Questões de Concurso
Sobre tipologia textual em português
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Leia o texto abaixo para responder às próximas três (3) questões.
Satisfação latino-americana com educação é semelhante à da África.
POR SABINE RIGHETTI
Os países africanos e latino-americanos têm a pior avaliação do mundo sobre a educação que ofertam nas suas próprias regiões, de acordo com um estudo apresentado no congresso internacional de educação WISE.
O estudo, que ouviu especialistas em educação de todo o mundo, mostra que só 11% dos entrevistados na América Latina se declaram satisfeitos com a sua educação local. Na África, o índice de satisfação é de 8%. São as duas regiões do globo com pior satisfação em relação à sua própria qualidade de educação. Só uma em cada cem crianças refugiadas chega à universidade. Para se ter uma ideia do que os números significam, na Europa, 66% dos entrevistados se declararam satisfeitos com a educação na sua região.
Os entrevistados dos países latino-americanos também têm a pior percepção do mundo em relação à inovação na educação na sua região. De acordo com 66% dos especialistas consultados nessa região, as escolas e universidades inovam pouco ou simplesmente não inovam os processos educativos e pedagógicos. A taxa é pior do que na África, onde 64% dos especialistas deram as mesmas respostas. A situação da educação latino-americana está ruim, mas já foi pior: 41% dos entrevistados latino-americanos acham que a educação melhorou nos últimos dez anos. A região líder na percepção em relação à melhora recente da educação foi na Ásia (70% acham que melhorou) e, a pior, na América do Norte (só 20% consideram que melhorou).
O ensino superior teve uma avaliação bem melhor dos especialistas em relação à educação básica. Apenas um em cada três entrevistados declarou que considera o ensino fundamental e médio na sua região bom ou excelente, mas metade deles acha boa ou excelente a qualidade de suas universidades. Mais: a imensa maioria dos entrevistados concorda que o principal desafio da educação no mundo é a formação de qualidade dos professores –e, com exceção da Ásia, todas as regiões do mundo concordam que os professores devem ser tratados com mais respeito.
O estudo foi apresentado no congresso de educação WISE, que reuniu mais de dois mil acadêmicos, ongueiros e políticos de todo o mundo em Doha, no Qatar. O evento aconteceu no início de novembro.
Fonte: http://abecedario.blogfolha.uol.com.br/2015/11/15/satisfacao-latinoamericana-com-educacao-e-semelhante-a-da-africa/
Nesse texto predomina a
Leia o texto a seguir para responder as questões de 01 a 05.
Charlie Sheen confirma que é HIV positivo.
Ator de 50 anos disse em entrevista ao programa 'Today', da rede NBC, que foi diagnosticado com o vírus há quatro anos. O ator Charlie Sheen, ex-astro da série "Two and A Half Men", disse nesta terça-feira, 17, que é HIV positivo. Sheen, de 50 anos, disse em entrevista ao programa "Today", da rede NBC, que foi diagnosticado com o vírus há quatro anos. "Estou aqui para admitir que sou HIV positivo", disse Sheen. "São três letras difíceis de absorver". Sheen, três vezes divorciado, atuou como o mulherengo Charlie Harper na famosa série de comédia norte-americana por oito anos, até ser demitido em 2011 por condutas inadequadas, como festas com estrelas pornô e uma condenação por agredir a ex-mulher.
Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é:
Leia o texto a seguir para responder as questões de 01 a 05.
Charlie Sheen confirma que é HIV positivo.
Ator de 50 anos disse em entrevista ao programa 'Today', da rede NBC, que foi diagnosticado com o vírus há quatro anos. O ator Charlie Sheen, ex-astro da série "Two and A Half Men", disse nesta terça-feira, 17, que é HIV positivo. Sheen, de 50 anos, disse em entrevista ao programa "Today", da rede NBC, que foi diagnosticado com o vírus há quatro anos. "Estou aqui para admitir que sou HIV positivo", disse Sheen. "São três letras difíceis de absorver". Sheen, três vezes divorciado, atuou como o mulherengo Charlie Harper na famosa série de comédia norte-americana por oito anos, até ser demitido em 2011 por condutas inadequadas, como festas com estrelas pornô e uma condenação por agredir a ex-mulher.
Qual a tipologia textual do trecho apresentado abaixo?
Leia a charge para responder à questão.
Na frase da personagem, conforme se constata pelo emprego da conjunção e das formas verbais, as informações expressam um fato
Leia a charge para responder à questão.
Na charge, a personagem critica as pessoas que
A GENTE É VELHO...
Rubem Alves
A gente é velho quando, para descer uma escada, segura firme no corrimão. E os olhos olham para baixo para medir o tamanho dos degraus e a posição dos pés.
Quando eu era moço, não era assim. Não segurava no corrimão e não media degraus e pés. Descia os dois lances de escada do sobrado do meu avô com a mesma fúria com que um pianista toca o prelúdio 16, de Chopin. Ele, pianista, não pensa. Se pensasse, não conseguiria tocar, porque o pensamento não consegue seguir a velocidade das notas. Toca porque seus dedos sabem sem que a cabeça saiba. O pianista se abandona ao saber do corpo. Assim descia eu as escadas do sobradão do meu avô. Mas no dia em que o pé começou a tropeçar, a cabeça compreendeu que eles, os pés, já não sabiam como sabiam antes. Agora é preciso o corrimão. Depois virão as bengalas, corrimões portáteis que se leva por onde se vai.
A gente é velho quando, no restaurante, é preciso cuidado ao se levantar. Moço, as pernas sabem medir as distâncias que há debaixo da mesa. Mas, agora, é preciso olhar para medir a distância que há entre o pé da mesa e o bico do sapato. Há sempre o perigo de que o bico do sapato esbarre no pé da mesa e o pé da mesa lhe dê uma rasteira, você se estatelando no chão. Quando se é velho, até uma pequena queda pode se transformar em catástrofe. Há sempre o perigo de uma fratura.
A gente é velho quando é objeto de humilhações bondosas. Como aquela que aconteceu comigo 25 anos atrás. O metrô estava cheio. Jovem, segurei-me num balaústre. Notei então que uma jovem de uns 25 anos me olhava com um olhar amoroso. Olhei para ela. E houve um momento de suspensão romântica. Minha cabeça e meu coração se alegraram. Até o momento em que ela se levantou com um sorriso e me ofereceu o seu lugar. Foi um gesto de bondade. Com o seu gesto ela me dizia: "O senhor me traz memórias ternas do meu avô..."
A gente é velho quando entra no box do chuveiro com passos medrosos e cuidadosos. Há sempre o perigo de um escorregão. Por via das dúvidas, mandei instalar no box da minha casa uma daquelas barras metálicas horizontais que funcionam como corrimão.
A gente é velho quando começa a ter medo dos tapetes. Os tapetes são perigosos de duas maneiras. Há os pequenos tapetes de fundo liso, que escorregam. E há os grandes tapetes que ficam com as pontas levantadas e que fazem ondas. O pé dos velhos movimenta-se no arrasto e tropeça na ponta levantada do tapete ou na armadilha da onda.
A gente é velho quando começa a ter medo dos fotógrafos. Fugir das fotos de perfil porque nelas as barbelas de nelore aparecem. Nelore é um boi branco. Os pastos estão cheios deles, vivos, e as mesas também, sob o disfarce de bifes. E eles têm uma papada balançante, as barbelas, que vai da ponta do queixo (boi tem queixo?) até o peito. Velhice é quando as barbelas de nelore começam a aparecer. Aí vem a humilhação conclusiva. Prontas as fotos, eles nos mostram e dizem: "Como você está bem!"
A gente é velho quando, tendo de subir ao palco para dar uma palestra, tem sempre uma jovem simpática que nos oferece a mão, temendo que a gente se desequilibre e caia. A gente aceita o oferecimento com um sorriso. Nunca se sabe...
A gente é velho quando perde a vergonha e se desnuda fazendo as confissões que acabei de fazer...
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff3010200704.htm Acesso em: 27 ago. 2016
Em alguns trechos, o narrador estabelece um diálogo com o leitor ou a ele se dirige. Isso ocorre em:
Leia o texto VI para responder às questões 11 a 14.
Texto VI
ANTIGAMENTE – Carlos Drummond de Andrade
1 Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
2 eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
3 anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os
4 janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-
5 de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses
6 debaixo do balaio. E se levantam tábua, o remédio era
7 tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia.
8 As pessoas, quando corriam, antigamente, era para
9 tirar o pai da forca. Algumas jogavam verde para colher
10 maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa.
11 O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou
12 aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam
13 alguém que lhes passasse a manta e azulava, dando às
14 de vila-diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o
15 quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomava
16 cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens iam ao
17 animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo,
18 chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de
19 aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em
20 camisas de onze varas; não admira que dessem com os
21 burros n’água. (...)
.
Glossário:
Janotas = elegantes, bem vestidos
Pé-de-alferes = namorador
Debaixo do balaio = esconder
Levantam tábua = levar um fora
Ao apresentar a linguagem de antigamente, enfatizando suas características, podemos dizer que a tipologia predominante é:
Os elementos pré-textuais contêm informações que ajudam na identificação e na utilização do texto científico na formação acadêmica (monografia, dissertação, tese). O aspecto visual dos trabalhos redigidos, a estética e a correta utilização de capas, margens, diagramação, espaçamento e numerações constituem elementos importantes para avaliação da investigação tanto quanto ao conteúdo propriamente dito. São considerados elementos pré-textuais:
Leia o Texto 1 para responder à questão 01.
Texto 1
Disponível em: <https://atividadesdeportugueseliteratura.blogspot.com/2016/08/tirinha-hagar-em-questoes-de-vestibular.html>. Acesso em: 9 set. 2017.
O Médico de Hagar usou de um eufemismo para recomendar-lhe dieta de emagrecimento. Hagar, ao reportar a recomendação médica a sua esposa,
Para responder às questões de 6 a 9, leia os quadrinhos a seguir.
Assinale a alternativa em que haja apenas pronomes.
Para responder às questões de 6 a 9, leia os quadrinhos a seguir.
Veja:
“Denise, eu preciso de alguém para passar o reveillon comigo... estou implorando... farei qualquer coisa.”
Sobre as relações morfológicas e sintáticas presentes no trecho, é correto afirmar que:
Para responder às questões de 6 a 9, leia os quadrinhos a seguir.
Quanto ao humor da tirinha, pode-se afirmar que:
Para responder às questões de 6 a 9, leia os quadrinhos a seguir.
Quanto aos quadrinhos como um todo, pode-se afirmar que:
O autor do gênero textual em análise tem a intenção comunicativa de
Quanto ao gênero do substantivo, associe a coluna B pela coluna A.
COLUNA A
I. Sobrecomum.
II. Comum de dois gêneros.
III. Epiceno.
COLUNA B
( ) peixe-fêmea.
( ) artista.
( ) pessoa.
( ) vítima.
( ) fã.
Marque a opção que apresenta a sequência CORRETA.
Leia o Texto I para responder às questões 1 a 7.
TEXTO I
O Assalto
Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preço do chuchu:
— Isto é um assalto!
Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém, correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira, atravancada, mas provida de um admirável serviço de comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua? Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado?
— Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la.
Moleques de carrinho corriam em todas as direções, atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo da fuga, pacotes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de bananas meio amassadas?
— Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante!
O ônibus na rua transversal parou para assuntar. Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via nada. O motorista desceu, desceu o trocador, um passageiro advertiu:
— No que você vai a fim do assalto, eles assaltam sua caixa.
Ele nem escutou. Então os passageiros também acharam de bom alvitre abandonar o veículo, na ânsia de saber, que vem movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do módulo lunar.
Outros ônibus pararam, a rua entupiu.
— Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não podem dar no pé.
— É uma mulher que chefia o bando!
— Já sei. A tal dondoca loira.
— A loura assalta em São Paulo. Aqui é morena.
— Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.
— Minha Nossa Senhora, o mundo está virado!
— Vai ver que está caçando é marido.
— Não brinca numa hora dessas. Olha aí sangue escorrendo!
— Sangue nada, é tomate.
Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram no mínimo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas.
Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão coletiva. Era preciso abrir caminho a todo custo. No rumo do assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção; quem fugia dava marcha à ré, quem queria espiar era arrastado pela massa oposta. Os edifícios de apartamentos tinham fechado suas portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam:
— Pega! Pega! Correu pra lá!
— Olha ela ali!
— Eles entraram na Kombi ali adiante!
— É um mascarado! Não, são dois mascarados!
Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia espaço uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído, Voltou. Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso?
— Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a gente com dor-de-barriga, pensando que era metralhadora!
Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre:
— É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro assalto!
Carlos Drummond de Andrade
Pode-se afirmar que o Texto I é
INSTRUÇÃO: Considere o texto 3, a seguir, para responder às questões 11 a 15.
Texto 3
Ciência e o sentido da vida
Marcelo Gleiser
[1º§]Outro dia, estava dando uma palestra, quando alguém me fez "aquela" pergunta: professor, por que o senhor é cientista? Respondi que não podia ser outra coisa, que considerava um privilégio poder dedicar minha vida ao ensino e à pesquisa. Mas o que de fato está por trás dessa profissão, ao menos para mim, é uma oportunidade única para criarmos algo de novo, algo que nos diferencie do resto.
[2º§]A ciência oferece uma oportunidade para que possamos nos engajar com o "mistério", como Einstein chamava nossa atração pelo desconhecido: "A emoção mais significativa que podemos sentir é o mistério. Ela é o berço da verdadeira arte e da ciência. Quem não a conhece e não é mais capaz de se maravilhar, está mais morto do que vivo, como uma vela que se apagou".
[3º§]Einstein pôs as artes e as ciências sobre o mesmo patamar, frutos que são da criatividade humana. Para ele, nossas criações são produto desse questionamento incessante sobre quem somos e sobre o mundo à nossa volta.
[4º§]A ciência abre portas para o desconhecido, para o que nos foge aos sentidos. Aquilo que não vemos ou ouvimos é tão real quanto o que percebemos. Usamos instrumentos variados para amplificar nossa percepção da realidade, mesmo sabendo que nossa visão será sempre limitada: qualquer microscópio, telescópio ou detector tem alcance e precisão determinados pelo estado da tecnologia.
[5º§]É claro que um telescópio do século 19 não pode competir com os telescópios mais avançados de hoje. Com isso, o que captamos da realidade depende de forma essencial daquilo que nossos instrumentos nos permitem ver. Esse fato tem uma consequência importante: o que captamos do mundo depende das tecnologias que usamos. Ou seja, com o avanço delas, muda, muitas vezes, nossa visão de mundo.
[6º§]Um exemplo que já usei aqui é o microscópio. A visão da vida antes e depois da invenção do microscópio mudou completamente. O instrumento, inventado ao fim do século 17, permitiu que víssemos criaturas invisíveis aos olhos. Com isso, novas perguntas sobre a natureza da vida puderam ser feitas – perguntas que, antes da invenção do microscópio, não eram nem vislumbradas.
[7º§]Esta é uma lição importante, que elaboro no livro "Ilha do Conhecimento": o conhecimento não evolui linearmente; cresce de forma imprevisível, interagindo com as tecnologias que temos ao nosso dispor. Portanto, o mistério que nos cerca, e que tanto fascinava Einstein, estará sempre à nossa volta: não há como decifrá-lo por completo. Isso dá uma conotação única à ciência. Sendo um caminho para o conhecimento, ela nos oferece uma oportunidade de estar sempre buscando, e crescendo com a busca.
[8º§]O sentido da vida é dar sentido à vida. Não existe, ou deve existir, um fim. Pense num alpinista. Ele se prepara para subir o pico que vê à sua frente e, depois de muito esforço, consegue. De lá de cima, pode fazer duas coisas: se dar por satisfeito e descer, ou olhar em torno e ver todos os picos que ainda não escalou.
[9º§]A busca pelo conhecimento científico é assim: uma escalada por todos os picos que podemos encontrar. E quando conquistarmos todos eles, basta olhar para cima, e continuar nossa busca no espaço.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 12/10/2014. Texto adaptado.
NÃO é uma estratégia argumentativa utilizada no texto 3 o uso de
AS QUESTÕES 14 E 15 ESTÃO RELACIONADAS À TIRINHA ABAIXO
O MAGO ID | BRANT PARKER E JOHNNY HART
PARKET, Brant; HART, Johnny. O mago id. A Tarde, Salvador, 15 set. 2007. Caderno 2, p. 8.
Um texto, como uma situação comunicativa, é constituído de uma parte visível - a sua materialidade de linguagem - e também de implícitos, como ocorre nessa tira.
Nela está implícita a ideia de que
AS QUESTÕES 1 A 13 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO BAIXO
TEXTO
TÁ TRANQUILO, TÁ FAVORÁVEL!
1 __ _ _Em 1997, em um show de um grupo chamado movimento Funk Clube, um funkeiro pegou o
2 microfone da mão de um dos integrantes do grupo e, olhando para as dançarinas em cima do palco, gritou:
3 "Há! Eu tô maluco".
4 __ __O grito foi repetido pelos integrantes do grupo e logo sampleado pelos DJs de todos os bailes do
5 Rio e, pouco tempo depois, de todo o Brasil. Logo todos os brasileiros gritavam que estavam malucos, e teve
6 gente gritando até no exterior.
7 __ __Se tratando do funk, eu poderia usar várias histórias como essa aqui, mas esse grito pra mim é o
8 exemplo que eu mais gosto de usar.
9 _ _ __Isso, só uma cultura realmente popular é capaz de fazer: dar o poder ao público na arte, sem
10 deixar de valorizar o artista.
11 ____No início desse ano, Mc Bin Laden "estourou" um vídeo na internet sem muito roteiro, sem muita
12 produção, mas fez tanto sucesso que mesmo com tantos problemas que o Brasil está passando, todo mundo
13 está gritando que "tá tranquilo, tá favorável".
14 ____Mais do que uma música, o Mc Bin Laden estourou uma gíria, pois toda vez que alguém falar que
15 "tá tranquilo", alguém irá, no mínimo, pensar que "tá favorável".
16 ____Mc Bin Laden é o maior fenômeno do funk da atualidade, esconde o quanto ganha, mas dizem que
17 é cerca de R$ 60 mil por dia.
18 ____Certa vez, um repórter perguntou para o Mr. Catra o que era o funk pra ele. Ele então respondeu:
19 "O funk é um presente de Deus para nós, é a válvula de escape para todos nós favelados".
20____ Vendo o que o funk proporcionou na vida dele e de vários outros MCs, inclusive na minha, eu
21 concordo plenamente com a resposta do Mr. Catra.
22 ____Mesmo com tantos problemas que os bailes funk enfrentam para continuar existindo - falo das
23 proibições de todos os órgãos públicos que praticamente perseguem os produtores desses bailes -, mesmo
24 com tanta corrupção nas rádios e televisões - falo dos famosos "jabás" que todos os chamados grandes
25 artistas pagam -, o funk, sem dinheiro e sem espaço, consegue penetrar nas festas de todas as classes e até
26 nos grandes programas de televisão.
27____ Isso tudo acontece por um espaço que ainda pode ser ocupado de maneira democrática e popular:
28 a internet.
29 ____Já ouvi muita gente dizendo que se não fosse a internet o funk não existiria mais. Eu discordo, mas
30 concordo que nesse momento a internet está cumprindo um papel importantíssimo na vida dessa cultura.
31 ____Se mesmo com tanta perseguição e negação de sua existência, o funk consegue ser a cultura
32 musical que mais tem vídeo postado e assistido na internet, imagina o funk sendo tratado da maneira que
33 lhe é de direito?
34 ____Para aqueles que não suportam ouvir funk eu tenho más notícias: o funk ainda vai acontecer.
35 ____Tenho essa certeza porque quando eu era criança não era fácil ouvir música e o funk nem existia.
36 Hoje se tem uma facilidade enorme em ouvir a música que quiser e as crianças já nascem ouvindo funk.
37 ____Que venham novos MCs, que venham novos vídeos e, consequentemente, outros sucessos, pois, na
38 internet, além de ainda estar tranquilo, também está favorável.
MC LEONARDO. TÁ TRANQUILO, TÁ FAVORÁVEL. IN: Caros amigos, p.22, n. 228, Abr. 2016. - MC LEONARDO é cantor, compositor e fundador da APAFUNK.
Com referência aos aspectos linguísticos, pode-se afirmar:
Considere os textos 1 e 2 para responder à questão 10.
TEXTO 2
"Que isso querida... hoje em dia ninguém mais é obrigado a envelhecer."
Charge de Caco Galhardo – Jornal Folha de São Paulo, 21/03/2011
Texto 1
A arte de envelhecer
Dráuzio Varella
[1º§]Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase não havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem. Tinha 50 anos naquela época, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilégio de chegar aos 90 em pleno domínio da razão, é possível que uma imagem de agora me cause impressão semelhante.
[2º§]O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde a concepção: o feto de seis meses é muito mais velho do que o embrião de cinco dias. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual nós somos inigualáveis: a adaptação. Não há animal capaz de criar soluções diante da adversidade como nós, de sobreviver em nichos ecológicos que vão do calor tropical às geleiras do Ártico.
[3º§]Da mesma forma como ensaiamos os primeiros passos por imitação, temos de aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos. A adolescência é um fenômeno moderno. Nossos ancestrais passavam da infância à vida adulta sem estágios intermediários. Nas comunidades agrárias, o menino de 6 Concurso IFSUDESTE • 2016 • Revisor de Texto Braille sete anos trabalhava na roça e as meninas cuidavam dos afazeres domésticos antes de chegar a essa idade.
[4º§]A figura do adolescente que mora com os pais até os 30 anos, sem abrir mão do direito de reclamar da comida à mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avós tinham filhos para criar.
[5º§]A exaltação da juventude como o período áureo da existência humana é um mito das sociedades ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a estética, os costumes e os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária tem o efeito perverso de insinuar que o declínio começa assim que essa fase se aproxima do fim.
[6º§]A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Sócrates tomou cicuta aos 70 anos, Cícero foi assassinado aos 63, Matusalém sabe-se lá quantos anos teve, mas seus contemporâneos gregos, romanos ou judeus viviam em média 30 anos. No início do século 20, a expectativa de vida ao nascer nos países da Europa mais desenvolvida não passava dos 40 anos.
[7º§]A mortalidade infantil era altíssima; epidemias de peste negra, varíola, malária, febre amarela, gripe e tuberculose dizimavam populações inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por guerras, enfermidades infecciosas, escravidão, dores sem analgesia e a onipresença da mais temível das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era tão alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouquíssimos conhecerão.
[8º§]Os que estão vivos agora têm boa chance de passar dos 80. Se assim for, é preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá aos 60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para aqueles que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às transformações do mundo.
[9º§]Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude é torná-la experiência medíocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 é não levar em conta que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir por conta própria as experiências traumáticas e relegar ao esquecimento inseguranças, medos, desilusões afetivas, riscos desnecessários e as burradas que fizemos nessa época. Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem "cabeça de jovem". É considerá-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez.
[10º§]Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem sonhávamos anteriormente.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 23/01/2016. Texto adaptado.
A visão crítica sobre envelhecer, presente nessa charge,