Questões de Concurso Sobre uso das reticências em português

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Q2169988 Português

Observe a tira abaixo. 

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QUINO. Mafalda aprende a ler. São Paulo: Martins Fontes, 1999. P.45.

Com base na leitura da tira, é possível afirmar que:

I – A tira apresenta como recurso de humor a imaginação de Mafalda ao mencionar suposto ditado de sua consciência para que não tomasse a sopa.

II – As reticências foram empregadas para indicar uma interrupção no “ditado da consciência” de Mafalda.

III – Nas duas primeiras ocorrências da vírgula, o sinal de pontuação foi utilizado para demarcar a oração coordenada “como sabemos”.

IV - No que tange aos sinais de pontuação, o autor nomeia-os como se outra pessoa estivesse fazendo o registro por escrito do que está sendo ditado pela consciência da Mafalda.

V – Na tira, o ponto de exclamação foi utilizado para marcar o espanto da mãe por Mafalda não querer tomar a sopa. 

Alternativas
Q2160270 Português
Sobre sinais de pontuação, conforme descreve Bechara, avalie as assertivas que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Um grupo de períodos cujas orações se prendem pelo mesmo centro de interesse é separado por ponto. Quando se passa de um para outro centro de interesse, impõe-se-nos o emprego do ponto parágrafo, iniciando-se a escrever, na outra linha, com a mesma distância da margem com que começamos o escrito. ( ) O ponto de interrogação põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada de retórica. ( ) As reticências denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com breve espaço de tempo intervalar, ou porque nosso interlocutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo. ( ) Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior intimidade entre o autor e o seu leitor.
A ordem correta de preenchimentos dos parênteses, de cima para baixo, é: 
Alternativas
Q2128837 Português
Leia atentamente o texto a seguir, escrito pelo cronista brasileiro Paulo Mendes Campos, para responder a questão.

“Bar é um objeto que se gasta como camisa, isto é, depois de certo tempo de uso é sempre necessário comprar uma camisa nova e mudar de bar. É preciso escolher bem o nosso bar, pois tão desagradável quanto tomar um bonde errado é tomar um bar errado. O homem que toma o bar errado pode gerar sérios aborrecimentos ou ser a vítima deles. Não escrevo este artigo no bar. Não entendo pessoas que bebem para escrever. A bebida consola; o homem bebe; logo, o homem precisa ser consolado. A dramaticidade fundamental do destino é o penhor dos fabricantes do veneno. Porque o álcool é um veneno mortal. Um veneno mortal que consola e... degrada o homem. Mas outro escritor católico, o gordo, sutil e sedento G. K. Chesterton, nega que o álcool degrade o homem: o homem degrada o álcool. Chesterton foi um louco que perdeu tudo, menos a razão; é claro, por isto mesmo, que a criatura humana é o princípio da degradação de todas as coisas sobre a Terra. O álcool é inocente. Só um típico alcoólico anônimo seria incapaz de entender a inocência do álcool e a inescrutável malícia dos homens. O homem bebe para disfarçar a humilhação terrestre; para ser consolado; para driblar a si mesmo; o homem bebe como o poeta escreve seus versos, o compositor faz uma sonata, o místico sai arrebatado pela janela do claustro, a adolescente adora cinema, o fiel se confessa, o neurótico busca o analista. Quem foge de si mesmo se encontra. Quem procura encontrar-se, se afasta de si mesmo. Não é paradoxo, é o imbricamento da natureza humana. E esta é uma espiral inflacionária cuja moeda, em desvalorização permanente, é a nossa precária percepção da realidade. Somos inflacionados pelo nosso próprio vazio: a reação nervosa da embriaguez parece encher-nos ou pelo menos atenuar a presença do espírito desesperado dentro do corpo perfeitamente disposto a possuir os bens terrestres e gozá-los. Espírito e corpo não se entendem: o primeiro conhece exaustivamente a morte, enquanto o segundo é imortal enquanto vive. Daí, essa tocata e fuga a repetir-se indefinidamente dentro de cada ser humano, este desequilíbrio que nos leva ao bar, à igreja, ao consultório do analista, às alcovas sexuais, à arte, à ciência, à ambição de mando e dinheiro, a tudo. As fugas e fantasias da natureza humana são tantas, e tão arraigadas, que se confundem com a própria natureza humana. Não seria possível definir o homem como um animal que nasce, alimenta-se, pensa, reproduz e morre; o que interessa no homem é o que sobra; o fundamental nele é o supérfluo. É preciso beber. A natureza deu-nos a embriaguez natural do sono. Oito horas de sono não bastam. É preciso estar bêbedo – de vinho, poesia, religião. É preciso estar bêbedo de todas as mentiras vitais (a expressão é de Ibsen): de poder, de luxo, de luxúria, de bondade, de satanismo, de idealismo, de Deus, de violência, de humildade, de loucura, de qualquer coisa. O álcool é tão só a modalidade primária e comum da embriaguez. O bar é a primeira instância da causa do homem”. (“Por que bebemos tanto assim”, de Paulo Mendes Campos, com adaptações).
Na oração “Um veneno mortal que consola e... degrada o homem”, o autor emprega o sinal de pontuação denominado reticências. Nesse caso, esse sinal de pontuação é utilizado pelo autor para indicar:
Alternativas
Q2088446 Português
Memórias de um aprendiz de escritor

    Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que, se ainda não aprendi – e acho que não aprendi, a gente nunca para de aprender – não foi por falta de prática. Porque comecei muito cedo. Na verdade, todas as minhas recordações estão ligadas a isso, a ouvir e contar histórias. Não só as histórias dos personagens que me encantam, o Saci-Pererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Teseu, os Argonautas, Mickey Mouse, Tarzan, os Macabeus, os piratas, Tom Sawyer, Sacco e Vanzetti. Mas também as minhas próprias histórias, as histórias de meus personagens, estas criaturas reais ou imaginárias com quem convivi desde a infância.

    Na verdade, eu escrevi acima. Verdade é uma palavra muito relativa para um escritor de ficção. O que é verdade, o que é imaginação? No colégio onde fiz o segundo grau, o Júlio de Castilhos, havia um rapaz que tinha fama de mentiroso. Fama, não; ele era mentiroso. Todo mundo sabia que ele era mentiroso. Todo mundo, menos ele. 

    Uma vez, o rádio deu uma notícia alarmante: um avião em dificuldade sobrevoava Porto Alegre. Podia cair a qualquer momento. Fomos para o colégio, naquele dia, preocupados; e conversávamos sobre o assunto, quando apareceu ele, o mentiroso. Pálido:

     – Vocês não podem imaginar! 

    Uma pausa dramática, e logo em seguida:

     – Sabem este avião que estava em perigo? Caiu perto da minha casa. Escapamos por pouco. Gente, que coisa horrível! E começou a descrever o avião incendiando, o piloto gritando por socorro... Uma cena impressionante. Aí veio um colega correndo, com a notícia: o avião acabara de aterrizar, são e salvo. Todo mundo começou a rir. Todo mundo, menos o mentiroso:

    – Não pode ser! – Repetia, incrédulo, irritado. – Eu vi o avião cair!

     Agora, quando lembro este fato, concluo que não estava mentindo. Ele vira, realmente, o avião cair. Com os olhos da imaginação, decerto; mas para ele o avião tinha caído, e tinha incendiado, e tudo mais. E ele acreditava no que dizia, porque era um ficcionista. Tudo que precisava, naquele momento, era um lápis e papel. Se tivesse escrito o que dizia, seria um escritor; como não escrevera, tratava-se de um mentiroso. Uma questão de nomes, de palavras.

(SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. Editora Ibep Nacional. 2005.)
No fragmento “E começou a descrever o avião incendiando, o piloto gritando por socorro...” (7º§), as reticências foram empregadas para:
Alternativas
Q2087172 Português

Viajando

    Viajar é a melhor coisa do mundo. Não importa para que lugar. Sair de onde você está e passar um tempo em outro, pra mim, já é suficiente. Claro que há lugares e lugares. Os brasileiros estão viajando, cada vez mais. Você, com certeza, já ouviu alguém dar o chilique que: em Nova York, agora, só tem brasileiro! Paris é um bairro nosso! Miami já faz parte da grande Salvador! Buenos Aires é de verdade a capital do Brasil.

    Mas tem um lugar que o brasileiro não costuma ir muito, que é o melhor de todos: o Brasil. Existe algum preconceito bobo na cabeça do brasileiro de que chique mesmo é ir pra Europa. Acho que chique mesmo é você conhecer o seu país de cabo a rabo! Um dos argumentos é que viajar para fora é o mesmo preço de uma viagem para o Nordeste. Ué, e daí? Você pode se divertir muito mais no Nordeste, tenha certeza.

    Se você já visitou os Lençóis Maranhenses, sabe do que estou falando. Um dos lugares mais lindos e diferentes do mundo. As pessoas, com razão, dizem que aqui nós não temos estrutura, os lugares são de difícil acesso, mas vou te dizer, faz um pouco parte da graça do passeio.

    Claro que queremos um mínimo e que isso não pode ser justificativa para a precariedade dos nossos cartões‐postais, mas ter que pegar um bugre e desbravar as ruas de terra/pedra de Fernando de Noronha, para chegar a uma praia deslumbrante como a do Sancho sem nenhum quiosque vendendo nem uma água é muito legal.

    Sou do ponto de vista de que a praia se fosse azulejada, com água doce e ar condicionado não seria o paraíso, seria a cozinha do seu apartamento. O Rio está caríssimo, é verdade, mas Grumari é de graça, a Lapa é de graça, o Aterro é de graça, Copacabana, Ipanema, a pedra da Gávea, a Floresta da Tijuca, é tudo “de grátis”! Foz do Iguaçu deixa Niagara Falls no chinelo. Mas lá é que é legal, é nos States, né? As dunas móveis de Natal, o Pantanal, Bonito, a Chapada, a Amazônia...

    O sonho de todo gringo é vir passar uma semana na floresta Amazônica. A maioria dos brasileiros acha floresta um programa de índio (mas adora passar 8 horas no trânsito pra ir ao Guarujá. Vai entender.). Temos dois dos melhores museus do mundo aqui no Brasil, um no Recife e outro em Minas. Inhotim é o maior museu a céu aberto de todos e das coisas mais impressionantes que eu já vi de artes plásticas, sonoras e visuais. Quando comento sobre ele, 95% das pessoas não têm ideia do que estou falando. Não vou nem entrar no quesito gastronomia para não humilhar qualquer país do planeta. Não estou falando tudo isso querendo dizer que ir ao Egito é bobagem, e que não vale a pena visitar Tóquio ou o Camboja. O que eu quero dizer é que, entre Barcelona e Roma, vale a pena descobrir o que é o Jalapão. Reserve dez dias do seu ano para viajar pelo Brasil. Você não vai se arrepender. Até porque, se é pra esbarrar com brasileiro nos Estados Unidos, esbarra com brasileiro por aqui mesmo, que tá tudo em casa!


(Fábio Porchat. Estadão Cultura. Em: 11/2014. Adaptado.)

No excerto “As dunas móveis de Natal, o Pantanal, Bonito, a Chapada, a Amazônia...” (5º§), as reticências indicam:
Alternativas
Q2086761 Português

Ainda dá tempo? O interrompido sonho de futuro


Talvez resida na contradição expressa na convergência entre continuar correndo nas redes virtuais, ainda que imobilizado em casa, um jeito de não enlouquecer.


    Parar o tempo. Voltar no tempo. Avançar no tempo. Três desejos associados à felicidade que até foram realizados pela Covid-19, mas como tragédia. O ser humano sonhou errado?

    A humanidade é ambígua ao se relacionar com o tempo. Na prática, vive o presente. Na fantasia, adora o passado. De verdade, só pensa em antecipar o futuro. Era assim. Mas mudou com a Covid-19. Como um hacker, o confinamento associado à longa pandemia foi desconfigurando o algoritmo do psiquismo humano: mais de 600 mil mortes, mais de 500 dias e toneladas de dor, raiva e frustração depois, a saída é dar ctrl+alt+del e reiniciar a relação com este deus – ou deusa – chamado tempo.

    Exagerada, a humanidade sonhou tão intensamente com o futuro que estressou o próprio tempo, que agora nos revela o modelito híbrido – um tipo de tempo mais confuso ainda. Teremos saúde mental para lidar com a instabilidade que reside nele?

    A pandemia interrompeu o fluxo livre dos nossos desejos. Nessa medida, foi bom. Isso porque o sonho humano de controlar o tempo nunca foi inócuo. Apontava para a determinação da espécie humana em estar no controle das vidas, de todas as vidas, incluindo a vida das outras espécies que habitam o planeta, também para além da vida, na governança do legado de quem já faleceu. Nem na ficção científica isto costuma dar certo.

    É tudo delírio da humanidade, porque o tempo sempre fluiu a seu capricho, poderoso e soberano. Mas imaginávamos que fosse sempre para a frente, na direção do futuro. Não foi. Veio o passado. Ou a nítida sensação de que voltamos ao passado. De tal modo que hoje estamos entre o futuro e o passado, construindo um presente volátil e, ao mesmo tempo, permanente.

    Povos ancestrais marcam o tempo com fenômenos naturais dos quais participam ao vivo. Nós também. Sem aulas presenciais – decisão necessária – as crianças isoladas em casa não viram, por exemplo, os dentinhos de leite das outras crianças da turma caírem. Nem tiveram a alegria de lhes mostrar suas bocas banguelas também. Um ritual da infância. Meninas menstruaram pela primeira vez sem ter como compartilhar essa emoção com as amigas, ao vivo. Um ritual da adolescência. E como terá sido relacionar-se sexualmente com alguém pela primeira vez nas fases mais críticas da pandemia? Paixão, prazer, insegurança e possivelmente medos – incluindo, agora, o de se contaminar.

    Na pandemia, rituais naturais e auspiciosos que registram a passagem do tempo foram substituídos por outros, mórbidos, como acompanhar o ciclo de 14 dias do coronavírus de pessoas próximas. Ou o ciclo de uma intubação, com final feliz ou não. Rituais ao vivo são marcadores de tempo da vida. E tanto a vida como seus marcadores de tempo têm sido maculados desde 2020.

    O isolamento social e o receio da contaminação também agravaram as intolerâncias. Quem ainda aguenta se olhar no espelho? Descobri que o verbo olhar, em “olhar-se no espelho”, não é intransitivo coisa nenhuma. É transitivo: uma ação de início, meio e fim, e com complemento verbal. Olhar-se no espelho precisa ter um objetivo não narcísico ou íntimo, como sair de casa ou receber alguém. Na pandemia, olhar-se no espelho foi perdendo a graça.

    Abrir os armários de roupa hoje me provoca uma sensação estranha. As peças perderam a anima e, fantasmagoricamente, parecem ser de uma outra pessoa que viveu remotamente, e que não sou eu. Que aberração psíquica é esta de construir o seu próprio e indesejável museu? Um museu que ninguém visita.

    Passamos a dedicar mais amor aos banheiros e a verificar a quantidade de rejuntes necessários nos azulejos no box, no piso e ao redor da pia. Esfregamos com toda a força qualquer sujeirinha recém-descoberta, para depois ignorála de novo. Vida que segue.

    Vestir-se ficou automático – o esmero é só da cintura pra cima, parte que aparece nas lives. Os batons ganharam insignificância por causa das máscaras. E os sapatos novos mofaram ou deixaram de caber nos pés – cujas plantas alargaram – de tanto ficarem descalços. A ortopedia vem registrando um número inédito de dedinhos mínimos fraturados por topadas em móveis. Na pandemia, todo mundo ficou mais corcunda, grisalho, careca e… perdido no tempo. A esperança? Agilizar tudo para que um futuro melhor chegue depressa.

    É sobretudo no mundo digital que a urgência em alcançar o futuro se manifesta. A paixão pela velocidade virtual inebria, vicia e concretiza a obstinação da humanidade em prematurar o tempo. Confinados, ficamos ainda mais ávidos por experienciar processos que fluem com rapidez, como quando consumimos online. E talvez resida justamente nessa contradição, expressa na convergência entre continuar correndo nas redes virtuais, ainda que imobilizado em casa, um jeito de não enlouquecer.

    Não há previsão de como a humanidade irá se relacionar com o tempo após esse rewind, que drasticamente conectou passado e presente, e, como se não bastasse, estragou o futuro imediato que parecia tão promissor. Nessa direção, imagino também que o tema do idadismo se expandirá com novas reflexões relacionadas a percepções díspares do tempo entre quem é pessoa adulta hoje e as crianças nascidas em 2020 e 2021. Conflitos intergeracionais irão se agravar em casa e no ambiente de trabalho?

    Enfim, em qual matemática a humanidade poderá confiar, se a história parou e o tempo voltou? Cem anos não serão mais 100 anos. Podem ser bem mais ou bem menos. Busca-se desesperadamente um algoritmo novo. Evoluído o suficiente para calcular a distância temporal que, agora se sabe, é mutante.


(WERNECK, Claudia. Ainda dá tempo? O interrompido sonho de futuro. Nexo, 2021. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/ensaio /2021/Ainda-d%C3%A1-tempo-O-interrompido-sonho-defuturo. Acesso em: 31/12/2021.)

Em “Na pandemia, todo mundo ficou mais corcunda, grisalho, careca e… perdido no tempo.” (11º§), o emprego das reticências tem a função de:
Alternativas
Q2066842 Português



                   

O sinal de pontuação empregado no terceiro quadrinho da tirinha de Hagar, na frase “Mas tudo bem...”, indica
Alternativas
Q2062352 Português
O jeitin mineiro de falar

Já disse o cronista Felipe Peixoto Braga Netto, “Sotaque mineiro: é ilegal, imoral ou engorda?”. É... Nós mineiros temos um jeitinho de falar que é só nosso, assim como os gaúchos, os cariocas, os baianos e os paulistas. Mas somente os mineiros, tem esse “jeitim bunitim” de falar que deixa todo mundo de boca aberta! Qué vê só?

Aqui em Minas sempre se termina uma frase com “sô” e é impressionante como se consegue colocar o “uai” em quase tudo. O emprego do “uai” é uma ciência. Não é todo mundo que sabe a hora de encaixar o “uai” numa frase. Num é assim não, uai! Cêbêsta sô! O mesmo acontece com o trem. Esta palavra significa tudo. [...]

Disponível em: <http://www.soubh.com.br/materias/turismo/o-jeitin-mineiro-de-falar/>.
Acesso em: 23 jan. 2019.
A respeito dos elementos empregados na elaboração do texto lido, assinale a alternativa incorreta. 
Alternativas
Q2056038 Português
Leia o trecho a seguir.
[...]
Uma coisa é pôr ideias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de mil-e-tantas misérias... Tanta gente – dá susto de saber – e nenhum se sossega: todos nascendo, crescendo, se casando, querendo colocação de emprego, comida, saúde, riqueza, ser importante, querendo chuva e negócios bons... De sorte que carece de se escolher: ou a gente se tece de viver no safado comum, ou cuida de só religião só. Eu podia ser: padre sacerdote, se não chefe de jagunços; para outras coisas não fui parido.
Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas. Disponível em: <http://relendorosa.blogspot.com/2010/12/grande-sertaoveredas.html>. Acesso em: 13 fev. 2019. [Fragmento].

A respeito dos artifícios linguísticos empregados por Guimarães Rosa no trecho anterior, analise as afirmativas a seguir.
I. O uso das reticências intenciona mostrar a hesitação e as pausas características da linguagem oral. II. Pela escolha de vocabulário e pela progressão do texto, pode-se afirmar que Rosa pretende representar um registro informal do português brasileiro. III. Os dois-pontos em “eu só podia ser:” anunciam uma enumeração explicativa.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Ano: 2022 Banca: FCM Órgão: FAMES Prova: FCM - 2022 - FAMES - Assistente em Administração |
Q2051607 Português
Entenda como o coronavírus pode mudar até nosso
jeito de falar português

Walter Porto

O novo coronavírus veio provocar abalos na nossa relação com quase tudo em volta, inclusive com uma ferramenta de importância que nem sempre levamos em conta – as palavras. Termos que usávamos raramente, como quarentena e pandemia, se tornaram correntes ‒ já que pela primeira vez a nossa geração as vive na pele ‒ e outras expressões entraram com o pé na porta no léxico do dia a dia, caso de “distanciamento social”, “achatar a curva” e, claro, o próprio “coronavírus”.

Já outras palavras renovaram sua relevância, ganhando novos significados. “Vacina” é um anseio coletivo para o futuro, “gripe” se tornou um termo quase politizado, “peste” veio trotando de tempos antigos para se tornar assombrosamente atual.

O jornal britânico The Guardian conta que o dicionário Oxford teve uma atualização extraordinária no mês passado para adicionar palavras que tomaram o discurso global e entraram de supetão na língua inglesa, como “Covid-19”.

Tudo isso planta sementes de mudança no idioma ‒ essa entidade inquieta. Como disse o linguista português Vergílio Ferreira, “a própria língua, como ser vivo que é, decidirá o que lhe importa assimilar ou recusar”, cuspindo alguns arranjos novos, engolindo outros. Me resta imaginar como será o português depois dessas reviravoltas todas.

“Suponho que o que vai pegar mesmo é o que já pegou, o corona”, diz Deonísio da Silva, escritor e professor. “O futuro a Deus pertence, mas é difícil alguém se referir, lembra a Covid? Lembra o Sars, o coronavírus? A gente lembrará como os tempos do corona”. O próprio modo de chamar o vírus já é objeto de rinha política e, como lembra Sheila Grillo, “as palavras nunca são neutras, sempre trazem um recorte da realidade”.

Segundo o professor Deonísio da Silva, o desconhecido total, como uma situação de pandemia, faz com que aceitemos passivamente a entrada de siglas e procedimentos científicos nas falas cotidianas “como um valor absoluto” assim como a invasão dos neologismos, “que chegam à nossa casa mudando tudo”. “Não é possível que não tenhamos outro modo de entregar coisas em casa que não seja o 'delivery'”, afirma ele. “Outra palavra que de repente ficou indispensável é o ‘home office’, quando os portugueses, que adaptam muito, já usam o ‘teletrabalho.’”

Grillo lembra que, no esforço de tentar explicar fenômenos novos como este, é comum fazer empréstimos de outras línguas e atualizar termos antigos. “Alguns desses termos são impostos meio na marra”, diz o professor Pasquale Cipro Neto. “Isso é muito chato, quando o gerente do banco fala comigo que tem um ‘call’, que ‘call’?” E nesses tempos em que a testagem em massa tem sido um ponto focal de discussão, outro anglicismo tem dominado as notícias, o de que fulano “testou positivo”. “É traduzido diretamente do inglês”, diz Pasquale. “Não dá para dizer que é errado, porque o uso legitima a expressão, apesar de não ser a sintaxe portuguesa padrão. É uma tradução literal que vigora.”

Enquanto estamos no nosso "lockdown" particular, pedindo delivery pelo app, assistindo a lives e fazendo binge-watching no streaming, as palavras que usamos ganham vida, amadurecem, apodrecem. Sem que notemos, transformam-se.

Folha de São Paulo, Ilustrada, 1º mai. 2020. Adaptado.
Segundo Cereja (2013, p. 314), “o uso da pontuação depende da intenção do locutor do discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto, ao interlocutor e às intenções”.
Com base nesse enunciado, atente para o emprego dos sinais de pontuação na seguinte passagem transcrita do texto.
Já outras palavras renovaram sua relevância, ganhando novos significados. “Vacina” é um anseio coletivo para o futuro, “gripe” se tornou um termo quase politizado, “peste” veio trotando de tempos antigos para se tornar assombrosamente atual... Tudo isso planta sementes de mudança no idioma ‒ essa entidade inquieta. Como disse o linguista português Vergílio Ferreira, “a própria língua, como ser vivo que é, decidirá o que lhe importa assimilar ou recusar”, cuspindo alguns arranjos novos, engolindo outros. Resta imaginar como será o português depois dessas reviravoltas todas.
Avalie as afirmações acerca dos sinais de pontuação.
I - As reticências foram utilizadas para indicar a supressão de um trecho transcrito do texto de Walter Porto.
II - As vírgulas em “... a própria língua, como ser vivo que é, decidirá o que lhe importa...” separam uma oração intercalada e de caráter explicativo.
III - O travessão na frase “Tudo isso planta sementes de mudança no idioma ‒ essa entidade inquieta.” pode ser substituído pela vírgula, empregada para isolar o vocativo.
IV - As aspas nas palavras “Vacina”, “gripe” e “peste” nada apresentam de relevante em termos de sentido para o texto, razão pela qual podem ser eliminadas dele sem nenhum prejuízo semântico.

Está correto apenas o que se afirma em
Alternativas
Q2045351 Português
URUBUS E SABIÁS
(Rubem Alves)

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores.

E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.

— Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...

— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.

E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...”.

MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá.
Analise os itens e responda:
I – Reticência pode, também, indicar dúvida ou hesitação do falante na frase.
II – Parêntese serve para isolar palavras e frases intercaladas de caráter explicativo e datas.
III – Em “Carlos, meu ex-namorado, era muito ciumento.” o uso da vírgula é usado para separar oposto. 
Alternativas
Q2040646 Português
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc. Nesse sentido, ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de ideia, emprega-se: 
Alternativas
Q2037191 Português
MEU VALOR

    Como todo homem tem seu preço e a corrupção é o que mais dá dinheiro no Brasil, hoje, decidi calcular o meu valor para o caso de quererem me comprar. É bom ter o nosso preço na ponta da língua e sempre atualizado, pois – para usar a fraselema do Brasil dos nossos dias – nunca se sabe. 
    Nossa autoavaliação deve ser objetiva. Costumamos nos dar mais valor do que realmente temos e há o perigo de, por uma questão de amor próprio, nos colocarmos fora do mercado. Também tendemos a valorizar coisas que, no mundo eminentemente prático da corrupção, não valem muito, como bons hábitos de higiene e a capacidade de mexer as orelhas. O que vale é o que podemos oferecer para o lucro imediato de quem nos comprar. 
    As pessoas se queixam da falta de ética no Brasil e não se dão conta de que isso se deve à pouca oportunidade que o brasileiro comum tem de escolher ser ético ou não. Eu tenho tanto direito a ser corrupto quanto qualquer outro cidadão, mas não tenho oportunidade de sequer ouvir uma proposta para decidir se aceito. A corrupção continua ao alcance apenas de uns poucos privilegiados. Por que só uma pequena casta pode decidir se vai ter um comportamento ético enquanto a maioria permanece condenada à ética compulsória, por falta de alternativas? Quando me perguntam se sou ético, a única resposta que posso dar é a mesma que dou quando me perguntam se gosto do vinho Chateau Petrus: não sei. Nunca provei.
    Quem me comprar pode não lucrar com minhas conexões no governo ou com o conteúdo, inclusive, dos meus bolsos. Mas e o casco? Quanto me dão pelo vasilhame? Pagando agora eu garanto a entrega do corpo na hora da minha morte, com os sapatos de brinde. Tenho muitos anos de uso mas todos os sistemas em razoável estado de conservação, precisando apenas de alguns ajustes das partes que se deterioraram com o tempo. Meus cabelos são poucos mas os que ficaram são da melhor qualidade, do contrário não teriam ficado. Não dão para uma peruca inteira, mas ainda dão para um bom bigode.
   Meu cérebro, vendido à ciência, daria para alimentar vários ratos de laboratório durante semanas. Prejudicaria um pouco seu desempenho no labirinto, mas em compensação eles saberiam toda a letra do bolero No Sé Tú. Minhas entranhas dariam um bom preço em qualquer feira de órgãos usados, dependendo, claro, do poder de persuasão do leiloeiro (“Leve um sistema cardiovascular e eu incluo uma caixa de Isordil!”). Meu apêndice, por exemplo, nunca foi usado.
    Tudo calculado, descontada a depreciação, devo estar valendo aí uns, deixa ver… Mas é melhor não me anunciar. Vai que aparece um corruptor em potencial e eu descubra que não só não valho nada como estou lhe devendo.

Luis Fernando Veríssimo
Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/meu-valor-cronica-de-luis-fernando-verissimo
Em “Tudo calculado, descontada a depreciação, devo estar valendo aí uns, deixa ver… Mas é melhor não me anunciar.”, a utilização de reticências se deu para:
Alternativas
Q2031817 Português
    Fui me aproximando incomparavelmente sem vontade, sentei no chão tomando cuidado em sequer tocar no vestido, puxa! também o vestido dela estava completamente assustado, que dificuldade! Pus a cara no travesseiro sem a menor intenção de. [...]
    Fui afundando o rosto naquela cabeleira e veio a noite, se não os cabelos (mas juro que eram cabelos macios) me machucavam os olhos. Depois que não vi nada, ficou fácil continuar enterrando a cara, a cara toda, a alma, a vida, naqueles cabelos, que maravilha! até que meu nariz tocou num pescocinho roliço. Então fui empurrando os meus lábios, tinha uns bonitos lábios grossos, nem eram lábios, era beiço, minha boca foi ficando encanudada até que encontrou o pescocinho roliço. Será que ela dorme de verdade?... Me ajeitei muito sem-cerimônia, mulherzinha! e então beijei. Quem falou que este mundo é ruim! só recordar... Beijei Maria, rapazes! eu nem sabia beijar, está claro, só beijava mamãe, boca fazendo bulha, contato sem nenhum calor sensual.
     Maria, só um leve entregar-se, uma levíssima inclinação pra trás me fez sentir que Maria estava comigo em nosso amor. Nada mais houve. Não, nada mais houve. Durasse aquilo uma noite grande, nada mais haveria porque é engraçado como a perfeição fixa a gente.

(Fragmento do conto “ Vestida de preto”, de Mário de Andrade)
Observando-se os aspectos do texto, assinale a alternativa incorreta:
Alternativas
Q2027447 Português

TEXTO: FURACÃO IRMA CHEGA A ILHAS DO SUL DA FLÓRIDA 



Adaptado de g1.globo.com, 10/09/2017.

A tormenta também levou problemas para Miami no meio da madrugada deste domingo. Uma em cada dez casas ou empresas no sul do estado ficou no escuro. (l. 16-20)
Sem alterar o sentido do trecho, no lugar do ponto-final que separa as frases, poderia ser utilizado o seguinte sinal:
Alternativas
Q2026788 Português

Leia o texto para responder à questão.


   Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciaram a descoberta do vírus mayaro, no Estado do Rio.

     O vírus é uma espécie de ‘primo’ da chikungunya e provoca as mesmas reações nos pacientes: febres e intensas dores musculares e articulares que podem se prolongar por muitos meses. De forma semelhante ao que transmite a febre amarela, o mayaro é um vírus que, pelo menos até agora, existia apenas em áreas silvestres amazônicas.

      No entanto, sua presença no estado do Rio não surpreendeu os cientistas da UFRJ – há quase quatro anos, eles já alertavam sobre a possibilidade da existência do vírus em território fluminense, por meio de uma adaptação ao ambiente urbano.

      Segundo a pesquisa, com o passar do tempo, o mayaro pode se adaptar ainda mais e também ser transmitido tanto pelo Aedes aegypti quanto pelo pernilongo Culex – bastante comum no RJ, o que, segundo os pesquisadores, pode aumentar o risco de epidemia.

(https://g1.globo.com.ghtml. Adaptado)

Quanto ao uso dos sinais de pontuação, o sentido do trecho original do texto é alterado com a reescrita que o segue em:
Alternativas
Q2009055 Português
Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.
...................................................................................................
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

(Manuel Bandeira. Libertinagem)
Releia os versos abaixo:
I. “Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.” II. “Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?” III. “— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .”
Assinale o que for CORRETO sobre os sinais de pontuação empregados nos versos:
Alternativas
Q1978837 Português
Leia o Texto II para responder à questão.


As reticências cumprem um papel expressivo no texto uma vez que:
Alternativas
Q1974706 Português

Texto 01 - Higiene ou bons modos?


        Muito tem se falado sobre a importância da higiene pessoal. Desde que somos crianças, ouvimos nossos pais ordenarem: “Vá escovar os dentes”, “Chega de rua, entre em casa e vá direto para o banho!”, “Lave as mãos antes das refeições”, assim, aquelas ordens tornaram obrigações em hábitos.

        Um dia desse, estava em uma praça de alimentação de um famoso Shopping Center aguardando uma amiga, que se atrasara para nosso almoço, assim sendo, sem muito o que fazer e olhando a esmo, ______ (01- começei – comecei) a notar as pessoas ao meu redor.

        Como ímãs, meus olhos foram ‘puxados’ para a mesa ao lado, onde havia um senhor sentado. Ele me chamou a atenção, pois havia terminado sua refeição e para sua higiene bucal começou a passar fio dental, detalhe: ele ainda sentado à mesa! Fazia aquilo com tanto orgulho. Acho que imaginava ser, naquele momento, um exemplo de boa conduta e higiene.

        A ______ (02 – ojeriza – ojerisa) tomou conta de mim e o cavalheiro não se ______ (03- arrefeceu – arresfeceu) com o meu olhar de censura, continuou a higienizar seus dentes de forma vigorosa. Aquele ir e vir do fio dental acompanhava meus pensamentos... será que isso não vai terminar? Será que esse senhor não se percebe? Será que só eu estou vendo isso? E ao mesmo tempo me indaguei: Será que esse senhor teve um pai igual a mim que vivo dizendo ao meu filho “Não se esqueça de escovar os dentes”? A pergunta é retórica, realmente prefiro não saber a resposta!

(Texto desenvolvido, a partir de fatos, especificamente para este concurso). 

Em relação ao texto lido, veja esse excerto: “Desde que somos crianças, ouvimos nossos pais ordenarem: ‘Vá escovar os dentes’, ‘Chega de rua, entre em casa e vá direto para o banho!’, ‘Lave as mãos antes das refeições’, assim, aquelas ordens transformaram obrigações em hábitos”. “Aquele ir e vir do fio dental acompanhava meus pensamentos... será que isso não vai terminar?”. No que se refere à pontuação, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1961040 Português

Conversinha mineira

(Fernando Sabino) 



- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?

- Sei dizer não senhor: não tomo café.

- Você é dono do café, não sabe dizer?

- Ninguém tem reclamado dele não senhor.

- Então me dá café com leite, pão e manteiga.

- Café com leite só se for sem leite.

- Não tem leite?

- Hoje, não senhor.

- (I) __________ hoje não?

- (II) __________ hoje o leiteiro não veio.

- Ontem ele veio?

- Ontem não.

- Quando é que ele vem?

- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.

- Mas ali fora está escrito “Leiteria”!

- Ah, isso está, sim senhor.

- Quando é que tem leite?

- Quando o leiteiro vem.

- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?

- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?

- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?

- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.

- E há quanto tempo o senhor mora aqui?

- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.

- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?

- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.

- Para que Partido? - Para todos os Partidos, parece.

- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.

- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...

- E o Prefeito?

- Que é que tem o Prefeito?

- Que tal o Prefeito daqui?

- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.

- Que é que falam dele?

- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.

- Você, certamente, já tem candidato.

- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.

- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?

- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...

Analise a teoria sobre o sinal de pontuação e assinale a alternativa que o possua.
“Denotam interrupções ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), hesitação em enunciá-lo” (Bechara, 2019, p. 589)
Alternativas
Respostas
41: C
42: E
43: D
44: D
45: B
46: A
47: C
48: C
49: C
50: A
51: E
52: D
53: B
54: C
55: B
56: B
57: A
58: A
59: D
60: D