Questões de Português - Significação Contextual de Palavras e Expressões. Sinônimos e Antônimos. para Concurso

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Q2155111 Português
Crônica da vida que passa

       Às vezes, quando penso nos homens célebres, sinto por eles toda a tristeza da celebridade.
       A celebridade é um plebeísmo. Por isso deve ferir uma alma delicada. É um plebeísmo porque estar em evidência, ser olhado por todos inflige a uma criatura delicada uma sensação de parentesco exterior com as criaturas que armam escândalo nas ruas, que gesticulam e falam alto nas praças. O homem que se torna célebre fica sem vida íntima: tornam‐se de vidro as paredes de sua vida doméstica; é sempre como se fosse excessivo o seu traje; e aquelas suas mínimas ações – ridiculamente humanas às vezes – que ele quereria invisíveis, côa‐as a lente da celebridade para espetaculosas pequenezes, com cuja evidência a sua alma se estraga ou se enfastia. É preciso ser muitogrosseiro para se poder ser célebre à vontade.
    Depois, além dum plebeísmo, a celebridade é uma contradição. Parecendo que dá valor e força às criaturas, apenas as desvaloriza e as enfraquece. Um homem de gênio desconhecido pode gozar a volúpia suave do contraste entre a sua obscuridade e o seu gênio; e pode, pensando que seria célebre se quisesse, medir o seu valor com a sua melhor medida, que é ele próprio. Mas, uma vez conhecido, não está mais na sua mão reverter à obscuridade. A celebridade é irreparável. Dela como do tempo, ninguém torna atrás ou se desdiz.
       E é por isto que a celebridade é uma fraqueza também. Todo o homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê‐lo. Deixar‐se ser célebre é uma fraqueza, uma concessão ao baixo‐instinto, feminino ou selvagem, de querer dar nas vistas e nos ouvidos.
      Penso às vezes nisto coloridamente. E aquela frase de que “homem de gênio desconhecido” é o mais belo de todos os destinos, torna‐se‐me inegável; parece‐me que esse é não só o mais belo, mas o maior dos destinos.

(PESSOA, Fernando. Páginas íntimas e de autointerpretação. Lisboa: Edições Ática, [s.d.]. p. 66‐67.) 
Em todas as alternativas a seguir, as palavras sublinhadas têm o seu significado corretamente indicado, EXCETO em:
Alternativas
Q2154486 Português

                                    

De acordo com as ideias, o vocabulário e a estrutura do texto, julgue o item abaixo.
O vocábulo “pressupor” (linha 20) foi empregado no texto com o mesmo sentido de presumir.
Alternativas
Q2154379 Português
Estratégias para um estudo mais produtivo e realizador 

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Por Alfredo Freitas

(Disponível em: blog.ambra.education/beneficios-de-estudar/– texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa em que o significado da forma verbal é próximo ao de “potencializam” (l. 06).  
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Q2154322 Português
TEXTO I
UTILIDADES DEMAIS

Flanando outro dia pela avenida Rio Branco, vi-me sem querer numa galeria formada por camelôs na cidade do Rio de Janeiro. E, como estava ali, caí na tentação de procurar um objeto: uma lanterninha, daquelas micro, de plástico, a pilha. O camelô me mostrou uma pequena peça, que acoplou a seu celular, e produziu um jatinho de luz. Agradeci e respondi que não me servia – “Não uso celular”, expliquei.

O camelô se escandalizou: “Não usa celular???”, perguntou, com vários pontos de interrogação e num volume que o fez ser ouvido por todo mundo em volta. A frase se espalhou pelos demais camelôs e, em segundos, à medida que eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos apontados para mim e a frase: “Não usa celular!!!”. Para eles, eu devia equivaler a alguém que ainda não tinha aderido ao banho quente ou à luz elétrica. Acho até que um camelô me fotografou, talvez para mostrar a algum amigo incrédulo – como pode haver, em 2017, quem não use celular?

Consciente de ser um anacronismo ambulante, confesso-me esta pessoa e me atrevo a dizer que o celular nunca me fez falta – e continua não fazendo. Para me comunicar, vivo hoje mais ou menos como em 1990, quando o treco ainda não existia e nem se pensava no assunto. 

Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone. Se estou em casa, atendo àquele aparelho que hoje chamam, com desprezo, de “fixo”. Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso e vou alegremente para a rua. Se eu estiver fora e alguém me telefonar, paciência – se for importante, ligará de novo.

Por que não uso celular? Porque, com suas 1001 utilidades, tipo Bombril, ele é capaz de me escravizar. O único jeito é manter-me à distância – até o dia em que, com ou sem ele, provavelmente ficarei inviável de vez.

CASTRO, Ruy. Folha de São Paulo. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/ruycastro/2017/07/1905766-utilidades-demais.shtml. Acesso em 03/01/2022. Adaptado.
Leia: “A frase se espalhou pelos demais camelôs e, em segundos, À MEDIDA QUE eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos apontados para mim e a frase: ‘Não usa celular!!!’”. (2°§) 
No trecho acima, a locução conjuntiva em destaque, além de unir as orações, estabelece entre os períodos relação semântica de
Alternativas
Q2154279 Português
A poluição nossa de cada dia 

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(Jorge Abrahão. Coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis,
organização realizadora da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades
Sustentáveis. 22.mar.2023. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jorge-abrahao/2023/03/a-poluicao-nossa-de-cada-dia.shtml)
Na linha 75, “incólume” significa 
Alternativas
Respostas
2511: D
2512: C
2513: D
2514: C
2515: C