Questões de Concurso Sobre uso das reticências em português

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Q1219574 Português

TEXTO 

Eloquência Singular


Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:

— Senhor Presidente: eu não sou daqueles que...

O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudo indicava o plural. No entanto, podia perfeitamente ser o singular:

— Não sou daqueles que...

Não sou daqueles que recusam... No plural soava melhor. Mas era preciso precaver-se contra essas armadilhas da linguagem — que recusa?

— ele que tão facilmente caia nelas, e era logo massacrado com um aparte. Não sou daqueles que... Resolveu ganhar tempo:

— ...embora perfeitamente cônscio das minhas altas responsabilidades como representante do povo nesta Casa, não sou...

Daqueles que recusa, evidentemente. Como é que podia ter pensado em plural? Era um desses casos que os gramáticos registram nas suas questiúnculas de português: ia para o singular, não tinha dúvida. Idiotismo de linguagem, devia ser.

— ...daqueles que, em momentos de extrema gravidade, como este que o Brasil atravessa...

Safara-se porque nem se lembrava do verbo que pretendia usar:

— Não sou daqueles que...

Daqueles que o quê? Qualquer coisa, contanto que atravessasse de uma vez essa traiçoeira pinguela gramatical em que sua oratória lamentavelmente se havia metido de saída. Mas a concordância? Qualquer verbo servia, desde que conjugado corretamente, no singular. Ou no plural:

— Não sou daqueles que, dizia eu — e é bom que se repita sempre, senhor Presidente, para que possamos ser dignos da confiança em nós depositada...

Intercalava orações e mais orações, voltando sempre ao ponto de partida, incapaz de se definir por esta ou aquela concordância. Ambas com aparência castiça. Ambas legítimas. Ambas gramaticalmente lídimas, segundo o vernáculo:

— Neste momento tão grave para os destinos da nossa nacionalidade.

Ambas legítimas? Não, não podia ser. Sabia bem que a expressão "daqueles que" era coisa já estudada e decidida por tudo quanto é gramaticoide por aí, qualquer um sabia que levava sempre o verbo ao plural:

— ...não sou daqueles que, conforme afirmava...

Ou ao singular? Há exceções, e aquela bem podia ser uma delas. Daqueles que. Não sou UM daqueles que. Um que recusa, daqueles que recusam. Ah! o verbo era recusar:

— Senhor Presidente. Meus nobres colegas.

A concordância que fosse para o diabo. Intercalou mais uma oração e foi em frente com bravura, disposto a tudo, afirmando não ser daqueles que...

— Como?

Acolheu a interrupção com um suspiro de alívio:

— Não ouvi bem o aparte do nobre deputado.

Silêncio. Ninguém dera aparte nenhum.

— Vossa Excelência, por obséquio, queira falar mais alto, que não ouvi bem — e apontava, agoniado, um dos deputados mais próximos.

— Eu? Mas eu não disse nada...

— Terei o maior prazer em responder ao aparte do nobre colega. Qualquer aparte.

O silêncio continuava. Interessados, os demais deputados se agrupavam em torno do orador, aguardando o desfecho daquela agonia, que agora já era, como no verso de Bilac, a agonia do herói e a agonia da tarde.

— Que é que você acha? — cochichou um.

— Acho que vai para o singular.

— Pois eu não: para o plural, é lógico.

O orador seguia na sua luta:

— Como afirmava no começo de meu discurso, senhor Presidente...

Tirou o lenço do bolso e enxugou o suor da testa. Vontade de aproveitar-se do gesto e pedir ajuda ao próprio Presidente da mesa: por favor, apura aí pra mim, como é que é, me tira desta...

— Quero comunicar ao nobre orador que o seu tempo se acha esgotado.

— Apenas algumas palavras, senhor Presidente, para terminar o meu discurso: e antes de terminar, quero deixar bem claro que, a esta altura de minha existência, depois de mais de vinte anos de vida pública...

E entrava por novos desvios:

— Muito embora... sabendo perfeitamente... os imperativos de minha consciência cívica... senhor Presidente... e o declaro peremptoriamente... não sou daqueles que...

O Presidente voltou a adverti-lo que seu tempo se esgotara. Não havia mais por que fugir:

— Senhor Presidente, meus nobres colegas!

Resolveu arrematar de qualquer maneira. Encheu o peito de desfechou:

— Em suma: não sou daqueles. Tenho dito.

Houve um suspiro de alívio em todo o plenário, as palmas romperam. Muito bem! Muito bem! O orador foi vivamente cumprimentado.

Fernando Sabino

O uso das reticências em “Não sou daqueles que...” demonstra que o personagem:
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Ano: 2016 Banca: FAEPESUL Órgão: Prefeitura de Morro da Fumaça - SC
Q1186128 Português
O homem não é o único animal...
... que constrói casa, mas é o único animal que precisa de fechadura ... que foge dos outros, mas é o único que chama de retirada estratégica ... que se ajoelha, mas é o único que faz isto voluntariamente ... que trai, polui a aterroriza, mas é o único que se justifica depois ... que engole sapo, mas é o único que não faz isso pelo valor nutricional ... que faz sexo, mas é o único que precisa de manual de instruções.                                                                                                **Luis Fernando Verissimo (** Poesia numa hora                                                                                                       dessas?. Porto Alegre: L&PM. p.19)
Quanto aos sinais de pontuação, o uso de reticências teve qual intenção na construção do poema?
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Q1161943 Português

Texto


    Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim… do companheirismo vivido.

    Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

    Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe… nos e‐mails trocados.

    Podemos nos telefonar, conversar algumas bobagens… aí os dias vão passar, meses… anos… até este contato tornar‐se cada vez mais raro.

    Vamos nos perder no tempo… um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: “Quem são aquelas pessoas?”

    Diremos… que eram nossos amigos. E… isso vai doer tanto!

    Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito.

    Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente…

    Quando o nosso grupo estiver incompleto… nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrimas nos abraçaremos.

    Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado.

    E nos perderemos no tempo… Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades…

    Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

(Disponível em:<http://astexis.wordpress.com/2008/04/20/sobre‐as‐amizades‐texto‐completo‐de‐fernando‐pessoa/>. Adaptado.)

No trecho “Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente…” (8º§), as reticências foram utilizadas para
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Q1138231 Português

                     

No primeiro quadrinho da tirinha, a primeira ocorrência de reticências na fala da mãe da criança indica
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Q1138074 Português

                                  Prazeres da “melhor idade”


      A voz no aeroporto de Congonhas anunciou: “Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.”. Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a “melhor idade” – algo entre os 60 anos e a morte.

      Para os que ainda não chegaram a ela, “melhor idade” é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro*, a uma modalidade olímpica.

      Privilégios da “melhor idade” são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da “melhor idade”, estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.

      Outra característica da “melhor idade” é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de estimulantes e antidepressivos que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar. Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: “Voltando da farra, Ruy?”. Respondi, eufórico: “Que nada! Estou voltando da farmácia!”. E esta, de fato, é uma grande vantagem da “melhor idade”: você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.

                                    (Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 29.01.2012. Adaptado)

*João Ubaldo Ribeiro: escritor baiano, autor, entre várias obras, de Viva o povo brasileiro.

Assinale a alternativa em que a pontuação pode ser modificada de acordo com a norma-padrão e sem alterar o sentido do texto.
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Q1137641 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto III a seguir, retirado da obra Gabriela, cravo e canela para responder à questão .


TEXTO III


— Bié...

— Seu Nacib...

— Por que “seu” Nacib? Sou seu marido, não seu patrão...

Ela sorriu, arrancou os sapatos, começou a arrumar, os pés descalços. Ele tomou-lhe da mão, repreendeu:

— Não pode mais não, Bié...

— O que?

— Andar sem sapatos. Agora você é uma senhora.

Assustou-se:

— Posso não? Andar descalça, de pé no chão?

— Pode não.

— E por que?

— Você é uma senhora, de posses, de representação.

— Sou não, seu Nacib. Sou só Gabriela...

— Vou te educar – tomou-a nos braços, levou-a pra cama.

— Moço bonito...

AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela. 1958. 

As reticências presentes no excerto foram usadas para
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Q1134999 Português

TEXTO II 


                       

Quanto ao uso das reticências, na tira, foram usadas para:
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Ano: 2020 Banca: IBFC Órgão: SAEB-BA Prova: IBFC - 2020 - SAEB-BA - Soldado |
Q1134434 Português
Observe a charge abaixo e assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas do enunciado.
Imagem associada para resolução da questão
(Fonte: www.laifi.com)
A fala do personagem da esquerda diz respeito ao sinal de _____ que foi abolido com o novo acordo ortográfico, assim como também o _____ das palavras destacadas na fala do personagem da direita.
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Q1133946 Português
Leia atentamente o texto abaixo para responder à questão.

Sem direito e Poesia

    Eis me aqui, iniludível. Incipiente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os com as palavras que lhes atribuem significado. Às vezes dá vontade ser assim, hermético. Talvez, porque eu sinta que o mundo não me entende ou porque, talvez, eu não me encaixe harmonicamente no mundo, é que sinto esta liberdade em não me fazer entender. É que, talvez, a vida seja mesmo um mal entendido.
    Portanto, despiciendo as opiniões e me faço prolixo. Suasório para o intento de escrever em uma língua indecifrável ao homem comum. Meu vocabulário, quando quero, é um quarto cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave do entendimento. Dizem-me que as palavras devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-se entender. Mas eu, que do mundo nada entendo, por que razão deveria me fazer entender?
    Sinto o decesso aproximar-se, pelo esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio desejado, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho no plenilúnio um desejo imarcescível de que haja vida no satélite natural. Talvez, após o decesso, eu possa lá estabelecer morada e, vivendo em uma sociedade singular, haja o recreio em espírito. Na realidade. Na iniludível realidade, meu recreio é uma sala ampla. Teto alto. Prateleiras rústicas com farta literatura e filosofia. Nenhuma porta ou janela aberta a permitir à passagem do tempo. Uma poltrona aveludada. Frio. Lareira acesa. Vinho tinto seco, Malbec.
    O amor? O entregar-se? Não!
    Tratar-se-ia apenas de amor próprio. Sem entrega. Apenas eu. Apenas eu e o tempo. Cerrado na sala cerrada. Divagando sobre o nada e refletindo sobre tudo. Imarcescível seria tal momento. Mas a vida. A vida é singular ao tempo, pois que o tempo é eterno, e a criatura humana é botão de rosa, matéria orgânica falível na passagem do eterno. Sigo... Soerguendo-me... Sobrevivo...
(Fonte: Nelson Olivo Capeleti Junior/ Artigos13/04/2018 - JUS Brasil)
Analise as regras para o uso de reticências e assinale a alternativa que apresenta corretamente a norma utilizada no enunciado a seguir: "Sigo... Soerguendo-me... Sobrevivo..."
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Q1127113 Português
Senilidade e a invisibilidade social

    (...) A maioria dos idosos no Brasil encontra-se em condição de invisibilidade social, política e muitas vezes familiar. Morte social? Morte familiar? Estão vivos, mas não possuem lugar. A visão sobre o ancião mudou, do patriarca para... para o quê? Em muitas famílias não há o espaço para o idoso. Há alguns anos atrás o idoso era tido como patriarca, que era dotado de sabedoria. (...)
    O ancião era o guia familiar, os mais novos pediam conselho e ouviam as suas orientações. Eles exerciam um papel que, após o término da sua função de produtividade, assumiam o de líderes familiares. O idoso saía do lugar de provedor, cargo este assumido por seus filhos, para ocupar o de orientador. A sabedoria nada tinha a ver com estudos, era o arquivo das experiências da vida.
    Hoje, algumas famílias encontram-se cada vez mais fechadas e mais focadas na produção, aquele que não produz não tem espaço. O idoso dessa forma perde o seu lugar na família e na sociedade. No entanto, acredito que, assim como os jovens conseguiram, ao longo da história, mudar sua posição social e familiar, tornando-se importante foco da sociedade, a senilidade conseguirá novamente o respeito.
    Como? Se cada família jovem conseguir compreender que, em determinado momento, precisará cuidar de seus idosos, irá construir em seus filhos a mesma compreensão. Se conseguir sair das justificativas capitalistas, conseguir valorizar o saber, sobrepondo o valor da produção, irá reconstruir o valor do idoso. Se pais, filhos e netos assimilarem o ciclo vital e conseguirem ressignificar os papéis familiares, todos terão direito e lugar na sociedade.
    (...) A população está envelhecendo e precisamos modificar o nosso olhar, a nossa educação e o respeito por aqueles que fizeram parte da história.

(Disponível em: http://camilamacielpolonio.blogspot.com.br/search/label/Senilidade. Acesso em: abril de 2016.)
No primeiro parágrafo, o uso de reticências em “patriarca para... para o quê?” tem por objetivo
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Q1126405 Português
As reticências usadas no primeiro quadrinho indicam a finalização da ideia apresentada.
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Q1107353 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

“[...]

O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca

Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada

A vida com uma porção de coisas que eu não entendia
bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...
Rua da União...
A casa de meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!
Tudo lá parecia impregnado de eternidade
Recife...
Meu avô morto.
Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro
como a casa de meu avô.”

(Evocação do Recife – Manuel Bandeira). Disponível em:
<https://www.escritas.org/pt/t/9074/evocacao-do-recife>.
Acesso em: 1º ago. 2019.
Nos versos “Recife... / Rua da União... / A casa de meu avô...”, as reticências desempenham a função de
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Q1105642 Português

O segundo balão do texto é finalizado com reticências.

Considerando a norma-padrão, as reticências foram ali utilizadas para

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Q1102906 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão. 


“[...]

— Famigerado?

— “Sim senhor…” – e, alto, repetiu, vezes, o termo, enfim nos vermelhões da raiva, sua voz fora de foco. E já me olhava, interpelador, intimativo – apertava-me. Tinha eu que descobrir a cara. – Famigerado? Habitei preâmbulos. Bem que eu me carecia noutro ínterim, em indúcias. Como por socorro, espiei os três outros, em seus cavalos, intugidos até então, mumumudos. Mas, Damázio:

— “Vosmecê declare. Estes aí são de nada não. São da Serra. Só vieram comigo, pra testemunho…”

Só tinha de desentalar-me. O homem queria estrito o caroço: o verivérbio.

— Famigerado é inóxio, é “célebre”, “notório”, “notável”…

— “Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não entender. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?”

— Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de outros usos…

— “Pois… e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em dia-de-semana?”

— Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece louvor, respeito…

— “Vosmecê agarante, pra a paz das mães, mão na Escritura?”

Se certo! Era para se empenhar a barba. Do que o diabo, então eu sincero disse:

— Olhe: eu, como o sr. me vê, com vantagens, hum, o que eu queria uma hora destas era ser famigerado – bem famigerado, o mais que pudesse!…

— “Ah, bem!…” – soltou, exultante.

[...]”

Guimarães Rosa – Famigerado. Disponível em:<https://contobrasileiro.com.br/famigerado-conto-de-guimaraes-rosa/>. Acesso em: 12 jul. 2019.

Leia o trecho a seguir.


“— Olhe: eu, como o sr. me vê, com vantagens, hum, o que eu queria uma hora destas era ser famigerado – bem famigerado, o mais que pudesse!…”


Assinale a alternativa que melhor justifica o uso das reticências no trecho apresentado.

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Q1101941 Português
Tendo em vista as regras de pontuação, é incorreto afirmar que, nesse texto,
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Q1097387 Português

Considerando o emprego dos sinais de pontuação, analise as assertivas a seguir, assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.


( ) Na linha 08, a primeira ocorrência da vírgula (hachurada) deve-se à separação de um adjunto adverbial deslocado.

( ) Nas linhas 12 e 14, a ocorrência das aspas deve-se à ocorrência de um enunciado proferido em discurso direto.

( ) Na linha 40, a ocorrência das reticências deve-se à suspensão de uma ideia, concluída na sequência do texto.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

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Q1087284 Português
Nos três quadrinhos, em relação ao raciocínio do personagem, o uso das reticências tem a função de indicar:
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Q1085355 Português
Assinale a alternativa correta a respeito do texto 2.
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Q1084833 Português

Leia a tirinha.


Imagem associada para resolução da questão

Disponível em: <http://bichinhosdejardim.com/wp-content/uploads/2018/05/bdj-180224-web.jpg> Acesso em: 14 ago. 2019.


Avalie as seguintes afirmações sobre os sinais de pontuação presentes na tirinha.


I – As reticências foram usadas para indicar parte do texto suprimida (cortada).

II - No primeiro quadrinho, a vírgula foi utilizada para separar o aposto “Senhor”.

III – Os dois pontos de interrogação foram empregados no final de uma pergunta direta.

IV – No terceiro quadrinho, a exclamação foi utilizada para expressar um estado emotivo.


Está correto apenas o que se afirma em

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Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE Provas: IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Gineco - Obstetra - Diarista e Plantonista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Mastologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Neonatalogista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Infectologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Ortopedista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Obstetra | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Pediatra | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Otorrinolaringologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Psiquiatra | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Reumatologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Ultrassonografista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Veterinário | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Nutricionista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Geriatra | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Endocrinologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Dermatologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Colpocitologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Clínico | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Cardiologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Anestesista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Médico Alergologista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Sanitarista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor II - História | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor II - Espanhol | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor II - Geografia | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor II - Educação Física | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor II - Ciências | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor II - Artes | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor I - Ensino Fundamental - Anos Iniciais | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor II - Inglês | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor II - Matemática | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Psicólogo | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor I - Educação Infantil | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor de Educação Especial - Sala de Recursos Multifuncionais | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Psicopedagogo | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor de Educação Especial - Intérprete de Libras | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Professor de Educação Especial - Braille | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Pedagogo | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Gestor Social | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Geólogo | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Fonoaudiólogo | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Fisioterapeuta | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Farmacêutico | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Engenheiro Eletricista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Engenheiro Clínico Hospitalar | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Cirurgião Dentista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Engenheiro Civil | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Enfermeiro Diarista e Plantonista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Biomédico Diarista | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Biólogo | IBFC - 2019 - Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Arquiteto e Urbanista |
Q1078260 Português

De acordo com a tira e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo.

I. As reticências na fala da personagem no 1º quadrinho refletem o desânimo da personagem.

II. A fala “A gente não aprende tudo na vida?” é uma pergunta retórica, pois a intenção da personagem não é obter uma resposta mas, sim, utilizar a própria pergunta como estratégia de desenvolvimento das suas ideias.

III. A fala de Mafalda no último quadrinho surpreende pela crítica ao sistema escola e pela tristeza das festas de formatura, que são comparadas a velórios.

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Respostas
121: A
122: C
123: D
124: B
125: C
126: B
127: D
128: B
129: C
130: A
131: E
132: A
133: C
134: D
135: A
136: E
137: A
138: E
139: D
140: B