Questões de Português - Orações coordenadas assindéticas para Concurso
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Observe a tirinha abaixo e responda a questão.
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TEXTO 1
Estava conversando com uma amiga, dia desses. Ela comentava sobre uma terceira pessoa, que eu não conhecia. Descreveu-a como sendo boa gente, esforçada, ótimo caráter. “Só tem um probleminha: não é habitada.” Rimos. É uma expressão coloquial na França – habité – mas nunca tinha escutado por estas paragens e com este sentido. Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma parecida, também costuma dizer “aquela ali tem gente em casa” quando se refere a pessoas que fazem diferença.
Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demônio em Berna, onde morava na ocasião. A Suíça, de fato, é um país de contos de fada onde tudo funciona, onde todos são belos, onde a vida parece uma pintura, um rótulo de chocolate. Mas falta uma ebulição que a salve do marasmo. Retornando ao assunto: pessoas habitadas são aquelas possuídas por si mesmas, em diversas versões. Os habitados estão preenchidos de indagações, angústias, incertezas, mas não são menos felizes por causa disso. Não transformam suas “inadequações” em doença, mas em força e curiosidade. Não recuam diante de encruzilhadas, não se amedrontam com transgressões, não adotam as opiniões dos outros para facilitar o diálogo. São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos. Ao contrário, encantam pela verdade pessoal que defendem. Além disso, mantêm com a solidão uma relação mais do que cordial. (Pessoas habitadas – Martha Medeiros).
O fim do sistema solar?
Quão estável é o sistema solar? Se considerarmos apenas o curto período de tempo em que os humanos habitaram a Terra, o sistema solar é bastante estável; no entanto, só é possível devido ao complexo equilíbrio atingido pelos planetas que orbitam o Sol ao longo de muitos, muitos anos e pelo papel que cada um desempenha neste sistema.
Se o sistema no qual vivemos pode ser considerado estável, que alterações seriam necessárias para o desestabilizar? Em uma tentativa de responder concretamente à questão, os pesquisadores Garett Brown e Hanno Rein, da Universidade de Toronto, no Canadá, desenvolveram um conjunto de cerca de 3 mil simulações de possíveis alterações às órbitas dos planetas do sistema solar de modo a perceberem quais as consequências e de que forma estas poderiam afetar o equilíbrio do mesmo. "Descobrimos que pequenas perturbações nas órbitas dos planetas externos são transferidas entre planetas, aumentando a probabilidade de que o sistema planetário interno se desestabilize", escreveram no seu relatório publicado recentemente na Arxiv.
A maioria das simulações resultou em algum tipo de consequência significativa para o sistema solar. As boas notícias são que, ainda assim, cerca de 960 cenários analisados pelos pesquisadores não deram origem a mudanças que possam ser consideradas significativas para o equilíbrio do sistema. Além disso, quaisquer consequências que pudessem advir da alteração da órbita de um planeta, fossem estas negativas ou não, só se fariam sentir muitos milhões de anos mais tarde, pelo que, mesmo no pior cenário, não resultaria no imediato colapso do sistema solar.
O estudo examinou, inclusive, os efeitos com um intervalo de até 4,8 mil milhões de anos depois. "Essas perturbações fracas não destroem o sistema solar imediatamente, apenas o agitam um pouco e só nos milhões ou mil milhões de anos seguintes é que algo fica instável", explica Rein à New Scientist.
(Disponível em: O fim do sistema solar? Basta que Netuno altere a sua órbita em apenas
0,1% (msn.com). Adaptado.)
A oração destacada trata-se de uma oração: