Questões de Concurso
Sobre intertextualidade em português
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INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda a questão, que a ele se refere.
Texto 01
A borboleta azul que desfila sobre o concreto da cidade
Kaká Werá
No turbilhão de concreto e asfalto que é São Paulo, onde a pressa dita o ritmo frenético das horas e os ruídos dos motores abafam qualquer suspiro de natureza, eis que surge um intruso inesperado: uma borboleta azul.
Não, não é um devaneio primaveril, tampouco uma ilusão de ótica. É real. Uma borboleta azul, resplandecente em sua singularidade, desafia a monotonia do cinza urbano.
É como se um pedaço do céu tivesse se desprendido e decidido dançar entre os carros engarrafados, deslizando entre os edifícios impessoais que se erguem como muralhas de concreto.
Onde não há verde, onde não se avistam parques ou jardins, e onde até mesmo as sacadas dos prédios se mostram despidas de vida vegetal, ali ela está, a borboleta azul, um paradoxo ambulante na selva de pedra.
Preso em minha própria rotina, questiono a origem e a missão desse ser com um par de azul na forma de asas. De onde teria vindo? Para onde se dirige?
Será que, em meio ao caos e à melhoria da metrópole, ela busca algo além do simples sobreviver? Seria sua missão deixar um rastro de cor e beleza na vastidão monocromática da selva urbana?
Enquanto o trânsito avança a passos lentos, a borboleta mantém o voo solitário, independente da frenética ao seu redor. Dessa forma, seu azul brilhante é uma pequena nota de esperança em um cenário, muitas vezes, desolador.
Assim, enquanto as buzinas e as sirenes ecoam pelas ruas, a borboleta azul segue seu curso, talvez sem destino definido.
Mas certamente deixando para trás uma marca indelével da beleza efêmera que pode florescer até nos ambientes mais inóspitos.
Talvez, só talvez, ela seja a própria poesia em voo, uma lembrança de que, mesmo no coração da cidade, a natureza encontra uma maneira de se fazer presente.
Essa suave visita me lembrou, por associação, um poema de Carlos Drummond de Andrade, chamado A flor e a náusea.
Em determinado momento, o poeta se espanta com uma flor que brotou por uma fresta em uma calçada áspera e cinzenta.
Admirado, ele escreve: “[G] uma flor nasceu na rua. Passem de longe bondes, ônibus, rio de aço do trânsito. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garantam que uma flor nasceu”.
No meu caso, garanto que uma borboleta azul, como por exemplo as que povoam jardins encantados, driblou em voo o trânsito opaco da rotina da cidade.
Disponível: vidasimples.co/colunista/a-borboleta-azul-que-desfila-sobre-o-concreto-da-cidade/. Acesso em: 4 jun. 2024.
Analise os itens a seguir, tendo em vista os recursos de expressão presentes na construção do texto.
I- Intertextualidade.
II- Subjetividade.
III- Exemplificação.
IV- Interrogação.
V- Injunção.
Estão CORRETOS os itens
Analise a imagem a seguir:
Considerando os sentidos negociados no texto/imagem, em que consta um isqueiro com a imagem da cantora/compositora Adriana Calcanhotto, acompanhada da frase “Devolva-me”, assinale a alternativa com a análise CORRETA.
Quis gravar “Amor” No tronco de um velho freixo: “Marília” escrevi.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.)
Assinale a afirmativa que corretamente explicita o conceito de pastiche, utilizado no “Haicai tirado de uma falsa lira de Gonzaga”.
(Disponível em: exame.com/esporte/delegacao-paralimpica-do-brasil-tem-recorde-de-atletas-beneficiarios-dobolsa-atleta/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
TEXTO VI
Adaptado de SAVIOLI; FIORIN, 1995.p. 20.
I. A intertextualidade ocorre quando um texto está inserido em outro texto. II. Por meio da intertextualidade, a referência de um texto que faz parte da memória social de uma coletividade pode ser recuperada. III. A intertextualidade mantém a mesma configuração e objetivo do texto fonte. IV. Como condição de existência, a intertextualidade está presente em todos os textos.
É correto o que se afirma somente em
Observe a figura a seguir.
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/483714816224363750/>. Acesso
em: 04 set. 2024.
A leitura das duas representações presentes na questão
permite afirmar que a intertextualidade é
I. Coesão refere-se à forma como os elementos linguísticos presentes na superfície do texto se interligam, se interconectam, por meio de recursos também linguísticos, de modo a formar um “tecido” (tessitura). A referência, a substituição, a elipse, a conjunção e a coesão lexical são formas de coesão. Em: “As filhas de Marta estudam em uma escola municipal de Palmas. Elas saem às 11h50”, o pronome reto de terceira pessoa “Elas” cria uma coesão por referência e por elipse. II. Coerência refere-se ao nível da conexão conceitual e à estruturação do sentido, manifestando-se em grande parte, macrotextualmente. O sentido deve manter uma continuidade, caso contrário o texto é incompreensível. A continuidade forma a coerência do texto e se expressa em conceitos e relações. Há coerência em: “Nenhum homem é uma ilha – só Fernando de Noronha” (citado por Bagno, 2009, p. 168), pois nesse anúncio, vê-se a utilização criativa de uma famosa citação para tratar de Fernando de Noronha, uma ilha que tem nome de homem. III. Intertextualidade compreende as diversas maneiras pelas quais um texto mantém relação com outros textos. O anúncio “Nenhum homem é uma ilha – só Fernando de Noronha” constitui-se como um exemplo de intertextualidade, pois a primeira frase “Nenhum homem é uma ilha” é uma citação de um texto do poeta, filósofo e pregador inglês John Donne (1572-1631): “[...] Nenhum homem é uma ilha, inteiro em si mesmo [...] a morte de qualquer homem me diminui, porque estou envolvido na humanidade [...]” (John Donne citado por Bagno, 2009, p. 169).
Fonte: KOCH, I. V. Introdução à Linguística Textual. Trajetória e grandes temas. São Paulo: Contexto, 2017. (adaptado). Fonte: MARCUSCHI, L. A. Linguística de texto: o que é e como se faz? São Paulo: Parábola, 2012. (adaptado). Fonte: BAGNO. M. Os objetivos do Ensino de língua na escola: uma mudança de foco. In: COELHO, L. M. Língua maternal nas séries iniciais do Ensino Fundamental: de concepções e de suas práticas. Petrópolis – RJ: Vozes, 2009. (adaptado).
A respeito dessas afirmações, assinale a alternativa CORRETA.
“Guerra Civil” motivou Wagner Moura a “levantar mais pontes”: “Comecei a escutar mais, falar menos”
Por Cesar Soto
- Mais do que ser o primeiro grande filme de Hollywood que o coloca como um dos
- protagonistas, para Wagner Moura "Guerra Civil" é também a oportunidade de se abrir para o
- diálogo com pessoas com outras ideologias. “É um filme que está dizendo: “Olha só, a polarização
- é o maior perigo que existe para democracias no mundo. Nós deveríamos estar nos conectando
- mais.”.
- “Eu, pessoalmente, comecei a fazer mais isso depois de ‘Guerra Civil’”. Comecei ___
- levantar mais pontes, assim. Escutar mais, falar menos.”. Faz sentido. O filme coloca o ator
- brasileiro como um jornalista em um grupo que atravessa os Estados Unidos, no ápice de um
- novo conflito interno que divide o país em um futuro não muito distante. “Esse filme não tem
- uma agenda ideológica. Ele é um visto através do olhar de jornalistas, que têm, como sua
- natureza, serem imparciais. É um filme que junta Texas e Califórnia contra um ditador. Por que
- eles não se juntariam ● Você é conservador e você é liberal, mas vocês são democratas e têm
- um presidente déspota.”
- Desde que se mudou para os Estados Unidos ___ cerca de sete anos, depois de se tornar
- um nome conhecido em Hollywood por causa da popularidade da série “Narcos”, Moura enfileirou
- outros trabalhos, mas “Guerra Civil” é a consolidação de uma carreira de quem foi para o país
- em busca de papéis que fugissem dos estereótipos de personagens latinos. Após o lançamento
- nos EUA e no Canadá ▲ o filme arrecadou quase US$ 26 milhões – a maior quantia para um fim
- de semana de estreia de uma produção do estúdio independente A24, que bancou ou distribuiu
- sucessos como o vencedor do Oscar “Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo” (2022). “Eu acho
- que é um filme que faz sentido em qualquer lugar. No entanto, eu acho que os americanos, que
- estão acostumados a produzir imagens de guerras no país dos outros, quando eles veem aquilo
- acontecer em Washington, aquilo é muito forte para eles” ◆ fala o ator.
- No filme, Moura divide grande parte do tempo de tela com Kirsten Dunst, Stephen
- McKinley Henderson e Cailee Spaeny, que interpretam outros jornalistas na mesma missão. A
- ideia é chegar ___ Casa Branca, que está sitiada, e fazer uma última entrevista com o presidente,
- antes que as forças insurgentes invadam o local. Depois de uma sequência de momentos tensos
- e tiroteios dos mais realistas, o filme encerra com um confronto violento, que exigiu muito do
- elenco durante as gravações.
(Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2024/04/18/guerra-civil-motivou-wagner-moura-a-levantar-mais-pontes-comecei-a-escutar-mais-falar-menos.ghtml – texto adaptado especialmente para esta prova).
Analise as assertivas a seguir:
I. As falas de Wagner Moura, no texto, como em “Eu, pessoalmente, comecei a fazer mais isso depois de ‘Guerra Civil’”. (l. 06), podem ser consideradas um intertexto.
II. Dado o contexto em que se apresenta, o pronome “eles” (l. 22) retoma o termo “acostumados”.
III. Ao falar sobre o filme, a alusão a um ditador retoma um período histórico real da história da humanidade, o que também pode ser entendido como intertextualidade.
Quais estão corretas?

A alusão é o ato de indicar ou insinuar um texto anterior sem, no entanto, referir-se explicitamente a ele (1ª parte). A citação, por sua vez, sempre é explícita, ainda que realizada textualmente de forma indireta (2ª parte). Já a paráfrase consiste em um processo de intertextualidade no qual o sentido do texto original é mantido, porém afasta-se total ou parcialmente da estrutura anteriormente utilizada (3ª parte).
Quais partes estão corretas?