Questões de Concurso Sobre interpretação de textos em português

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Q3157762 Português

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Disponível em: https://instagram.com/mturismo. Acesso em: 21 ago. 2024.



Sobre o uso da variedade linguística no enunciado "O turismo tá estourado!", é INCORRETO afirmar que 

Alternativas
Q3157761 Português
Em 2016, a psicóloga Gésica Bergamini ouviu falar de uma técnica terapêutica alternativa que estava se popularizando: a constelação familiar. Como uma profissional da área, decidiu se atualizar – comprou livros sobre o tema e foi participar de sessões presenciais para entender aquele método alternativo. O que ela ouviu ao ser atendida, porém, não é o que se espera de uma terapia convencional.
É que Gésica tem um filho autista – e o que lhe foi dito em uma sessão de constelação é que a “culpa” disso era dela mesma. O motivo? Ela era uma pessoa que enfrentava ideação suicida, decorrente de transtornos psiquiátricos. “Me disseram que, como eu negava a vida, eu não poderia dar a vida a ele. Eu precisava aceitar a vida e renascer para meu filho se ‘curar’ do autismo”, conta.
Nem é preciso dizer que isso é pura balela: o transtorno do espectro autista resulta do desenvolvimento atípico do cérebro de uma pessoa, tem raízes genéticas e não é “culpa” de alguém, muito menos por razões espirituais. E, claro, não tem cura.
Esse nem foi o maior absurdo que Gésica ouviu naquele dia. Na sessão de outra paciente – as constelações ocorrem em grupo e são abertas, como veremos adiante –, uma mulher relatou que havia sido abusada sexualmente pelo pai. Um homem desconhecido foi chamado para “representar” seu pai naquela sala, e ela foi orientada a se ajoelhar e pedir perdão a ele. “Ela chorava demais e dizia ‘eu não consigo, eu não consigo”’, conta Gésica.
Esse não é um relato isolado. Nos últimos anos, depoimentos de pessoas que passaram por situações vexatórias e humilhantes durante sessões de constelação familiar passaram a aparecer com mais frequência na mídia e nas redes sociais, levantando um debate sobre a validade de sua aplicação. [...]
Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/o-que-e-a-constelacao-familiar-e-quais-sao-seus-perigos. Acesso em: 29 ago. 2024.

Com base nas sequências textuais e na construção argumentativa do fragmento, a estrutura do texto
Alternativas
Q3157759 Português
Ainda hoje, ninguém quer falar sobre isso. Às vezes, desconfiam que se trata de alguma performance – um fingir sofrer por atenção. Às vezes, acham que é falta de alguma coisa em particular que eles mesmos já descobriram o que é – de emprego, de algum deus, de tempo ao ar livre, de correr na esteira.
E no geral, acham que é só desagradável de comentar mesmo. Algo que deveria ser evitado não só como sentimento, mas como assunto. Porque falar sobre é negatividade. Focar no problema, dizem, é parte do problema.
É assim que se constrói o tabu sobre saúde mental. Uma receita que mistura máximas redutivas, achismos superficiais, experiências pessoais convertidas em regras, a famosa pressão por expressar positividade e uma boa dose de preconceito.
É bem verdade que tudo carrega nuances. Sim, existe uma cultura de performance e até de romantização do sofrimento mental, principalmente nas redes sociais. Sim, passear ao ar livre e fazer exercícios físicos pode fazer bem para sua cabeça. E sim, tem gente que reclama demais mesmo, o tempo todo e para todo mundo, desconsiderando que o ouvido dos outros não é um penico.
Mas sim, é verdade também que o sofrimento mental existe. É verdade que se trata de um problema frequentemente complexo que não vai ser resolvido com alguma receita de bolo. E é verdade também que evitar falar sobre isso não ajuda a ninguém.
Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/em-primeira-pessoa/cresci-em-uma-familia-marcada-por-transtornos-mentais/. Acesso em: 14 set. 2024.

As expressões em destaque no trecho contribuem para a argumentação ao
Alternativas
Q3157758 Português
[...] Esse (mau) hábito alimentar também está relacionado a depressão, ansiedade e declínio cognitivo, como apontou um relatório (4) produzido pela ONG americana Sapien Labs.
Ao avaliar a rotina alimentar e o estado de saúde de quase 300 mil pessoas em 70 países, ela concluiu que 53% das pessoas que se alimentam de ultraprocessados várias vezes ao dia relatam sofrer de problemas relacionados à saúde mental – contra 18% dos entrevistados que raramente procuram por este tipo de comida. [...]
Essa análise apontou que a maior ingestão de ultraprocessados está associada a um aumento de 50% no risco de morte por doenças cardiovasculares, de 48% a 53% mais risco de desenvolver transtornos mentais, e 12% mais probabilidade de sofrer diabetes tipo 2.
Tem mais. Os ultraprocessados causam 57 mil mortes prematuras por ano no Brasil, como estima um estudo (6) elaborado por pesquisadores da USP, da Fiocruz, da Unifesp e da Universidade de Santiago (Chile).
É isso mesmo. Eles matam mais gente, a cada ano, do que os acidentes de trânsito (que vitimam em torno de 30 mil pessoas), ou os homicídios (39.500 mortes no ano passado). [...]
Disponível em: https://super.abril.com.br/saude/a-ameaca-dos-ultraprocessados/. Acesso em: 30 ago. 2024.

No trecho destacado, a argumentação mobilizada no texto é reforçada ao
Alternativas
Q3157757 Português
[...] Comece sua jornada com uma nota positiva, fazendo um exercício de visualização na manhã antes de partir. Lauren Lauterbach e Courtney Cunningham, especialistas em cristais e cofundadoras da Moon & Stone, recomendam reservar dez minutos para visualizar toda a viagem se desenrolando perfeitamente – desde o momento em que você tranca a porta de casa até o seu retorno. Concentre-se em visualizar cenas, cheiros e sentimentos positivos. Esse ensaio mental não só prepara você para a viagem, como também alinha suas expectativas a resultados positivos, criando o cenário para a experiência desejada. [...]
Karam defende a prática diária de afirmações e gratidão. Comece cada dia da sua viagem afirmando que apenas boas vibrações estão a caminho e visualize seu dia cheio de alegria e interações pacíficas. Agradeça antecipadamente pelas experiências maravilhosas que você espera ter e, ao final da viagem, agradeça ao local que te acolheu. Essa prática não só melhora positivamente a sua experiência de viagem, como também atrai mais sorte, abrindo caminho para futuras aventuras cheias de alegria.
Disponível em: https://forbes.com.br/forbeslife/2024/09/5-dicas-para-superar-a-ansiedade-de-viajar-segundo-especialistas/. Acesso em: 14 set. 2024.

Ao observar a organização textual do fragmento, percebe-se que a estrutura empregada visa predominantemente
Alternativas
Q3157756 Português
A ironia é que procrastinar exige energia, mas seus esforços estão indo na direção errada. Você não é exatamente preguiçoso, porque está sendo produtivo em outra coisa. Você sabe que não está focado nas suas prioridades e que está fazendo algo contra a consciência do seu “cérebro pensante”, mas mesmo assim adia o que tem de ser feito. Evitar isso amplifica a ansiedade quanto mais perto você chega do prazo. Então, por que nos torturamos desse jeito?
Especialistas sugerem que a procrastinação está frequentemente associada à autorregulação emocional. É comum que sentimentos negativos ligados a determinadas tarefas nos impeçam de concluir o que precisamos fazer.
Na ausência de ansiedade, normalmente aproveitamos a oportunidade para fazer aquilo que nos entusiasma. Se você teme responder a uma caixa de e-mails cheia, é mais provável que adie essa tarefa. Mas se você está ansioso para ir à praia, vai querer ir o mais rápido possível.
Disponível em: https://forbes.com.br/carreira/2024/09/procrastinacao-como-parar-de-adiar-tarefas-e-fazer-o-quedeve-ser-feito/. Acesso em: 15 set. 2024.

No trecho em negrito, a comparação entre os dois comportamentos tem o efeito de
Alternativas
Q3157755 Português
A concessão de bolsas em colégios de elite para alunos de baixa renda é importante ferramenta para a diminuição de desigualdades.
Mas a conquista dessa oportunidade é só o primeiro obstáculo a ser superado. Após a matrícula, surgem outros, baseados em diferenças sociais. O suicídio de um bolsista que havia contado sofrer discriminação numa escola paulistana, em agosto, acendeu o debate sobre o tema.
A Folha ouviu relatos em outras escolas que incluem desde manifestações indiretas de preconceito até as mais explícitas.
Alunos que não pagam mensalidade apontam limitações na socialização, como não serem convidados para festas ou terem sua vestimenta criticada. O problema se agrava com piadas e apelidos discriminatórios sobre a situação econômica dos bolsistas, e até sobre raça e sexualidade.
Além do bullying, presencial e online, há reclamações sobre a estrutura de ensino.
Algumas instituições ofertam aulas apenas à noite para os bolsistas – que não podem entrar na escola antes do horário das aulas – ou em prédios separados. Uma aluna contou que até competições esportivas eram separadas entre os que pagavam e os que não pagavam mensalidade. [...]
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2024/09/preconceito-contra-bolsistas-vem-a-tona.shtml. Acesso em: 09 set. 2024.

Com base nas características do gênero discursivo, a sequência textual que predomina no texto apresentado é
Alternativas
Q3157754 Português
A crônica em forma de diálogo leva o título "Como fazer amor" e a assinatura de "Gabriel García Márquez". Não admira que, com credenciais tão chamativas, circule há semanas pelas redes, compartilhada com sucesso sempre garantido.
"Ah, só podia ser o nosso Gabo!", "Nossa, amo Gabriel García Márquez", "Quanta sensibilidade, perfeito!", "Só mesmo a literatura pra nos trazer tanta verdade humana" são alguns dos comentários que o texto vem suscitando.
Até aí, podia ser uma história bonita: as reflexões de um grande escritor morto sobre o amor continuam a comover leitores no mundo digital, tirando-os do embotamento do dia a dia. Não é inspirador?
Mais do que isso, uma prova de que, mesmo enamorada outra vez do fascismo e à beira de uma catástrofe ambiental sem precedentes, a velha humanidade ainda nos permite ter alguma esperança, certo?
Errado. O sucesso feito por "Como fazer amor" é parte do problema e não da solução. García Márquez é tão autor dessa crônica quanto eu escrevi um romance chamado "Cem Anos de Solidão".
Como eu sei disso? Entre incontáveis razões, porque o escritor colombiano ia preferir encarar um pelotão de fuzilamento a escrever uma frase como "tocar-nos com a ternura dócil de uma carícia que se expanda docemente até morrer num abraço", pérola de pieguice que no tal diálogo tem como resposta "Ai, que lindo". [...]
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergio-rodrigues/2024/09/a-era-de-ouro-do-analfabetismo-critico.shtml. Acesso em: 08 set. 2024.

No trecho negritado, e no parágrafo que se segue, o autor emprega uma estratégia argumentativa que tem como efeito principal
Alternativas
Q3157727 Português

AS QUESTÕES SE REFEREM AO TEXTO A SEGUIR.


Sobre pizzas e vacas


Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos


Jaime Pinsky — Historiador e escritor, professor titular aposentado da Unicamp | 05/01/2025  


Fim de ano é aquele período em que a roupa começa a encolher, dizia minha mãe, rindo de suas amigas ao ouvi-las reclamar que não era justo existir um mês em que se come muito (dezembro), seguido de outro (janeiro, férias escolares) em que se coloca roupa de banho e os quilos adquiridos se revelam de modo inequívoco. Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos. A cultura da pizza, comida encarregada de resolver o problema de grande parte dos habitantes deste planeta, é um exemplo de como uma generalização superficial pode estar equivocada. Claro, pois a pizza, ao que tudo indica, não é a melhor representação gastronômica da Itália, mesmo porque sua origem está na Índia ou no Oriente Médio, já que é nessas regiões do planeta em que o pão tem esse formato, redondo e chato, provável inspiração dos inventores da pizza. 

O mais fascinante, contudo, é a hipótese de um sociólogo brasileiro, já falecido, Gabriel Bolaffi, para o qual a pizza era um produto consumido apenas no sul da península, e sua expansão pela Itália toda teve a ver com a invasão dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados ianques, à medida que avançavam para o norte, solicitavam aqueles discos práticos e saborosos, mas que não eram produzidos em outras regiões. Como os soldados tinham apetite, dólares e armas, donos de bares e pequenos restaurantes trataram de preparar as próprias pizzas, para alegria dos americanos. Assim, graças aos soldados estrangeiros, a pizza deixou de ser uma comida regional e tornou-se um verdadeiro símbolo nacional. Com a volta dos exércitos vencedores ao continente americano, a pizza tornou-se uma necessidade gastronômica também nos Estados Unidos, devidamente adaptada ao duvidoso gosto dos "gringos", que a devoram em pé, na rua, sem o uso de talheres, acompanhada de refrigerante em vez de vinho e preparada com queijo com sabor de plástico... Mas, de qualquer forma, baseada naquela encontrada pelos soldados em solo italiano.  

O fato é que "comidas típicas" não são tão típicas assim, mas, por se apresentarem como tal, representam com dignidade, maior ou menor, seus supostos criadores. As famosas alheiras portuguesas, por exemplo, foram criadas por necessidade, não por prazer, alegria ou fome. Conta-se que o governo português, aliado da Igreja, desconfiava das pessoas que não comiam linguiça — provável indício de que mantinham clandestinamente práticas judaicas ou muçulmanas. Portugal, é importante ressaltar, estava preocupado em fazer uma espécie de "limpeza religiosa", acabando com resquícios não cristãos na sua população (século 16). E o governo morria de medo de avanços econômicos que pudessem ameaçar a estrutura de poder arcaica existente. Os judeus consumiam as alheiras e ostentavam fileiras de carne de aves e legumes temperados com alho para mostrar sua suposta adesão ao cristianismo quando, na verdade, não passavam de cristãos novos mal resolvidos, que tinham nojo da carne de porco, mas fingiam comê-la para não serem executados nas fogueiras da Inquisição e do retrógrado governo lusitano após terríveis torturas. Assim teria surgido essa linguiça sem carne de porco …

Vindo para o nosso continente, vale a pena recordar a história que o jornalista Ariel Palácios nos conta sobre a carne de vaca, símbolo gastronômico dos nossos vizinhos, em seu delicioso livro “Os argentinos”. Para início de conversa, Ariel nos lembra que a vaca não é argentina, nem sequer americana, mas foi trazida para a Argentina, via Brasil, várias décadas após a chegada de Cabral. Durante anos, os bovinos passearam sossegados entre os Andes e o Atlântico, sem que suas virtudes alimentícias fossem percebidas. Só então a vaca se tornaria um verdadeiro símbolo nacional. Segundo Palacios, os argentinos estão dispostos até a discutir se Pelé foi melhor do que Maradona, mas não admitem colocar em questão a superioridade de suas vacas. Para dizer a verdade, e que me perdoem os ótimos criadores que temos no Brasil, muitos brasileiros, como eu, concordam com eles.


PINSKY, Jaime. Sobre pizzas e vacas. Correio Braziliense, 05 de janeiro de 2025. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7026305-sobrepizzas-e-vacas.html. Acesso em: 05 jan. 2025. Adaptado.

 

Em qual dos trechos a seguir a palavra ou a expressão sublinhada NÃO veicula uma opinião do autor do texto?
Alternativas
Q3157725 Português

AS QUESTÕES SE REFEREM AO TEXTO A SEGUIR.


Sobre pizzas e vacas


Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos


Jaime Pinsky — Historiador e escritor, professor titular aposentado da Unicamp | 05/01/2025  


Fim de ano é aquele período em que a roupa começa a encolher, dizia minha mãe, rindo de suas amigas ao ouvi-las reclamar que não era justo existir um mês em que se come muito (dezembro), seguido de outro (janeiro, férias escolares) em que se coloca roupa de banho e os quilos adquiridos se revelam de modo inequívoco. Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos. A cultura da pizza, comida encarregada de resolver o problema de grande parte dos habitantes deste planeta, é um exemplo de como uma generalização superficial pode estar equivocada. Claro, pois a pizza, ao que tudo indica, não é a melhor representação gastronômica da Itália, mesmo porque sua origem está na Índia ou no Oriente Médio, já que é nessas regiões do planeta em que o pão tem esse formato, redondo e chato, provável inspiração dos inventores da pizza. 

O mais fascinante, contudo, é a hipótese de um sociólogo brasileiro, já falecido, Gabriel Bolaffi, para o qual a pizza era um produto consumido apenas no sul da península, e sua expansão pela Itália toda teve a ver com a invasão dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados ianques, à medida que avançavam para o norte, solicitavam aqueles discos práticos e saborosos, mas que não eram produzidos em outras regiões. Como os soldados tinham apetite, dólares e armas, donos de bares e pequenos restaurantes trataram de preparar as próprias pizzas, para alegria dos americanos. Assim, graças aos soldados estrangeiros, a pizza deixou de ser uma comida regional e tornou-se um verdadeiro símbolo nacional. Com a volta dos exércitos vencedores ao continente americano, a pizza tornou-se uma necessidade gastronômica também nos Estados Unidos, devidamente adaptada ao duvidoso gosto dos "gringos", que a devoram em pé, na rua, sem o uso de talheres, acompanhada de refrigerante em vez de vinho e preparada com queijo com sabor de plástico... Mas, de qualquer forma, baseada naquela encontrada pelos soldados em solo italiano.  

O fato é que "comidas típicas" não são tão típicas assim, mas, por se apresentarem como tal, representam com dignidade, maior ou menor, seus supostos criadores. As famosas alheiras portuguesas, por exemplo, foram criadas por necessidade, não por prazer, alegria ou fome. Conta-se que o governo português, aliado da Igreja, desconfiava das pessoas que não comiam linguiça — provável indício de que mantinham clandestinamente práticas judaicas ou muçulmanas. Portugal, é importante ressaltar, estava preocupado em fazer uma espécie de "limpeza religiosa", acabando com resquícios não cristãos na sua população (século 16). E o governo morria de medo de avanços econômicos que pudessem ameaçar a estrutura de poder arcaica existente. Os judeus consumiam as alheiras e ostentavam fileiras de carne de aves e legumes temperados com alho para mostrar sua suposta adesão ao cristianismo quando, na verdade, não passavam de cristãos novos mal resolvidos, que tinham nojo da carne de porco, mas fingiam comê-la para não serem executados nas fogueiras da Inquisição e do retrógrado governo lusitano após terríveis torturas. Assim teria surgido essa linguiça sem carne de porco …

Vindo para o nosso continente, vale a pena recordar a história que o jornalista Ariel Palácios nos conta sobre a carne de vaca, símbolo gastronômico dos nossos vizinhos, em seu delicioso livro “Os argentinos”. Para início de conversa, Ariel nos lembra que a vaca não é argentina, nem sequer americana, mas foi trazida para a Argentina, via Brasil, várias décadas após a chegada de Cabral. Durante anos, os bovinos passearam sossegados entre os Andes e o Atlântico, sem que suas virtudes alimentícias fossem percebidas. Só então a vaca se tornaria um verdadeiro símbolo nacional. Segundo Palacios, os argentinos estão dispostos até a discutir se Pelé foi melhor do que Maradona, mas não admitem colocar em questão a superioridade de suas vacas. Para dizer a verdade, e que me perdoem os ótimos criadores que temos no Brasil, muitos brasileiros, como eu, concordam com eles.


PINSKY, Jaime. Sobre pizzas e vacas. Correio Braziliense, 05 de janeiro de 2025. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7026305-sobrepizzas-e-vacas.html. Acesso em: 05 jan. 2025. Adaptado.

 

Quais foram as principais estratégias argumentativas adotadas pelo articulista para explicitar os dados sobre pratos típicos dos países citados? 
Alternativas
Q3157724 Português

AS QUESTÕES SE REFEREM AO TEXTO A SEGUIR.


Sobre pizzas e vacas


Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos


Jaime Pinsky — Historiador e escritor, professor titular aposentado da Unicamp | 05/01/2025  


Fim de ano é aquele período em que a roupa começa a encolher, dizia minha mãe, rindo de suas amigas ao ouvi-las reclamar que não era justo existir um mês em que se come muito (dezembro), seguido de outro (janeiro, férias escolares) em que se coloca roupa de banho e os quilos adquiridos se revelam de modo inequívoco. Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos. A cultura da pizza, comida encarregada de resolver o problema de grande parte dos habitantes deste planeta, é um exemplo de como uma generalização superficial pode estar equivocada. Claro, pois a pizza, ao que tudo indica, não é a melhor representação gastronômica da Itália, mesmo porque sua origem está na Índia ou no Oriente Médio, já que é nessas regiões do planeta em que o pão tem esse formato, redondo e chato, provável inspiração dos inventores da pizza. 

O mais fascinante, contudo, é a hipótese de um sociólogo brasileiro, já falecido, Gabriel Bolaffi, para o qual a pizza era um produto consumido apenas no sul da península, e sua expansão pela Itália toda teve a ver com a invasão dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados ianques, à medida que avançavam para o norte, solicitavam aqueles discos práticos e saborosos, mas que não eram produzidos em outras regiões. Como os soldados tinham apetite, dólares e armas, donos de bares e pequenos restaurantes trataram de preparar as próprias pizzas, para alegria dos americanos. Assim, graças aos soldados estrangeiros, a pizza deixou de ser uma comida regional e tornou-se um verdadeiro símbolo nacional. Com a volta dos exércitos vencedores ao continente americano, a pizza tornou-se uma necessidade gastronômica também nos Estados Unidos, devidamente adaptada ao duvidoso gosto dos "gringos", que a devoram em pé, na rua, sem o uso de talheres, acompanhada de refrigerante em vez de vinho e preparada com queijo com sabor de plástico... Mas, de qualquer forma, baseada naquela encontrada pelos soldados em solo italiano.  

O fato é que "comidas típicas" não são tão típicas assim, mas, por se apresentarem como tal, representam com dignidade, maior ou menor, seus supostos criadores. As famosas alheiras portuguesas, por exemplo, foram criadas por necessidade, não por prazer, alegria ou fome. Conta-se que o governo português, aliado da Igreja, desconfiava das pessoas que não comiam linguiça — provável indício de que mantinham clandestinamente práticas judaicas ou muçulmanas. Portugal, é importante ressaltar, estava preocupado em fazer uma espécie de "limpeza religiosa", acabando com resquícios não cristãos na sua população (século 16). E o governo morria de medo de avanços econômicos que pudessem ameaçar a estrutura de poder arcaica existente. Os judeus consumiam as alheiras e ostentavam fileiras de carne de aves e legumes temperados com alho para mostrar sua suposta adesão ao cristianismo quando, na verdade, não passavam de cristãos novos mal resolvidos, que tinham nojo da carne de porco, mas fingiam comê-la para não serem executados nas fogueiras da Inquisição e do retrógrado governo lusitano após terríveis torturas. Assim teria surgido essa linguiça sem carne de porco …

Vindo para o nosso continente, vale a pena recordar a história que o jornalista Ariel Palácios nos conta sobre a carne de vaca, símbolo gastronômico dos nossos vizinhos, em seu delicioso livro “Os argentinos”. Para início de conversa, Ariel nos lembra que a vaca não é argentina, nem sequer americana, mas foi trazida para a Argentina, via Brasil, várias décadas após a chegada de Cabral. Durante anos, os bovinos passearam sossegados entre os Andes e o Atlântico, sem que suas virtudes alimentícias fossem percebidas. Só então a vaca se tornaria um verdadeiro símbolo nacional. Segundo Palacios, os argentinos estão dispostos até a discutir se Pelé foi melhor do que Maradona, mas não admitem colocar em questão a superioridade de suas vacas. Para dizer a verdade, e que me perdoem os ótimos criadores que temos no Brasil, muitos brasileiros, como eu, concordam com eles.


PINSKY, Jaime. Sobre pizzas e vacas. Correio Braziliense, 05 de janeiro de 2025. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7026305-sobrepizzas-e-vacas.html. Acesso em: 05 jan. 2025. Adaptado.

 

Segundo as informações do texto,  
Alternativas
Q3157672 Português
Assinale o tipo textual que apresenta as seguintes características: “fazer o enunciatário agir conforme do enunciador, que dialoga com o enunciatário, especificando o que ele deve fazer, enumerando ações subsequentes. Daí o uso de imperativo (ou forma atenuadora, como infinitivo).
Alternativas
Q3157671 Português
Em relação os tipos textuais, como os textos são classificados?
Alternativas
Q3157669 Português
Ao analisar os elementos que contribuem para a produção de textos, Antunes destaca a importância da coesão. As afirmativas posteriores trazem alguns conceitos e aspectos relagivos à coesão. Destaque a alternativa que traz um aspecto que não se aplica à coesão textual.
Alternativas
Q3157655 Português
A linguagem possui uma série de funções, como as destacadas a seguir. Dentre elas, qual tem por intuito estabelecer relação com o receptor da mensagem?
Alternativas
Q3157653 Português
Conforme a tipologia textual, como são classificados resenha, ensaio e editorial?
Alternativas
Q3157573 Português
[...] Em língua inglesa, utiliza-se firehosing, expressão derivada de “mangueira de incêndio”, quando se quer fazer referência à “disseminação de uma informação, que pode ser mentirosa, em um fluxo constante, repetitivo, rápido e em larga escala.” (MELLO, 2020). Destacamos nessa alegoria dois aspectos que parecem relevantes numa reflexão sobre informações verdadeiras, falsas ou enganosas, num contexto digital em que práticas sociais de leitura e de escrita são levadas em conta: (1) devido ao amplo alcance e à vazão da “mangueira de incêndio” – em razão, portanto, dos modos de circulação, disseminação, propagação e compartilhamento na internet –, o “bombeiro” – um produtor/criador de conteúdo de internet – pode manter uma distância do local onde se encontra o incêndio – dito de outro modo, o produtor/criador pode manter anonimato e não ser identificado, tampouco responsabilizado pela produção textual e pelas consequências de sua disseminação –; (2) mangueiras contra incêndio potencializam o jato d’água, com alta pressão e velocidade, numa ampla cobertura de área – com essa força, celeridade e abrangência, o leitor, usuário direto ou indireto de mídias digitais, é o alvo a ser atingido [...].
Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/27640/18964. Acesso em: 17 set. 2024.

No texto acima, as autoras utilizam metáforas como recursos persuasivos a demarcar, sobretudo,
Alternativas
Q3157572 Português
“[...] Todo texto pertence a algum gênero textual. Gêneros são padrões sociais de uso da língua, determinados principalmente por seus objetivos comunicativos. É esse objetivo comunicativo que determina o estilo de linguagem de cada texto, incluindo “correção gramatical e ortográfica”. O anúncio de classificados é um gênero e tem como propósito comunicativo central apresentar ao leitor um produto a venda. Linguisticamente, nesses textos, é comum a omissão das marcas de coesão, já que eles surgem nos jornais impressos e, nesses veículos, o valor do anúncio é cobrado por caracteres. [...]
Um bom texto, portanto, resulta de um processo de textualização e cumpre bem o objetivo comunicativo do gênero ao qual pertence. Um bom texto não é aquele que tem “correção gramatical e ortográfica”. Da mesma forma, não existe uma pessoa que “escreve bem”, genericamente. Pessoas produzem bem e com facilidade textos em gêneros com os quais estão familiarizadas, conforme suas necessidades comunicativas. [...]”
Disponível em: http://www.roseta.org.br/2020/08/26/a-formula-magica-para-o-texto-perfeito-so-que-nao/. Acesso em: 15 set 2024.

No excerto acima, defende-se que um bom texto
Alternativas
Q3157571 Português
     A Inteligência Artificial (IA) está no centro de muitas discussões atuais, e em diversas reuniões e eventos em que participo, observo que especialistas frequentemente recorrem a analogias para esclarecer suas perspectivas sobre essa tecnologia. Uma das mais comuns é compará-la a uma ferramenta. [...] Com essa lógica em mente, proponho uma analogia própria: a IA é como um automóvel. [...] Meu ponto é que ambos exigem uma compreensão profunda de seus impactos para garantir que seus benefícios sejam acessíveis e seus riscos minimizados. Portanto, ambos exigem qualificação. Um motorista não qualificado se torna um risco para si e para os outros, aumentando o perigo de acidentes. De modo semelhante, quem utiliza IA precisa entender os fundamentos da tecnologia, incluindo a forma como os modelos são treinados, a avaliação dos resultados e as questões éticas envolvidas. Em ambos os casos, os impactos negativos afetam não apenas indivíduos, mas também a sociedade como um todo. Assim como aprender a dirigir requer prática e atualização constante, utilizar a IA de forma responsável demanda formação contínua; exige mais esforço e conhecimento, e não menos.
Disponível em: https://jornal.usp.br/artigos/automatus-analogia-de-ia-para-o-uso-responsavel/. Acesso em 29 nov. 2024.

No trecho do artigo de opinião, a Inteligência Artificial (IA) é
Alternativas
Q3157570 Português
“[...] A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout são estratégias que diminuam o estresse e a pressão no trabalho. Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início. As principais formas de prevenir a Síndrome de Burnout são:

 Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;
 Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;
 Faça atividades que "fujam" à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema;
 Evite o contato com pessoas "negativas", especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;
 Converse com alguém de confiança sobre o que se está sentindo;
 Faça atividades físicas regulares. Pode ser academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação etc;
 Evite consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, porque só vai piorar a confusão mental;
Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica. [...]”

Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-deburnout#:~:text=A%20S%C3%ADndrome%20de%20Burnout%20envolve,indicar%20o%20in%C3%ADcio%20da%20do en%C3%A7a. Acesso em: 15 set. 2024.

O texto traz uma lista de sugestões a partir das quais conclui-se que
Alternativas
Respostas
881: B
882: A
883: D
884: B
885: C
886: D
887: A
888: B
889: B
890: B
891: D
892: E
893: C
894: B
895: D
896: B
897: A
898: C
899: B
900: C