Questões de Concurso
Sobre variação linguística em português
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Texto 2
Doutor Félix
Para o pensamento geral, bom advogado é aquele que participa do Tribunal do Júri Popular. Advogado bom de tribuna logo cai na graça do povo. “Viu como ele fala? Tem medo não. O promotor se levantou também e, se o juiz não entra no meio! Sei não, a coisa ficaria feia.” [...]
O público ouvia com atenção e não se ouvia um pio na assistência, mesmo porque não era galinheiro. Ninguém duvidava da condenação, mas a curiosidade era grande. O que iria fazer doutor Félix? Como iria sair daquela? Ele, sempre competente, acostumado a ganhar, na certa iria perder aquela batalha.
[...]
ISAIAS, Davi. Crônicas da Goiabeira – volume I. Goiânia: 2008. Editora
América.
“Está na hora dele sair.” A respeito do registro escolhido pelo falante, não é correto afirmar que,
Leia o texto a seguir.
Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra no último “Quarto de Badulaques”. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” do verbo “varrer”. De fato, tratava-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário (...). O certo é “varrição”, e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim, porque nunca os ouvi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário (...). Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção”, quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.
Alves, Rubem. Quarto de badulaques. São Paulo. Ed. Parábola Editorial. 2003.
O texto da carta faz menção a duas variedades linguísticas, que são:
Nesse comunicado há uma palavra mal-empregada, que é:
TEXTO II
Meu querido primo,
Estou te escrevendo correndo, se bem que haja algumas coisas que eu quero te falar (a respeito daquela menina que estou começando a namorar). Vem-me uma vontade danada de bater para você tudo o que estou sentindo. Mas vai demorar muito, não tenho o direito de tomar seu tempo e te aborrecer.
Assinale a frase que mostra uma variedade linguística diferente das demais.
Leia o fragmento a seguir.
“Vocês podem dar uma esticada nas pernas no shopping, paquerar pela praia, curtindo o sol, tomar umas biritas, mas voltem antes de cair a noite.”.
Considerando a variedade linguística que se pretendeu reproduzir nesta frase, assinale a opção que indica a expressão proveniente de variedade diversa.