diferentemente do que ocorreu com os imigrantes europeus e orientais, de modo que nunca teve as mesmas oportunidades de exercer funções melhores remuneradas.

Atualmente os bairros com a maior população negra da capital paulistana ficam no extremo de suas zonas leste e sul ou nas pequenas cidades ao redor do município, que formam a chamada zona metropolitana e costumam ser cidades dormitórios. Essa situação não é exclusiva de São Paulo, acontecendo também no Rio de Janeiro, em Brasília e em várias outras cidades do país. É claro que nas periferias ou nas cidades dormitórios moram brancos, mas o fato de existir uma maioria negra nessas localidades não é coincidência.

Desta forma, ao falarmos de esquecimento de bairros negros, podemos falar sob duas perspectivas: o apagamento de negros da construção histórica de bairros tradicionais das mais diversas cidades do Brasil ou da falta de infraestrutura e da aparente falta de memória de alguns governantes quanto a serviços básicos, como saneamento, educação e saúde, nas periferias. Em ambos os casos, o direito de negros e negras em participar ativamente de suas cidades e terem orgulho delas é podado.

Portanto, relembrar as histórias dos bairros construídos por negros em nossas cidades, reconhecendo a importância de pretos e pretas na urbanização e produção de espaços, é uma forma de resistir à lógica racista e dar força aos movimentos que lutam pelo direito de ocupação da cidade por todos os seus cidadãos e reivindicam que os “novos bairros negros” sejam parte integral dos planos das cidades, de forma que não seja negada a eles a infraestrutura e o direito à moradia digna.

[...]

BORGES, Ester. Revista Capitolina. Disponível em: < https://bit.ly/2IJ03zv >. Acesso em: 24 maio 2018 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.

“Isso faz parte da tentativa de embranquecimento da população brasileira [...]”

A palavra destacada foi formada pelo processo de

Alternativas
Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: CAERN Prova: IBADE - 2018 - CAERN - Economista |
Q2744542 Português

O ZELADOR DO LABIRINTO


Tem também a história do zelador do labirinto. Todos os dias ele saía de casa cedo, com sua marmita, e entrava no labirinto. Seu trabalho era percorrer todo o labirinto, inspecionando as paredes e o chão, vendo onde precisava um retoque, talvez uma mão de tinta, etc.

Era um homem metódico. Pela manhã, fazia a ronda do labirinto, anotando tudo que havia para ser consertado, depois saía do labirinto, almoçava, descansava um pouquinho, e entrava de novo no labirinto, agora com o material que necessitaria para seu trabalho. Quando não havia nada para ser consertado, ele apenas varria todo o labirinto e, ao anoitecer, ia para casa. Um dia, enquanto fazia a sua ronda , o zelador encontrou um grupo de pessoas apavoradas. Queriam saber como sair dali. O zelador não entendeu bem.

- Como, sair?

- A saída! Onde fica a saída?

- É por ali - apontou o zelador, achando estranha a agitação do grupo.

Mais tarde, no mesmo dia, enquanto varria um dos corredores, o zelador encontrou o mesmo grupo. Não tinham encontrado a saída. Estavam ainda mais apavorados. Alguns choravam. Alguém precisava lhes mostrar a saída! Com uma certa impaciência, o zelador começou a dar a direção. Era fácil.

- Saiam por ali e virem à esquerda. Depois à direita, depois à esquerda outra vez, direita, direita, esquerda .... - Espere! - gritou alguém. - Ponha isso num papel.

Sacudindo a cabeça com divertida resignação, o zelador pegou seu caderno de notas e toco de lápis e começou a escrever.

- Deixa eu ver. Esquerda, direita, esquerda, esquerda ... Hesitou.

- Não, direita. É isso. Direita, direita, esquerda ... Ou direita outra vez?

O zelador atirou o papel e o lápis no chão como se estivesse pegando fogo. Saiu correndo, com todo o grupo atrás. Também estava apavorado. Aquilo era terrível. Ele nunca tinha se dado conta de como aquilo era terrível. Corredores davam para corredores que davam para corredores que davam numa parede. Era preciso voltar pelos mesmos corredores, mas como saber se eram os mesmos corredores? A saída! Onde fica a saída?

A administração do labirinto teve que procurar um novo zelador, depois que o desaparecimento do outro completou um mês. Podia adivinhar o que tinha acontecido. O novo zelador não devia ter muita imaginação. Era preferível que nem soubesse ler e escrever. E em hipótese alguma devia falar com estranhos.


O Zelador do Labirinto. Revista lcaro, 230, RMC Editora, Setembro de 2003, p. 34.Questão 01

"A administração do labirinto teve que procurar um novo zelador, depois que o DESAPARECIMENTO do outro completou um mês."


A palavra em destaque passa por qual processo de formação de palavras?

Alternativas
Q2744506 Português

Questões de 01 a 05

Texto para as questões 01 a 05

-

Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois, passou por ali a raposa e viu aquele suculento coelhinho, tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se curiosa:

- Coelhinho, o que você está fazendo aí tão concentrado?

- Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho sem tirar os olhos do computador.

- Humm... E qual é o tema da sua tese?

- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.

A raposa ficou indignada:

- Ora! Isso é ridículo! Nós, as raposas, é que somos os predadores dos coelhos!

- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.

O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se uns ruídos indecifráveis e alguns grunhidos de dor e depois o silêncio. Em seguida o coelho volta sozinho e mais uma vez retoma os trabalhos no notebook, como se nada tivesse acontecido.

Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo resolve saber do que se trata, antes de devorar o coelhinho:

- Olá, meu jovem coelho. O que o faz trabalhar tão arduamente?

- Minha tese de doutorado, Sr. Lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os piores predadores naturais dos lobos.

O lobo não se conteve e caiu na gargalhada com a petulância do coelho:

- Ah, ah, ah, ah!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...

- Desculpe-me, mas se você quiser, eu posso apresentar a prova da minha tese. Você gostaria de me acompanhar à minha toca?

O lobo não consegue acreditar na sua sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois, ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta a dedilhar o teclado de seu laptop, como se nada tivesse acontecido...

Dentro da toca do coelho, vê-se uma enorme pilha de ossos ensanguentados e peles de diversas exraposas e, ao lado destas, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a palitar os dentes.

-

MORAL DA HISTÓRIA:

Não importa quão absurdo é o tema de sua tese.

Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico.

Não importa se os seus experimentos nunca chegarem a provar sua teoria.

Não importa nem mesmo se suas ideias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos.

O que importa é quem é o seu orientador.

-

Autor desconhecido

Em relação à formação lexical da palavra ensolarado é correto dizer:

Alternativas
Q2743587 Português

Analise as afirmações e indique a alternativa CORRETA:


I- afiliar, desfavorável e interlocutor são exemplos de palavras formadas por derivação sufixal.

II – boteco, comuna e beijo são exemplos de palavras formadas por derivação regressiva.

III – dessarte, vinagre e planalto são exemplos de palavras formadas por derivação por aglutinação.


Estão CORRETAS as afirmativas:

Alternativas
Respostas
71: B
72: A
73: E
74: A
75: C