Questões de Concurso Sobre regência em português

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Q1344811 Português


(Fonte: Jornal Zero Hora - 21 de janeiro de 2016 – Editorial – texto adaptado)


Considere as seguintes propostas de alterações em passagens do texto:
I. Na linha 09, caso o vocábulo atendimento fosse substituído por atenção, nenhuma outra alteração seria necessária para manter a correção do período. II. Se fazem a inclusão substituísse incluem (l. 16), haveria necessidade de inserção de duas preposições, que se contrairiam com os artigos, a fim de atender as normas de regência. III. No que concerne à sintaxe de regência, atingirá e obterá substituiriam adequadamente alcançará (l. 17), sem necessidade de qualquer alteração estrutural no período.

Quais estão INCORRETAS?
Alternativas
Q1343784 Português

A mulher do vizinho


    Contaram-me que, na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército, morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.

    O delegado resolveu passar uma chamada no homem e intimou-o a comparecer à delegacia.

    O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo à ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:

    — O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: duralex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.

    Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:

    — Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?

    O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

    — Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general, ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?

    Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:

    — Da ativa, minha senhora?

    E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:

    — Da ativa, Motinha! Sai dessa...

Fernando Sabino

“Foi então que a mulher do sueco interveio:” Sobre o verbo em destaque, marque a opção correta.
Alternativas
Q1338432 Português
Assinale a alternativa que apresenta todas as opções de preenchimento entre parênteses das lacunas das frases abaixo corretas, do ponto de vista semântico e morfossintático:
Alternativas
Q1337918 Português
Acerca da expressão “é preciso” (linha 32), analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa CORRETA:

I. É composta por um verbo de ligação e, portanto, insere-se em um predicado nominal. II. Possui como sujeito simples uma oração subordinada substantiva. III. Poderia ser corretamente substituído por “precisam”.
Alternativas
Q1337502 Português




                                     

“O direito fundamental ao acesso a informação decorre da ampla abertura inerente às cartas constitucionais democráticas, revelando-se, nesse sentido, como relevante instrumento de participação popular e efetivo controle dos poderes representativos, além de determinar singulares desdobramentos de ordem comercial e civil no âmbito do Direito Privado.”(linhas 6 a 13). No trecho acima, pode-se afirmar que há um erro gramatical de: 
Alternativas
Q1336527 Português

Merenda escolar não é exceção


             Fico contente em ver muitas pessoas apoiando uma alimentação saudável e consciente. Ao mesmo tempo entendo algumas pessoas criticarem a marmita da minha filha, pois acredito que elas não enxergam a alimentação como uma ferramenta política, econômica, social, ambiental e de saúde. Eu acredito que podemos mudar o mundo através da alimentação e são esses valores que quero passar para a minha filha no dia a dia. Tem gente que escolhe a música, tem gente que prefere a política, outros preferem o esporte, a pintura ou os livros para lutar por um mundo melhor. No meu caso, escolhi a comida!!!
          Coloco banana-da-terra e batata-doce na lancheira da minha filha primeiramente porque ela GOSTA. Os outros motivos são diversos, porém complementares.
           Com a batata-doce e a banana-da-terra consigo mostrar pra ela o verdadeiro sabor da nossa terra, pra ela se lembrar que o sabor da infância era um sabor natural do Brasil e não de alguma fórmula artificial fabricada em laboratório.
          Me importo com a saúde da minha filha e por isso presto atenção na alimentação dela. Não considero biscoito recheado, salgadinho de pacotinho, e achocolatados como alimentos e sim produtos maquiados de alimentos que iludem tanto os pais quanto as crianças com seus poderes viciantes. Não quero deixar a minha filha dependente de uma indústria, quero educá-la para ser independente, poder preparar o próprio alimento e escolher o que quiser para comer no jantar.
            Nenhum lixo foi produzido com a merenda da Flor, fiz a granola em casa e a casca da banana virou adubo pra nossa pequena horta caseira. Porém, se tivesse colocado uma caixinha de achocolatado, um pacotinho de bolacha água e sal e uma barrinha de cereal industrializada, seriam mais 3 embalagens jogadas no lixo que levariam milhares de anos para desintegrar.
         Me lembro que quando eu era pequena o lanche servido na minha escola era pão com manteiga, biscoito recheado, sucos e café com leite. Já mais velha, tínhamos que comprar nosso próprio lanche na cantina que oferecia refrigerantes, salgadinhos, sanduíches, sorvetes, balas e chocolates. Com essa oferta, a criança cresce com uma má referência e influência na alimentação através da escola. Se os pais não forem conscientes e responsáveis pela alimentação dos filhos, incentivando o consumo de vegetais, frutas, legumes e cereais, eles crescem com o paladar já viciado em produtos industrializados, altamente açucarados e engordurados (com açúcar e gordura de péssima qualidade) que podem afetar sua saúde física e mental. Enquanto muitas cantinas forem grandes influências para uma alimentação de baixa qualidade, a saída é mandar a merenda das crianças de casa. E vale lembrar que a merenda escolar não é sinônimo de besteira, não é uma festa de aniversário ou uma ocasião especial, é o lanche que o seu filho come 5 vezes por semana, é a construção de um hábito. Então biscoitos recheados, salgadinhos, bolo industrializado e refrigerante não devem fazer parte de um lanche escolar.
        Os valores estão invertidos na nossa sociedade. Muitas pessoas acreditam que saúde é sinônimo de mais hospitais, quando o ideal seria acreditar na promoção de uma alimentação e estilo de vida saudável para que não precisássemos de mais hospitais. Educação não é só falar por favor e obrigada e sim saber fazer escolhas que afetem o mínimo possível aos outros e ao meio ambiente. Então, quando a sociedade enxergar a alimentação saudável como um investimento e garantia de qualidade de vida, quando cozinharmos pensando e respeitando a saúde do corpo, da terra e dos produtores, aí sim conseguiremos construir um futuro melhor.


(GIL, Bela. Merenda escolar não é exceção. Disponível em:
< http://www.belagil.com/blog />. Acesso em: 3 nov. 2015)
A alternativa em que as regras de regência (nominal ou verbal) foram observadas é:
Alternativas
Q1336005 Português
Marque a alternativa INCORRETA quanto à regência verbal das frases abaixo:
Alternativas
Q1335603 Português

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.
De acordo com os estudos de regência verbal e com o padrão culto da língua, o verbo em destaque em “Olhos pequenos e vermelhos a OLHAVAM.” é:
Alternativas
Q1335584 Português

Texto para responder à questão.

Memórias de um aprendiz de escritor

         Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi - e acho mesmo que não aprendi, a gente nunca para de aprender não foi por falta de prática. Porque comecei muito cedo. Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias. Não só as histórias dos personagens que me encantaram, o SaciPererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Tarzan, os piratas. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de meus personagens, essas criaturas reais ou imaginárias, com quem convivi desde a infância.

        “Na verdade”, eu escrevi ali em cima. Verdade é uma palavra muito relativa para um escritor de ficção. O que é verdade, o que é imaginação? No colégio onde fiz o segundo grau, havia um rapaz que tinha fama de mentiroso. Fama, não; ele era mentiroso. Todo mundo sabia que ele era mentiroso. Todo mundo, menos ele.

         Certa vez, o rádio deu uma notícia alarmante: um avião em dificuldades sobrevoava Porto Alegre. Podia cair a qualquer momento. Fomos para o colégio, naquele dia, preocupados; e conversávamos sobre o assunto, quando apareceu ele, o Mentiroso. Pálido:

         — Vocês nem podem imaginar!

        Uma pausa dramática, e logo em seguida:

        — Sabem esse avião que estava em perigo? Caiu perto da minha casa. Escapamos por pouco. Gente, que coisa horrível!

         E começou a descrever o avião incendiando,o piloto gritava por socorro ... Uma cena impressionante. Aí veio um colega correndo, com a notícia: o avião acabara de aterrissar, são e salvo. Todo mundo começou a rir. Todo mundo, menos o Mentiroso:

         — Não pode ser! - repetia incrédulo, irritado. — Eu vi o avião cair!

        Agora, quando lembro este fato, concluo que não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo o mais. E ele acreditava no que dizia, porque era um ficcionista. Tudo que precisava, naquele momento, eram um lápis e um papel. Se tivesse escrito o que dizia, seria um escritor; como não escrevera, tratava-se de um mentiroso. Uma questão de nomes, de palavras.

SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional, 1984.

O verbo destacado em “Ele VIRA, realmente, o avião cair”, quanto à regência verbal, é.
Alternativas
Q1335580 Português

Texto para responder à questão.

Memórias de um aprendiz de escritor

         Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi - e acho mesmo que não aprendi, a gente nunca para de aprender não foi por falta de prática. Porque comecei muito cedo. Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias. Não só as histórias dos personagens que me encantaram, o SaciPererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Tarzan, os piratas. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de meus personagens, essas criaturas reais ou imaginárias, com quem convivi desde a infância.

        “Na verdade”, eu escrevi ali em cima. Verdade é uma palavra muito relativa para um escritor de ficção. O que é verdade, o que é imaginação? No colégio onde fiz o segundo grau, havia um rapaz que tinha fama de mentiroso. Fama, não; ele era mentiroso. Todo mundo sabia que ele era mentiroso. Todo mundo, menos ele.

         Certa vez, o rádio deu uma notícia alarmante: um avião em dificuldades sobrevoava Porto Alegre. Podia cair a qualquer momento. Fomos para o colégio, naquele dia, preocupados; e conversávamos sobre o assunto, quando apareceu ele, o Mentiroso. Pálido:

         — Vocês nem podem imaginar!

        Uma pausa dramática, e logo em seguida:

        — Sabem esse avião que estava em perigo? Caiu perto da minha casa. Escapamos por pouco. Gente, que coisa horrível!

         E começou a descrever o avião incendiando,o piloto gritava por socorro ... Uma cena impressionante. Aí veio um colega correndo, com a notícia: o avião acabara de aterrissar, são e salvo. Todo mundo começou a rir. Todo mundo, menos o Mentiroso:

         — Não pode ser! - repetia incrédulo, irritado. — Eu vi o avião cair!

        Agora, quando lembro este fato, concluo que não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo o mais. E ele acreditava no que dizia, porque era um ficcionista. Tudo que precisava, naquele momento, eram um lápis e um papel. Se tivesse escrito o que dizia, seria um escritor; como não escrevera, tratava-se de um mentiroso. Uma questão de nomes, de palavras.

SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional, 1984.

Em: “Fama, não; ele era mentiroso” a informação contida no predicado resulta da união obrigatória do núcleo verbal destacado com uma propriedade qualquer expressa no termo adjacente. Nesta perspectiva, este verbo é chamado:
Alternativas
Q1335568 Português

Texto para responder à questão.


Barbara


        Tinha um medo terrível do mundo lá fora. Meu quarto era o único lugar seguro do mundo - e ainda assim não punha minha mão no fogo quanto ao interior dos armários. Dormir na casa de um amigo, para mim, equivalia a conhecer a Coréia do Norte. Acordava no meio da noite aos prantos e ligava pros meus pais virem me buscar. Durante anos tive pesadelos por causa da capa de um VHS de terror - sim, só vi a capa. Me afastei de um amigo por causa de um adesivo que ele tinha no caderno -um a caveira sangrando. Não podia ver esse amigo que o adesivo me vinha à mente e eu começava a tremer e chorar. Sim, eu tinha problemas sérios. E não vou dizer quantos anos eu tinha. Só vou dizer que era uma idade em que tudo isso já era bastante constrangedor.

        Minha irmã Barbara tinha três anos de idade quando chegou em casa da escola e começou a fazer as malas. "Aonde você pensa que vai?" - minha mãe perguntou. "Vou passar o fim de semana com o Yannick na praça seca". Minha mãe, que nunca tinha ouvido falar no Yannick ou na praça seca, achou que a filha estivesse delirando até que, poucas horas depois, o próprio Yannick, um rapaz mais velho, de quatro anos de idade, toca a campainha, acompanhado dos pais: "Vim buscar a Barbara, a gente combinou de ir à Praça Seca". Lembro de observar a picape indo embora com minha irmã na caçamba como quem se despede para sempre. "O mundo lá fora vai te trucidar!" eu dizia com os olhos, "Ainda dá tempo de desistir!", mas ela nem sequer olhava pra trás. Apostei com a minha mãe: "Não dou meia hora pra ela ligar chorando". Barbara não ligou em meia hora, nem em 24, nem em 48. Só reapareceu no domingo, com a mochila cheia de goiabas que ela mesma tinha catado. Alguns arranhões, nada mais. Se hoje não tenho muito medo de sair de casa - só tenho um pouco - é porque vi a Barbara sobrevivendo.

         Aos 17 anos, Barbara foi morar sozinha em outro continente. Achei que ela fosse ligar chorando na primeira noite. Não ligou. Aos 28, já se formou, escreveu peça, foi à China, fala cinco línguas e acorda às sete pra correr na praia com o namorado.

        Nesse sábado, os dois vão se casar. Isso, casar. Tentei explicar que casar hoje em dia é tão obsoleto quanto abrir uma vídeo locadora. "Barbara, você sabe o que te espera? Você sabia que todo casamento acaba em divórcio ou em morte? Ainda dá tempo de desistir." Na caçamba da picape, ela não olha pra trás. Minha irmã mais nova me ensina diariamente a não ter medo do mundo.

DUVIVIER, Gregório. Barbara. Folha de S. Paulo, Folhapress, 27 jun. 2016.Disponível em http://www1.folha.uol.com.br./colunas/ gregorioduvivier/2016/06/1785988-barbara.shtml 

Sobre os elementos “Minha irmã Barbara tinha três anos de idade quando chegou em casa da escola e começou a fazer as malas”, leia as afirmativas.


1. O autor deveria ter colocado vírgulas antes e depois de “quando chegou em casa da escola”.

2. MINHA é um pronome substantivo possessivo.

3. Há uma impropriedade no uso da sintaxe de regência no segmento CHEGOU EM CASA.


Está correto o que se afirma apenas em:

Alternativas
Q1333978 Português


Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/08/130829_demografia_ibge_

Texto adaptado especialmente para esta prova.

Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna pontilhada da linha 27.
Alternativas
Ano: 2005 Banca: PGM-RJ Órgão: PGM - RJ Prova: PGM-RJ - 2005 - PGM - RJ - Contador |
Q1332923 Português

Leia o texto abaixo e responda, em seguida, à questão proposta.


    Crescimento de 7,5% ao ano das igrejas evangélicas brasileiras, um milhão de católicos presentes ao velório do Papa João Paulo II no Vaticano, conversões em massa, na Índia, ao hinduísmo: o que esses eventos têm em comum? Dizer “Deus” é apostar em uma resposta arriscada. Se existe um deus, ou vários, ou não, é um dado que a ciência ainda não é capaz de provar, talvez nunca seja. Mas por que cremos é algo que já pode ser mais bem compreendido. E trabalhos recentes afirmam que as bases da fé estão nos nossos instintos primitivos, como a nossa tendência natural a comer mais do que precisamos, nossa preferência por parceiros fortes e saudáveis para a reprodução e a nossa capacidade de ser feliz (ou a falta dela).

    Até um quarto de século atrás, os cientistas acreditavam que o comportamento religioso era produto da socialização ou da educação recebida em casa. Não é o que diz a pesquisa de Laura Koenig, psicóloga americana da Universidade de Minnesota, que acaba de divulgar o resultado de seus estudos com gêmeos. Em seu relatório, Koenig atribui ao DNA cerca de 40% de participação no nível de religiosidade de uma pessoa. É um número que impressiona. Para se ter uma comparação, sabe-se que os genes são responsáveis por 27 % dos casos de câncer de mama, por exemplo.

     Mais de 250 pares de gêmeos, idênticos e nãoidênticos, responderam a perguntas sobre a freqüência de serviços religiosos, orações e discussões teológicas em suas vidas. Dados sobre pais e outros irmãos também foram coletados. Conclusão: quando eram mais novos, e conviviam mais com outros membros da família, todos tendiam a ter um nível de espiritualidade semelhante, demonstrando forte influência do ambiente na decisão; na idade adulta, somente os univitelinos (que têm carga genética 100% igual) continuavam compartilhando os mesmos índices:

    – Quando os filhos saem de casa e entram na universidade ou no trabalho, a interferência dos pais começa a enfraquecer – diz a pesquisadora. – Nesse ponto, temos de tomar as nossas próprias decisões e a biologia passa a falar mais alto.

    Em suma: sejamos crentes ou céticos, a “culpa”, em grande parte, é da nossa genética.

(Adaptado de ARTONI, Camila. Os genes de Deus. Galileu. São Paulo: Editora Globo, n. 166, maio de 2005, p. 46.)

“É um número que impressiona.”


Nas alternativas abaixo, modifica-se o verbo da oração adjetiva, com as devidas alterações de regência. A frase não está de acordo com as normas de língua escrita em:

Alternativas
Q1332378 Português
Assinale a alternativa em que o verbo VISAR não é transitivo direto:
Alternativas
Q1332111 Português
Assinale a única alternativa em que há erro de regência nominal.
Alternativas
Q1330599 Português
Acerca da regência nominal, que estuda as relações de dependência estabelecidas entre os nomes e seus complementos, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q1330098 Português

Sobre as regências dos verbos LEMBRAR e LEMBRAR-SE:


I. Eu lembrei o que tinha que fazer, porém não fiz.

II. Eu lembrei do que tinha que fazer, porém não fiz.

III. Eu me lembrei do que tinha que fazer, porém não fiz.

IV. Lembrei-me o que tinha que fazer, porém não fiz.


Considerando as regras da Língua Portuguesa, podemos concluir:

Alternativas
Q1330097 Português

Confira a regência do verbo COMUNICAR:


I. A assessoria de imprensa comunicou ao prefeito as manifestações ocorridas.

II. A assessoria de imprensa comunicou o prefeito as manifestações ocorridas.

III. A assessoria de imprensa comunicou-lhe as manifestações ocorridas.

IV. A assessoria de imprensa comunicou-lhe das manifestações ocorridas.



Analisados os exemplos acima, podemos afirmar que: 

Alternativas
Q1329900 Português

Leia o texto para responder a questão.

Aretha Franklin - A mulher negra visível


Por Dodô Azevedo 16/08/2018 16h09 Atualizado 16/08/2018 16h09


       No Brasil, vivemos uma espécie de descoberta da mulher negra brasileira.

    Na academia, no mercado de trabalho, no mundo pop, elas tomaram o microfone. Começaram a chamar a atenção para o que querem dizer. A reivindicar lugar de fala.

    Djamila Ribeiro e o sucesso nacional de seu livro "Quem tem medo do feminismo negro?".

    Conceição Evaristo candidata a Academia Brasileira de Letras.

    O elenco do magistral musical "Elza", sobre a vida de Elza Soares.

    "Dona Ivone Lara - o musical", preparando-se para estrear nos palcos.

    Na TV, a Michelle Brau de Taís Araújo tornada protagonista da série "Mr. Brau", em sua derradeira temporada.

    O Brasil de 2018, em muitos aspectos parecido com os EUA do fim da década de 60, com suas polarizações, extremismos, fraturas e consequentes contraculturas, também celebra hoje a vida de Aretha Franklin.

    Lá, e na época, a cantora (e incrível pianista, pouco se fala) foi ponta de lança de um movimento de afirmação e ocupação de espaços que começa quando Sister Rosetta Twarpe, nos anos 30, resolve levar a guitarra elétrica para os palcos gospel, praticamente inventando o rock and roll, até os dias de hoje, onde a comunicadora mais popular, com alcance de voz a milhões de cidadãos, é Oprah Winfrey.

    Aretha Franklin morre como unanimidade.

    Mas, antes de tudo, visível.

    Morrer visível, relevante e respeitada é, para mulheres negras, uma construção que leva décadas.

    E que aqui só começou.

    Aretha Franklin foi, involuntariamente, mãe aos 12 anos, sofreu com a pobreza, apanhou de maridos.

    Nada muito diferente da trágica rotina da mulher negra brasileira.

    Aretha Franklin morre visível, relevante e respeitada.

    As nossas Arethas Franklins permanecem na luta.

    Atenção a elas. Atenção às nossas.

    Atenção.

    Esse outro nome para respeito.

Disponível em https://g1.globo.com/pop-arte/blog/dodoazevedo/post/2018/08/16/aretha-franklin-a-mulher-negra-visivel.ghtm

“No Brasil, vivemos uma espécie de descoberta da mulher negra brasileira.” O verbo é classificado como
Alternativas
Q1329892 Português

Leia o texto para responder a questão.

Aretha Franklin - A mulher negra visível


Por Dodô Azevedo 16/08/2018 16h09 Atualizado 16/08/2018 16h09


       No Brasil, vivemos uma espécie de descoberta da mulher negra brasileira.

    Na academia, no mercado de trabalho, no mundo pop, elas tomaram o microfone. Começaram a chamar a atenção para o que querem dizer. A reivindicar lugar de fala.

    Djamila Ribeiro e o sucesso nacional de seu livro "Quem tem medo do feminismo negro?".

    Conceição Evaristo candidata a Academia Brasileira de Letras.

    O elenco do magistral musical "Elza", sobre a vida de Elza Soares.

    "Dona Ivone Lara - o musical", preparando-se para estrear nos palcos.

    Na TV, a Michelle Brau de Taís Araújo tornada protagonista da série "Mr. Brau", em sua derradeira temporada.

    O Brasil de 2018, em muitos aspectos parecido com os EUA do fim da década de 60, com suas polarizações, extremismos, fraturas e consequentes contraculturas, também celebra hoje a vida de Aretha Franklin.

    Lá, e na época, a cantora (e incrível pianista, pouco se fala) foi ponta de lança de um movimento de afirmação e ocupação de espaços que começa quando Sister Rosetta Twarpe, nos anos 30, resolve levar a guitarra elétrica para os palcos gospel, praticamente inventando o rock and roll, até os dias de hoje, onde a comunicadora mais popular, com alcance de voz a milhões de cidadãos, é Oprah Winfrey.

    Aretha Franklin morre como unanimidade.

    Mas, antes de tudo, visível.

    Morrer visível, relevante e respeitada é, para mulheres negras, uma construção que leva décadas.

    E que aqui só começou.

    Aretha Franklin foi, involuntariamente, mãe aos 12 anos, sofreu com a pobreza, apanhou de maridos.

    Nada muito diferente da trágica rotina da mulher negra brasileira.

    Aretha Franklin morre visível, relevante e respeitada.

    As nossas Arethas Franklins permanecem na luta.

    Atenção a elas. Atenção às nossas.

    Atenção.

    Esse outro nome para respeito.

Disponível em https://g1.globo.com/pop-arte/blog/dodoazevedo/post/2018/08/16/aretha-franklin-a-mulher-negra-visivel.ghtm

Analise o período “Morrer visível, relevante e respeitada é, para mulheres negras, uma construção que leva décadas.” O verbo é classificado como
Alternativas
Respostas
2221: A
2222: A
2223: C
2224: C
2225: C
2226: C
2227: B
2228: D
2229: C
2230: D
2231: A
2232: C
2233: B
2234: D
2235: C
2236: D
2237: D
2238: C
2239: A
2240: A