Questões de Concurso Comentadas sobre morfologia - verbos em português

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Q2103693 Português
Leia o texto para responder a questão.

O encantamento do mar.

            Tenho passado longos momentos com o olhar mergulhado no oceano que se estende à minha frente.

        O encantamento pelo mar é inesgotável porque, a cada dia, ele se faz diferente. Hoje, por exemplo, dia de poucas nuvens e vento soprando de leste, sei que a água está mais fria e que é prenúncio de tempo favorável. O mar está mais para cinzento do que para azul.

        Mas o vento pode mudar a qualquer momento. Se soprar o sudoeste, o mar se encherá de pequenas ondas coroadas de espuma e se revestirá de azul índigo.

        Nestes tempos de quase verão – quase, porque a temperatura sobe desce obedecendo ao comando da chuva ou de mais uma frente fria – o mar veste seu traje azul profundo.

        Ontem à noite teve tempestade, com direito a trovões e relâmpagos. Já estava dormindo e me assustei com o primeiro trovão, pensando que fosse uma explosão. Estamos tão acostumados com a violência urbana que já não dialogamos com a natureza, em vez disso pensamos em tiros, explosões, enfrentamentos. Deitada e protegida pelo lençol, imaginei o mar momentaneamente iluminado pelos relâmpagos e salpicado pela chuva torrencial. E com esse pensamento, vendo através das pálpebras fechadas o clarão intermitente, deslizei para o sono.
(Marina Colasanti. Adaptado)
Na passagem do 2º parágrafo – Hoje, por exemplo, dia de poucas nuvens e vento soprando de leste... –, a forma verbal destacada indica ação que
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Ano: 2023 Banca: FAURGS Órgão: UFRGS Prova: FAURGS - 2023 - UFRGS - Administrador |
Q2100551 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.




Adaptado de: CORSO, M. Somos inteligentes o bastante para
saber quão inteligentes são os animais? Disponível
em:<https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/mariocorso/noticia/2022/08/somos-inteligentes-o-bastantepara-saber-quao-inteligentes-sao-os-animaiscl7gm60km003e0153mgguy0ra.html>. Acesso em: 12 nov.
2022. 
Considere as afirmações abaixo, sobre os tempos verbais presentes no texto.

I - Os verbos poderia (l. 09) e julgaria (l. 24) estão conjugados no mesmo tempo e modo.
II - O verbo chegasse (l. 23) está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo.
III - Os verbos Era (l. 32) e seja (l. 33) estão conjugados no mesmo modo.

Quais estão corretas?
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Q2100082 Português

A época em que ser alegre era malvisto


Até o início do século XVIII, em lugares como Reino Unido e nas suas colônias na América do Norte, os historiadores perceberam que as pessoas tinham orgulho de serem um pouco melancólicas.

Isso tinha a ver, em parte, com a lógica cristã, de ter consciência dos seus pecados e de se manter humilde perante os olhos de Deus.

Peter Stearns, autor do livro 'História da Felicidade', cita, nas suas pesquisas, o diário escrito por um chefe de família da época, que defendia que Deus, entre aspas, "não permitia alegria nem prazer, mas sim, uma espécie de conduta melancólica e austera".

"Isso não quer dizer que as pessoas fossem infelizes - simplesmente, não temos como julgar isso de modo imparcial, a partir dos padrões atuais. Até porque a felicidade, obviamente, é algo bastante subjetivo".

O que significa que havia, entre as pessoas da época, a percepção de que era necessário se desculpar por momentos de felicidade, por considerá-los uma afronta a Deus, segundo Stearns.

Mas isso mudou radicalmente no século XVIII, a ponto de, na redação da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, a busca pela felicidade ter sido considerada um direito humano. A Constituição da França de 1793 também explicitou a ideia de que o objetivo da sociedade é a felicidade comum.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/ck5y8nyw1jyo. Adaptado.

Não 'temos' como julgar isso de modo imparcial.

Conjugando o verbo em destaque no pretérito imperfeito do indicativo, tem-se: 

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Q2098893 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo:

No voo da caneta

      Numa das cartas ao seu amigo Mário de Andrade, assegurava-lhe o poeta Carlos Drummond de Andrade que era com uma caneta na mão que costumava viver as suas maiores emoções.
       Comentando isso numa das minhas aulas de Literatura, atentei para a reação de um jovem aluno: um visível sentimento de piedade por aquele “poeta sitiado e infeliz, homem de gabinete, tímido mineiro que não se atirou à vida” tal como em seguida ele me explicou sua reação.
      Não tive como lhe dizer, naquele momento, que entre as tantas formas de se atirar à vida está a de se valer de uma caneta para perseguir poemas e achar as falas humanas mais urgentes e precisas, essenciais para quem as diz, indispensáveis para quem as ouve, vivas para dentro e para além do tempo e do espaço imediatos. Espero que o jovem aluno logo tenha se convencido de que um poeta torna aberto para todos o universo reflexivo de sua intimidade, onde também podemos reconhecer algo da nossa.
(Aldair Rômulo Siqueira, a publicar)
Na frase um poeta torna aberto para todos o universo reflexivo de sua intimidade,  
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Q2098888 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

[Cidades devastadas]

     Em vinte anos eliminaram a minha cidade e edificaram uma cidade estranha. Para quem continuou morando lá, a amputação pode ter sido lenta, quase indolor; para mim, foi uma cirurgia de urgência, sem a inconsciência do anestésico.
     Enterraram a minha cidade e muito de mim com ela. Por cima de nós construíram casas modernas, arranha-céus, agências bancárias; pintaram tudo, deceparam árvores, demoliram, mudaram fachadas. Como se tivessem o propósito de desorientar-me, de destruir tudo o que me estendia uma ponte entre o que sou e o que fui. Enterraram-me vivo na cidade morta.
      Mas, feliz ou infelizmente, ainda não conseguiram soterrar de todo a minha cidade. Vou andando pela paisagem nova, desconhecida, pela paisagem que não me quer e eu não entendo, quando de repente, entre dois prédios hostis, esquecida por enquanto dos zangões imobiliários, surge, intacta e doce, a casa de Maria. Dói também a casa de Maria, mas é uma dor que conheço, íntima e amiga.
      Não digo nada a ninguém, disfarço o espanto dessa descoberta para não chamar o empreiteiro das demolições. Ah, se eles, os empreiteiros, soubessem que aqui e ali repontam restos emocionantes da minha cidade em ruínas! Se eles soubessem que aqui e ali vou encontrando passadiços que me permitem cruzar o abismo!

(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 209-210)
Está correto o emprego de todas as formas verbais na frase:
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Q2098883 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Aspectos da imigração contemporânea

   À medida que cada vez mais pessoas cruzam as mais variadas fronteiras em busca de emprego, segurança e um futuro melhor, a necessidade de confrontar, assimilar ou expulsar estrangeiros cria tensão entre sistemas políticos e identidades coletivas formadas em tempos menos fluidos. Em nenhum lugar o problema é mais agudo que na Europa. A União Europeia foi construída sobre a promessa de transcender as diferenças culturais entre franceses, alemães, espanhóis e gregos. E pode desmoronar devido a sua incapacidade de incluir as diferenças culturais entre europeus e imigrantes da África e do Oriente Médio. Ironicamente, foi, em primeiro lugar, o próprio sucesso da Europa em construir um sistema próspero e multicultural que atraiu tantos imigrantes.
  A crescente onda de refugiados e imigrantes provoca reações mistas entre os europeus e desencadeia discussões amargas sobre a identidade e o futuro da Europa. Alguns europeus exigem que a Europa feche seus portões: estarão traindo os ideais multiculturais e de tolerância já aceitos ou só adotando medidas para evitar um desastre de grandes proporções? Outros clamam por uma abertura maior dos portões: estarão sendo fiéis ao cerne dos valores europeus ou serão culpados de sobrecarregar o projeto do continente com expectativas inviáveis?
     Discussões desse tipo sobre a imigração degeneram numa gritaria na qual nenhum dos lados ouve o outro. Mas por baixo de todos esses debates espreita uma questão mais fundamental, relativa a como entendemos a cultura humana. Será que entramos no debate sobre imigração com a suposição de que todas as culturas são inerentemente iguais, ou achamos que algumas culturas talvez sejam superiores a outras? Quando os alemães discutem a absorção de um milhão de refugiados sírios, imagina-se que possa haver resistência por quem considere que a cultura alemã é de algum modo melhor que a cultura síria? O fenômeno mundial da imigração põe à prova não apenas a diversidade de valores, mas os preconceitos que podem estar arraigados em cada cultura nacional.
(Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. Trad. Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 178-179)
Transpondo-se para a voz passiva a frase O fenômeno mundial da imigração põe à prova a diversidade de valores e os preconceitos, obtém-se a forma verbal
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Q2098382 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Uma visita

   Era já no fim da tarde quando a moça − muito linda, mas muito aflita −, de nome Francisca Bastos Cordeiro, foi entrando pela porta entreaberta do chalé, seguiu direto ao quarto (antiga sala de costura da casa, ao tempo em que sua dona era viva), onde encontrou, estendido e frágil numa pequena cama de ferro, aquele homem, muito velhinho já, agonizante quase, que lhe fora bom companheiro em noites idas de sua infância, quando com ela jogava o sete e meio e lhe ensinava a recitar poemas na casa de sua avó.
   − Vim vê-lo, foi dizendo a moça, inventando uma alegria na voz que lhe disfarçasse a emoção. Estou com muitas saudades suas. E o senhor, não está com saudades de mim?
   − Estou, sim − disse o velho, numa voz muito cava e muito triste. Estou com saudade da vida.
   No dia seguinte morria Machado de Assis. A tarde era a de 28 de setembro de 1908. A rua era a do Cosme Velho.


(Adaptado de: MELLO, Thiago de. Escritor por escritor − Machado de Assis por seus pares – 1939-2008. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2019, p. 278-279)
Está plenamente adequada a correlação entre os tempos e os modos verbais na frase:
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Q2098374 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Acerca da “Igualdade”]

  “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” foi o grito de guerra da Revolução Francesa. Hoje há disciplinas inteiras − ramos da filosofia, da ciência política e dos estudos jurídicos − que têm a “igualdade” como tema central de estudos. Todos concordam que a igualdade é um valor; ninguém parece concordar quanto ao que se refere o termo. Igualdade de oportunidades? Igualdade de condições? Igualdade formal perante a lei?
   Estaremos falando de uma ideologia, a crença de que todos na sociedade deveriam ser iguais − claro que não em todos os aspectos, mas nos mais importantes? Ou será uma sociedade em que as pessoas são efetivamente iguais? O que isso significaria de fato, na prática, em ambos os casos? Que todos os membros da sociedade têm igual acesso à terra, ou tratam uns aos outros com igual dignidade, ou são igualmente livres para expor suas opiniões em assembleias públicas?
   A igualdade seria o apagamento do indivíduo ou a celebração do indivíduo? Numa sociedade, por exemplo, em que os mais poderosos são tratados como divindades e tomam as decisões mais importantes, é possível falar em igualdade? E as relações de gênero? Muitas sociedades tratadas como “igualitárias” na verdade têm seu igualitarismo restrito aos homens adultos. Em casos assim, podemos falar em igualdade de gêneros?
   Como não existe nenhuma resposta clara e consensual a questões desse tipo, o uso do termo “igualitário” tem levado a discussões infindáveis. Para alguns teóricos do século XVII, a igualdade se manifestava no estado da Natureza. Igualdade, pois, seria um termo definido por omissão: identificaria uma humanidade que pudesse estar livre depois de removidas todas as armadilhas da civilização. Povos “igualitários” seriam, pois, aqueles sem príncipes, sem juízes, sem inspetores, sem sacerdotes, possivelmente sem cidades, sem escrita ou sequer agricultura. Seriam sociedades de iguais apenas no sentido estrito de que estariam ausentes todos os sinais mais evidentes de desigualdade.
   Não há dúvida, pensando-se sempre no ideal de “igualdade”, de que algo deu muito errado no mundo. Uma ínfima parte da população controla o destino de quase todos os outros, e de uma maneira cada vez mais desastrosa.


(Adaptado de: GRAEBER, David, e WENGROW, David. O despertar de tudo − Uma nova história da humanidade. Trad. Denise Bottmann e Claudio Marcondes. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 91 a 94, passim)
A frase o uso do termo “igualitário” tem levado a discussões infindáveis permanecerá gramaticalmente correta caso se substitua o elemento sublinhado por 
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Q2098372 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Acerca da “Igualdade”]

  “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” foi o grito de guerra da Revolução Francesa. Hoje há disciplinas inteiras − ramos da filosofia, da ciência política e dos estudos jurídicos − que têm a “igualdade” como tema central de estudos. Todos concordam que a igualdade é um valor; ninguém parece concordar quanto ao que se refere o termo. Igualdade de oportunidades? Igualdade de condições? Igualdade formal perante a lei?
   Estaremos falando de uma ideologia, a crença de que todos na sociedade deveriam ser iguais − claro que não em todos os aspectos, mas nos mais importantes? Ou será uma sociedade em que as pessoas são efetivamente iguais? O que isso significaria de fato, na prática, em ambos os casos? Que todos os membros da sociedade têm igual acesso à terra, ou tratam uns aos outros com igual dignidade, ou são igualmente livres para expor suas opiniões em assembleias públicas?
   A igualdade seria o apagamento do indivíduo ou a celebração do indivíduo? Numa sociedade, por exemplo, em que os mais poderosos são tratados como divindades e tomam as decisões mais importantes, é possível falar em igualdade? E as relações de gênero? Muitas sociedades tratadas como “igualitárias” na verdade têm seu igualitarismo restrito aos homens adultos. Em casos assim, podemos falar em igualdade de gêneros?
   Como não existe nenhuma resposta clara e consensual a questões desse tipo, o uso do termo “igualitário” tem levado a discussões infindáveis. Para alguns teóricos do século XVII, a igualdade se manifestava no estado da Natureza. Igualdade, pois, seria um termo definido por omissão: identificaria uma humanidade que pudesse estar livre depois de removidas todas as armadilhas da civilização. Povos “igualitários” seriam, pois, aqueles sem príncipes, sem juízes, sem inspetores, sem sacerdotes, possivelmente sem cidades, sem escrita ou sequer agricultura. Seriam sociedades de iguais apenas no sentido estrito de que estariam ausentes todos os sinais mais evidentes de desigualdade.
   Não há dúvida, pensando-se sempre no ideal de “igualdade”, de que algo deu muito errado no mundo. Uma ínfima parte da população controla o destino de quase todos os outros, e de uma maneira cada vez mais desastrosa.


(Adaptado de: GRAEBER, David, e WENGROW, David. O despertar de tudo − Uma nova história da humanidade. Trad. Denise Bottmann e Claudio Marcondes. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 91 a 94, passim)
Transpondo-se para a voz ativa a frase os mais poderosos são tratados como divindades, a forma verbal obtida deverá ser
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Q2096412 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


O que leio nas redes

Por Lau Siqueira




(Disponível em: https://cronicascariocas.com/colunas/o-que-leio-nas-redes/ – texto adaptado especialmente para esta prova). 
Na frase “Nunca sabemos de fato como e quando vamos ferir alguém”, tem-se o emprego de uma locução verbal. Assinale a alternativa que indica a correta forma simples dessa forma verbal, mantendo-se o mesmo tempo, modo e voz verbais, bem como a pessoa e o número. 
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Q2096116 Português

Num artigo sobre tributos, aparece o seguinte segmento:


“No Brasil, a história dos tributos divide-se em três momentos sendo: colonial, imperial e republicano, respectivamente nessa ordem. Os tributos existem desde o descobrimento de nossa terra, quando boa parte da exploração nativa era enviada para Portugal, época conhecida como Brasil-Colônia. O ‘Quinto do pau-brasil’ é considerado o primeiro tributo brasileiro e decorreu da exploração da árvore nativa pau-brasil (SANTOS 2015). A partir de então, os tributos foram sendo implementados e moldados até chegarmos aos dias atuais.”


Sobre a organização linguística desse segmento, assinale a observação adequada.

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Q2089887 Português
O excerto contextualiza a questão.

    Num vilarejo da Mancha, de cujo nome não quero lembrar- -me, há muito tempo vivia um fidalgo dos de lança em lanceiro, adarga antiga, rocim magro e cão corredor. Uma olha com algo mais de vaca que de carneiro, salpicão na maioria das noites, duelos y quebrantos aos sábados, lentilhas às sextas, algum pombinho como prato especial aos domingos consumiam três quartos de sua renda. O restante dela, acabavam-no saio de velarte, calças de veludo para os dias santos, com seus pantufos do mesmo pano e nos dias de semana se honrava com sua burelina de mais fina.
(CERVANTES SAAVEDRA, Miguel de. O engenhoso fidalgo D. Quixote da Mancha. Tradução de José Sánchez e Carlos Nougué. São Paulo: Abril, 2010. p. 51.) 
“[...] de cujo nome não quero lembrar-me [...]” O verbo que está flexionado no mesmo tempo do verbo destacado anteriormente está em: 
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Q2088621 Português

Trabalhe no que você gosta... e seja mais feliz e bem-sucedido


    Você gosta do que faz? De verdade? Seus olhos brilham quando você chega em casa e vai contar para a família como foi seu dia, os projetos que realizou, as metas que atingiu? Se este não é o seu caso, saiba que você não é o único. São poucas as pessoas que encontram realmente paixão naquilo que fazem, mas são justamente elas exemplos de profissionais bem-sucedidos, tanto no campo pessoal quanto no profissional.

    A possibilidade de fazer o que se gosta e unir prazer ao trabalho diário pode trazer, além de muita felicidade, entusiasmo e qualidade de vida, ganhos expressivos também financeiramente. É o que afirma Mark Albion, autor do livro Making a Life, Making a Living, ainda sem tradução para o português. Albion concedeu recentemente uma entrevista à Revista Você S.A., em que comentou a pesquisa que realizou sobre o assunto. Ele investigou a vida de 1.500 profissionais que obtiveram seu diploma de MBA (Master in Business Administration) nas melhores escolas americanas há 20 anos. Quando fizeram sua primeira opção de emprego após o curso, 83% (1.245 pessoas) afirmaram que ganhariam dinheiro primeiro, para depois fazer o que realmente desejavam. Escolheram o emprego por causa do salário. O restante, 17%, disse que faria aquilo que realmente lhe interessava, independente da questão financeira. Vinte anos depois, os resultados são surpreendentes: entre os 1.500 pesquisados, Albion encontrou 101 multimilionários. Apenas um deles pertence ao primeiro grupo. Os outros 100 faziam parte do segundo, de 255 profissionais que seguiram sua paixão. A experiência mostra que as chances de ficar milionário fazendo o que se gosta são 50 vezes maiores de quem trabalha apenas para ganhar dinheiro.

    O fato é que esse conceito de trabalhar fazendo o que gosta é relativamente novo. Até meados da década de 80, o trabalho era visto como uma forma de ganhar dinheiro – e só. “As pessoas escolhiam que carreira seguir pensando nas possibilidades de ganhar mais, sem saber que na verdade o dinheiro é só uma consequência de um trabalho bem feito, principalmente quando é feito com prazer”, analisa a psicóloga Rosângela Casseano. Somente nos últimos anos as pessoas começaram a ter uma preocupação maior com as suas carreiras e verdadeiros interesses profissionais, o que levou a uma procura por testes vocacionais e terapeutas que trabalhem com orientação profissional. “Hoje já existe uma infinidade de serviços para orientar os recém-formados e quem quiser informações sobre carreiras e profissões: são sites, universidades, pesquisas e estudos, terapeutas. Você tem menos chances de errar e fazer aquilo que não gosta”, diz Rosângela.


(Camila Micheletti. Em: 05/2014. Adaptado.) 

Em todas as frases a seguir, as formas verbais foram flexionadas no mesmo tempo, EXCETO: 
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Q2088264 Português
1.png (751×580) 

Moisés Zylbersztajn. Muito além do maker: esforços contemporâneos de produção de novos e efetivos espaços educativos. In: Clarissa Teixeira,
Ana Cristina Ehlers e Marcio de Souza. Educação fora da caixa: tendência para a educação no século XXI. Florianópolis-SC: Bukess, 2015,
p. 197-198 (com adaptações).

Considerando a manutenção da correção gramatical e a coerência das substituições propostas para vocábulos e trechos destacados do texto, julgue o item. 


“há” (linha 17) por fazem

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Q2088018 Português
Brutus e Cássio, os assassinos de Júlio César, aprenderam do jeito mais difícil que o pior lugar do inferno é ocupado por aqueles que desprezam o imperador. No Inferno de Dante, os dois senadores romanos são condenados a passar toda a eternidade no círculo mais baixo do inferno. Lá, junto de Judas Iscariotes, são mastigados cada um em uma das três bocas de Satã, para sempre sendo dilacerados, mas nunca mortos. As infelizes almas formam o triunvirato dos maiores traidores da história e constituem o pior de todos os pecados – traírem seus benfeitores. A referência de Dante aos romanos não foi feita por puro efeito literário. Ele e seus conterrâneos italianos ainda sofrem com a morte de Júlio Cesar mesmo 1300 anos depois. É suposto que caso ele não tivesse morrido, a Itália nunca teria se fracionado em pequenas cidades-estado como foi na Idade Média e talvez ainda tivesse o poder global em suas mãos. Apesar de seu sucesso, Júlio César não era um homem de carreira militar; esta só começou bem depois como um produto de sua ambição e fidelidade a Roma. No entanto, sua abordagem implacável e superioridade estratégica foram continuamente comprovadas. O Império Romano se expandiu ao norte até a Inglaterra, e ao sul até o Egito. Ao contrário de Aníbal, sua perspicácia política se equiparava a sua habilidade militar. Cesar foi capaz de transformar suas vitórias no campo de batalha em expansão política e um governo permanente que durou por séculos após a sua morte. Tal é o legado de um homem cujo poder era tão amplo que até mesmo o fundador do Cristianismo reconhecia que ele controlava os domínios políticos da Terra. (RANK, Michael. Os Maiores Generais da História. São Paulo: Lelivros, 2012, p. 66). 
A palavra “continuamente”, utilizada pelo autor do texto, possui a seguinte classificação gramatical: 
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Q2087915 Português
A função social da escola

      Todos nos desenvolvemos em diferentes contextos educativos, e a escola é apenas um deles. Assim como sucede atualmente em muitas culturas, na nossa também não existia escola até um momento histórico bastante recente. Diante da falta das instituições de educação formal, a tarefa de fazer com que os novos membros façam parte do grupo social correspondente, desenvolvendo neles as capacidades próprias de sua cultura, é garantida mediante outro tipo de práticas sociais, fundamentalmente aquelas que se desenvolvem no contexto da família e dos grupos de pares, e mediante a progressiva incorporação das crianças e dos jovens às atividades produtivas dos adultos. Nesses casos, a socialização e o desenvolvimento individual dos membros das novas gerações se tornam possíveis graças à sua participação nas atividades e práticas sociais que ocorrem em tais contextos de desenvolvimento (Solé, 1998).
    Nas sociedades modernas, o aumento do conhecimento e da especialização exige novas aprendizagens cuja aquisição não pode ser garantida mediante a participação desses tipos de práticas e de atividades, mas requer uma ajuda intencional, planejada e sistemática. A institucionalização da educação escolar no decorrer do século XIX, assim como sua universalização e ampliação progressiva durante o século XX são justificadas pelo fato de que tal ajuda é decisiva para que crianças e jovens possam adquirir e desenvolver determinadas capacidades consideradas fundamentais no grupo social do qual fazem parte. Embora seja evidente que, objetivamente, a instituição escolar desempenha muitas outras funções – transmissão da cultura, construção da identidade nacional, reprodução da ordem social, formação da mão de obra de acordo com as exigências do mercado de trabalho etc. – a existência da educação escolar, especialmente, em seus níveis básicos e obrigatórios, só se legitima plenamente mediante sua indispensável função de contribuir para que as crianças e os jovens adquiram e desenvolvam as competências necessárias para se incorporarem como membros de pleno direito à sociedade à qual pertencem.
      Desse ponto de vista, a escola é uma instituição utilizada pela sociedade para oferecer aos membros das novas gerações as experiências de aprendizagem que lhes permitam se incorporar ativa e criticamente a ela. A importância de sua função justifica que a escolarização seja considerada um direito de qualquer cidadão, e seu descumprimento represente um ataque à igualdade de oportunidades (Puelles, 1996). A escola assim entendida é um dos recursos educativos que os grupos sociais possuem, assim como é depositária de uma missão concreta. De fato, ao contrário do que sucede na maioria dos outros contextos de desenvolvimento, a instituição escolar precisa definir explicitamente suas intenções educativas, isto é, estabelecer sua parcela de responsabilidade na tarefa de contribuir com o desenvolvimento e com a socialização das pessoas.
(COLL, César; MARTÍN, Elena. Aprender conteúdos e desenvolver capacidades. Porto Alegre: Artmed, 2004. Adaptado.)
Entre os termos da oração podem ocorrer vários tipos de relações; sejam elas semânticas, sintáticas, entre outras. Em “[...] e seu descumprimento represente um ataque à igualdade de oportunidades.” (3º§), a relação sintática estabelecida entre os termos “ataque” e “igualdade” pode ser também identificada em:
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Q2087648 Português

Imagem associada para resolução da questão



Acerca do texto IV, utilizado na sequência de textos motivadores apresentados na proposta de redação da questão anterior, pode-se afirmar que:


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Q2087127 Português

Desmatamento e caça ilegal podem causar novas epidemias no Brasil, diz estudo da Fiocruz

(Lucas Rocha, da CNN em São Paulo.)


    Conhecido por sua grande biodiversidade de animais e vegetais, o Brasil também abriga uma variedade significativa de agentes capazes de causar doenças, tecnicamente chamados de “patógenos”, como vírus e parasitas.

    Antes mesmo da emergência do coronavírus no final de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado sobre os riscos do surgimento de doenças com potencial de se espalhar pelo mundo e afetar grandes populações em todos os países.

    Ao levantarem essa possibilidade, cientistas brasileiros investigaram características do país que podem favorecer o contato dos seres humanos com microrganismos que podem apresentar riscos para a saúde.

    Um estudo liderado por pesquisadoras do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro, aponta recentes aumentos nas vulnerabilidades sociais e ecológicas do país, amplificados pelos atuais cenários políticos e econômicos.

    Os achados, publicados na revista científica Science Advances, indicam uma propensão dessa megadiversidade atuar como incubadora de possível pandemia provocada por doenças infecciosas de circulação animal que podem ser transmitidas para os seres humanos – as chamadas zoonoses.

    “A partir de um modelo de avaliação que identifica diferentes interações entre os elementos que investigamos, conseguimos observar mais amplamente os processos que moldam o surgimento de zoonoses em cada estado brasileiro”, aponta Gisele Winck, primeira autora do artigo e pesquisadora do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios do IOC, em comunicado.

    De acordo com os especialistas, três principais componentes de risco estão em foco na avaliação: vulnerabilidade, exposição e capacidade de enfrentamento.

    Dentro dos grupos principais, são observadas variáveis mais específicas como a quantidade de espécies de mamíferos silvestres, perda de vegetação natural, mudanças nos padrões de uso da terra, bem-estar social, conectividade geográfica de cidades e aspectos econômicos.

    De acordo com o estudo, os resultados colocam em evidência o desmatamento e a caça de animais silvestres como fatores de grande relevância para o aparecimento de novas e antigas infecções.

    O estudo aponta, ainda, que todo o território brasileiro está suscetível a emergências ocasionadas por zoonoses, com uma maior probabilidade em áreas sob influência da Floresta Amazônica.

     Na análise, os especialistas traçam um comparativo entre os estados do Maranhão e do Ceará, na região Nordeste. 

    O Maranhão, que possui cerca de 34% do seu território coberto pela floresta tropical, é classificado como área com alto risco para surtos de zoonose. Enquanto o Ceará, estado vizinho, onde a Caatinga prevalece, apresenta baixo risco no surgimento de novas doenças.

    “A Floresta Amazônica é uma região com alta diversidade de mamíferos selvagens e que vem sofrendo grande perda da cobertura florestal. Muitas espécies estão ficando sem habitat devido ao desmatamento, gerando desequilíbrio na dinâmica local”, diz Cecília Siliansky de Andreazzi, uma das autoras do artigo e, também, pesquisadora do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios.

    Risco de “transbordamento”

     O contágio por infecções de origem animal acontece por meio de um fenômeno conhecido como “spillover”. O “transbordamento”, em tradução literal, é quando os agentes causadores de doença que circulavam restritamente em um grupo animal “saltam” e passam a infectar outras espécies, incluindo humanos. 

    A expansão das atividades humanas para regiões de matas e florestas, naturalmente habitadas por animais silvestres, é um aspecto que favorece ainda mais esse cenário, de acordo com as pesquisadoras. 

    No entanto, o estudo ressalta que para uma zoonose se tornar epidêmica é necessário o alinhamento de diferentes fatores ecológicos, epidemiológicos e comportamentais, incluindo a mobilidade humana como um fator de importância. 

    No Brasil, a dependência socioeconômica de cidades menores com capitais e grandes metrópoles aumenta o potencial epidêmico das zoonoses, uma vez que habitantes de regiões interioranas precisam realizar deslocamentos frequentes em busca de bens e serviços. 

    “O fluxo humano é crucial no espalhamento de zoonoses, principalmente em infecções cuja transmissão ocorre de pessoa para pessoa após o salto de espécies, como é o caso da Covid-19. A partir do momento em que esses patógenos alcançam cidades super espalhadoras, como São Paulo e Manaus, a transmissão é amplificada e exportada para diversas outras regiões”, diz Cecília.

    A carne de caça é outra via crítica para o “transbordamento” de doenças. Em uma análise de rede, foram relacionadas espécies que são frequentemente caçadas de modo ilegal no Brasil com agentes que potencialmente causariam danos graves à saúde pública. Como resultado, foram encontrados 63 mamíferos que interagem com 173 parasitas propícios a causar pelo menos 76 diferentes doenças.

    “A infecção pode ocorrer em diversas etapas: ao adentrar a floresta, quando o caçador fica exposto a mosquitos, carrapatos e diversos outros vetores de patógenos; no ato da caça, ao sofrer um corte ou arranhão que entre em contato com fluidos animais; no preparo da carne, quando há o contato direto com vísceras, que também são comumente oferecidas como alimentos crus para cães e gatos de estimação; e no consumo final da carne, caso não seja bem armazenada ou cozida”, explica Gisele.

    Como a atividade ainda é essencial para populações tradicionais que utilizam a carne de caça para subsistência, os especialistas fazem um recorte de situação no artigo e recomendam a implementação de ações pontuais de garantia da segurança sanitária nesses grupos.

    “É algo que precisa ser bastante discutido e avaliado. A caça é autorizada apenas para os povos tradicionais, porém ela continua ocorrendo fora desses grupos e serve como fator de interação entre pessoas e animais silvestres reservatórios de patógenos. Infelizmente, todos acabam sendo tratados erroneamente como iguais. É preciso diferenciar populações que dependem desse consumo como fonte de proteína daqueles que atuam no tráfico de animal silvestre ou caça esportiva”, lembrou Cecília.

    Vigilância

    O estudo aponta o investimento em ações do Sistema Único de Saúde (SUS) como a principal forma de mitigar os efeitos do surgimento de uma zoonose.

     De acordo com o artigo, a contenção de zoonoses ocorrerá efetivamente com a promoção de políticas públicas de saúde que apoiem abordagens preditivas e preventivas que sigam o conceito de Saúde Única (One Health), que considera a saúde humana, animal e ambiental para a manutenção do bem-estar no planeta.

    Entre as ações preconizadas, estão a implementação de sistemas de monitoramento eficazes integrados com vigilância epidemiológica de potenciais doenças zoonóticas, políticas mais amplas e inovadoras que mitiguem a degradação ambiental, fiscalização do tráfico de animais silvestres e novas abordagens para a conservação da biodiversidade.

    “O que define se o surgimento de uma zoonose será um surto local, epidemia ou pandemia é como iremos lidar com a situação. Temos que pensar em como faremos um monitoramento eficiente de um país grande e diverso como o nosso”, afirma Gisele.

    Lições da Covid-19

    O estudo teve origem em uma carta publicada em setembro de 2020 na revista The Lancet. Na época, os autores do texto apontavam retrocessos em políticas sociais e ambientais do Brasil, que podiam contribuir para a ocorrência de infecções causadas por microrganismos de origem animal. Os especialistas defendiam, ainda, a criação de um sistema integrado de vigilância de doenças silvestres.


    “Após a publicação da carta, iniciamos uma reflexão mais aprofundada e detalhada sobre o potencial risco de emergências de zoonoses no Brasil. Esse artigo é fruto de muita pesquisa e discussão entre os pesquisadores desse grupo, visto que são assuntos complexos e que demandam uma busca por informação em variadas fontes”, disse Gisele.

    A pesquisa foi realizada por um grupo de especialistas composto por profissionais de diferentes áreas, que atuam em saúde pública e conservação do meio ambiente. A publicação faz parte do projeto SinBiose do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

    Participam do trabalho pesquisadores da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do IOC, da Fiocruz Ceará, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE). O estudo também contou com a colaboração de especialistas da Faculdade Maurício de Nassau, da União Internacional para a Conservação da Natureza, da Universidade de Aveiro e da Universidade de Coimbra.


(CNN. Desmatamento e caça ilegal podem causar novas epidemias no Brasil, diz estudo da Fiocruz. 29/06/2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/. Acesso em: 04/01/2023.)

Considerando o título da reportagem, “Desmatamento e caça ilegal podem causar novas epidemias no Brasil, diz estudo da Fiocruz”, analise as afirmativas a seguir.
I. Ao alterar a ordem da frase para Estudo da Fiocruz diz que desmatamento e caça ilegal podem causar novas epidemias no Brasil, não há alteração nas funções sintáticas dos sujeitos das orações que compõem o período original. II. Em caso de concordância de uma locução verbal com sujeito composto, o verbo que se flexiona é o auxiliar, como em podem causar. III. A locução verbal podem causar pode ser substituída por causarão, sem que haja mudança substancial no sentido da informação.
Está correto o que se afirma apenas em 
Alternativas
Q2087077 Português
Cenoura, ovo ou café

    Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia. 

    Seu pai, um “chef”, levou‐a até a cozinha. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto.

    Logo as panelas começaram a ferver.

    Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última, pó de café.

    Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.

    A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.

    Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou igualmente em uma tigela.

    Virando‐se para ela, perguntou “Querida, o que você está vendo?” “Cenouras, ovos e café”, ela respondeu.

    Ele a trouxe para mais perto e pediu‐lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.

    Ele, então, pediu‐lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.

    Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café.

     Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.

      Ela perguntou humildemente: “O que isto significa, pai?”

    Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.

     A cenoura entrara forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil.

    Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rígido.

    O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água. “Qual deles é você?” ele perguntou a sua filha. “– Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou pó de café?”

    E você?

   Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha e se torna frágil e perde sua força? 

    Será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável? Você teria um espírito maleável, mas depois de alguma morte, uma falência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro? Sua casca parece a mesma, mas você está mais amargo e obstinado, com o coração e o espírito inflexíveis?
 
    Ou será que você é como o pó de café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a cem graus centígrados. Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café. Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.

    Como você lida com a adversidade?
 
     Você é uma cenoura, um ovo ou café?

(Retirado do livro “Às vezes você ganha, às vezes você aprende” – John C. Maxwell. Disponível em: https://pensebem.blog/2020/03/30/fabulacenouras-ovos-cafe-e-adversidades/. Em: 03/2020.)
Quanto à classificação gramatical, assinale a associação INCORRETA.
Alternativas
Q2085165 Português

Texto para responder à questão.

Os jovens que ainda usam máscara por vergonha de mostrar o rosto: “sou feio, mãe” 

    Laura tinha 10 anos quando começou a usar máscara pelos mesmos motivos que todos nós: se proteger da Covid-19 e impedir a disseminação do vírus. Agora, depois de quase 3 anos e do início de sua puberdade, a máscara ocupou um outro lugar na vida dela: o de um objeto que esconde seu rosto e a ajuda a lidar com inseguranças sociais. Sua irmã conta que, mesmo em um passeio à praia, Laura permaneceu de máscara ̶ inclusive para entrar no mar. Em ocasiões como essa, o sol marca o contorno da máscara no seu rosto, tornando ainda mais difícil que ela deixe de usar o acessório em público. A história da jovem ressoa nos relatos de centenas de jovens nas redes sociais, em especial adolescentes, que dizem ter dificuldade de ficar sem máscara fora de casa por vergonha de mostrar o próprio rosto. Em muitos casos, eles são alguns dos únicos alunos da classe que continuam a utilizar o acessório rigorosamente, e sofrem bullying de colegas que questionam o uso e até tentam retirá- -lo à força. Outros dizem que a máscara os ajuda a passar despercebidos e diminuir as interações sociais, inclusive chamando menos atenção dos professores.

     A situação ganha complexidade num momento de reincidência dos casos de coronavírus, em que a máscara é recomendada para frear o contágio da doença. Em que momento, então, o uso rigoroso do acessório por adolescentes se torna preocupante? E como pais e professores podem lidar com essa situação?

    O costume de usar acessórios que desviam o próprio corpo da atenção alheia não é algo novo entre os adolescentes. Moletons largos, bonés e cabelo longo sobre o rosto são alguns dos “mecanismos” aos quais os jovens recorrem para lidar com inseguranças relacionadas à autoimagem corporal, explica o psicólogo e doutor em educação Alessandro Marimpietri. A cantora Billie Eilish é um exemplo desse comportamento: quando tinha 17 anos, declarou que preferia vestir roupas largas para que os fãs e a imprensa não a sexualizassem por conta de seus seios grandes. Marimpietri explica que a pandemia e a reclusão forçada do contato social foram agravantes dessa questão.

     “Um adolescente que entrou na pandemia com 13 anos e agora tem 15, por exemplo, se modificou do ponto de vista físico de maneira muito substancial. Muitos já estavam inseguros sobre como iriam se apresentar para o outro do ponto de vista imagético e comportamental ̶ e a máscara figura como um anteparo simbólico de proteção, como se a autoimagem estivesse resguardada por uma fronteira que me protege do olhar do outro.” Ele acrescenta que os problemas com a imagem corporal foram inflados na pandemia, quando nosso recurso de interação social era, muitas vezes, digital. “Se ver o tempo todo nas telas e nos ângulos das câmeras digitais modificou a autopercepção de todos os sujeitos: crianças, adultos, idosos. No caso dos adolescentes, isso ocorreu de maneira destacada, já que se somam outras questões próprias dessa fase”, diz. 

   Marimpietri explica que as expressões faciais são “pistas não-verbais importantes para o desenvolvimento da vida do sujeitodo ponto de vista psíquico, da interação social, e até da cognição”. Ao esconder parte do rosto com a máscara por tempo indefinido, os adolescentes escondem, também, essas pistas fundamentais para a convivência e interação socioafetiva. Esse prejuízo é percebido por Simone Machado, professora de Língua Portuguesa da rede pública de São Paulo.

    “Os professores leem os alunos a todo momento, mesmo quando não dizem nada. São expressões de dúvida, por exemplo, que nos fazem repetir uma explicação. As máscaras atrapalham essa troca”, conta. A professora relata que seus alunos que seguiram usando máscara mesmo quando houve uma flexibilização da medida são estudantes que já tinham um comportamento introspectivo e dificuldades de socialização. Um deles, conta Machado, ficou ainda mais tímido depois da pandemia. “É como se a máscara fosse mais um muro na socialização dele com o mundo. Até seu olhar ficou menos expressivo e, quando lhe faço perguntas, ele responde apenas balançando a cabeça, nem consigo lembrar como é sua voz.”

     Na escola, a professora de geografia Luciana Cardoso ressalta a importância das conversas entre os professores. “Foi no conselho de classe que descobri, por um outro professor, que uma aluna minha usa sempre a máscara por vergonha de um dente faltando.” Se um professor de Educação Física, por exemplo, fala que o aluno pratica esportes vestindo moletom e máscara, isso acende um alerta diferente para os professores que só os veem dentro de sala, reflete Cardoso. Para a professora Simone Machado, uma estratégia interessante é não falar diretamente sobre o uso insistente da máscara, mas tentar incentivar a socialização desses alunos por outras vias, passando trabalhos em grupo dentro e fora da sala de aula, por exemplo. A médica pediatra Evelyn Eisenstein lembra que, entre os jovens, é mais comum que haja um comportamento negligente quanto às medidas sanitárias de combate à Covid. “Estamos num momento de cautela, em que a máscara deve ser usada em aglomerações como transportes públicos, centros comerciais e também nas escolas”, alerta.

(ALVES, Ian. Os jovens que ainda usam máscara por vergonha de mostrar o rosto: ‘sou feio, mãe’. BBC News Brasil, 2022. Disponível em: https://www. uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2022/12/07/os-jovens-que-ainda-usammascara-por-vergonha-de-mostrar-o-rosto-sou-feio-mae.htm. Acesso em: 06/01/2023. Adaptado.)

Analise as afirmativas a seguir.
I. Para atender à correção gramatical do período “Se ver o tempo todo nas telas [...]” (4º§), o pronome “se” deveria estar em posição enclítica.
II. No trecho “Outros dizem que a máscara os ajuda a passar despercebidos [...]” (1º§), a forma verbal “ajuda” deveria ter sido flexionada no plural para concordar adequadamente com o termo “outros”.
III. Na passagem “A história da jovem ressoa nos relatos de centenas de jovens (...) que dizem ter dificuldade de ficar sem máscara fora de casa por vergonha de mostrar o próprio rosto.” (1º§), a flexão do infinitivo “mostrar” é facultativa. Portanto, “mostrar” pode ser flexionado no plural ou no singular.
IV. Em “A professora relata que seus alunos que seguiram usando máscara mesmo quando houve uma flexibilização da medida [...]” (6º§), se fosse inserida uma vírgula após a palavra “alunos” e outra vírgula após a palavra “máscara”, a oração “que seguiram usando máscara” se transformaria em uma oração subordinada adjetiva explicativa e, com isso, o sentido seria alterado.
V. Em “Estamos num momento de cautela, em que a máscara deve ser usada [...]” (7º§), o termo “em que” pode ser substituído pelo pronome relativo “onde”, de acordo com a norma culta escrita.
Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Respostas
761: B
762: D
763: E
764: A
765: C
766: A
767: D
768: B
769: B
770: A
771: B
772: A
773: B
774: E
775: E
776: D
777: D
778: A
779: A
780: A