Questões de Português - Uso dos conectivos para Concurso
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1. A escola e, em geral, o consenso da sociedade ainda se ressentem das heranças deixadas por uma perspectiva de estudo do fenômeno linguístico cujo objeto de exploração era a língua enquanto conjunto potencial de signos, desvinculada de suas condições de uso e centrada na palavra e na frase isoladas. (1º parágrafo) 2. Assim, a língua assume um caráter político, um caráter histórico e sociocultural, que ultrapassa em muito o conjunto de suas determinações internas, ainda que consistentes e sistemáticas. (2º parágrafo) 3. Dessa forma, todas as questões que envolvem o uso da língua não podem ser resolvidas somente com um livro de gramática ou à luz do que prescrevem os comandos de alguns manuais de redação. (2º parágrafo)
Assinale a alternativa correta.
Falantes de diferentes variedades se reconhecem, por razões históricas, socioculturais e políticas, como falantes da mesma língua, ainda que haja poucas semelhanças léxico-gramaticais entre as variedades e, em certas situações, não haja sequer mútua inteligibilidade, como no caso dos falantes de chinês.
Analise as afirmativas abaixo:
1. Os segmentos “por razões históricas, socioculturais e políticas” e “em certas situações” são constituintes circunstanciais que estão sintaticamente intercalados na frase. 2. O vocábulo “como”, nas duas ocorrências, funciona como conjunção comparativa. 3. O verbo haver, nas duas ocorrências da forma “haja”, funciona como verbo existencial e é impessoal. 4. A preposição “por” introduz uma informação que expressa o lugar onde os falantes se reconhecem, em determinado tempo, como usuários de uma mesma língua. 5. O conector “ainda que” introduz uma oração subordinada cujo conteúdo é contrário ao da afirmação contida na oração principal, mas que não é suficiente para anular este último.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
( ) Em “São mais de 200 peças trazidas do Museu Paulista (mais conhecido como Museu do Ipiranga)” (primeiro parágrafo), a palavra sublinhada poderia ser substituída por “mas” sem alteração de sentido.
( ) Em “A exposição 'Arte e história nas coleções públicas paulistas', em cartaz no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, convida o visitante a passear pelo passado.” (primeiro parágrafo), o sujeito do verbo sublinhado é “Palácio dos Bandeirantes”.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
“NYT” destaca crescimento populacional na Amazônia
e preocupação ambientalista
1.§ Reportagem do jornal americano “New York Times” publicada neste domingo revela o surgimento e o crescimento de diversas cidades em meio à Amazônia, dizendo que os cientistas estão alarmados com a chegada de projetos industriais na região
2.§ O jornal diz que a expansão dessas cidades é evidente em locais como Parauapebas, que, em uma geração, evoluiu de uma pequena colônia marcada por conflitos de mineiros para uma cidade com shopping e concessionária da Chevrolet.
3.§ Embora a ditadura militar tenha construído estradas no intuito de ocupar a Amazônia e defendê-la dos estrangeiros, o desmatamento que o crescimento populacional tem causado na região preocupa cientistas.
4.§ Alguns pesquisadores dizem que o êxodo rural em países tropicais como o Brasil na verdade ajuda a diminuir o desmatamento, já que algumas áreas rurais se conservam por ter uma diminuição populacional, o que ajuda no reflorestamento.
5.§ Porém, a maior parte dos cientistas discorda dessa visão. Eles dizem que a migração aumenta o desmatamento porque dá espaço para que pecuaristas, que já são responsáveis por reduzir em boa parte as áreas florestais, comprem terras de pequenos agricultores e expandam seus negócios.
6.§ Das 19 cidades brasileiras que dobraram seu número de habitantes na última década, dez se encontram na região amazônica, de acordo com o último censo. Manaus, capital do Estado do Amazonas, cresceu 22% em população entre 2000 e 2010.
7.§ O jornal diz que aproximadamente 25 milhões de pessoas vivem atualmente na Amazônia. Enquanto o Brasil no geral cresceu 12% nos últimos dez anos, na região o salto foi de 23%.
8.§ O “New York Times” diz que o crescimento se deveu ao aumento das famílias e à pobreza local, que leva pessoas a deixarem o campo e se mudar para essas cidades em busca de trabalho. Mas a razão principal é a expansão econômica.
9.§ Incentivos fiscais para a indústria de manufatura promoveram crescimento populacional em Manaus e nas cidades vizinhas. Já cidades como Sinop, no Mato Grosso, cresceram cerca de 50% graças à expansão da soja. Construções de grandes hidrelétricas também impulsionaram os dados habitacionais na Amazônia.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1191018-nyt-destacacrescimento-populacional-na-amazonia-e-preocupacaoambientalista.shtml
Sem prejuízo para o conteúdo veiculado, a expressão “não obstante” pode ser substituída por
I. O vocábulo ‘Mas’ (l.16) é uma conjunção coordenativa adversativa e poderia ser substituído por ‘Porém’ sem implicar erro à frase. II. Na linha 18, ‘se bem que’ substituiria adequadamente ‘embora’, mantendo-se a semântica e a sintaxe do período. III. Na linha 32, o nexo coesivo ‘Além disso’ poderia ser substituído por ‘Também’ sem provocar erro.
Quais estão corretas?
I. O título sintetiza a ideia central a ser discutida no texto. II. A expressão “além disso” tem valor semântico de acréscimo.
Marque a alternativa CORRETA:
Vidinha
Vidinha era uma rapariga que tinha tanto de bonita como de movediça e leve; um soprozinho, por brando que fosse, a fazia voar, outro de igual natureza a fazia revoar, e voava e revoava na direção de quantos sopros por ela passassem; isto quer dizer, em linguagem chã e despida dos trejeitos da retórica, que ela era uma formidável namoradeira, como hoje se diz, para não dizer lambeta, como se dizia naquele tempo.
Portanto não foram de modo algum mal recebidas as primeiras finezas do Leonardo, que desta vez se tornou muito mais desembaraçado, quer porque já o negócio com Luisinha o tivesse desasnado, quer porque agora fosse a paixão mais forte, embora esta última hipótese vá de encontro à opinião dos ultrarromânticos, que põem todos os bofes pela boca pelo tal primeiro amor: no exemplo que nos dá o Leonardo aprendam o quanto ele tem de duradouro.
Se um dos primos de Vidinha, que dissemos ser o atendido naquela ocasião, teve motivos para levantar-se contra o Leonardo como seu rival, o outro primo, que dissemos ser o desatendido, teve dobrada razão para isso, porque além do irmão apresentava-se o Leonardo como segundo concorrente, e o furor de quem se defende contra dois é, ou deve ser sem dúvida, muito maior do que o de quem se defende contra um.
Declarou-se, portanto, desde que começaram a aparecer os sintomas do quer que fosse entre Vidinha e o nosso hóspede, guerra de dois contra um, ou de um contra dois. A princípio foi ela surda e muda; era guerra de olhares, de gestos, de desfeitas, de más caras, de maus modos de uns para com os outros; depois, seguindo o adiantamento do Leonardo, passou a dictérios, a chasques, a remoques.
Um dia finalmente desandou em descompostura cerrada, em ameaças do tamanho da Torre de Babel, e foi causa disto ter um dos primos pilhado o feliz Leonardo em flagrante gozo de uma primícia amorosa, um abraço que no quintal trocava ele com Vidinha.
(ALMEIDA, M. Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Editora FTD, 1996, p. 123.)
“que desta vez se tornou muito mais desembaraçado, quer porque já o negócio com Luisinha o tivesse desasnado, quer porque agora fosse a paixão mais forte” (2º §)
No enunciado transcrito acima, o trecho de sentido alternativo foi expresso pela correlação dos termos “quer...quer”. Das alterações feitas abaixo no enunciado, aquela em que a correlação dos termos sublinhados mantém o sentido alternativo é:
O casamento, para ela, era isso: quarenta e oito anos de opressão, de humilhações, de vexames. Um verdadeiro tirano, o marido dela, um homem autoritário que lhe dava ordens sem cessar e que a ridicularizava na frente de todo o mundo: minha mulher é um desastre, proclamava, não faz nada direito.
E ela? Ela calava. Jamais protestara. Até os filhos se indignavam com aquela passividade: você não pode se deixar dominar dessa maneira, diziam, você tem de fazer alguma coisa. Ela suspirava, resignada, não dizia nada.
Mas estava, sim, resolvida a se vingar. Sua vingança seria cruel e requintada, uma vingança capaz de indenizá-la por uma vida de sofrimentos. Só faltava descobrir a maneira de fazê-lo.
A ideia lhe ocorreu quando, uma manhã, o marido perguntou se ela não vira seu cachimbo. Entre parênteses, gostava muito disso, de fumar cachimbo. Verdade que a ela o cheiro deixava tonta; mas ele pouco estava ligando. Entre a mulher e o cachimbo prefiro o cachimbo, costumava dizer, entre gargalhadas. Mas então ele tinha esquecido onde deixara o cachimbo − sinal de que a memória lhe falhava. E ela resolveu tirar proveito disso. Para quê? Para enlouquecer o marido. Exatamente: enlouquecê-lo. Era o mínimo a que podia almejar.
E aí começou o jogo. Onde está o cachimbo, perguntava ele. Ali onde você o colocou, dizia ela, em cima do televisor.
Ele ficava perplexo: eu coloquei o cachimbo em cima do televisor? E por que teria feito isso, se ali não é lugar de cachimbo? Quanto mais perturbado ele ficava, mais ela se entusiasmava. Era como uma gata brincando com um camundongo, um camundongo triste e desamparado. Você não viu o meu cachimbo? Está ali na prateleira, onde você o deixou. Eu? Eu deixei o cachimbo na prateleira? A coisa ia num crescendo, a angústia dele aumentando sempre. Ela já tinha o final planejado: um dia o cachimbo sumiria para sempre. E quando ele perguntasse ela responderia: você o jogou fora. O que seria um golpe... mortal? Mortal.
Só que ele morreu antes disso. Um ataque do coração, provavelmente. Ela chorou muito: em parte porque tinha pena dele, em parte porque não pudera consumar sua vingança. Mas aí teve uma ideia: colocar o cachimbo no caixão. Para atormentá-lo pela eternidade afora. Procurou o cachimbo, mas não o achou. Simplesmente não conseguia lembrar de onde o colocara. Ali, em alguma parte da casa, estava o maldito objeto. Só que ela não o encontrava. E isto significava que jamais teria paz. Que aquela lembrança a torturaria até a morte.
(SCLIAR, Moacir. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 113-114)
Mas aí teve uma ideia: colocar o cachimbo no caixão. Para atormentá-lo pela eternidade afora. (7º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz ideia de
( ) Em “não é simplesmente o que nos rodeia” (1º parágrafo) e em “espaços que não se destinam” (3º parágrafo), os pronomes oblíquos sublinhados podem ser pospostos às formas verbais “rodeia” e “destinam”, respectivamente, sem desvio da norma culta da língua escrita. ( ) Em “mas um espaço construído” (1º parágrafo) e “mas também com aqueles que nos anteciparam” (5º parágrafo), o vocábulo “mas” pode ser substituído por “e sim”, sem prejuízo de significado e sem desvio da norma culta da língua escrita. ( ) Em “não é simplesmente o que nos rodeia” e “onde tudo aparece e desaparece” (1º parágrafo), os vocábulos sublinhados funcionam como pronome relativo. ( ) Em “que lhe possam ser úteis e que lhe garantem uma estabilidade” (3º parágrafo), o pronome “lhe” funciona como objeto indireto nas duas ocorrências, da mesma maneira que em “a lógica que lhe é inerente” (2º parágrafo). ( ) O sinal de dois-pontos é usado nas duas ocorrências (2º parágrafo) para introduzir um esclarecimento acerca de algo mencionado anteriormente.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Na frase acima, sem prejuízo para as relações de sentido estabelecidas no texto, o sinal de dois-pontos pode ser substituído por
Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, as frases acima articulam-se em um único período em: