Questões de Concurso Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TRF - 2ª REGIÃO
Q1209551 Português
referem-se ao texto abaixo e responda questão seguinte.
(Obs.: "Departamento", palavra encontrada na citação feita no excerto, corresponde a uma divisão administrativa do território francês.)
"Paris e o deserto francês", de título de livro contestando o centralismo do Estado francês, passou a ser parte das expressões correntemente usadas na língua francesa. A tese do autor é que a hipertrofia da capital francesa impedia o desenvolvimento das demais regiões e cidades do território nacional. Herança histórica de diferentes regimes políticos, o centralismo se traduz através da concentração do poder político, administrativo, econômico e cultural na capital francesa, em detrimento da Province1. Podemos situar uma primeira fase do centralismo de Estado, em que a tentativa de centralização (outras já haviam fracassado) foi concretizada, sob o regime de monarquia absolutista de Luís XVI, no século XVII. No entanto, grande passo na centralização do poder político foi dado durante a Revolução Francesa de 1789, em que a corrente dos jacobinos venceu a corrente dos girondinos: o princípio do Reinado "un et indivisible" foi consagrado na constituição de 1791. Este princípio foi aplicado até a mudança para o regime republicano, formando a República "una e indivisível" nas diversas Constituições do Estado francês até hoje. A solidificação institucional e administrativa desse princípio, que garante a abrangência e a eficiência do poder executivo central, foi realizada por Napoleão I, enquanto Primeiro Cônsul (eleito), e na segunda fase da sua permanência no poder, enquanto Imperador. A organização institucional e administrativa do Estado francês é, em grande parte, oriunda desta época.
A Constituição do 22 frimaire na VIII mantém o departamento, mas sua administração é profundamente modificada. A lei do 28 pluviôse na VIII (17 de fevereiro de 1800) institui os préfets2, nomeados e revocados pelo Primeiro Cônsul, em seguida pelo Imperador. Encarregados da administração, os préfets são o órgão executivo único do departamento. Designam os prefeitos e os ajudantes dos municípios de menos de 5000 habitantes e propõem ao Primeiro Cônsul, e em seguida ao Imperador, a nomeação dos outros prefeitos. (...) Constituem a chave-mestra de um Estado centralizado que vê o seu resultado sob o Império.    1 Province é um termo genérico que designa todo o território que não é Paris. 2 A palavra préfet não pode ser traduzida por prefeito, pois não representa o mesmo cargo. Os préfets, mesmo que não tenham mais o poder de nomeação dos prefeitos, ainda existem atualmente, e eram encarregados do poder executivo local até a lei de descentralização de 1982.  
                (Adaptado de Antoinette Kuijlaars. "A política por detrás da técnica: o processo de recentralização na organização da assistência social na França".  In: Estudos de Sociologia no 29: Revista Semestral do Departamento de Sociologia e Programa de Pós-Graduação em Sociologia. UNESP − Araraquara, 2 sem. de 2010, p.491-492) 
No entanto, grande passo na centralização do poder político foi dado durante a Revolução Francesa de 1789, em que a corrente dos jacobinos venceu a corrente dos girondinos: o princípio do Reinado "un et indivisible" foi consagrado na constituição de 1791. 
Levando em conta o acima transcrito, é correto afirmar:   
Alternativas
Q1208652 Português
Pearl Harbor, na remota ilha do Havaí, era uma das maiores bases navais do mundo. Na manhã de 8 de dezembro de 1941 – horário de Tóquio – esse porto abrigava cerca de 70 embarcações de guerra de todos os tamanhos. Seu comandante acreditava que um ataque japonês pelo mar, embora possível, não fosse provável. Tecnicamente, os Estados Unidos continuavam neutros, o que aumentava a sensação de segurança. A base naval japonesa mais próxima estava do outro lado do oceano, fato que tranquilizava os norte-americanos. Os japoneses enviaram secretamente seis portaaviões através do Pacífico para empreender o ataque principal contra Peral Harbor. Seu sucesso foi notável. Navios em grande quantidade e 188 aviões norte-americanos foram destruídos ou danificados. Mesmo assim, os pilotos e comandantes dos submarinos japoneses ficaram bastante desapontados, uma vez que os três porta-aviões norte-americanos estavam em alto-mar na manhã do ataque e não foram descobertos. Na mesma manhã, os japoneses se preparavam para lançar um ataque surpresa às Filipinas, uma jovem nação a caminho da independência, mas que ainda necessitava muito dos Estados Unidos para sua defesa. Distante das bases navais da Califórnia e de Pearl Harbor, o arquipélago filipino poderia ser mais facilmente atacado pelo Japão do que defendido pelos Estados Unidos. Ainda assim, o general norte-americano residente nas Filipinas, Douglas MacArthur acreditava poder defender adequadamente o país, já que seu exército tinha o apoio de 250 aeronaves de guerra e uma forma naval que incluía 29 submarinos. Duas horas após a devastadora investida contra Pearl Harbor, a terrível notícia chegou às Filipinas, onde foi divulgada com gravidade pelas estações públicas de rádio. No espaço de uma semana, a força aérea norteamericana nas Filipinas foi reduzida a poucos caças. (BLAINEY, Geoffrey. Uma Breve História do Século XX. 2 ed. São Paulo: Fundamento, p. 146).
A palavra “secretamente”, utilizada pelo autor na linha 13 do texto, tem como sinônimo:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO
Q1208227 Português
Nas frases a seguir há expressões formadas com o auxílio do verbo ter. 
Assinale a opção que indica a frase em que houve uma substituição adequada da expressão sublinhada. 
Alternativas
Ano: 2010 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de Ipatinga - MG
Q1208186 Português
Assinale a alternativa em que a palavra apresentada possui o mesmo significado que a palavra apresentada nos parênteses:
Alternativas
Ano: 2012 Banca: AOCP Órgão: CRM-MS
Q1208122 Português
Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao significado da expressão destacada.
Alternativas
Ano: 2015 Banca: Itame Órgão: Prefeitura de Padre Bernardo - GO
Q1207639 Português
O hábito da leitura    “A criança é o pai do homem”. A frase, do poeta inglês Willian Wordswirth, ensina que o adulto conserva e amplia qualidades e defeitos que adquiriu quando criança. Tudo que se torna um hábito dificilmente é deixado. Assim, a leitura poderia ser uma mania prazerosa, um passatempo.         Você, coleguinha, pode descobrir várias coisa, viajar por vários lugares, conhecer várias pessoas, e adquirir muitas experiências enquanto lê um livro, jornal, gibi, revista, cartazes de rua e até bula de remédio. Dia 25 de janeiro foi o dia do Carteiro. Ele leva ao mundo inteiro várias noticias intimações, saudades, respostas, mas tudo isso só existe por causa do hábito da leitura. E aí, vamos participar de um projeto de leitura?    Na frase “Assim, a leitura poderia ser uma mania prazerosa, um passatempo.” O antônimo da palavra sublinhada é:
Alternativas
Ano: 2007 Banca: FEC Órgão: Prefeitura de Guajará-Mirim - RO
Q1206673 Português
São sinônimos os prefixos dos vocábulos:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: Instituto Acesso Órgão: Colégio Pedro II
Q1205718 Português
A questão abaixo tomará por base o seguinte texto, de Marcelo Damato (Lance: 18/10/2013), intitulado “Se no Brasil é ruim, na Argentina é pior”:
As torcidas organizadas do Brasil aterrorizam boa parte dos torcedores do Brasil. Por causa delas e, principalmente, das cenas de violência que elas protagonizam, milhões de torcedores se mantêm afastados dos estádios e muitos outros nem consideram a possibilidade de levar mulheres, pais e filhos aos estádios. É ruim, mas poderia ser muito pior. 
O jornalista argentino Gustavo Grabia é uma das maiores autoridades do continente sobre a violência das torcidas. Profundo conhecedor das barras argentinas, ele mostra que a situação no Brasil pode se deteriorar, se nada ou muito pouco continuar a ser feito. 
Na Argentina, as barras, os equivalentes das organizadas, superam as irmãs brasileiras em violência, poder financeiro e poder político. Com o silêncio da polícia, conseguem até enfrentar presidentes de clubes e ameaçar jogadores sem sofrer sanções. 
Com isso, arrecadam muito dinheiro. Com esses recursos, conseguem corromper policiais, dirigentes e até políticos. Grande parte das barras prestam serviços aos partidos políticos, de situação ou oposição. Os líderes das barras possuem um acesso aos círculos do poder – são recebidos no palácio presidencial – que é impensável no Brasil. 
As diferenças vêm desde a formação. Na Argentina, há uma barra por clube e ela é uma organização informal. Não existem eleições, nem mandatos. O poder se mantém pela força. O líder da barra só deixa o cargo quando é preso, morto ou deposto por um rival, normalmente após uma luta de poder entre os dois grupos. 
Apesar disso, o número de mortes no futebol argentino neste ano é menos do que a metade do caso brasileiro, oito contra dezessete.
A partir da leitura do texto, é possível estabelecer a seguinte sinonímia entre as palavras:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-RS
Q1205710 Português
A frase abaixo em que ocorre ambiguidade é: 
Alternativas
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-RS
Q1205704 Português
Um problema da língua escrita é a polissemia das palavras, que pode gerar mais de um entendimento da frase. 
A frase abaixo em que isso ocorre com o termo sublinhado é: 
Alternativas
Ano: 2018 Banca: IMA Órgão: Prefeitura de Raposa - MA
Q1204799 Português
Leia o fragmento abaixo: 
“No passado, os alimentos eram mais saudáveis e mais difíceis de encontrar. Hoje, é possível achar comida em qualquer esquina, a preços módicos. Já se provou que as pessoas ingerem uma quantidade significativamente maior de calorias.” 

O vocábulo destacado no texto têm como antônimo:
Alternativas
Q1204180 Português
Com relação aos verbos do texto, analise as seguintes assertivas:
I. O verbo tiveram (l. 09) é transitivo indireto. II. O verbo correm (l. 27) poderia ser substituído por possuem, sem causar incorreção gramatical ou alteração de sentido. III. Os verbos desligar e prestar (ambos na linha 30) estão em suas formas nominais.
Quais estão INCORRETAS?
Alternativas
Q1204134 Português

TEXTO 1

Andarilho beija-flor

(Composição: Marquinhos da Serrinha/ Intérprete: Flávio José)


Eu não creio que somente palavras me façam viver

Nem que os sonhos perdidos me impeçam de sentir prazer

Nada quanto sonhei ou que fiz e errei foi em vão

Eu prefiro escutar o que pede esse meu coração


Eu não posso negar que ainda sofro lembrando você

E que, às vezes, faz mal um só peito tentando querer

Mas também superei pra mim mesmo e parei de sonhar

E aprendi que, quem ama, é preciso primeiro se amar


Não mudo, não!

Meu coração me fez assim,

Me ensinou gostar de mim, deu mais sentido em meu viver

Prefiro ser um andarilho beija-flor

Pra que vou dar o meu amor pra quem sequer amor quer ter?

(Fonte: https://www.letras.mus.br/flavio-jose/andarilho-beija-flor/)


TEXTO 2

Codinome beija-flor

(Composição: Agenor Neto / Jose Neves / Reinaldo Arias; Intérprete: Cazuza)


Pra que mentir, fingir que perdoou

Tentar ficar amigos sem rancor

A emoção acabou

Que coincidência é o amor

A nossa música nunca mais tocou


Pra que usar de tanta educação

Pra destilar terceiras intenções

Desperdiçando o meu mel

Devagarinho, flor em flor

Entre os meus inimigos, beija-flor


Eu protegi teu nome por amor

Em um codinome, Beija-flor

Não responda nunca, meu amor (nunca)

Pra qualquer um na rua, Beija-flor


Que só eu que podia

Dentro da tua orelha fria

Dizer segredos de liquidificador


Você sonhava acordada

Um jeito de não sentir dor

Prendia o choro e aguava o bom do amor

Prendia o choro e aguava o bom do amor

(Fonte: https://www.letras.mus.br/cazuza/468416/)

Comparando as letras das canções Andarilho beija-flor e Codinome beija-flor, é CORRETO afirmar:
Alternativas
Q1204027 Português
Pregos

    Foi de repente. Dois quadros que tenho na parede da sala despencaram juntos. Ninguém os havia tocado, nenhuma ventania naquele dia, nenhuma obra no prédio, nenhuma rachadura. Simplesmente caíram, depois de terem permanecido seis anos inertes. Não consegui admitir essa gratuidade, fiquei procurando uma razão para a queda, haveria de ter uma.
    Poucos dias depois, numa dessas coincidências que não se explicam, estava lendo um livro do italiano Alessandro Baricco, chamado “Novecentos”, em que ele descrevia exatamente a mesma situação. “No silêncio mais absoluto, com tudo imóvel ao seu redor, nem sequer uma mosca se movendo, eles, zás. Não há uma causa. Por que precisamente neste instante? Não se sabe. Zás. O que ocorre a um prego para que decida que já não pode mais?”
    Alessandro Baricco não procura desvendar esse mistério, apenas diz que assim é. Um belo dia a gente se olha no espelho e descobre que está velho. A gente acorda de manhã e descobre que não ama mais uma pessoa. Um avião passa no céu e a gente descobre que não pode ficar parado onde está nem mais um minuto. Zás. Nossos pregos já não nos seguram.
    Costumamos chamar essa sensação de “cair a ficha”, mas acho bem mais poética e avassaladora a analogia com os quadros na parede. Cair a ficha é se dar conta. Deixar cair os quadros é um pouco mais que isso, é perder a resistência, é reconhecer que há algo que já não podemos suportar. Não precisa ser necessariamente uma carga negativa, pode ser uma carga positiva, mas que nos obriga a solicitar mais força dentro de nós.
    Nascemos, ficamos em pé, crescemos e a partir daí começamos a sustentar nossas inquietações, nossos desejos inconfessos, algum sofrimento silencioso e a enormidade da nossa paciência. Nossos pregos são feitos de material maciço, mas nunca se sabe quanto peso eles podem aguentar. O quanto podemos conosco? Uma boa definição para felicidade: ser leve para si mesmo.
    Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede. Estão novamente fixos no mesmo lugar. Até que eles, ou eu, sejamos definitivamente vencidos pelo cansaço.
(Martha Medeiros. Pregos. Em: março de 2010.)
No fragmento “Simplesmente caíram, depois de terem permanecido seis anos inertes.” (1º§), o termo “inertes” significa:
Alternativas
Q1204026 Português
Pregos

    Foi de repente. Dois quadros que tenho na parede da sala despencaram juntos. Ninguém os havia tocado, nenhuma ventania naquele dia, nenhuma obra no prédio, nenhuma rachadura. Simplesmente caíram, depois de terem permanecido seis anos inertes. Não consegui admitir essa gratuidade, fiquei procurando uma razão para a queda, haveria de ter uma.
    Poucos dias depois, numa dessas coincidências que não se explicam, estava lendo um livro do italiano Alessandro Baricco, chamado “Novecentos”, em que ele descrevia exatamente a mesma situação. “No silêncio mais absoluto, com tudo imóvel ao seu redor, nem sequer uma mosca se movendo, eles, zás. Não há uma causa. Por que precisamente neste instante? Não se sabe. Zás. O que ocorre a um prego para que decida que já não pode mais?”
    Alessandro Baricco não procura desvendar esse mistério, apenas diz que assim é. Um belo dia a gente se olha no espelho e descobre que está velho. A gente acorda de manhã e descobre que não ama mais uma pessoa. Um avião passa no céu e a gente descobre que não pode ficar parado onde está nem mais um minuto. Zás. Nossos pregos já não nos seguram.
    Costumamos chamar essa sensação de “cair a ficha”, mas acho bem mais poética e avassaladora a analogia com os quadros na parede. Cair a ficha é se dar conta. Deixar cair os quadros é um pouco mais que isso, é perder a resistência, é reconhecer que há algo que já não podemos suportar. Não precisa ser necessariamente uma carga negativa, pode ser uma carga positiva, mas que nos obriga a solicitar mais força dentro de nós.
    Nascemos, ficamos em pé, crescemos e a partir daí começamos a sustentar nossas inquietações, nossos desejos inconfessos, algum sofrimento silencioso e a enormidade da nossa paciência. Nossos pregos são feitos de material maciço, mas nunca se sabe quanto peso eles podem aguentar. O quanto podemos conosco? Uma boa definição para felicidade: ser leve para si mesmo.
    Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede. Estão novamente fixos no mesmo lugar. Até que eles, ou eu, sejamos definitivamente vencidos pelo cansaço.
(Martha Medeiros. Pregos. Em: março de 2010.)
Em “Não precisa ser necessariamente uma carga negativa, pode ser uma carga positiva, mas que nos obriga a solicitar mais força dentro de nós.” (4º§), a expressão “necessariamente” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
Alternativas
Q1203873 Português
Leia o fragmento do livro de Eugênio Bucci, Sobre ética e imprensa:
“Os programas sensacionalistas do rádio e os programas policiais de final da tarde em televisão saciam curiosidades perversas e até mórbidas tirando sua matéria-prima do drama de _____________ humildes que aparecem nas delegacias como suspeitos de pequenos crimes. Ali, são entrevistados por intimidação. As ___________ invadem barracos e cortiços, e gravam sem pedir licença a estupefação de famílias de baixíssima renda que não sabem direito o que se passa: um parente é suspeito de _____________, ou o vizinho acaba de ser preso por tráfico, ou o primo morreu no massacre de fim de semana no bar da esquina. A polícia chega atirando; a mídia chega filmando.”

Analise as seguintes afirmações: I. As palavras saciam e mórbidas podem ser substituídas, sem prejuízo de sentido, e pela ordem por: satisfazem, doentias. II. O preenchimento correto das lacunas, pela ordem é: cidadães, câmeras e estrupo. III. O texto faz referência aos programas sensacionalistas, que transformam a cobertura de fatos policiais em espetáculo.
Está correto o que se afirma em:
Alternativas
Q1203714 Português

Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.


O verbo matar

Quem se espanta com o espetáculo de horror diversificado que o mundo de hoje oferece, faria bem se tivesse o dicionário como livro de leitura diurna e noturna. Pois ali está, na letra M, a chave do temperamento homicida, que convive no homem com suas tendências angélicas, e convive em perfeita harmonia de namorados.

O consulente verá que matar é verbo copiosamente conjugado por ele próprio. Não importa que cultive a mansuetude, a filantropia, o sentimentalismo; que redija projetos de paz universal, à maneira de Kant, e considere abominações o assassínio e o genocídio. Vive matando.

A ideia de matar é de tal modo inerente ao homem que, à falta de atentados sanguinolentos a cometer, ele mata calmamente o tempo. Sua linguagem o trai. Por que não diz, nas horas de ócio e recreação ingênua, que está vivendo o tempo? Prefere matá-lo.

Todos os dias, mais de uma vez, matamos a fome, em vez de satisfazê-la. Não é preciso lembrar como um número infinito de pessoas perpetra essa morte: através da morte efetiva de rebanhos inteiros, praticada tecnicamente em lugar de horror industrial, denominado matadouro. Aí, matar já não é expressão metafórica: é matar mesmo.

O estudante que falta à classe confessa que matou a aula, o que implica matança do professor, da matéria e, consequentemente, de parte do seu acervo individual de conhecimento, morta antes de chegar a destino. No jogo mais intelectual que se conhece, pretende-se não apenas vencer o competidor, mas liquidá-lo pela aplicação de xeque-mate. Não admira que, nas discussões, o argumento mais poderoso se torne arma de fogo de grande eficácia letal: mata na cabeça.

Beber um gole no botequim, ato de aparência gratuita, confortador e pacificante, envolve sinistra conotação. É o mata-bicho, indiscriminado. E quantos bichos se matam, em pensamento, a cada instante! Até para definir as coisas naturais adotamos ponto de vista de morte violenta. Essa planta convolvulácea é apresentada

por sua propriedade maléfica: mata-cabras. Nasceu para isso, para dizimar determinada espécie de mamíferos? Não. Assim a batizamos. Outra é mata-cachorro. Uma terceira, mata-cavalo, e o dicionarista acrescenta o requinte: "goza da fama de produzir frutos venenosos". Certo peixe fluvial atende (ou devia atender) por mata-gato, como se pulasse d'água para caçar felinos por aí, ou se estes mergulhassem com intenção de ajustar contas com ele. Em Santa Catarina, o vento de inverno que sopra lá dos Andes é recebido com a exclamação: "Chegou o mata-baiano".

Já não se usa, mas usou-se muito um processo de secar a tinta em cartas e documentos quaisquer: botar por cima um papel grosso, chupão, que se chamava mata-borrão e matava mesmo, sugando o sangue azul da vítima, qual vampiro de escritório.

A carreta necessita de correia de couro, que una seu eixo ao leito. O nome que se arranjou para identificá-lo, com sadismo, é mata-boi. Mata-cachorro não é só planta flacurtiácea, que acumula o título de mata-calado. É também alcunha de soldado de polícia estadual, e do pobre-diabo que, no circo, estende o tapete e prepara o picadeiro para a função.

Matar charadas constitui motivo de orgulho intelectual para o matador. Há um matador profissional, remunerado pelos cofres públicos: o mata-mosquito, que pouca gente conhece como guarda sanitário. Mata-junta? É a fasquia usada para vedar juntas entre tábuas. O sujeito vulgarmente conhecido como chato, ao repetir a mesma cantilena, "mata o bicho do ouvido". Certa espécie de algodoeiro é mata-mineiro, certa árvore é mata-mata, ninguém no interior ignora o que seja mata-burro, mata-cobra tanto é marimbondo como porrete e formiga. Ferida em lombo de animal, chama-se matadura. Nosso admirável dedo polegar, só lhe reconhecem uma prestança: a de mata-piolhos.

Mandioca mata-negro. Peixe matante. Vegetal mata-olho. Mata-pulga, planta de que se fazem vassouras, Mata-rato, cigarro ordinário. Enfeites e atavios, meios especiais para atingir certos fins, são matadores. "Ela veio com todos os matadores" provoca admiração e êxtase. "Eunice com seus olhos matadores", decassílabo de vítima jubilosa.

Se a linguagem espelha o homem, e se o homem adorna a linguagem com tais sub-pensamentos de matar, não admira que atos de banditismo, a explosão intencional de aviões, o fuzilamento de reféns, o bombardeio aéreo de alvos residenciais, os pogroms, napalm, as bombas A e H, a variada tragédia dos dias modernos se revele como afirmação cotidiana do lado perverso do ser humano. Admira é que existam a pesquisa de antibióticos, Cruz Vermelha Internacional, Mozart, o amor.

(ANDRADE, C. Drummond de. De notícias & não notícias faz-se a crônica. In “Poesia e prosa”. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979, p. 1415-1417.)



“Não importa que cultive a mansuetude, a filantropia, o sentimentalismo” (2º §)

“e considere abominações o assassínio e o genocídio” (2º §)

“e o dicionarista acrescenta o requinte” (6º §)

Os vocábulos sublinhados nos fragmentos acima podem ser substituídos sem alteração de sentido, respectivamente, por:

Alternativas
Q1203667 Português
O texto abaixo é referência para a questão.

Bulllying internacional
Israel e Irã – As ameaças recíprocas endurecem o caminho das eleições dos EUA

    Como um BEDEL, que repreende alunos briguentos, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou tanto Israel quanto o Irã por suas ameaças recíprocas. Há anos, o governo de Bem-jamin Netanyahu ameaça Teerã com um bombardeio às suas instalações nucleares caso insista em enriquecer urânio e pressiona os EUA a endossarem a ameaça. Permitiu o uso de sua imagem na propaganda republicana e cobrou Barack Obama, que reagiu à ingratidão esnobando o líder israelense em sua última visita aos EUA. 
    Agora o governo de Aiatolá Khamenei e do presidente Mahmoud Ahmadinejad responde na mesma moeda. Referir-se, retoricamente, a Israel como uma “perturbação mínima que veio para o quadro desta fase histórica para ser eliminada”, como fez o presidente na segunda-feira 24, é uma coisa, ameaçar com um “ataque preventivo” caso julguem que Israel prepara uma ação militar, como fizera seu general Amir Ali Hajizadeh na véspera, é outra, mais perigosa.
    Por um lado, Tel-Aviv superestima a força do seu lobby junto a Washington e sua capacidade de influenciar as eleições e embarca em uma aventura política que pode ser desastrosa para os próprios interesses, por mais que ganhe aplausos do seu público interno. De outro, Teerã aposta que Israel não ousará um ataque sem respaldo de Washington e provavelmente tem razão – e que a Casa Branca evitará uma ação militar no Irã enquanto este não testar de fato uma arma nuclear, premissa mais duvidosa.
No primeiro parágrafo o termo em destaque encontra seu melhor significado na alternativa:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP
Q1202270 Português
A força do movimento feminista é uma característica da década atual. As passeatas e manifestações em defesa das mulheres e contra a violência sexual, o coro unido do “Não é não”, a dissonância política são demonstrações inequívocas disso. De certa maneira, ecoam movimentos contestadores que surgiram desde 2008, como os protestos do acampamento “Occupy Wall Street” nos Estados Unidos, as grandes manifestações na Índia contra o estupro e as passeatas gigantescas na Argentina em defesa do direito ao aborto. No campo intelectual, pesquisadoras mundo afora se debruçaram na busca por respostas a questões complexas: que resultados as antigas feministas conseguiram e quão adequados eles foram para as necessidades das mulheres? Que mudanças foram trazidas globalmente para alterar relações injustas de gênero? O poder masculino na esfera pública ruiu na mesma velocidade que na esfera particular ou se transferiu de um polo para outro? Não são poucos os estudos a apontar que os avanços na igualdade de gênero têm andado de mãos dadas com o crescimento da desigualdade socioeconômica pelo mundo. A britânica Susan Watkins, editora da revista New Left Review, publicou um longo ensaio em que analisa as principais conquistas do feminismo global nos últimos 25 anos. Disse que, sem dúvida, o maior ganho foi um notável avanço de conhecimento, com a expansão da coleta de dados, estudos de campo e análise comparativa. “A mudança social concreta atribuível à agenda feminista global, entretanto, tem sido menor e está em grande parte concentrada no topo da pirâmide social. O mais significativo tem sido o aumento de mulheres jovens no ensino superior, em parte devido à expansão dos sistemas universitários na China, no Oriente Médio e na América Latina. No plano político, a proporção total de mulheres nos parlamentos nacionais aumentou de 12% em 1997 para 24% em 2017, com alguns dos maiores aumentos na América Latina (53% na Bolívia); a eficiência com que essas gestões femininas representam os interesses das mulheres, uma vez eleitas, é outra questão”, analisou.
(Victor Calcagno, “Sobre o feminismo”. Época, 17.06.2019. Adaptado)
Identifica-se trecho com termos empregados em linguagem figurada em:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 11ª Região (AM e RR)
Q1202097 Português
Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastróficas aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos mesopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.
Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habitadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desastres são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos de terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em zonas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redução de danos.
Dois estudos feitos por pesquisadores brasileiros indicam que o risco de ocorrência desses três tipos de desastre deverá aumentar até o final do século. Eles também sinalizam que novos pontos do território nacional deverão se transformar em áreas de risco significativo para esses mesmos problemas. “Os impactos tendem a ser maiores no futuro, com as mudanças climáticas, o crescimento das cidades e a ocupação de mais áreas de risco”, comenta o pesquisador José A. Marengo.
Além da suscetibilidade natural a secas, enchentes, deslizamentos e outros desastres, a ação do homem tem um peso considerável em transformar o que poderia ser um problema de menor monta em uma catástrofe. Os pesquisadores estimam que um terço do impacto dos deslizamentos de terra e metade dos estragos de inundações poderiam ser evitados com alterações de práticas humanas ligadas à ocupação do solo e a melhorias nas condições socioeconômicas da população em áreas de risco.
Moradias precárias em lugares inadequados, perto de encostas ou em pontos de alagamento, cidades superpopulosas e impermeabilizadas, que não escoam a água da chuva; esses fatores da cultura humana podem influenciar o desfecho de uma situação de risco. “Até hábitos cotidianos, como não jogar lixo na rua, e o nível de solidariedade de uma população podem ao menos mitigar os impactos de um desastre”, pondera a geógrafa Lucí Hidalgo Nunes.
(Adaptado de PIVETTA, Marcos. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br)
No contexto, as palavras longínquos (1o parágrafo) e mitigar (5o parágrafo) adquirem, respectivamente, sentidos de:
Alternativas
Respostas
7141: B
7142: A
7143: D
7144: C
7145: A
7146: D
7147: A
7148: A
7149: C
7150: B
7151: C
7152: D
7153: D
7154: A
7155: D
7156: C
7157: E
7158: A
7159: C
7160: E