Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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(Obs.: "Departamento", palavra encontrada na citação feita no excerto, corresponde a uma divisão administrativa do território francês.)
"Paris e o deserto francês", de título de livro contestando o centralismo do Estado francês, passou a ser parte das expressões correntemente usadas na língua francesa. A tese do autor é que a hipertrofia da capital francesa impedia o desenvolvimento das demais regiões e cidades do território nacional. Herança histórica de diferentes regimes políticos, o centralismo se traduz através da concentração do poder político, administrativo, econômico e cultural na capital francesa, em detrimento da Province1. Podemos situar uma primeira fase do centralismo de Estado, em que a tentativa de centralização (outras já haviam fracassado) foi concretizada, sob o regime de monarquia absolutista de Luís XVI, no século XVII. No entanto, grande passo na centralização do poder político foi dado durante a Revolução Francesa de 1789, em que a corrente dos jacobinos venceu a corrente dos girondinos: o princípio do Reinado "un et indivisible" foi consagrado na constituição de 1791. Este princípio foi aplicado até a mudança para o regime republicano, formando a República "una e indivisível" nas diversas Constituições do Estado francês até hoje. A solidificação institucional e administrativa desse princípio, que garante a abrangência e a eficiência do poder executivo central, foi realizada por Napoleão I, enquanto Primeiro Cônsul (eleito), e na segunda fase da sua permanência no poder, enquanto Imperador. A organização institucional e administrativa do Estado francês é, em grande parte, oriunda desta época.
A Constituição do 22 frimaire na VIII mantém o departamento, mas sua administração é profundamente modificada. A lei do 28 pluviôse na VIII (17 de fevereiro de 1800) institui os préfets2, nomeados e revocados pelo Primeiro Cônsul, em seguida pelo Imperador. Encarregados da administração, os préfets são o órgão executivo único do departamento. Designam os prefeitos e os ajudantes dos municípios de menos de 5000 habitantes e propõem ao Primeiro Cônsul, e em seguida ao Imperador, a nomeação dos outros prefeitos. (...) Constituem a chave-mestra de um Estado centralizado que vê o seu resultado sob o Império. 1 Province é um termo genérico que designa todo o território que não é Paris. 2 A palavra préfet não pode ser traduzida por prefeito, pois não representa o mesmo cargo. Os préfets, mesmo que não tenham mais o poder de nomeação dos prefeitos, ainda existem atualmente, e eram encarregados do poder executivo local até a lei de descentralização de 1982.
(Adaptado de Antoinette Kuijlaars. "A política por detrás da técnica: o processo de recentralização na organização da assistência social na França". In: Estudos de Sociologia no 29: Revista Semestral do Departamento de Sociologia e Programa de Pós-Graduação em Sociologia. UNESP − Araraquara, 2 sem. de 2010, p.491-492)
No entanto, grande passo na centralização do poder político foi dado durante a Revolução Francesa de 1789, em que a corrente dos jacobinos venceu a corrente dos girondinos: o princípio do Reinado "un et indivisible" foi consagrado na constituição de 1791.
Levando em conta o acima transcrito, é correto afirmar:
A palavra “secretamente”, utilizada pelo autor na linha 13 do texto, tem como sinônimo:
Assinale a opção que indica a frase em que houve uma substituição adequada da expressão sublinhada.
As torcidas organizadas do Brasil aterrorizam boa parte dos torcedores do Brasil. Por causa delas e, principalmente, das cenas de violência que elas protagonizam, milhões de torcedores se mantêm afastados dos estádios e muitos outros nem consideram a possibilidade de levar mulheres, pais e filhos aos estádios. É ruim, mas poderia ser muito pior.
O jornalista argentino Gustavo Grabia é uma das maiores autoridades do continente sobre a violência das torcidas. Profundo conhecedor das barras argentinas, ele mostra que a situação no Brasil pode se deteriorar, se nada ou muito pouco continuar a ser feito.
Na Argentina, as barras, os equivalentes das organizadas, superam as irmãs brasileiras em violência, poder financeiro e poder político. Com o silêncio da polícia, conseguem até enfrentar presidentes de clubes e ameaçar jogadores sem sofrer sanções.
Com isso, arrecadam muito dinheiro. Com esses recursos, conseguem corromper policiais, dirigentes e até políticos. Grande parte das barras prestam serviços aos partidos políticos, de situação ou oposição. Os líderes das barras possuem um acesso aos círculos do poder – são recebidos no palácio presidencial – que é impensável no Brasil.
As diferenças vêm desde a formação. Na Argentina, há uma barra por clube e ela é uma organização informal. Não existem eleições, nem mandatos. O poder se mantém pela força. O líder da barra só deixa o cargo quando é preso, morto ou deposto por um rival, normalmente após uma luta de poder entre os dois grupos.
Apesar disso, o número de mortes no futebol argentino neste ano é menos do que a metade do caso brasileiro, oito contra dezessete.
A partir da leitura do texto, é possível estabelecer a seguinte sinonímia entre as palavras:
A frase abaixo em que isso ocorre com o termo sublinhado é:
“No passado, os alimentos eram mais saudáveis e mais difíceis de encontrar. Hoje, é possível achar comida em qualquer esquina, a preços módicos. Já se provou que as pessoas ingerem uma quantidade significativamente maior de calorias.”
O vocábulo destacado no texto têm como antônimo:
I. O verbo tiveram (l. 09) é transitivo indireto. II. O verbo correm (l. 27) poderia ser substituído por possuem, sem causar incorreção gramatical ou alteração de sentido. III. Os verbos desligar e prestar (ambos na linha 30) estão em suas formas nominais.
Quais estão INCORRETAS?
TEXTO 1
Andarilho beija-flor
(Composição: Marquinhos da Serrinha/ Intérprete: Flávio José)
Eu não creio que somente palavras me façam viver
Nem que os sonhos perdidos me impeçam de sentir prazer
Nada quanto sonhei ou que fiz e errei foi em vão
Eu prefiro escutar o que pede esse meu coração
Eu não posso negar que ainda sofro lembrando você
E que, às vezes, faz mal um só peito tentando querer
Mas também superei pra mim mesmo e parei de sonhar
E aprendi que, quem ama, é preciso primeiro se amar
Não mudo, não!
Meu coração me fez assim,
Me ensinou gostar de mim, deu mais sentido em meu viver
Prefiro ser um andarilho beija-flor
Pra que vou dar o meu amor pra quem sequer amor quer ter?
(Fonte: https://www.letras.mus.br/flavio-jose/andarilho-beija-flor/)
TEXTO 2
Codinome beija-flor
(Composição: Agenor Neto / Jose Neves / Reinaldo Arias; Intérprete: Cazuza)
Pra que mentir, fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou
Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor
Eu protegi teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor (nunca)
Pra qualquer um na rua, Beija-flor
Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
(Fonte: https://www.letras.mus.br/cazuza/468416/)
“Os programas sensacionalistas do rádio e os programas policiais de final da tarde em televisão saciam curiosidades perversas e até mórbidas tirando sua matéria-prima do drama de _____________ humildes que aparecem nas delegacias como suspeitos de pequenos crimes. Ali, são entrevistados por intimidação. As ___________ invadem barracos e cortiços, e gravam sem pedir licença a estupefação de famílias de baixíssima renda que não sabem direito o que se passa: um parente é suspeito de _____________, ou o vizinho acaba de ser preso por tráfico, ou o primo morreu no massacre de fim de semana no bar da esquina. A polícia chega atirando; a mídia chega filmando.”
Analise as seguintes afirmações: I. As palavras saciam e mórbidas podem ser substituídas, sem prejuízo de sentido, e pela ordem por: satisfazem, doentias. II. O preenchimento correto das lacunas, pela ordem é: cidadães, câmeras e estrupo. III. O texto faz referência aos programas sensacionalistas, que transformam a cobertura de fatos policiais em espetáculo.
Está correto o que se afirma em:
Leia o texto abaixo e responda a questão proposta.
O verbo matar
Quem se espanta com o espetáculo de horror diversificado que o mundo de hoje oferece, faria bem se tivesse o dicionário como livro de leitura diurna e noturna. Pois ali está, na letra M, a chave do temperamento homicida, que convive no homem com suas tendências angélicas, e convive em perfeita harmonia de namorados.
O consulente verá que matar é verbo copiosamente conjugado por ele próprio. Não importa que cultive a mansuetude, a filantropia, o sentimentalismo; que redija projetos de paz universal, à maneira de Kant, e considere abominações o assassínio e o genocídio. Vive matando.
A ideia de matar é de tal modo inerente ao homem que, à falta de atentados sanguinolentos a cometer, ele mata calmamente o tempo. Sua linguagem o trai. Por que não diz, nas horas de ócio e recreação ingênua, que está vivendo o tempo? Prefere matá-lo.
Todos os dias, mais de uma vez, matamos a fome, em vez de satisfazê-la. Não é preciso lembrar como um número infinito de pessoas perpetra essa morte: através da morte efetiva de rebanhos inteiros, praticada tecnicamente em lugar de horror industrial, denominado matadouro. Aí, matar já não é expressão metafórica: é matar mesmo.
O estudante que falta à classe confessa que matou a aula, o que implica matança do professor, da matéria e, consequentemente, de parte do seu acervo individual de conhecimento, morta antes de chegar a destino. No jogo mais intelectual que se conhece, pretende-se não apenas vencer o competidor, mas liquidá-lo pela aplicação de xeque-mate. Não admira que, nas discussões, o argumento mais poderoso se torne arma de fogo de grande eficácia letal: mata na cabeça.
Beber um gole no botequim, ato de aparência gratuita, confortador e pacificante, envolve sinistra conotação. É o mata-bicho, indiscriminado. E quantos bichos se matam, em pensamento, a cada instante! Até para definir as coisas naturais adotamos ponto de vista de morte violenta. Essa planta convolvulácea é apresentada
por sua propriedade maléfica: mata-cabras. Nasceu para isso, para dizimar determinada espécie de mamíferos? Não. Assim a batizamos. Outra é mata-cachorro. Uma terceira, mata-cavalo, e o dicionarista acrescenta o requinte: "goza da fama de produzir frutos venenosos". Certo peixe fluvial atende (ou devia atender) por mata-gato, como se pulasse d'água para caçar felinos por aí, ou se estes mergulhassem com intenção de ajustar contas com ele. Em Santa Catarina, o vento de inverno que sopra lá dos Andes é recebido com a exclamação: "Chegou o mata-baiano".
Já não se usa, mas usou-se muito um processo de secar a tinta em cartas e documentos quaisquer: botar por cima um papel grosso, chupão, que se chamava mata-borrão e matava mesmo, sugando o sangue azul da vítima, qual vampiro de escritório.
A carreta necessita de correia de couro, que una seu eixo ao leito. O nome que se arranjou para identificá-lo, com sadismo, é mata-boi. Mata-cachorro não é só planta flacurtiácea, que acumula o título de mata-calado. É também alcunha de soldado de polícia estadual, e do pobre-diabo que, no circo, estende o tapete e prepara o picadeiro para a função.
Matar charadas constitui motivo de orgulho intelectual para o matador. Há um matador profissional, remunerado pelos cofres públicos: o mata-mosquito, que pouca gente conhece como guarda sanitário. Mata-junta? É a fasquia usada para vedar juntas entre tábuas. O sujeito vulgarmente conhecido como chato, ao repetir a mesma cantilena, "mata o bicho do ouvido". Certa espécie de algodoeiro é mata-mineiro, certa árvore é mata-mata, ninguém no interior ignora o que seja mata-burro, mata-cobra tanto é marimbondo como porrete e formiga. Ferida em lombo de animal, chama-se matadura. Nosso admirável dedo polegar, só lhe reconhecem uma prestança: a de mata-piolhos.
Mandioca mata-negro. Peixe matante. Vegetal mata-olho. Mata-pulga, planta de que se fazem vassouras, Mata-rato, cigarro ordinário. Enfeites e atavios, meios especiais para atingir certos fins, são matadores. "Ela veio com todos os matadores" provoca admiração e êxtase. "Eunice com seus olhos matadores", decassílabo de vítima jubilosa.
Se a linguagem espelha o homem, e se o homem adorna a linguagem com tais sub-pensamentos de matar, não admira que atos de banditismo, a explosão intencional de aviões, o fuzilamento de reféns, o bombardeio aéreo de alvos residenciais, os pogroms, napalm, as bombas A e H, a variada tragédia dos dias modernos se revele como afirmação cotidiana do lado perverso do ser humano. Admira é que existam a pesquisa de antibióticos, Cruz Vermelha Internacional, Mozart, o amor.
(ANDRADE, C. Drummond de. De notícias & não notícias faz-se a
crônica. In “Poesia e prosa”. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979, p.
1415-1417.)
“Não importa que cultive a mansuetude, a filantropia, o sentimentalismo” (2º §)
“e considere abominações o assassínio e o genocídio” (2º §)
“e o dicionarista acrescenta o requinte” (6º §)
Os vocábulos sublinhados nos fragmentos acima podem ser substituídos sem alteração de sentido, respectivamente, por:
(Victor Calcagno, “Sobre o feminismo”. Época, 17.06.2019. Adaptado)
Identifica-se trecho com termos empregados em linguagem figurada em:
Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habitadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desastres são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos de terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em zonas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redução de danos.
Dois estudos feitos por pesquisadores brasileiros indicam que o risco de ocorrência desses três tipos de desastre deverá aumentar até o final do século. Eles também sinalizam que novos pontos do território nacional deverão se transformar em áreas de risco significativo para esses mesmos problemas. “Os impactos tendem a ser maiores no futuro, com as mudanças climáticas, o crescimento das cidades e a ocupação de mais áreas de risco”, comenta o pesquisador José A. Marengo.
Além da suscetibilidade natural a secas, enchentes, deslizamentos e outros desastres, a ação do homem tem um peso considerável em transformar o que poderia ser um problema de menor monta em uma catástrofe. Os pesquisadores estimam que um terço do impacto dos deslizamentos de terra e metade dos estragos de inundações poderiam ser evitados com alterações de práticas humanas ligadas à ocupação do solo e a melhorias nas condições socioeconômicas da população em áreas de risco.
Moradias precárias em lugares inadequados, perto de encostas ou em pontos de alagamento, cidades superpopulosas e impermeabilizadas, que não escoam a água da chuva; esses fatores da cultura humana podem influenciar o desfecho de uma situação de risco. “Até hábitos cotidianos, como não jogar lixo na rua, e o nível de solidariedade de uma população podem ao menos mitigar os impactos de um desastre”, pondera a geógrafa Lucí Hidalgo Nunes.
(Adaptado de PIVETTA, Marcos. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br)
No contexto, as palavras longínquos (1o parágrafo) e mitigar (5o parágrafo) adquirem, respectivamente, sentidos de: