Questões de Concurso Sobre tipologia textual em português

Foram encontradas 3.641 questões

Q2757407 Português

Texto para responder às questões 14 e 15.

No contexto da charge, percebe-se uma crítica:

Alternativas
Q2757000 Português

Leia o texto 1 para responder às questões de 01 a 05.

Texto 1

Quanto a isto, não tenho como mentir: nasci. Há documentos a respeito. Provam que nasci

a 23 de março de 1937, na cidade de Porto Alegre; mais precisamente, na Beneficência

Portuguesa, um dos prédios mais antigos desta cidade, que, como muitas outras cidades

brasileiras, tem escassa memória. Nasci, sim. “Logo depois que nasci correu pela

05 vizinhança que eu me chamava Mico...” Estas linhas, se bem as lembro – e bem as lembro,

sim! – faziam parte de meu primeiro texto, escrito em papel de embrulho: uma autobiografia,

muito precoce e necessariamente curta, pois eu não teria mais de seis anos. Alfabetizado

precocemente por minha mãe, que era professora primária, eu optara por escrever, ao invés

de jogar futebol (também jogava futebol, na calçada da minha rua; longas partidas, em que

10 eram marcadas dezenas de gols; mas o futebol era – é – realidade, uma realidade

terrivelmente importante neste país; e à realidade eu preferia a ficção. A narrativa). Mico.

Este apelido me marcou, pois os nomes marcam as pessoas. Todos os Brunos são fortes,

todos os Betos são irrequietos – tenho um filho chamado Beto, sei disto. Mico – o que é que

eu podia esperar da vida? Mico. Nunca conheci ninguém com este apelido. Na minha rua

15 havia um Mike, e depois tive um amigo chamado Micão, mas Mico, de macaco, era só eu.

Por causa deste apelido, acho, nunca pude me levar a sério. Felizmente. Nada mais chato

que um sujeito que se leva inteiramente a sério. Cada vez que me julgo importante, por ser

escritor, ou por ser médico, ou por escrever no jornal, uma vozinha debochada me chama à

realidade – que besteiras são essas que andas escrevendo, Mico? – e me faz lembrar que é

20 preciso ser humilde. Nascido em Porto Alegre, passei parte de minha infância na cidade de

Passo Fundo, onde meu pai tinha um bazar. (Tinha mesmo? Preciso perguntar a ele.

Preciso perguntar muitas coisas a ele. Não o faço por medo que não saiba responder. Ou

por medo de que saiba responder. Ou por medo, simplesmente. Diante de nossos pais,

somos sempre crianças. Somos sempre o Mico.)

25 De Passo Fundo lembro uma cena, que depois dei, generosamente, a um personagem

(Benjamim – Os Voluntários). Tinha – tenho – três, quatro anos. Caminho por minha rua;

vou apressado. Nuvens ameaçadoras se acumulam no céu, vem um temporal, preciso

chegar logo em casa. Os primeiros grossos pingos caem; mas neste momento avisto na

calçada coisinhas – baganas de cigarro, fósforos queimados. Pobrezinhas, ali expostas à

30 chuva, quem cuidará delas? Olho ao redor. Há uma porta aberta. Por acaso ou não, é a

porta da Delegacia de Polícia, símbolo, para mim, do Poder. Sem vacilar, sem me importar

com a chuvarada torrencial, entrego-me à tarefa de recolher baganas e fósforos para o

vestíbulo da Delegacia. Faço-o chorando; não sei se de alegria, ou de dor, ou de medo.

Choro, ao recolher os dispersos para o que agora poderá ser sua Casa.

(SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional, 1984, p. 9-11. Fragmento.) Disponível em: <http://www.lpm.com.br/livros/Imagens/minha_mae_nao_dorme_2011.pdf>. Acesso em: 29 out. 2016.

O texto Memórias de um aprendiz de escritor é uma autobiografia: “o registro escrito da própria vida”, ou seja, uma biografia escrita pelo próprio autor, que seleciona e narra acontecimentos de sua própria vida.


Em relação às características do texto 1, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas.


( ) Ausência de marcadores temporais.

( ) Presença efetiva do Narrador-observador.

( ) Narrativa em primeira pessoa do singular.

( ) Quanto ao tipo de discurso, predomina o relato.


A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é

Alternativas
Q2755188 Português

Atenção: Considere os quadrinhos abaixo para responder às questões de números 9 e 10

O conteúdo da fala do terceiro quadrinho está expresso corretamente em:

Alternativas
Q2755187 Português

Atenção: Considere os quadrinhos abaixo para responder às questões de números 9 e 10

No contexto da fala do terceiro quadrinho, o termo

Alternativas
Q2754934 Português

Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 09.


Acredite! Apostar nos seus sonhos é dar um voto de confiança em si mesmo. É trazer a felicidade para perto e contagiar os outros. Entenda como construir cada um deles


(1º§) Experimente interromper um homem apaixonado por seus sonhos quando seus olhos brilham ao contar sua trajetória. Tente obter mais detalhes quando a voz está prestes a alçar voo ao falar dos obstáculos que ultrapassou. Nada é capaz de justificar a interrupção desse discurso inflamado e apaixonado, nem mesmo a tempestade de verão que deságua sob nossas cabeças, no jardim de um hotel, em São Paulo. Encolhida debaixo de um guarda-sol de mesa, enquanto algumas gotas grossas de chuva encharcam minhas costas, não perco uma palavra do que me diz o empresário grego George Koukis, fundador da organização internacional A Dream for the World (Um Sonho para o Mundo, em tradução livre). Ele fala sobre o que faz um projeto de vida acontecer – e é tudo o que quero saber. Além de coragem, dedicação e gostar daquilo que faz, George me conta outras qualidades que ajudam nessa empreitada. E, durante esta conversa, suas palavras me fizeram acreditar que os rabiscos guardados em uma pasta podem virar um livro, e que o tão desejado projeto da escolinha, que estimula crianças a desenvolverem novas soluções no dia a dia pode, sim, dar certo.
(2º§) Palavras ditas com tanta paixão e fúria nos incentivam a perseguir nossos próprios objetivos. Trago para você, então, alguns dos ensinamentos que ouvi dele. E não só isso. Outras pessoas interessantes, que refletiram bastante sobre o tema, também vão nos ajudar a tirar a poeira de nossos sonhos, a lustrá-los de novo, ou a modificá-los, se for o caso. E esta é justamente a época certa para fazer isso. Podemos reservar um tempinho, entre os dias de descanso do fim de ano só para... sonhar. E estabelecer os primeiros passos para a realização de nossos projetos pessoais.
(3º§) O desejo de melhorar o mundo ou a relação entre as pessoas, muitas vezes, está na base de boa parte dos projetos que vingam. Isso porque esse olhar mais generoso, mais participativo, e que leva em conta o futuro, desperta uma força descomunal dentro de nós e uma capacidade de realização extraordinária. Alguns homens bem ricos, por exemplo, fizeram suas fortunas baseados na concretização de utopias pessoais. Os americanos Bill Gates e Steve Jobs, por exemplo, apostaram alto na democratização digital e na tecnológica. Hoje, as fundações ligadas às suas empresas investem em arte, educação e cultura.
(4º§) Existem também muitas pessoas, gente como a gente, que começaram com um ideal pequeno e estão conseguindo mudar o meio ao redor. São os sonhos que começam tímidos e vão ganhando força. “O desejo de melhorar a realidade faz parte da natureza humana, assim como ter visões que envolvem um grande progresso ou mudanças drásticas de uma situação”.

(Texto coletado do site http://vidasimples.uol.com.br/ noticias/capa/ - acesso 06 de março de 2015)

O texto apresenta algumas sequências tipológicas construídas em primeira pessoa. Levando-se em consideração o gênero textual em análise, a intenção comunicativa que se pretende alcançar com essa estratégia, para a compreensão do texto como um todo, é:

Alternativas
Ano: 2018 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2018 - UFG - Geógrafo |
Q2753884 Português

Texto 1


  1. ESTRANGEIRO: – Pois bem: nas ciências teóricas
  2. nós começamos por distinguir uma parte diretiva, e
  3. nesta, uma divisão a que chamamos, por analogia,
  4. autodirigente. A criação dos animais foi, por sua vez,
  5. considerada como uma das divisões da ciência auto-
  6. diretiva, da qual é um gênero e certamente não o
  7. menor; a criação de animais nos deu a espécie da
  8. criação em rebanho, e a criação em rebanho, por
  9. sua vez, deu-nos a arte de criar os animais pedes-
  10. tres; e a seguir, esta arte de criar os animais pedes-
  11. tres nos deu, como seção principal, a arte que cria
  12. raça de animais sem chifres; e, ainda, esta raça de
  13. animais sem chifres inclui uma parte que só poderá
  14. ser compreendida por um único termo pela adição
  15. necessária de três nomes; ela se chamará: “a arte
  16. de criar raças que não se cruzam”. Por fim, a última
  17. subdivisão restante, nos rebanhos bípedes, será a
  18. arte de dirigir os homens. É precisamente o que pro-
  19. curamos; a arte que se honra por dois nomes: políti-
  20. ca e real.


PLATÃO. Diálogos – Fédon, Sofista, Político. Trad. Jorge Paleikat; João Cruz Costa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 177.



Texto 2


Admirável gado novo


  1. Vocês que fazem parte dessa massa
  2. Que passa nos projetos do futuro
  3. É duro tanto ter que caminhar
  4. E dar muito mais do que receber
  5. E ter que demonstrar sua coragem
  6. À margem do que possa parecer
  7. E ver que toda essa engrenagem
  8. Já sente a ferrugem lhe comer
  9. Êh, ôô, vida de gado
  10. Povo marcado
  11. Êh, povo feliz!
  12. Lá fora faz um tempo confortável
  13. A vigilância cuida do normal
  14. Os automóveis ouvem a notícia
  15. Os homens a publicam no jornal
  16. E correm através da madrugada
  17. A única velhice que chegou
  18. Demoram-se na beira da estrada
  19. E passam a contar o que sobrou!
  20. Êh, ôô, vida de gado
  21. Povo marcado
  22. Êh, povo feliz!
  23. O povo foge da ignorância
  24. Apesar de viver tão perto dela
  25. E sonham com melhores tempos idos
  26. Contemplam esta vida numa cela
  27. Esperam nova possibilidade
  28. De verem esse mundo se acabar
  29. A arca de Noé, o dirigível,
  30. Não voam, nem se pode flutuar
  31. Êh, ôô, vida de gado
  32. Povo marcado
  33. Êh, povo feliz!

RAMALHO, Zé. Zé Ramalho da Paraíba. Discobertas. © Avohai Editora (EMI) BRSME9700721, 2008. Disponível em: <http://www.zeramalho.com.-br/sec_discografia_view.php?id=65>. Acesso em: 15 fev. 2018.


Releia os Textos 1 e 2 e leia os Textos 3 e 4 para responder às questões de 11 a 15.


Texto 3


A atualidade chocante de Admirável Mundo Novo


Disponível em: <https://outraspalavras.net/posts/a-atualidade-chocante-de-admiravel-mundo-novo/>. Acesso em: 15 fev. 2018.


Texto 4


Disponível em: <http://blogjackiegeo.blogspot.com.br/2017/03/as-perolas-de-donald-trump.html>. Acesso em: 15 fev. 2018.

A síntese dos quatro textos, com base na última divisão da ciência, na classificação de Platão, pode ser assim expressa:

Alternativas
Ano: 2018 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2018 - UFG - Geógrafo |
Q2753882 Português

Texto 1


  1. ESTRANGEIRO: – Pois bem: nas ciências teóricas
  2. nós começamos por distinguir uma parte diretiva, e
  3. nesta, uma divisão a que chamamos, por analogia,
  4. autodirigente. A criação dos animais foi, por sua vez,
  5. considerada como uma das divisões da ciência auto-
  6. diretiva, da qual é um gênero e certamente não o
  7. menor; a criação de animais nos deu a espécie da
  8. criação em rebanho, e a criação em rebanho, por
  9. sua vez, deu-nos a arte de criar os animais pedes-
  10. tres; e a seguir, esta arte de criar os animais pedes-
  11. tres nos deu, como seção principal, a arte que cria
  12. raça de animais sem chifres; e, ainda, esta raça de
  13. animais sem chifres inclui uma parte que só poderá
  14. ser compreendida por um único termo pela adição
  15. necessária de três nomes; ela se chamará: “a arte
  16. de criar raças que não se cruzam”. Por fim, a última
  17. subdivisão restante, nos rebanhos bípedes, será a
  18. arte de dirigir os homens. É precisamente o que pro-
  19. curamos; a arte que se honra por dois nomes: políti-
  20. ca e real.


PLATÃO. Diálogos – Fédon, Sofista, Político. Trad. Jorge Paleikat; João Cruz Costa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 177.



Texto 2


Admirável gado novo


  1. Vocês que fazem parte dessa massa
  2. Que passa nos projetos do futuro
  3. É duro tanto ter que caminhar
  4. E dar muito mais do que receber
  5. E ter que demonstrar sua coragem
  6. À margem do que possa parecer
  7. E ver que toda essa engrenagem
  8. Já sente a ferrugem lhe comer
  9. Êh, ôô, vida de gado
  10. Povo marcado
  11. Êh, povo feliz!
  12. Lá fora faz um tempo confortável
  13. A vigilância cuida do normal
  14. Os automóveis ouvem a notícia
  15. Os homens a publicam no jornal
  16. E correm através da madrugada
  17. A única velhice que chegou
  18. Demoram-se na beira da estrada
  19. E passam a contar o que sobrou!
  20. Êh, ôô, vida de gado
  21. Povo marcado
  22. Êh, povo feliz!
  23. O povo foge da ignorância
  24. Apesar de viver tão perto dela
  25. E sonham com melhores tempos idos
  26. Contemplam esta vida numa cela
  27. Esperam nova possibilidade
  28. De verem esse mundo se acabar
  29. A arca de Noé, o dirigível,
  30. Não voam, nem se pode flutuar
  31. Êh, ôô, vida de gado
  32. Povo marcado
  33. Êh, povo feliz!

RAMALHO, Zé. Zé Ramalho da Paraíba. Discobertas. © Avohai Editora (EMI) BRSME9700721, 2008. Disponível em: <http://www.zeramalho.com.-br/sec_discografia_view.php?id=65>. Acesso em: 15 fev. 2018.


Releia os Textos 1 e 2 e leia os Textos 3 e 4 para responder às questões de 11 a 15.


Texto 3


A atualidade chocante de Admirável Mundo Novo


Disponível em: <https://outraspalavras.net/posts/a-atualidade-chocante-de-admiravel-mundo-novo/>. Acesso em: 15 fev. 2018.


Texto 4


Disponível em: <http://blogjackiegeo.blogspot.com.br/2017/03/as-perolas-de-donald-trump.html>. Acesso em: 15 fev. 2018.

As ações sociais e políticas do homem, sugeridas nos Textos 1 e 2 e evidenciadas nos Textos 3 e 4, na contemporaneidade, resumem-se

Alternativas
Q2753876 Português

Texto 1


  1. ESTRANGEIRO: – Pois bem: nas ciências teóricas
  2. nós começamos por distinguir uma parte diretiva, e
  3. nesta, uma divisão a que chamamos, por analogia,
  4. autodirigente. A criação dos animais foi, por sua vez,
  5. considerada como uma das divisões da ciência auto-
  6. diretiva, da qual é um gênero e certamente não o
  7. menor; a criação de animais nos deu a espécie da
  8. criação em rebanho, e a criação em rebanho, por
  9. sua vez, deu-nos a arte de criar os animais pedes-
  10. tres; e a seguir, esta arte de criar os animais pedes-
  11. tres nos deu, como seção principal, a arte que cria
  12. raça de animais sem chifres; e, ainda, esta raça de
  13. animais sem chifres inclui uma parte que só poderá
  14. ser compreendida por um único termo pela adição
  15. necessária de três nomes; ela se chamará: “a arte
  16. de criar raças que não se cruzam”. Por fim, a última
  17. subdivisão restante, nos rebanhos bípedes, será a
  18. arte de dirigir os homens. É precisamente o que pro-
  19. curamos; a arte que se honra por dois nomes: políti-
  20. ca e real.


PLATÃO. Diálogos – Fédon, Sofista, Político. Trad. Jorge Paleikat; João Cruz Costa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 177.



Releia o Texto 1 e leia o Texto 2 para responder às questões de 06 a 10.


Texto 2


Admirável gado novo


  1. Vocês que fazem parte dessa massa
  2. Que passa nos projetos do futuro
  3. É duro tanto ter que caminhar
  4. E dar muito mais do que receber
  5. E ter que demonstrar sua coragem
  6. À margem do que possa parecer
  7. E ver que toda essa engrenagem
  8. Já sente a ferrugem lhe comer
  9. Êh, ôô, vida de gado
  10. Povo marcado
  11. Êh, povo feliz!
  12. Lá fora faz um tempo confortável
  13. A vigilância cuida do normal
  14. Os automóveis ouvem a notícia
  15. Os homens a publicam no jornal
  16. E correm através da madrugada
  17. A única velhice que chegou
  18. Demoram-se na beira da estrada
  19. E passam a contar o que sobrou!
  20. Êh, ôô, vida de gado
  21. Povo marcado
  22. Êh, povo feliz!
  23. O povo foge da ignorância
  24. Apesar de viver tão perto dela
  25. E sonham com melhores tempos idos
  26. Contemplam esta vida numa cela
  27. Esperam nova possibilidade
  28. De verem esse mundo se acabar
  29. A arca de Noé, o dirigível,
  30. Não voam, nem se pode flutuar
  31. Êh, ôô, vida de gado
  32. Povo marcado
  33. Êh, povo feliz!

RAMALHO, Zé. Zé Ramalho da Paraíba. Discobertas. © Avohai Editora (EMI) BRSME9700721, 2008. Disponível em: <http://www.zeramalho.com.-br/sec_discografia_view.php?id=65>. Acesso em: 15 fev. 2018.

A articulação entre os enunciados, no refrão do Texto 2 ,“[...] vida de gado/ Povo marcado”, evoca o sentido de “criação de animais em rebanho” e de “criação de animais pedestres”, no Texto 1. Os mecanismos utilizados para a produção de sentidos, nesses enunciados, no Texto 2, é a

Alternativas
Q2753874 Português

Leia o Texto 1 para responder às questões de 01 a 05.


Texto 1


  1. ESTRANGEIRO: – Pois bem: nas ciências teóricas
  2. nós começamos por distinguir uma parte diretiva, e
  3. nesta, uma divisão a que chamamos, por analogia,
  4. autodirigente. A criação dos animais foi, por sua vez,
  5. considerada como uma das divisões da ciência auto-
  6. diretiva, da qual é um gênero e certamente não o
  7. menor; a criação de animais nos deu a espécie da
  8. criação em rebanho, e a criação em rebanho, por
  9. sua vez, deu-nos a arte de criar os animais pedes-
  10. tres; e a seguir, esta arte de criar os animais pedes-
  11. tres nos deu, como seção principal, a arte que cria
  12. raça de animais sem chifres; e, ainda, esta raça de
  13. animais sem chifres inclui uma parte que só poderá
  14. ser compreendida por um único termo pela adição
  15. necessária de três nomes; ela se chamará: “a arte
  16. de criar raças que não se cruzam”. Por fim, a última
  17. subdivisão restante, nos rebanhos bípedes, será a
  18. arte de dirigir os homens. É precisamente o que pro-
  19. curamos; a arte que se honra por dois nomes: políti-
  20. ca e real.


PLATÃO. Diálogos – Fédon, Sofista, Político. Trad. Jorge Paleikat; João Cruz Costa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 177.

A vinculação do texto ao gênero diálogo é evidenciada por recursos linguísticos e discursivos, tais como:

Alternativas
Q2753312 Português

As questões de 01 a 10 referem-se ao texto reproduzido abaixo.


SOBRE SER FELIZ E SUAS RECEITAS


Marcia Tiburi


Você costuma usar receitas para cozinhar? Talvez você já tenha usado e descoberto que não basta seguir o que está escrito. Há algum mistério na execução do que vemos nas revistas e nos jornais, pois nem todas as pessoas interpretam, do mesmo modo, as indicações. A compreensão é o que prejudica a execução da tarefa. Os chefs incorporam as receitas ou as criam como um cientista cria seu método de pesquisa ou um artista cria seu estilo.

O que ocorre entre a receita e sua realização é um conflito entre teoria e prática. Decepcionar-se é fácil e perder tempo também quando não conhecemos o método e o significado dos ingredientes. Mas toda frustração, mesmo com um guia para fazer bolo, tem seu ensinamento.

Sobretudo quando se trata de uma receita para ser feliz. Ser feliz seria como realizar a receita sem falhas. Todas as sociedades em todos os tempos apostaram na possibilidade de uma imagem da felicidade com legenda, na qual o que é ser feliz estivesse bem explicadinho. Pingos nos ii da felicidade como confeitos em um bolo é tudo o que queríamos da vida. Que a felicidade viesse num pacote e, lá de dentro, não precisássemos nem acionar um botão, nem ligar o fogão.

Ser feliz poderia parecer ou ser fácil. No senso comum, o território das nossas crenças mais imediatas, que é partilhado por todos em ações e falas, ser feliz é uma promessa sempre revalidada. Guimarães Rosa, o lúcido escritor de Grande Sertão: Veredas, dizia, ao contrário, que “viver é muito perigoso”. Aristóteles, que também defendia a felicidade, foi autor da bela frase: “o ser se diz de diversos modos”, que podemos interpretar como “a vida pode ser vivida de diversas maneiras”. A felicidade não tem um único rosto.

Immanuel Kant, no século das Luzes, dizia que só podemos almejar a felicidade, tornarmo-nos dignos dela, mas não podemos possuí-la. Com isso, ele colocava a felicidade no lugar dos ideais que só podemos imaginar e supor, esperar que nos orientem, mas jamais realizar. Uma receita para ser feliz seria, nessa perspectiva, um absurdo.

Se a pergunta pela felicidade, com a complexa resposta que ela exige, já não serve por seus tons abstratos, podemos ficar com a questão bem mais prática do bem viver. Da vida, nada parece mais fácil do que simplesmente vivê-la: contemplar o que há, amar quem vive perto de nós, alegrar-se com as conquistas, aceitar as frustrações inevitáveis, lutar pelo próprio desejo, transformar o que nos desagrada buscando o melhor modo possível de pensar e agir. O modo mais ético e mais justo de se viver é o que todos, em princípio, queremos. Um desejo básico que nos une e que, ao ser construído, carrega a promessa paradisíaca da felicidade comum, do bem-estar geral. Se procurarmos conselhos e fórmulas para o bem viver, não será difícil fazer uma lista de tons e cores que podemos imprimir aos nossos gestos e nossos atos. E, ainda que o receituário seja impreciso, é válido.

O meio tom entre inteligência e emoção, entre razão e sensibilidade é a mais inexata das promessas e a mais complexa das conquistas que um ser humano pode almejar para si mesmo. Vale também como uma receita, a receita de um manjar desconhecido. Ela só existe porque podemos fazer do melhor modo possível, usando-a como inspiração. Cada um só precisa saber que cada manjar é diferente do outro. Cada um tem que aprender a realizar, com método próprio, sua própria alquimia. Somos seres gregários: sua receita servirá de inspiração a outros.


Disponível em: <http://www.marciatiburi.com.br/>. Acesso em: 07 jun. 2016. [Adaptado].

Em conformidade com o gênero discursivo, a linguagem do texto apresenta-se

Alternativas
Q2753306 Português

As questões de 01 a 10 referem-se ao texto reproduzido abaixo.


SOBRE SER FELIZ E SUAS RECEITAS


Marcia Tiburi


Você costuma usar receitas para cozinhar? Talvez você já tenha usado e descoberto que não basta seguir o que está escrito. Há algum mistério na execução do que vemos nas revistas e nos jornais, pois nem todas as pessoas interpretam, do mesmo modo, as indicações. A compreensão é o que prejudica a execução da tarefa. Os chefs incorporam as receitas ou as criam como um cientista cria seu método de pesquisa ou um artista cria seu estilo.

O que ocorre entre a receita e sua realização é um conflito entre teoria e prática. Decepcionar-se é fácil e perder tempo também quando não conhecemos o método e o significado dos ingredientes. Mas toda frustração, mesmo com um guia para fazer bolo, tem seu ensinamento.

Sobretudo quando se trata de uma receita para ser feliz. Ser feliz seria como realizar a receita sem falhas. Todas as sociedades em todos os tempos apostaram na possibilidade de uma imagem da felicidade com legenda, na qual o que é ser feliz estivesse bem explicadinho. Pingos nos ii da felicidade como confeitos em um bolo é tudo o que queríamos da vida. Que a felicidade viesse num pacote e, lá de dentro, não precisássemos nem acionar um botão, nem ligar o fogão.

Ser feliz poderia parecer ou ser fácil. No senso comum, o território das nossas crenças mais imediatas, que é partilhado por todos em ações e falas, ser feliz é uma promessa sempre revalidada. Guimarães Rosa, o lúcido escritor de Grande Sertão: Veredas, dizia, ao contrário, que “viver é muito perigoso”. Aristóteles, que também defendia a felicidade, foi autor da bela frase: “o ser se diz de diversos modos”, que podemos interpretar como “a vida pode ser vivida de diversas maneiras”. A felicidade não tem um único rosto.

Immanuel Kant, no século das Luzes, dizia que só podemos almejar a felicidade, tornarmo-nos dignos dela, mas não podemos possuí-la. Com isso, ele colocava a felicidade no lugar dos ideais que só podemos imaginar e supor, esperar que nos orientem, mas jamais realizar. Uma receita para ser feliz seria, nessa perspectiva, um absurdo.

Se a pergunta pela felicidade, com a complexa resposta que ela exige, já não serve por seus tons abstratos, podemos ficar com a questão bem mais prática do bem viver. Da vida, nada parece mais fácil do que simplesmente vivê-la: contemplar o que há, amar quem vive perto de nós, alegrar-se com as conquistas, aceitar as frustrações inevitáveis, lutar pelo próprio desejo, transformar o que nos desagrada buscando o melhor modo possível de pensar e agir. O modo mais ético e mais justo de se viver é o que todos, em princípio, queremos. Um desejo básico que nos une e que, ao ser construído, carrega a promessa paradisíaca da felicidade comum, do bem-estar geral. Se procurarmos conselhos e fórmulas para o bem viver, não será difícil fazer uma lista de tons e cores que podemos imprimir aos nossos gestos e nossos atos. E, ainda que o receituário seja impreciso, é válido.

O meio tom entre inteligência e emoção, entre razão e sensibilidade é a mais inexata das promessas e a mais complexa das conquistas que um ser humano pode almejar para si mesmo. Vale também como uma receita, a receita de um manjar desconhecido. Ela só existe porque podemos fazer do melhor modo possível, usando-a como inspiração. Cada um só precisa saber que cada manjar é diferente do outro. Cada um tem que aprender a realizar, com método próprio, sua própria alquimia. Somos seres gregários: sua receita servirá de inspiração a outros.


Disponível em: <http://www.marciatiburi.com.br/>. Acesso em: 07 jun. 2016. [Adaptado].

No texto, há, dominantemente, traços

Alternativas
Q2752907 Português

Texto 2

Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/atracao/nosso-oscar-niemeyer/

De acordo com o imaginário popular materializado na imagem, a charge que homenageia Niemeyer tem como tema:

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UNIFESP Órgão: UNIFESP Prova: UNIFESP - 2018 - UNIFESP - Pedagogo |
Q2752527 Português

Imagem associada para resolução da questão


FONTE: http://ria-muito.blogspot.com.br/2012/06/30-tirinhas-dilbert.html.

Acesso 20 mar 2018.


A tirinha acima apresenta uma crítica ao (à):

Alternativas
Ano: 2018 Banca: UTFPR Órgão: UTFPR Prova: UTFPR - 2018 - UTFPR - Médico Veterinário |
Q2752373 Português

LEIA ATENTAMENTE O TEXTO A SEGUIR QUE SERVIRÁ DE BASE PARA AS QUESTÕES DE 01 A 07.


MANUAL DA DEMISSÃO


Por Nelson Vasconcelos – 02/02/2018 4:30



RIO — Desemprego não é assunto que costuma ser encarado com bom humor. Dá para entender. Em geral, significa perdas, lamentos, incógnitas e, por isso mesmo, medo do futuro. No entanto, quando esse desastre cai no colo da escritora carioca Julia Wähmann, é impossível não rir. Tendo em mãos o seu ”Manual da demissão”, que será lançado na Travessa de Ipanema no próximo dia 7, a gente ri até de nervoso. Mas ri muito.

A narradora J. inicia sua história numa segunda-feira de terror corporativo, quando o patrão maluco começa a liquidar um quinto da equipe sob um lema universal: “É a crise, você sabe”. A longa manhã sacramenta o tormento de quem sai em busca de novos desafios e, também, de quem fica segurando a barra, sob a possibilidade permanente de estar na próxima lista de demissões. Se você já tiver vivido algo assim, vai se identificar com cada palavra do livro, e só não vai se acabar em tremedeiras porque o humor de Julia derruba qualquer tristeza.



MUITAS EMOÇÕES


Como sofrimento pouco é bobagem, J. é demitida dias depois de ser abandonada pelo namorado. Mas essa perda acaba em segundo plano — o que não quer dizer que desapareça de vez. Só cai um pouco em importância, tornando-se mais um fantasminha de J.

O que importa, agora, é vencer as várias etapas que surgem na vida da nova desempregada. J. as enumera sempre com muita graça. O périplo começa já ao desfazer as gavetas e segue ao encarar as agências da Caixa atrás do FGTS, unir-se a novos parceiros de desventura, afogar-se no veneno do tempo ocioso, criar desculpinhas a respeito de projetos inexistentes, conceber ideias mirabolantes para garantir o sustento, a praia, a opção preferencial pelos chinelos, a depressão, o mergulho nos remedinhos-antidepressivos-que-nos-deixam-dementes, o êxodo dos amigos, a pós-depressão, a recuperação, os próximos capítulos... São muitas emoções.

Falando assim, “Manual da demissão” parece assustador, deprimente. Nada disso. A narradora mostra (ou reitera) que o humor é fundamental para que a gente encare situações adversas. Humor é inteligência, é reflexão, é salvação, jogo rápido, não é fuga.

No fim das contas, o livrinho se torna um guia de ajuda para quem passa por momentos difíceis. E até podemos pensar que a própria autora exorcizou ali seus fantasmas em relação à perda dos tão amados emprego e namorado. Tanto que, no meio de tantas frases bem sacadas, temos aí uma associação deveras interessante, que deveria estar clara na cabeça de todo mundo viciado em ter carteira assinada. É mais ou menos isso: você devota ao emprego um amor verdadeiro que não é recíproco, por mais que o RH diga algo diferente. Você se dedica à empresa, sofre por ela, vira as noites com ela, e acha que ficará nessa por toda a eternidade. Mas um dia o patrão fica maluco e a moça do RH vai chamar para uma conversinha... É a crise, você sabe.

Guardadas as proporções, acontece a mesma coisa na relação com namorados, amantes, peguetes. Pensar que uma paixão de ocasião será infinita é, no mínimo, inocência. E tem gente que nunca se recupera do pé na bunda — seja por parte do namorado, seja por parte do patrão maluco. Mas Julia Wähmann mostra que tudo isso passa. O problema é que, enquanto não passa, dói pra burro.


“Manual da demissão”, romance de Julia

Wähmann. Editora Record, 142 páginas.

Texto acessado em 13/03/2018 em https://

oglobo.globo.com/cultura/livros/livro-manual-da-

demissao-carinho-bem-humorado-em-quem-perde-

emprego-22356164


“O périplo começa já ao desfazer as gavetas e segue ao encarar as agências da Caixa...”. O autor utilizou o termo périplo, “s.m., navegação à volta de um mar, país ou continente; relação de uma viagem desse gênero”, porque:

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Q2752048 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 7.


O padeiro


  1. Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas
  2. não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre
  3. a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o
  4. trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem
  5. o que do governo.
  6. Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando
  7. de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a
  8. campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
  9. —Não é ninguém, é o padeiro!
  10. Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
  11. “Então você não é ninguém?”
  12. Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha
  13. de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro
  14. perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”.
  15. Assim ficara sabendo que não era ninguém…
  16. Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava
  17. falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
  18. noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina —
  19. e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
  20. como pão saído do forno.
  21. Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para
  22. casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal
  23. e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele
  24. homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.


BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 27 ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.p. 319.

O texto de Rubem Braga pertence ao gênero crônica. A caracterização do texto acima se dá como crônica porque


I- trata temas do cotidiano com humor sustentando um ponto de vista sem perder a leveza.

II- é um gênero textual vinculado a uma experiência do cotidiano.

III- há uma espécie de leveza na construção do texto, que se exprime na escolha da linguagem e da temática, próprias desse gênero.

IV- utiliza-se da metalinguagem, ou seja, fala sobre si mesma, sobre a sua forma de produção.


Está CORRETO o que se afirma apenas em

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Q2751988 Português

Para responder a essas questões, assinale APENAS UMA ÚNICA alternativa correta e marque o número correspondente na Folha de Respostas.


Discutir o aborto por amor à vida

Leonardo Boff


AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO:


TEXTO


1_____Custa-me crer que haja pessoas que defendam o aborto pelo aborto. Ele implica eliminar uma vida

2 ou interferir num processo vital que culmina com a emergência da vida humana. Eu pessoalmente sou contra o

3 aborto, pois amo a vida em cada uma de suas fases e em todas as suas formas.

4 ______Mas esta afirmação não me torna cego para uma realidade macabra que não pode ser ignorada e

5 que desafia o bom-senso e os poderes públicos. Por ano fazem-se no Brasil cerca de 800 mil abortos

6 clandestinos. A cada dois dias morre uma mulher vítima de um aborto clandestino mal assistido.

7 _____Essa realidade deve ser enfrentada não com a polícia, mas com uma saúde pública responsável e

8 com senso de realismo. Considero farisaica a atitude daqueles que de forma intransigente defendem a vida

9 embrionária e não adotam a mesma atitude face aos milhares de crianças nascidas e lançadas na miséria, sem

10 comida e sem carinho, perambulando pelas ruas de nossas cidades. A vida deve ser amada em todas as suas

11 formas e idades e não apenas em seu primeiro alvorecer no seio da mãe. Cabe ao Estado e a toda a sociedade

12 criar as condições para que as mães não precisem abortar.

13 _____Eu mesmo assisti, nos degraus da catedral de Fortaleza, a uma mãe famélica, pedindo esmola e

14 amamentando o filho com o sangue de seu próprio seio. Era a figura do pelicano. Perplexo e tomado de

15 compaixão, levei-a até a casa do cardeal dom Aloísio Lorscheider, e ali lhe demos toda a assistência possível.

16 _____Mesmo assim, ocorrem abortos, sempre dolorosos e que afetam profundamente a psique da mãe.

17 Narro o que escreveu um eminente psicanalista da escola junguiana de São Paulo, Léon Bonaventure, na

18 introdução que fez a um livro desafiador e instigante e não livre de questionamento: Aborto: perda e

19 renovação: Um paradoxo na busca da identidade feminina (Paulus, 2006), de Eva Pattis, uma psicanalista

20 infantil de origem suíça, reconhecida em seu meio.

21 ____Conta Léon Bonaventure, com sutileza de um fino psicanalista para quem a espiritualidade

22 constitui uma fonte de integração e de cura de feridas da alma. Uma senhora procurou um sacerdote e lhe

23 confessou que havia outrora praticado um aborto. Depois de ouvir sua confissão, o sacerdote, com profundo

24 senso humano, lhe perguntou: “Que nome deu ao seu filho”? A mulher, perplexa, ficou calada por longo

25 tempo.

26 ____Então, disse o sacerdote: ”Vamos dar-lhe um nome. E se a senhora concordar vamos também

27 batizá-lo”. A senhora anuiu com a cabeça. E simbolicamene assim o fizeram. Depois o sacerdote falou do

28 mistério da vida humana. Disse: “Há vidas que vêm a esta Terra por 10, 50 e até 100 anos; outras jamais verão

29 a luz do sol. No calendário litúrgico da Igreja há a festa dos Santos Inocentes, no dia 28 de dezembro, aqueles

30 que Herodes mandou matar no momento em que a Divina Criança veio ao mundo. Que esse dia seja também o

31 dia de aniversário de seu filho”.

32 ____“Na tradição cristã” — continuou o sacerdote — “os filhos eram sempre vistos como um presente

33 de Deus e uma bênção para a vida. No passado nossos pais iam à Igreja oferecer seus filhos a Deus. Nunca é

34 tarde para você também oferecer seu filho a Deus”.

35 _____O sacerdote terminou sua fala com as seguintes palavras consoladoras: ”Como ser humano não

36 posso julgá-la. Mas se você pecou contra a vida, o Deus da vida pode reconciliá-la com a vida e com Ele. Vá

37 em paz e viva”.

388 ____O Papa Francisco sempre recomenda misericórdia, compreensão e ternura na relação dos

39 sacerdotes para com os fiéis. Esse sacerdote viveu avant la lettre esses valores profundamente humanos e que

40 pertencem à prática do Jesus histórico. Que eles possam inspirar a outros sacerdotes a terem a mesma

41 humanidade.


Site de origem: Discutir o aborto por amor à vida, por Leonardo Boff (Jornal do Brasil).

IN:http://agenciapatriciagalvao.org.br/direitos-sexuais-e-reprodutivos/discutir-o-aborto-por amor-vida-por-leonardo-boff/

Dentre as ideias existentes no segundo parágrafo predominam as relações que expressam

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Q2750725 Português

Analise as afirmativas referentes aos gêneros e tipos textuais, marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas e, em seguida assinale a sequência correta de cima para baixo:


( ) Gêneros são formas verbais de ação social relativamente estáveis realizadas em textos situados em comunidades de práticas sociais em domínios discursivos específicos.

( ) Sendo os gêneros fenômenos sócio-históricos e culturalmente sensíveis não há como fazer lista fechada de todos os gêneros.

( ) Quando se nomeia um certo texto como “!narrativo”, “descritivo” ou “argumentativo” está nomeando-se o gênero e não o predomínio de um tipo de sequência de base.

( ) A comunicação verbal só é possível por algum tipo textual, sobretudo em certas esferas de atividade em que o agente da interação recorre a estratégias criativas, tornando-os mais imprevisíveis e flexíveis.

Alternativas
Q2750446 Português

Texto para responder às questões 1 e 8.

1 A costa Atlântica, ao longo de milênios, foi percorrida

e ocupada por inumeráveis povos indígenas. Disputando os

melhores nichos ecológicos, eles se alojavam, desalojavam e

4 realojavam, incessantemente. Nos últimos séculos, porém,

índios de fala tupi, bons guerreiros, se instalaram,

dominadores, na imensidade da área, tanto à beira-mar, ao

7 longo de toda a costa atlântica e pelo Amazonas acima,

como subindo pelos rios principais, como o Paraguai, o

Guaporé, o Tapajós, até suas nascentes.

10 Configuraram, desse modo, a ilha Brasil,

prefigurando, no chão da América do Sul, o que viria a ser

nosso país. Não era, obviamente, uma nação, porque eles

13 não se sabiam tantos nem tão dominadores. Era, tão-só,

uma miríade de povos tribais, falando línguas do mesmo

tronco, dialetos de uma mesma língua, cada um dos quais,

16 ao crescer, se bipartia, fazendo dois povos que começavam

a se diferenciar e logo se desconheciam e se hostilizavam.

Se a história, acaso, desse a esses povos Tupi uns

19 séculos mais de liberdade e autonomia, é possível que

alguns deles se sobrepusessem aos outros, criando

chefaturas sobre territórios cada vez mais amplos e forçando

22 os povos que neles viviam a servi-los, os uniformizando e

desencadeando, assim, um processo oposto ao de expansão

por diferenciação.

25 Nada disso sucedeu. O que aconteceu, e mudou total

e radicalmente seu destino, foi a introdução no seu mundo

de um protagonista novo, o europeu.

Darcy Ribeiro. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

O texto é predominantemente
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Q2750337 Português

Leia o texto abaixo transcrito e, em seguida, responda às questões a ele referentes:


Do Magnum .357 para Harvard


Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos.

Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí.

B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação.

Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.

A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.

O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.

Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola.

Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.

Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!

Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo.


Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09 de março de 2016.

Qual é o foco narrativo do texto?

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Q2750075 Português

Leia o texto abaixo transcrito e, em seguida, responda às questões a ele referentes:

A casa

Um casal amigo se separa e a mulher decide vender a casa. Vai morar com os filhos num apartamento novo. O homem também se instala em outro lugar, igualmente confortável. Ambos estão felizes e satisfeitos com a mudança. Ele já tem uma bonita namorada e ela muito em breve achará novo companheiro. Bem feitas as contas, o prejuízo foi meu, que perdi o terraço. Sim, era um pouco meu aquele pedaço da casa, onde passei bons momentos de férias, desfrutando a brisa atlântica e tomando uísque com água de coco.

Quando anunciaram o desenlace eu quis defender os meus interesses, mas deixei barato e permiti que seguissem o seu destino. Sou um sujeito compreensivo, abri mão do terraço. Fui mais longe em minha generosidade. Renunciei aos livros, discos, garrafas de boa bebida, quarto refrigerado. E abri mão principalmente, sufocando queixas, de uma cálida atmosfera humana, impossível de achar em qualquer hotel cinco estrelas e que o tempo vinha desgastando naquela casa finalmente desfeita, vendida, abandonada. Parece que esse é o destino inexorável de todas as casas. Acabam compradas, trocadas por apartamentos, invadidas por estranhos.

O desmonte foi lento e triste. Vi, nos preparativos da mudança, o descarte de coisas imprestáveis, com o vago sentimento de que também eu estava sendo descartado e deixado para trás como um guarda-chuva quebrado ou um velho objeto empoeirado e sem serventia. Dos moradores, somente minha mulher e eu, que éramos temporários, parecíamos ter saudades. Espiávamos, comovidos, aquelas caixas pardas que se iam fechando, levando um pouco de nós dois dentro delas. Ficava patente que estávamos vivendo o nosso último verão com aquelas pessoas tão queridas, para as quais, entretanto, pouco importava a proximidade do mar, a mangueira plena de frutos, o sudoeste soprando no fim das tardes, o cheiro de terra molhada pela “chuva de caju” nos ensolarados dezembros do Recife.

Tiramos uma fotografia do jardim. Contemplamos gravemente a paisagem líquida e verde que se descortinava no terraço. E vimos o quintal com os mesmos olhos saudosos que, na infância, reparavam os quintais pela última vez, a cada mudança.

Depois desse disfarçado ritual, abraços e beijos na família que nos hospedou. Já dentro do táxi para o aeroporto, arrisco um aceno discreto para a casa. Ela vai ficar ali, esperando novos e desconhecidos moradores. Guardando, em seu silêncio de pedra, noites alegres, festas, risadas, palavras amigas, e tudo mais que de repente se muda do tempo de agora para o cinzento do passado irrecorrível. Adeus, acabou.

FALCÃO, Aluízio. Crônicas da vida boêmia. Editora Ateliê Editorial. São Paulo: 1998.

O texto, predominantemente, é:

Alternativas
Respostas
281: E
282: B
283: E
284: B
285: D
286: D
287: C
288: C
289: D
290: D
291: C
292: D
293: A
294: C
295: A
296: C
297: D
298: B
299: E
300: D