Questões de Português - Significação Contextual de Palavras e Expressões. Sinônimos e Antônimos. para Concurso

Foram encontradas 18.825 questões

Q2129099 Português
Leia atentamente o texto a seguir, escrito por Nelson Rodrigues, para responder a questão.

“Um dos momentos mais patéticos da minha infância foi quando ouvi alguém chamar alguém de ‘canalha’. Note-se: era a primeira vez. Teria eu que idade? Cinco anos, talvez. Ou menos. Vá lá: cinco anos. E me encolhi de espanto. Minto: de medo. Foi medo e não espanto. Para mim, uma palavra estava nascendo, era o nascimento de uma palavra. Paro de escrever. Por um momento, repito para mim mesmo: ‘Canalha, canalha!’. O som ainda me fascina como na infância. E pergunto a mim mesmo se ‘o canalha’ é uma dimensão obrigatória de cada um. Pode haver alguém que não tenha um mínimo de canalha? Um santo, talvez, ou nem isso. Disse, não sei quem, que há santos canalhas. Eis o que eu queria dizer: o medo dos cinco anos perdura em mim até hoje. Ainda agora me pergunto se alguém tem o direito de chamar um semelhante de canalha. Poderão dizer que ‘idiota’ é um insulto equivalente. Ilusão. Vi um sujeito ser chamado de ‘idiota’. Retrucou ao outro: ‘Idiota é você!’. E o incidente morreu aí. Dez minutos depois, os dois ‘idiotas’ estavam, na esquina, bebendo cerveja. O sujeito pode ser idiota e, como tal, beber cerveja. Não há entre o idiota e a cerveja. Mas ninguém pode ser canalha. A simples palavra constrói uma solidão inapelável e eterna. Eis o que eu queria dizer: o canalha é o pior solitário”. (Os falsos canalhas, de Nelson Rodrigues, com adaptações).
No trecho “O som ainda me fascina como na infância”, marque a alternativa que apresenta um possível sinônimo para o verbo “fascina”. 
Alternativas
Q2129098 Português
Leia atentamente o texto a seguir, escrito por Nelson Rodrigues, para responder a questão.

“Um dos momentos mais patéticos da minha infância foi quando ouvi alguém chamar alguém de ‘canalha’. Note-se: era a primeira vez. Teria eu que idade? Cinco anos, talvez. Ou menos. Vá lá: cinco anos. E me encolhi de espanto. Minto: de medo. Foi medo e não espanto. Para mim, uma palavra estava nascendo, era o nascimento de uma palavra. Paro de escrever. Por um momento, repito para mim mesmo: ‘Canalha, canalha!’. O som ainda me fascina como na infância. E pergunto a mim mesmo se ‘o canalha’ é uma dimensão obrigatória de cada um. Pode haver alguém que não tenha um mínimo de canalha? Um santo, talvez, ou nem isso. Disse, não sei quem, que há santos canalhas. Eis o que eu queria dizer: o medo dos cinco anos perdura em mim até hoje. Ainda agora me pergunto se alguém tem o direito de chamar um semelhante de canalha. Poderão dizer que ‘idiota’ é um insulto equivalente. Ilusão. Vi um sujeito ser chamado de ‘idiota’. Retrucou ao outro: ‘Idiota é você!’. E o incidente morreu aí. Dez minutos depois, os dois ‘idiotas’ estavam, na esquina, bebendo cerveja. O sujeito pode ser idiota e, como tal, beber cerveja. Não há entre o idiota e a cerveja. Mas ninguém pode ser canalha. A simples palavra constrói uma solidão inapelável e eterna. Eis o que eu queria dizer: o canalha é o pior solitário”. (Os falsos canalhas, de Nelson Rodrigues, com adaptações).
Em relação ao trecho “a simples palavra constrói uma solidão inapelável e eterna”, marque a alternativa que indica um possível antônimo de “eterna”. 
Alternativas
Q2129008 Português
      Nas últimas décadas, as grandes empresas distribuíram as etapas de produção de inúmeras manufaturas entre várias regiões do planeta, para aumentar a eficiência (via especialização) e minimizar custos (sobretudo salariais). Essa globalização produtiva transformou o leste da Ásia (em especial, a China) em “fábrica do mundo”.
       A China, inicialmente, se especializou na produção de bens pouco sofisticados, mas, rapidamente, avançou em termos de tecnologia e começou a conquistar espaço em segmentos mais nobres. Isso reforçou _____ ambições de influência geopolítica do país e passou _____ incomodar tanto seus competidores globais como os governos de países desenvolvidos (em particular, os EUA), empenhados em manter sua dianteira em segmentos de alta tecnologia (especialmente com aplicação militar).
      Assim, ao longo da década de 2010, a simbiose entre as economias da China e dos EUA foi sendo corroída por focos de rivalidade. E, em 2018, eclodiu, entre os dois países, uma guerra de aumentos de tarifas bilaterais de importação, dando início a uma “politização” do comércio global e a movimentos de recuo (parcial e concentrado nos segmentos mais sofisticados) da globalização da produção industrial.
    O impulso a uma “desglobalização” foi reforçado pela pandemia. Cresceu a percepção de que depender de insumos importados (em particular, os da China) pode embutir riscos importantes, como a interrupção do fornecimento devido a cuidados sanitários ou _____ priorização de outros clientes. As empresas das economias desenvolvidas de segmentos industriais mais estratégicos começaram a relocalizar a produção para seu território nacional ou para regiões geográfica e politicamente mais próximas.
       É evidente que o Brasil, devido à sua base industrial e à sua posição geopolítica, tem potencial para atrair parte dos investimentos requeridos por esse rearranjo das cadeias globais de suprimentos, mas haverá uma disputa acirrada com outros países. Para termos mais chances, teremos de corrigir múltiplos fatores que, há décadas, inibem o investimento industrial no país: das deficiências de infraestrutura (como logística de transportes e portuária) a questões regulatórias; da volatilidade do câmbio à instabilidade da demanda interna e latino-americana; da passividade tecnológica à estreiteza das fontes de financiamento.

(Fonte: Revista CNT - adaptado.)
A palavra “simbiose”, sublinhada no terceiro parágrafo, pode ser substituída, sem que haja alteração no sentido do texto, por: 
Alternativas
Q2128982 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 a seguir para responder à questão que a ele se refere.


Texto 03

Felicidade Interna Bruta (FIB): a vida além dos números




Disponível em: redebrasilatual.com.br/revistas/felicidade-interna-bruta-fib. Acesso em: 7 jan. 2023. Adaptado.

Analise as afirmativas a seguir tendo em vista o último parágrafo do texto 03.
I. A expressão “mas também” insere, no parágrafo, uma ideia de adversidade e poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por “no entanto”.
II. O termo “Karma Dasho Ura” foi usado entre vírgulas, de acordo com a norma, por se tratar de um aposto explicativo.
III. As aspas foram usadas, de acordo com a norma, para indicar a presença do discurso direto.
IV. A expressão “não apenas” suscita o uso da expressão “mas também”, que insere no texto o sentido de adição.
V. O referido parágrafo foi estruturado usando dois tempos verbais: o presente e o pretérito perfeito do modo indicativo.
Estão CORRETAS as afirmativas 
Alternativas
Q2128940 Português
Considere atentamente o trecho a seguir, extraído de uma das crônicas de Paulo Mendes Campos, para responder a questão.

“O homem entra no bar para transcender-se: eis a miserável verdade. Entrei em muitos, bebo alguma coisa desde a minha adolescência, conheço bares em Porto Alegre, Buenos Aires, São Paulo, Rio, Salvador, Recife, Manaus, Brasília, João Pessoa, Petrópolis, Belém, Nova Iorque, Lisboa, Vigo, Londres, Roma, Nápoles, Siracusa, Agrigento, Marsala, Palermo, Veneza, Hamburgo, Berlim, Heidelberg, Dusseldorf, Colônia, Munique, Goettingen, Varsóvia, Estocolmo, Leningrado, Moscou, Pequim, Múquiden, Xangai, Santa Luzia e Sabará... Em 1954, viajando pela Alemanha de carro, cheguei, pouco depois da meia-noite, à cidade universitária do Goettingen. No Brasil, uma cidade cheia de estudantes costuma tumultuar-se pela madrugada. Mas Goettingen àquela hora entregava-se a um repouso unânime. Sem sono, reservei um quarto no hotel, perguntando ao empregado onde poderia beber qualquer coisa. – ‘Ah, senhor’ – respondeu orgulhoso o alemão – ‘Goettingen é uma cidade universitária, não existe nada aberto a esta hora’. – ‘O senhor está completamente enganado’ – retruquei-lhe. Ele se riu bondosamente de mim: tinha mais de sessenta anos, nascera em Goettingen, conhecia todas as ruas da cidade, todos os bares, seria humanamente impossível encontrar qualquer venda aberta depois de meia-noite. – ‘O senhor está completamente enganado’ – insistia eu. Outro alemão que viajava comigo reforçou a opinião do empregado do hotel, e começou a dissertar impertinentemente sobre as diferenças entre o Brasil e a Alemanha. Eu estava parecendo bobo – disse ele – não querendo aceitar esta germânica verdade: em Goettingen não havia um único bar aberto depois de meia-noite. A esta altura manifestei-lhes um princípio universal pelo qual sempre me guiei: – ‘Pois fiquem vocês sabendo que em todas as cidades, todas as vilas e povoados do mundo, há pelo menos duas pessoas que continuam a beber depois da meia-noite; aqui em Goettingen há pelo menos duas pessoas que estão bebendo neste momento; vou encontrá-las’. Meio cético a respeito do meu princípio, mas solidário com o amigo, resolveu acompanhar-me. Saímos para a noite morta de Goettingen, e fomos andando pelas ruas paralisadas. No fim duma rua comprida e oblíqua, vi um cubo iluminado, mais parecido com um anúncio de barbearia, e afirmei: ‘É ali’. Ao fim da passagem lateral, por onde entramos, demos com a porta fechada. Batemos em vão, e já íamos embora, desapontados, quando notei no corredor uma escada circular para o porão, cavada na pedra. No primeiro patamar, ouvimos música. Tomei um ar superior de vidente e desci o segundo lance. Empurrada a grossa porta, recebi uma salutar lufada de música, de tabaco, de gente, de aromas etílicos. Foi como se eu reconquistasse o paraíso. O boteco dançava e bebia animadamente, repleto de jovens universitários e lindas universitárias de bochechas coradas e riso amorável. Não havia uma única mesa vaga, mas três segundos depois eu estava a beber um magnífico branco do Reno e a explicar para os estudantes, que nos acolheram com simpatia, o princípio universal que rege a vida noturna. E eles acataram o meu pacífico princípio como um axioma luminoso”. (“Por que bebemos tanto assim”, de Paulo Mendes Campos, com adaptações).
Ainda em relação ao termo “impertinentemente”, poderia ser substituído no texto, sem prejuízo ao sentido pretendido pelo autor, por:
Alternativas
Respostas
2586: E
2587: B
2588: A
2589: D
2590: C