Questões de Concurso Comentadas sobre sintaxe em português

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Q1748189 Português

Texto para o item. 




Jairo Bouer. Homo paradoxalis. In: Revista da Cultura,

edição 105, jul./ago. 2016 (com adaptações).

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.


No período em que se insere, a oração “Se, por um milésimo de segundo, outro tivesse vencido” (linhas 13 e 14) expressa uma consequência.

Alternativas
Q1748184 Português

Texto para o item. 




Jairo Bouer. Homo paradoxalis. In: Revista da Cultura,

edição 105, jul./ago. 2016 (com adaptações).

Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.


A forma pronominal “o”, tanto em “o fizeram” (linha 33) quanto em “o cercava” (linhas 34 e 35), refere-se ao sujeito da forma verbal “começou” (linha 32).

Alternativas
Q1748183 Português

Texto para o item. 




Jairo Bouer. Homo paradoxalis. In: Revista da Cultura,

edição 105, jul./ago. 2016 (com adaptações).

Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.


No período que compõe o penúltimo parágrafo do texto, com o emprego da expressão “tão herdeiras da Terra quanto ele” (linhas 44 e 45), o autor estabelece uma relação de proporcionalidade entre seres humanos e demais seres vivos, para defender que todos têm direito a viver na Terra.

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Q1748143 Português

Os três pássaros do rei Herodes (lenda) 


Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao colo, fugia do rei Herodes. Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo, que lhe perguntou:

– Para onde vais, Maria?

– Fugimos da maldade do rei Herodes, – respondeu ela.

Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a perseguiam, o pombo voou assustado.

Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante, encontrou uma codorniz que lhe fez a mesma pergunta que o pombo e, tal qual este, inteirada do perigo, tratou de fugir.

Finalmente, encontrou-se com uma cotovia, que, assim que soube do perigo que assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de cerrado grupo de árvores que ali existia.

Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o caminho seguido pelos fugitivos.

Mais para a frente a codorniz não hesitou em seguir o exemplo do pombo.

Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia.

– Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?

– Vi, sim – respondeu o pequenino pássaro – Foram por ali.

E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim afastou da Virgem e de Jesus os seus malvados perseguidores.

Deus castigou o pombo e a codorniz.

O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então, um eterno queixume.

A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer caçador inexperiente.

E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol a cada dia que desponta.

Fonte (adaptada):

https://armazemdetexto.blogspot.com/2017/11/lenda-os-tres-passaros-do-rei-herodes.html.

Na oração: “– Para onde vais, Maria?”, a virgula é utilizada para:
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Q1747438 Português

TEXTO I

É assim que acontece a bondade

Rubem Alves


(...)

O que pode ser ensinado são as coisas que moram no mundo de fora:

astronomia, física, química, gramática, anatomia, números, letras, palavras.

Mas há coisas que não estão do lado de fora, coisas que moram dentro do corpo.

Estão enterradas na carne, como se fossem sementes à espera…

Sim, sim! Imagine isto: o corpo como um grande canteiro!

Nele se encontram, adormecidas, em estado de latência, as mais variadas sementes.

Elas poderão acordar, como a Bela Adormecida acordou com um beijo.

Mas poderão também não brotar.

Tudo depende…

As sementes não brotarão se sobre elas houver uma pedra.

E também pode acontecer que, depois de brotar, elas sejam arrancadas…

De fato, muitas plantas precisam ser arrancadas, antes que cresçam:

as pragas, tiriricas, picões…

Uma dessas sementes é a “solidariedade”.

A solidariedade não é uma entidade do mundo de fora,

ao lado de estrelas, pedras, mercadorias, dinheiro, contratos.

Se ela fosse uma entidade do mundo de fora poderia ser ensinada e produzida.

A solidariedade é uma entidade do mundo interior.

Solidariedade nem se ensina, nem se ordena, nem se produz.

A solidariedade tem de brotar e crescer como uma semente…

Veja o ipê florido!

Nasceu de uma semente.

Depois de crescer não será necessária nenhuma técnica,

nenhum estímulo, nenhum truque para que ele floresça.

Angelus Silesius, místico antigo, tem um verso que diz:

“A rosa não tem porquês. Ela floresce porque floresce”.

O ipê floresce porque floresce.

Seu florescer é um simples transbordar natural da sua verdade.

A solidariedade é como o ipê:

nasce e floresce. 

Mas não em decorrência de mandamentos éticos ou religiosos.

Não se pode ordenar: “Seja solidário!”

A solidariedade acontece como um simples transbordamento:

as fontes transbordam…

Já disse que solidariedade é um sentimento.

É esse o sentimento que nos torna humanos.

A solidariedade me faz sentir sentimentos que não são meus, que são de um outro. Acontece assim: eu vejo uma criança vendendo balas num semáforo.

Ela me pede que eu compre um pacotinho das suas balas.

Eu e a criança – dois corpos separados e distintos.

Mas, ao olhar para ela, estremeço:

algo em mim me faz imaginar aquilo que ela está sentindo.

E então, por uma magia inexplicável, esse sentimento imaginado se aloja junto dos meus próprios sentimentos.

Na verdade, desaloja meus sentimentos, pois eu vinha, no meu carro, com sentimentos leves e alegres,

e agora esse novo sentimento se coloca no lugar deles.

O que sinto não são meus sentimentos.

Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar.

Agora, são os sentimentos daquele menino que estão dentro de mim.

Meu corpo sofre uma transformação:

ele não é mais limitado pela pele que o cobre.

Expande-se.

Ele está agora ligado a um outro corpo que passa a ser parte dele mesmo.

Isso não acontece nem por decisão racional, nem por convicção religiosa, nem por um mandamento ético.

É o jeito natural de ser do meu próprio corpo, movido pela solidariedade.

Pela magia do sentimento de solidariedade meu corpo passa a ser morada do outro.

É assim que acontece a bondade.

O menino me olhou com olhos suplicantes.

E, de repente, eu era um menino que olhava com olhos suplicantes…


Disponível em https://rubemalvesdois.wordpress.com/2010/09/11/e-assim-que-acontece-a-bondade/

No período Foram-se a leveza e a alegria que me faziam cantar”, o verbo “foram” está no plural porque concorda
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Q1747182 Português
A frase que está em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa de concordância e regência é:
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Q1747181 Português
Leia o texto Pega ou não pega para responder à questão.

    Se alguém sabe, me conte quando é que começou essa moda do Dia dos Namorados. Há pouco tempo, passou o Dia da Aeromoça. Há aqui uma discriminação. Pois se há aeromoço, por que não dizer Dia dos Aeromoços? No plural. De resto, essa palavra “aeromoço” está caindo em desuso. A tendência é dizer comissário de bordo. Em Portugal, diz-se “hospedeira do ar”. Influência do francês: “hôtesse de l’air”. O americano é mais prático: “steward”. Substantivo comum de dois gêneros.
    É o tipo da palavra, aeromoço, que poderá um dia figurar num dicionário com a data de sua criação. O neologismo foi bem recebido. Acho que foi o poeta Paulo Bonfim quem sugeriu o Dia da Aeromoça. Manuel Bandeira logo aderiu e escreveu um “Discurso em louvor da aeromoça”, no qual apelou para o Vinicius: “Tu, que celebraste com tanto amor as arquivistas, vem agora celebrar comigo a aeromoça”.
    Quando havia trem entre o Rio e São Paulo, tentaram pespegar¹ nas moças do restaurante o nome de ferromoça. Horrível. Felizmente não pegou. Em 1889, coisa antiga paca² , o dr. Castro Lopes publicou “Neologismos indispensáveis e barbarismos³ dispensáveis”. Inventou “cardápio” para “menu” e “convescote” para “pic-nic”. Para “pince-nez”, propôs “nasóculos”. Ancenúbio” para “nuance”. Para “reclame”, “preconício”. E para “ouverture”, “protofonia”. Houve muita gozação.
    Mas voltando ao Dia dos Namorados. Cai no dia 12 e presumo que seja porque é véspera de Santo Antônio. Santo Antônio é o santo casamenteiro. O amigo das moças apaixonadas ou das que querem arranjar um príncipe encantado. Franciscano, é também amigo dos pobres. Daí o pão de Santo Antônio, que é de graça, mas é um dia só. Precursor da merenda escolar. Ou da cesta básica.
    Santo Antônio realiza proezas em matéria de achar coisas perdidas. É capaz de achar uma agulha no palheiro. Mas agora procurei um livrinho de Thales de Azevedo, sobre o namoro à antiga, e não achei. Santo Antônio deve estar muito ocupado. E depois pra que mexer com essas velharias? Vivam os neologismos!
(Otto Lara Resende. https://cronicabrasileira.org.br, 13.06.1991. Adaptado)
¹ pespegar: aplicar.
² paca: bastante, extremamente, à beça.
³ barbarismos: emprego incorreto de palavras.
Com relação ao trecho – “Tu, que celebraste com tanto amor as arquivistas, vem agora celebrar comigo a aeromoça” (2° parágrafo) –, se trocarmos “Tu” por “Você”, os vocábulos destacados devem ser substituídos, mantendo-se a correção gramatical, respectivamente, por:
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Q1746945 Português
Considerando os aspectos de concordância nominal, assinale a alternativa INCORRETA:
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Q1746829 Português

Texto CB1A1-I


     Durante um seminário sobre a antropologia do dinheiro ministrado na Escola de Economia e Ciência Política de Londres, Jock Stirratt descreveu em um gráfico os usos a que alguns pescadores do Sri Lanka que prosperaram nos últimos anos submetiam sua riqueza recém-adquirida. A renda desses pescadores, antes muito baixa, deu um grande salto desde que o gelo se tornou disponível, o que possibilitou que seus peixes alcançassem, em boas condições, os mercados distantes da costa, onde atingiram preços altos. No entanto, as aldeias de pescadores ainda permanecem isoladas e, à época do estudo, não tinham eletricidade, estradas nem água encanada. Apesar desses desincentivos aparentes, os pescadores mais ricos gastavam os excedentes de seus lucros na compra de aparelhos de televisão inutilizáveis, na construção de garagens em casas a que automóveis sequer tinham acesso e na instalação de caixas-d’água jamais abastecidas. De acordo com Stirratt, isso tudo ocorre por uma imitação entusiasmada da alta classe média das zonas urbanas do Sri Lanka.

     É fácil rir de despesas tão grosseiramente excêntricas, cuja aparente falta de propósito utilitário dá a impressão de que, por comparação, pelo menos parte de nosso próprio consumo tem um caráter racional. Como os objetos adquiridos por esses pescadores parecem não ter função em seu meio, não conseguimos entender por que eles deveriam desejá-los. Por outro lado, se eles colecionassem peças antigas de porcelana chinesa e as enterrassem, como fazem os Ibans, seriam considerados sensatos, senão encantados, tal como os temas antropológicos normais. Não pretendo negar as explicações óbvias para esse tipo de comportamento ― ou seja, busca de status, competição entre vizinhos, e assim por diante. Mas penso que também dever-se-ia reconhecer a presença de uma certa vitalidade cultural nessas atrevidas incursões a campos ainda não inexplorados do consumo: a habilidade de transcender o aspecto meramente utilitário dos bens de consumo, de modo que se tornem mais parecidos com obras de arte, carregados de expressão pessoal.


Alfred Gell. Recém-chegados ao mundo dos bens: o consumo entre os Gonde Muria. In: Arjun Appadurai (org). A vida social das coisas: mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: Eduff, 2008, p. 147-48 (com adaptações).

No segundo período do segundo parágrafo do texto CB1A1-I, a conjunção “Como” introduz um segmento com sentido
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Q1746027 Português

Considerando a norma-padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir.


A filha caçula chorou __________ desentendeu-se _____ irmã mais velha. O pai interveio e fez com que esta pedisse desculpas__________ irmã.

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Q1746026 Português
Assinale a alternativa em que a concordância das palavras está de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa.
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Q1745709 Português
TEXTO 01
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

O lixo nosso de cada dia
Após o feriado de São Sebastião, dia 20 de janeiro, a Comlurb recolheu 40 toneladas de lixo das areias da Praia de Copacabana. Os resíduos ficaram expostos para chamar a atenção da população. No início do ano, a queima de fogos nas praias do Rio durante os festejos do Réveillon resultou em 700 toneladas de lixo na orla carioca. [...] Mais um retrato do mau hábito de descartar lixo em local impróprio, ainda tão inserido na população, e de suas consequências para as finanças municipais e para o ambiente. [...]
É equivocado o pensamento de que limpeza urbana é um problema unicamente do poder público. Em muitos países, a população já compreendeu que o descarte e o tratamento do lixo também são de responsabilidade de quem o produz. Garantir que ele chegue ao destino adequado é uma questão de cidadania e respeito ao futuro.
Em Tóquio, por exemplo, não existe a necessidade de instalação de lixeiras nas ruas. Os moradores entendem que possuem a obrigação de levar o lixo para casa e separá-lo para a coleta seletiva. [...]
Já em terras cariocas, mais de 1,2 milhão de toneladas de lixo é recolhido por ano nas ruas da cidade, mais do que o dobro do que é lançado nas vias de países desenvolvidos, segundo dados da própria prefeitura. O grande impacto da sujeira para o orçamento fez com que a poder municipal chegasse a uma atitude extrema: a de multar aqueles que jogarem lixo nas ruas.
A medida [...] é eficiente, mas precisa ser aliada a campanhas de conscientização. [...] É preciso despertar o interesse em viver em um ambiente mais limpo e saudável, e a consciência de que é necessário cumprir nossos deveres de cidadão, como descartar o lixo corretamente. [...]

Fonte (adaptada): https://oglobo.globo.com/opiniao/o-lixo-nosso-de-cada-dia-11445133
No período "Os resíduos ficaram expostos para chamar a atenção da população." O sujeito destacado classifica-se como:
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Q1745423 Português
TEXTO 02
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

Avião X Vapor
A minha avó, dona Fernanda, [...] formou um grupo super grande de amigas que trabalhavam muito [...]. Adoravam viajar juntas para estações termais, como Lindoia, São Pedro, etc. [...].
Naquele ano programaram uma viagem para a Itália, em pleno verão Europeu.
Quando suas amigas a convidaram e a nossa família insistiu para que fosse, ela descartou logo de cara "Não vou" [...]. Dizia. "Só gosto de vapor".[...] "Tenho pavor de avião".
As amigas não se conformaram: "mas, Nanda, você gosta tanto de viajar, gosta da nossa companhia", "Gosto, mas de avião não vou". "Mas você foi tantas vezes para a Itália". "Fui, mas de vapor. De avião não vou".
[...] Insistimos, para ela ir. "Mas Nona, vamos pedir para o seu médico receitar um comprimidinho, você vai dormir a viagem toda".
Ela ficou desconfiada e perguntou se era muito forte esse remédio. Seu médico acalmou a Nona e, com um pouco de convencimento por parte dos filhos e das amigas, resolveu ir. Quando ia entrar no avião tomou o comprimido. Sentou no seu lugar e apagou. Quando acordou já estava na Itália. Gostou tanto que disse: - " Agora só viajo de avião".[...]

Fonte (adaptada) : http://literalmentelivres.com.br/aviao-x-vapor/
O trecho que apresenta uma relação de causa e consequência é:
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Q1744972 Português
‘Somos cada vez menos felizes e produtivos porque estamos viciados na tecnologia’
[...]
O cotidiano digital descrito pela jornalista espanhola Marta Peirano, autora do livro El enemigo conoce el sistema (O inimigo conhece o sistema, em tradução livre), esconde na verdade algo nada trivial: um sequestro rotineiro de nossos cérebros, energia, horas de sono e até da possibilidade de amar no que ela chama de “economia da atenção”, movida por tecnologias como o celular. Nesse ciclo, os poderosos do sistema enriquecem e contam com os melhores cérebros do mundo trabalhando para aumentar os lucros enquanto entregamos tudo a eles.
O preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você oferece em troca”, diz a jornalista. Desde os anos 90, quando descobriu a cena dos hackers em Madri, até hoje, ela não parou de enxergar a tecnologia com um olhar crítico e reflexivo. Seu livro narra desde o início libertário da revolução digital até seu caminho para uma “ditadura em potencial”, que para ela avança aos trancos e barrancos, sem que percebamos muito. Marta Peirano foi uma das participantes do evento Hay Festival Cartagena, um encontro de escritores e pensadores que aconteceu na cidade colombiana entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro. A seguir, leia a entrevista concedida à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
BBC News Mundo: Você diz que a “economia da atenção” nos rouba horas de sono, descanso e vida social. Por quê?
Marta Peirano: A economia da atenção, ou o capitalismo de vigilância, ganha dinheiro chamando nossa atenção. É um modelo de negócios que depende que instalemos seus aplicativos, para que eles tenham um posto de vigilância de nossas vidas. Pode ser uma TV inteligente, um celular no bolso, uma caixinha de som de última geração, uma assinatura da Netflix ou da Apple. E eles querem que você os use pelo maior tempo possível, porque é assim que você gera dados que os fazem ganhar dinheiro.
BBC News Mundo: Quais dados são gerados enquanto alguém assiste a uma série, por exemplo?
Peirano: A Netflix tem muitos recursos para garantir que, em vez de assistir a um capítulo por semana, como fazíamos antes, você veja toda a temporada em uma maratona. Seu próprio sistema de vigilância sabe quanto tempo passamos assistindo, quando paramos para ir ao banheiro ou jantar, a quantos episódios somos capazes de assistir antes de adormecer. Isso os ajuda a refinar sua interface. Se chegarmos ao capítulo quatro e formos para a cama, eles sabem que esse é um ponto de desconexão. Então eles chamarão 50 gênios para resolver isso e, na próxima série, ficaremos até o capítulo sete. 
BBC News Mundo: Os maiores cérebros do mundo trabalham para sugar nossa vida?
Peirano: Todos os aplicativos existentes são baseados no design mais viciante de que se tem notícia, uma espécie de caça-níquel que faz o sistema produzir o maior número possível de pequenos eventos inesperados no menor tempo possível. Na indústria de jogos, isso é chamado de frequência de eventos. Quanto maior a frequência, mais rápido você fica viciado, pois é uma sequência de dopamina. Toda vez que há um evento, você recebe uma injeção de dopamina — quanto mais eventos encaixados em uma hora, mais você fica viciado.
BBC News Mundo: Todo tuíte que leio, todo post no Facebook que chama minha atenção, toda pessoa no Tinder de quem gosto é um “evento”?
Peirano: São eventos. E, na psicologia do condicionamento, há o condicionamento de intervalo variável, no qual você não sabe o que vai acontecer. Você abre o Twitter e não sabe se vai retuitar algo ou se vai se tornar a rainha da sua galera pelos próximos 20 minutos. Não sabendo se receberá uma recompensa, uma punição ou nada, você fica viciado mais rapidamente. A lógica deste mecanismo faz com que você continue tentando, para entender o padrão. E quanto menos padrão houver, mais seu cérebro ficará preso e continuará, como os ratinhos na caixa de [B.F.] Skinner, que inventou o condicionamento de intervalo variável. O rato ativa a alavanca obsessivamente, a comida saindo ou não.
[...]
BBC News Mundo: Poderíamos nos caracterizar como viciados em tecnologia?
Peirano: Não somos viciados em tecnologia, somos viciados em injeções de dopamina que certas tecnologias incluíram em suas plataformas. Isso não é por acaso, é deliberado. Há um homem ensinando em Stanford (universidade) àqueles que criam startups para gerar esse tipo de dependência. Existem consultores no mundo que vão às empresas para explicar como provocá-la. A economia da atenção usa o vício para otimizar o tempo que gastamos na frente das telas.
[...]
BBC News Mundo: Essa conscientização, de entender como funciona, ajuda? É o primeiro passo?
Peirano: Acho que sim. Também percebo que o vício não tem nada a ver com o conteúdo dos aplicativos. Você não é viciado em notícias, é viciado em Twitter; não é viciado em decoração de interiores, é viciado em Pinterest; não é viciado em seus amigos ou nos seus filhos maravilhosos cujas fotos são postadas, você é viciado em Instagram. O vício é gerado pelo aplicativo e, quando você o entende, começa a vê-lo de maneira diferente. Não é falta de vontade: eles são projetados para oferecer cargas de dopamina, que dão satisfação imediata e afastam de qualquer outra coisa que não dá isso na mesma medida, como brincar com seu filho, passar tempo com seu parceiro, ir para a natureza ou terminar um trabalho — tudo isso exige uma dedicação, já que há satisfação, só que não imediata.
[...]
(Diana Massis, Da BBC News Mundo. 23 fevereiro 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51409523.)
Conforme explica Peirano, o objetivo dos aplicativos não é facilitar a vida das pessoas, eles não foram projetados para isso. A relação semântica implícita, estabelecida entre as duas orações destacadas, torna-se explícita com a inserção, depois da vírgula, do conectivo:
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Q1744969 Português
‘Somos cada vez menos felizes e produtivos porque estamos viciados na tecnologia’
[...]
O cotidiano digital descrito pela jornalista espanhola Marta Peirano, autora do livro El enemigo conoce el sistema (O inimigo conhece o sistema, em tradução livre), esconde na verdade algo nada trivial: um sequestro rotineiro de nossos cérebros, energia, horas de sono e até da possibilidade de amar no que ela chama de “economia da atenção”, movida por tecnologias como o celular. Nesse ciclo, os poderosos do sistema enriquecem e contam com os melhores cérebros do mundo trabalhando para aumentar os lucros enquanto entregamos tudo a eles.
O preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você oferece em troca”, diz a jornalista. Desde os anos 90, quando descobriu a cena dos hackers em Madri, até hoje, ela não parou de enxergar a tecnologia com um olhar crítico e reflexivo. Seu livro narra desde o início libertário da revolução digital até seu caminho para uma “ditadura em potencial”, que para ela avança aos trancos e barrancos, sem que percebamos muito. Marta Peirano foi uma das participantes do evento Hay Festival Cartagena, um encontro de escritores e pensadores que aconteceu na cidade colombiana entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro. A seguir, leia a entrevista concedida à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
BBC News Mundo: Você diz que a “economia da atenção” nos rouba horas de sono, descanso e vida social. Por quê?
Marta Peirano: A economia da atenção, ou o capitalismo de vigilância, ganha dinheiro chamando nossa atenção. É um modelo de negócios que depende que instalemos seus aplicativos, para que eles tenham um posto de vigilância de nossas vidas. Pode ser uma TV inteligente, um celular no bolso, uma caixinha de som de última geração, uma assinatura da Netflix ou da Apple. E eles querem que você os use pelo maior tempo possível, porque é assim que você gera dados que os fazem ganhar dinheiro.
BBC News Mundo: Quais dados são gerados enquanto alguém assiste a uma série, por exemplo?
Peirano: A Netflix tem muitos recursos para garantir que, em vez de assistir a um capítulo por semana, como fazíamos antes, você veja toda a temporada em uma maratona. Seu próprio sistema de vigilância sabe quanto tempo passamos assistindo, quando paramos para ir ao banheiro ou jantar, a quantos episódios somos capazes de assistir antes de adormecer. Isso os ajuda a refinar sua interface. Se chegarmos ao capítulo quatro e formos para a cama, eles sabem que esse é um ponto de desconexão. Então eles chamarão 50 gênios para resolver isso e, na próxima série, ficaremos até o capítulo sete. 
BBC News Mundo: Os maiores cérebros do mundo trabalham para sugar nossa vida?
Peirano: Todos os aplicativos existentes são baseados no design mais viciante de que se tem notícia, uma espécie de caça-níquel que faz o sistema produzir o maior número possível de pequenos eventos inesperados no menor tempo possível. Na indústria de jogos, isso é chamado de frequência de eventos. Quanto maior a frequência, mais rápido você fica viciado, pois é uma sequência de dopamina. Toda vez que há um evento, você recebe uma injeção de dopamina — quanto mais eventos encaixados em uma hora, mais você fica viciado.
BBC News Mundo: Todo tuíte que leio, todo post no Facebook que chama minha atenção, toda pessoa no Tinder de quem gosto é um “evento”?
Peirano: São eventos. E, na psicologia do condicionamento, há o condicionamento de intervalo variável, no qual você não sabe o que vai acontecer. Você abre o Twitter e não sabe se vai retuitar algo ou se vai se tornar a rainha da sua galera pelos próximos 20 minutos. Não sabendo se receberá uma recompensa, uma punição ou nada, você fica viciado mais rapidamente. A lógica deste mecanismo faz com que você continue tentando, para entender o padrão. E quanto menos padrão houver, mais seu cérebro ficará preso e continuará, como os ratinhos na caixa de [B.F.] Skinner, que inventou o condicionamento de intervalo variável. O rato ativa a alavanca obsessivamente, a comida saindo ou não.
[...]
BBC News Mundo: Poderíamos nos caracterizar como viciados em tecnologia?
Peirano: Não somos viciados em tecnologia, somos viciados em injeções de dopamina que certas tecnologias incluíram em suas plataformas. Isso não é por acaso, é deliberado. Há um homem ensinando em Stanford (universidade) àqueles que criam startups para gerar esse tipo de dependência. Existem consultores no mundo que vão às empresas para explicar como provocá-la. A economia da atenção usa o vício para otimizar o tempo que gastamos na frente das telas.
[...]
BBC News Mundo: Essa conscientização, de entender como funciona, ajuda? É o primeiro passo?
Peirano: Acho que sim. Também percebo que o vício não tem nada a ver com o conteúdo dos aplicativos. Você não é viciado em notícias, é viciado em Twitter; não é viciado em decoração de interiores, é viciado em Pinterest; não é viciado em seus amigos ou nos seus filhos maravilhosos cujas fotos são postadas, você é viciado em Instagram. O vício é gerado pelo aplicativo e, quando você o entende, começa a vê-lo de maneira diferente. Não é falta de vontade: eles são projetados para oferecer cargas de dopamina, que dão satisfação imediata e afastam de qualquer outra coisa que não dá isso na mesma medida, como brincar com seu filho, passar tempo com seu parceiro, ir para a natureza ou terminar um trabalho — tudo isso exige uma dedicação, já que há satisfação, só que não imediata.
[...]
(Diana Massis, Da BBC News Mundo. 23 fevereiro 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51409523.)
I. “Seu livro narra desde o início libertário da revolução digital até seu caminho para uma ‘ditadura em potencial’, que para ela avança aos trancos e barrancos [...]” II. “[...] não é viciado em seus amigos ou nos seus filhos maravilhosos cujas fotos são postadas, você é viciado em Instagram.” Sobre os períodos destacados em I e II, marque V para as afirmativas verdadeiras e F paras as falsas. ( ) Em II, a palavra “cujas”, além de estabelecer coesão referencial, explicita uma relação de posse. ( ) Em I e II há pronome relativo responsável por introduzir oração com valor semântico de adjetivo. ( ) Em I, a expressão “que” pode ser substituída por “as quais”, sem que haja prejuízo sintático-semântico. ( ) Em I, “que” refere-se e concorda com “revolução digital”; em II, “cujas” refere-se e concorda com “amigos e filhos”. A sequência está correta em
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Q1744967 Português
‘Somos cada vez menos felizes e produtivos porque estamos viciados na tecnologia’
[...]
O cotidiano digital descrito pela jornalista espanhola Marta Peirano, autora do livro El enemigo conoce el sistema (O inimigo conhece o sistema, em tradução livre), esconde na verdade algo nada trivial: um sequestro rotineiro de nossos cérebros, energia, horas de sono e até da possibilidade de amar no que ela chama de “economia da atenção”, movida por tecnologias como o celular. Nesse ciclo, os poderosos do sistema enriquecem e contam com os melhores cérebros do mundo trabalhando para aumentar os lucros enquanto entregamos tudo a eles.
O preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você oferece em troca”, diz a jornalista. Desde os anos 90, quando descobriu a cena dos hackers em Madri, até hoje, ela não parou de enxergar a tecnologia com um olhar crítico e reflexivo. Seu livro narra desde o início libertário da revolução digital até seu caminho para uma “ditadura em potencial”, que para ela avança aos trancos e barrancos, sem que percebamos muito. Marta Peirano foi uma das participantes do evento Hay Festival Cartagena, um encontro de escritores e pensadores que aconteceu na cidade colombiana entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro. A seguir, leia a entrevista concedida à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
BBC News Mundo: Você diz que a “economia da atenção” nos rouba horas de sono, descanso e vida social. Por quê?
Marta Peirano: A economia da atenção, ou o capitalismo de vigilância, ganha dinheiro chamando nossa atenção. É um modelo de negócios que depende que instalemos seus aplicativos, para que eles tenham um posto de vigilância de nossas vidas. Pode ser uma TV inteligente, um celular no bolso, uma caixinha de som de última geração, uma assinatura da Netflix ou da Apple. E eles querem que você os use pelo maior tempo possível, porque é assim que você gera dados que os fazem ganhar dinheiro.
BBC News Mundo: Quais dados são gerados enquanto alguém assiste a uma série, por exemplo?
Peirano: A Netflix tem muitos recursos para garantir que, em vez de assistir a um capítulo por semana, como fazíamos antes, você veja toda a temporada em uma maratona. Seu próprio sistema de vigilância sabe quanto tempo passamos assistindo, quando paramos para ir ao banheiro ou jantar, a quantos episódios somos capazes de assistir antes de adormecer. Isso os ajuda a refinar sua interface. Se chegarmos ao capítulo quatro e formos para a cama, eles sabem que esse é um ponto de desconexão. Então eles chamarão 50 gênios para resolver isso e, na próxima série, ficaremos até o capítulo sete. 
BBC News Mundo: Os maiores cérebros do mundo trabalham para sugar nossa vida?
Peirano: Todos os aplicativos existentes são baseados no design mais viciante de que se tem notícia, uma espécie de caça-níquel que faz o sistema produzir o maior número possível de pequenos eventos inesperados no menor tempo possível. Na indústria de jogos, isso é chamado de frequência de eventos. Quanto maior a frequência, mais rápido você fica viciado, pois é uma sequência de dopamina. Toda vez que há um evento, você recebe uma injeção de dopamina — quanto mais eventos encaixados em uma hora, mais você fica viciado.
BBC News Mundo: Todo tuíte que leio, todo post no Facebook que chama minha atenção, toda pessoa no Tinder de quem gosto é um “evento”?
Peirano: São eventos. E, na psicologia do condicionamento, há o condicionamento de intervalo variável, no qual você não sabe o que vai acontecer. Você abre o Twitter e não sabe se vai retuitar algo ou se vai se tornar a rainha da sua galera pelos próximos 20 minutos. Não sabendo se receberá uma recompensa, uma punição ou nada, você fica viciado mais rapidamente. A lógica deste mecanismo faz com que você continue tentando, para entender o padrão. E quanto menos padrão houver, mais seu cérebro ficará preso e continuará, como os ratinhos na caixa de [B.F.] Skinner, que inventou o condicionamento de intervalo variável. O rato ativa a alavanca obsessivamente, a comida saindo ou não.
[...]
BBC News Mundo: Poderíamos nos caracterizar como viciados em tecnologia?
Peirano: Não somos viciados em tecnologia, somos viciados em injeções de dopamina que certas tecnologias incluíram em suas plataformas. Isso não é por acaso, é deliberado. Há um homem ensinando em Stanford (universidade) àqueles que criam startups para gerar esse tipo de dependência. Existem consultores no mundo que vão às empresas para explicar como provocá-la. A economia da atenção usa o vício para otimizar o tempo que gastamos na frente das telas.
[...]
BBC News Mundo: Essa conscientização, de entender como funciona, ajuda? É o primeiro passo?
Peirano: Acho que sim. Também percebo que o vício não tem nada a ver com o conteúdo dos aplicativos. Você não é viciado em notícias, é viciado em Twitter; não é viciado em decoração de interiores, é viciado em Pinterest; não é viciado em seus amigos ou nos seus filhos maravilhosos cujas fotos são postadas, você é viciado em Instagram. O vício é gerado pelo aplicativo e, quando você o entende, começa a vê-lo de maneira diferente. Não é falta de vontade: eles são projetados para oferecer cargas de dopamina, que dão satisfação imediata e afastam de qualquer outra coisa que não dá isso na mesma medida, como brincar com seu filho, passar tempo com seu parceiro, ir para a natureza ou terminar um trabalho — tudo isso exige uma dedicação, já que há satisfação, só que não imediata.
[...]
(Diana Massis, Da BBC News Mundo. 23 fevereiro 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51409523.)
O artigo é uma das classes de palavras variáveis que concorda, em gênero e em número, com o substantivo que o acompanha. Todas as palavras destacadas são artigos em:
Alternativas
Q1744423 Português
TEXTO

O Tempo
Rubem Alves
    Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada.
    Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e nadadores é medida até os centésimos. Fico a me perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença faz?”.
    A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês-rosas e amarelos anunciam o inverno.
    Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em lugares muito diferentes, que é hora de perder as folhas e florescer? E sem misturar as cores. Primeiro os rosas, depois os amarelos e, finalmente, os brancos.
   Sugeri que algum compositor compusesse uma sinfonia ou uma brincadeira musical em três movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê-amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, moderato, em que o veludo dos oboés canta a mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos abríssemos para o amor no inverno.
    A precisão dos números marca o tempo das máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca com o corpo.
    Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números. Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins.
    Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: colha o dia como um fruto que amanhã estará podre.
    Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. “Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio é um degustador da vida. A vida não é para ser medida. Ela é para ser saboreada.
    Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos um coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, pitanga, morango à beira do abismo, melancia…
    Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da criança o reinado”.
    Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, sobre quem se acumulam os anos que passam e de quem a vida foge.
    Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, início permanente, movimento circular, o fim que volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, possibilidade de novo começos.
    Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos segundos, dos centésimos de segundos O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado.
Disponível em https://www.revistaecosdapaz.com/o-tempo-uma-cronica-encantadora-de-rubem-alves/. 
No período “Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números,...”, a oração destacada é classificada como
Alternativas
Q1744395 Português
Na oração “Quando você saiu, ela chegou”, o termo sublinhado exprime ideia de:
Alternativas
Q1744393 Português

Assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:


A menina chegou _________ cansada, pois já era _____-dia e _____.

Alternativas
Q1744307 Português
TEXTO 01
O texto abaixo servirá de base para responder a questão

"Indústria precisa descobrir o full commerce"
Terceirização total do e-commerce permite que grandes marcas tenham agilidade para criar plataformas parrudas de venda direta ao consumidor.
inflação - indústria - tecnologia
29.mar.2021 às 7h00
Em 2020, o comércio eletrônico cresceu o que, em situação normal, levaria de três a cinco anos para acontecer. É essa a conclusão de Eduardo Fregonesi, CEO e cofundador da Synapcom, empresa que fornece solução completa de e-commerce para indústrias e grandes varejistas.
Sua afirmação é confirmada por dados. De acordo com o relatório elaborado pela Ebit|Nielsen, o e-commerce brasileiro cresceu 47% apenas no primeiro semestre do ano passado. As vendas saltaram de R$ 26,4 bilhões, no primeiro semestre de 2019, para R$ 38,8 bilhões no mesmo período de 2020. Nos anos anteriores, o crescimento anual não passava de 12%. E a tendência de crescimento não para por aí. A consultoria prevê que as vendas online devam aumentar mais 26% em 2021, atingindo faturamento de nada menos do que R$ 110 bilhões no ano.
"Com a pandemia e o fechamento das lojas, muitas empresas tiveram de dar mais atenção ao comércio eletrônico, que se tornou estratégico", diz Fregonesi. "Outras, que ainda não estavam no online, precisaram criar presença com urgência", afirma. Entre essas empresas, estão muitas indústrias que perceberam a necessidade - e a oportunidade - de vender diretamente para seus consumidores, o chamado D2C (do inglês direct to consumer).
O grande desafio com que essas indústrias se depararam, no entanto, foi a complexidade de viabilizar rapidamente um comércio eletrônico parrudo, capaz de gerar boas experiências para seus clientes. "Vender online para o consumidor final definitivamente não é o 'core' da indústria", afirma o especialista.
Para resolver a questão, o setor tinha basicamente três opções. Desenvolver tudo internamente (e arcar com os custos de toda uma infraestrutura dedicada), terceirizar partes da operação (e se desdobrar para gerenciar todos os contratos e etapas com diferentes fornecedores) ou fazer a terceirização total da operação.
É nessa terceira alternativa que entra o serviço prestado pela Synapcom. "A indústria precisa descobrir o full commerce", afirma Fregonesi. Full commerce é o serviço fornecido por um único parceiro que disponibiliza toda a estrutura de um comércio eletrônico para a marca criar seu e-commerce com características próprias e entregar a melhor experiência para seu consumidor. "Nós criamos projetos customizados de ponta a ponta e fazemos todo o gerenciamento do e-commerce da marca, que nos remunera de acordo com as vendas", explica.
https://estudio.folha.uol.com.br/synapcom/2021/03/industria-precisa-descobrir-o-full-commerce.shtml Acessado em 30/03/2021
A partir dos seus conhecimentos linguísticos e de sua análise do texto jornalístico, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Respostas
4461: E
4462: C
4463: E
4464: C
4465: B
4466: B
4467: D
4468: D
4469: A
4470: C
4471: B
4472: B
4473: A
4474: B
4475: A
4476: D
4477: B
4478: A
4479: E
4480: B