Questões de Concurso
Sobre interpretação de textos em português
Foram encontradas 106.098 questões
“Pensaste no sogro e nos cunhados que te esperavam. Estás empapado de crepúsculo, por dentro e por fora. Já é de noite. As noites sempre nascem dentro dos crepúsculos. [...]. As sombras violetas se desfizeram no esterco de morcego da grande noite. A solidão se parece com a morte: região dos caminhos onde vagam os que já morreram e nos deixaram sós. Eles também estarão sós... A morte com seus caminhos de sombra. Os que sentem nos lábios e na língua o silêncio único e profundo da terra. Depois da existência ficam vagando nos lugares por onde se viveu, silenciosamente, as últimas palavras dos que viveram. Depois da existência: quando a lua deixa voarem as borboletas de cinza brumosa... E olhaste devagar: em torno tudo estava vazio, deserto, silencioso, só as estrelas estremeciam. Era noite.” (DICKE, 1995, p.9)
(DICKE, Ricardo Guilherme. Cerimônias do esquecimento. Cuiabá: EDUFMT, 1995).
Com base no trecho extraído da obra de Ricardo Guilherme Dicke, analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta em relação à construção e ao efeito de sentido do texto.
Qual das alternativas abaixo melhor caracteriza o uso da linguagem no trecho apresentado?
A Ética nossa de cada dia Por Rogério Gava
Você vai ao restaurante com a família. Na hora da conta, vê que o garçom se esqueceu de anotar parte do pedido. Dois pratos, na verdade. Cem Reais. O diabinho em seu ombro esquerdo (ou direito, tanto faz, o errado não tem lado) vibra de alegria. De contentamento. De emoção. Que trouxas, vamos aproveitar logo, antes que percebam. Eis, no entanto, que do ombro extremo acena o anjo da boa conduta. Ele lhe diz que isso não vale a pena, pelo único e simples motivo de não ser correto. Afinal, o pessoal do restaurante trabalhou, são pessoas como você, estão aí, ganhando a vida, e não se pode aproveitar das pessoas desonestamente. Não há nenhuma lei que mande você avisar o garçom. Você não será preso se não o fizer. Mas a essência do que denominamos de “ética” reside justamente nesse aspecto crucial: “vedar o que a lei não veda”. Nenhuma lei proíbe o egoísmo, a maldade, o ódio. Ninguém é preso por desejar o mal a outrem. Quem me veda de ser um crápula não é a lei: é a consciência de que isso é desprezível. A verdade é que há coisas que a lei não veda, e que, no entanto, não devemos realizar. “Non omne quod licet honestum est”, já diziam os romanos, ensinando que “nem tudo o que é legal, é honesto”. A ética de um homem deve ser mais exigente do que a legislação. Voltemos ao restaurante: você renuncia .... seu próprio interesse e adverte o garçom sobre o erro. Você se proíbe de levar vantagem. Você impõe limite ao próprio egoísmo. Isso se chama “ética”. Você “perdeu” cem Reais. Com certeza seria ridicularizado por muitos. Que bobalhão! Ao sair do restaurante, você se olha no espelho e fica satisfeito com quem vê. Na verdade, você ganhou muito mais do que o valor que pagou. Ética é generosidade; ética é compaixão. Ética é tolerância. É colocar-se no lugar do outro e enxergar os interesses do todo acima dos seus. É lembrar que, apesar das diferenças e acima delas, estamos todos em um mesmo barco. A ética é a base de nossa sociedade democrática e só o que a mantém razoavelmente possível. Essa ética, nascida no bojo da revolução humanista e que nos aquece até hoje, tem como princípio supremo o respeito pelo outro, o que não é fácil, egoístas que somos por natureza. A ética nos pede um esforço sobre nossos desejos. Quando isso não acontece, instala-se o caos. Veja a corrupção: no Brasil (e em vários países, é bom que se diga sempre) ela grassa. Parece ser um vício universal. A corrupção contamina. Vicia. É nojenta e perniciosa. E o que é a corrupção senão a total falta de ética, de respeito e consideração por aqueles que vão conosco pela estrada? Ética começa em casa. Começa no coração de cada um de nós. A corrupção não mora só nos governos. Na política. Ela mora no dia a dia, na escola, no estacionamento, nas ruas. A ética torna nossa vida em sociedade minimamente possível. Sem ética acabou-se o futuro. Sem ética estaremos no inferno.
(Disponível em: https://www.integracaodaserra.com.br/cronica-rogeriogava-a-etica-nossa-de-cada-dia/ –).
Com base no texto "A Ética nossa de cada dia" de Rogério Gava, analise as seguintes afirmações sobre a ética e sua aplicação no cotidiano e escolha a alternativa que melhor representa a mensagem central do autor.
Qual é a principal mensagem do texto sobre ética e comportamento humano?
“(...)
Isso é isto. Simão Bacamarte achou em si os característicos do perfeito equilíbrio mental e moral; pareceu-lhe que possuía a sagacidade, a paciência, a perseverança, a tolerância, a veracidade, o vigor moral, a lealdade, todas as qualidades enfim que podem formar um acabado mentecapto. Duvidou logo, é certo, e chegou mesmo a concluir que era ilusão; mas sendo homem prudente, resolveu convocar um conselho de amigos, a quem interrogou com franqueza. A opinião foi afirmativa.
— Nenhum defeito? — Nenhum, disse em coro a assembléia. — Nenhum vício? — Nada. — Tudo perfeito? — Tudo. — Não, impossível, bradou o alienista.
Digo que não sinto em mim essa superioridade que acabo de ver definir com tanta magnificência. A simpatia é que vos faz falar. Estudo-me e nada acho que justifique os excessos da vossa bondade. A assembléia insistiu; o alienista resistiu; finalmente o Padre Lopes explicou tudo com este conceito digno de um observador: — Sabe a razão por que não vê as suas elevadas qualidades, que aliás todos nós admiramos? É porque tem ainda uma qualidade que realça as outras: — a modéstia...”
(Machado de Assis)
De acordo com a leitura do texto, identifique qual é a função da linguagem predominante no texto:
Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso. (Fernando Pessoa)
Com base no texto, como Fernando Pessoa caracteriza a literatura em comparação com outras formas de arte?
I. O numeral “primeiro” é classificado como ordinal.
II. O numeral “9.907,5” é classificado como multiplicativo.
Das assertivas, pode-se afirmar que:
I. O Brasil registrou mais de 6,4 milhões de casos prováveis de dengue ao longo de 2024.
II. O coeficiente de incidência da dengue no Distrito Federal foi superior ao de Minas Gerais.
III. A faixa etária de 30 a 39 anos concentrou a maior parte dos casos prováveis de dengue.
Das assertivas, pode-se afirmar que:
I. Em 2024, o Brasil registrou 5.972 mortes causadas pela dengue.
II. A faixa etária de 20 a 29 anos concentrou o maior número de casos prováveis de dengue.
III. São Paulo foi o estado com o maior coeficiente de incidência de dengue no Brasil em 2024.
IV. Entre os casos prováveis de dengue em 2024, 17,3% não tiveram a informação de raça/cor registrada.
Das assertivas, pode-se afirmar que:
Um trecho narrativo moderno diz:
“Preste atenção, meu querido leitor, a este personagem que agora apresento!”
A intervenção do narrador nessa história é do seguinte tipo:
Um conto de Ziraldo começa do seguinte modo:
“O índio da Transamazônica todo dia passava pelas obras, com um menino nas mãos e uns livros debaixo do braço.”
Esse conto se inicia

Todas as frases abaixo mostram um termo sublinhado que retoma um termo anterior (coesão). Assinale a frase em que esse termo anterior está mal identificado.
A causa da inversão de papéis é o desmatamento, agravado por incêndios devastadores sem precedentes. De 1º de janeiro a 9 de setembro, os 82 mil focos de fogo detectados foram o dobro dos mapeados no mesmo período do ano passado. A Amazônia chegou a tal ponto depois de muito descaso com a ocupação desordenada da região onde fica a maior floresta tropical do planeta. É fundamental cobrar do Executivo medidas de combate ao fogo e proteção da floresta. Mas a responsabilidade vai além. Precisa se estender ao Legislativo, onde ainda tramita uma “boiada” de projetos enfraquecendo a lei ambiental. E também ao Judiciário, onde são frequentes casos de leniência com crimes contra a natureza. [...]
Atentados contra o meio ambiente não são crimes de baixo poder ofensivo. E não basta se mobilizar quando o pior já aconteceu. É preciso haver vontade e base jurídica para proteger as florestas. Com a Amazônia e o Pantanal em chamas, o Brasil terá dificuldades de reclamar quando for acusado em fóruns internacionais de ser conivente com a destruição do meio ambiente e de contribuir para o descontrole do clima. Deveríamos, ao contrário, transformar nossos biomas em exemplo de conservação para o planeta. Antes que seja tarde demais.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/opiniao/editorial/coluna/2024/09/leniencia-com-crimes-ambientais-interfere-noclima.ghtml. Acesso em: 14 set. 2024.
Com base na estrutura argumentativa do editorial, conclui-se que o texto