Questões de Concurso Sobre variação linguística em português

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Q2232532 Português
Assinale a opção que apresenta a frase interrogativa que mostra um registro popular de linguagem.
Alternativas
Q2228221 Português

                                        

Sobre o texto 2, leia as alternativas, marcando em seguida a única que se encontra sem erro.
Alternativas
Q2228215 Português
Texto 1

Profissões do futuro
A incerteza na hora de escolher um curso para prestar vestibular é grande e na dúvida, o melhor é optar pelos cursos tradicionais, como médicos ou direito, certo? Errado. Fazer uma escolha antes de estar preparado para ela é, no mínimo, uma perda de tempo e dinheiro. Estudar em uma faculdade que não tem nada a ver com você traz decepção e mais incertezas. O mercado está expandindo as suas áreas e o ideal é ficar de olho e ver se dá pra unir prazer e dinheiro, trocando em miúdos: se o seu curso tem a sua cara e se ele está cotado como um curso rentável do futuro. Novos cursos surgem todos os dias com o propósito de atender demandas do mercado de trabalho por profissionais especializados ou pelo desmembramento de habilitações tradicionais. Algumas novas graduações podem representar boas oportunidades de trabalho.
Vejam os novos cursos que estão surgindo: Agroecologia, Ecoeducação, Edueconomia, Ciências do consumo, Ciênciais atuariais, Gerontologia, Esporte, Economia agroindustrial, etc. Gerontologia é a ciência que estuda o processo de envelhecimento do ser humano e as formas de promover uma melhor qualidade de vida. Geriatria é a área médica que estuda e trata das doenças típicas das pessoas idosas.
As pessoas com mais de 60 anos de idade atualmente constituem 10% da população brasileira, com tendência a aumentar gradativamente, pois a expectativa de vida desta parte da sociedade vem melhorando todos os anos. O objetivo desse curso é formar profissionais que possam ajudar a melhorar a qualidade de vida dos idosos nos aspectos emocional, físico e social.
www.vestibular.brasil.escola.com (adaptado) acesso em 20/08/19 
“O mercado está expandindo as suas áreas e o ideal é ficar de olho e ver se dá pra unir prazer e dinheiro, trocando em miúdos: se o seu curso tem a sua cara e se ele está cotado como um curso rentável do futuro. (§2)
Analise o parágrafo e ponha V, para as afirmativas verdadeiras e F, para as falsas:
( ) O parágrafo se encontra todo redigido de acordo com a variedade linguística formal. ( ) Os verbos existentes no parágrafo pertencem a modos e tempos diferentes. ( ) Um elemento conector indicativo de condição se encontra no parágrafo. ( ) “ tem a sua cara” é uma expressão da variedade linguística informal.
A única alternativa correta é: 
Alternativas
Q2221769 Português
Texto 3

Recordação


      “Hoje a gente ia fazer vinte e cinco anos de casado”, ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora pra percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio. Aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: “Hoje a gente ia fazer vinte e cinco anos de casado”.

         Meu espanto não durou muito, pois ele logo emendou: “Nunca vou esquecer: 1° de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho lá em Santos e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás… Fazer o quê, né? Se Deus quis assim…”.

        Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo, e consegui encaixar um “Sinto muito”. “Brigado. No começo foi complicado, agora tô me acostumando. Mas sabe que que é mais difícil? Não ter foto dela.” “Cê não tem nenhuma?” “Não, tenho foto, sim, eu até fiz um álbum, mas não tem foto dela fazendo as coisas dela, entendeu? Tipo: tem ela no casamento da nossa mais velha, toda arrumada. Mas ela não era daquele jeito, com penteado, com vestido. Sabe o jeito que eu mais lembro dela? De avental. Só que toda vez que tinha almoço lá em casa, festa e alguém aparecia com uma câmera na cozinha, ela tirava correndo o avental, ia arrumar o cabelo, até ficar de um jeito que não era ela. Tenho pensado muito nisso aí, das fotos, falo com os passageiros e tal e descobri que é assim, é do ser humano mesmo. A pessoa, olha só, a pessoa trabalha todo dia numa firma, vamos dizer, todo dia ela vai lá e nunca tira uma foto da portaria, do bebedor, do banheiro, desses lugares que ela fica o tempo inteiro. Aí, num fim de semana ela vai pra uma praia qualquer, leva a câmera, o celular e tchuf, tchuf, tchuf. Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não? Tá acompanhando? Não tenho uma foto da minha esposa no sofá, assistindo novela, mas tem uma dela no jet ski do meu cunhado, lá na represa de Guarapiranga. Entro aqui na Joaquim?” “Isso.” [...].


PRATA, Antônio. Recordação. In: Trinta e poucos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 12-14.
Considerando a linguagem utilizada na crônica, há a recorrência da variação linguística do tipo
Alternativas
Q2221767 Português
Texto 3

Recordação


      “Hoje a gente ia fazer vinte e cinco anos de casado”, ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora pra percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio. Aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: “Hoje a gente ia fazer vinte e cinco anos de casado”.

         Meu espanto não durou muito, pois ele logo emendou: “Nunca vou esquecer: 1° de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho lá em Santos e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás… Fazer o quê, né? Se Deus quis assim…”.

        Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo, e consegui encaixar um “Sinto muito”. “Brigado. No começo foi complicado, agora tô me acostumando. Mas sabe que que é mais difícil? Não ter foto dela.” “Cê não tem nenhuma?” “Não, tenho foto, sim, eu até fiz um álbum, mas não tem foto dela fazendo as coisas dela, entendeu? Tipo: tem ela no casamento da nossa mais velha, toda arrumada. Mas ela não era daquele jeito, com penteado, com vestido. Sabe o jeito que eu mais lembro dela? De avental. Só que toda vez que tinha almoço lá em casa, festa e alguém aparecia com uma câmera na cozinha, ela tirava correndo o avental, ia arrumar o cabelo, até ficar de um jeito que não era ela. Tenho pensado muito nisso aí, das fotos, falo com os passageiros e tal e descobri que é assim, é do ser humano mesmo. A pessoa, olha só, a pessoa trabalha todo dia numa firma, vamos dizer, todo dia ela vai lá e nunca tira uma foto da portaria, do bebedor, do banheiro, desses lugares que ela fica o tempo inteiro. Aí, num fim de semana ela vai pra uma praia qualquer, leva a câmera, o celular e tchuf, tchuf, tchuf. Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não? Tá acompanhando? Não tenho uma foto da minha esposa no sofá, assistindo novela, mas tem uma dela no jet ski do meu cunhado, lá na represa de Guarapiranga. Entro aqui na Joaquim?” “Isso.” [...].


PRATA, Antônio. Recordação. In: Trinta e poucos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 12-14.
A linguagem utilizada nessa crônica é do tipo  
Alternativas
Q2215223 Português

Em relação à prática de produção de textos orais, julgue o próximo item. 


Na produção de textos orais, o nível da linguagem é, em geral, mais distenso, mais informal, que o empregado na produção escrita, com exceção de alguns casos especiais, nos quais há a necessidade de planejamento prévio e de maior grau de formalidade, como em conferências, por exemplo.

Alternativas
Q2215222 Português

Em relação à prática de produção de textos orais, julgue o próximo item. 


O uso de gírias, provérbios e ditos populares, comum na modalidade oral da linguagem, limita-se, na modalidade escrita, aos gêneros textuais ou literários peculiares, como os característicos da literatura regional.

Alternativas
Ano: 2022 Banca: UFMA Órgão: UFMA Prova: UFMA - 2022 - UFMA - Historiador |
Q2211222 Português
No trecho a seguir, é possível identificar palavras e construções características da linguagem coloquial oral. Reescreva-o de forma a adequá-lo à modalidade escrita culta.


“Então, quando eu tive o segundo filho, aí eu tava lá, né?... passando mal pra burro [...]”
(RAMOS, C de M. de A. et al. Estudos Sociodialetais do Estado do Maranhão. São Luís: EDUFMA, 2019, p. 187)
Alternativas
Q2211168 Português

A questão tem como base o outdoor a seguir.




(BONIN, R. Revista Veja, Editora Abril. Disponível em: https:veja.abril.com.br/coluna/radar/empresa-deoutdoors-entra-na-campanha-contra-o-virus-fique-emcasa. Acesso em: 24 jan. 2022)

Sobre o texto da campanha publicitária, é correto afirmar que:
Alternativas
Q2210066 Português
Assinale a opção que mostra uma frase redigida inteiramente em linguagem formal.
Alternativas
Q2210055 Português
Muitas vezes, na linguagem popular oral, construímos frases do tipo “Nosso amigo chegou elegantão à festa.”
Assinale a opção que indica, na palavra sublinhada, a diferença em relação à linguagem formal. 
Alternativas
Q2207637 Português

Nos enunciados da narrativa a seguir, há o uso de palavras de línguas da família tupi-guarani

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em: <https://www.mundinhodacrianca.net/wpcontent/uploads/2018/06/mImageHandlerA-4.png>. Acesso em 10 mar. 2023.

Sobre o uso de palavras de línguas indígenas na língua portuguesa, analise as afirmativas a seguir.

I. A língua usada no dia a dia do Brasil recebeu grande influência do idioma tupi.

II. A contribuição do tupi se deu principalmente no vocabulário com nomes de plantas e animais que não eram conhecidos pelos colonizadores.

III. A língua portuguesa do Brasil, mediante o contato com o tupi, se diferenciou muito do português falado em Portugal.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Q2206327 Português
No Brasil há variações que são baseadas no local onde o falante mora. Por exemplo, a abóbora é muito em diferentes regiões é nomeada como: jerimum, abóbora-moranga, moranga, entre outros. Dessa forma, assinale a alternativa que nomeia esse fenômeno. 
Alternativas
Q2206288 Português

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em:  <https://br.pinterest.com/pin/851180398319112523/>. Acesso em 10 mar. 2023.

Nesta charge, assinale a opção que indica o elemento identificador da variante linguística regional.



Alternativas
Q2206279 Português
Analise a tirinha a seguir.
Imagem associada para resolução da questão

Disponível em: < https://www.sofiaeotto.com.br/?lightbox=dataItem-kwimufk0>. Acesso em 4 mar. 2023.
De acordo com a tirinha, a personagem cria uma nova palavra. Essa criação linguística é chamada de
Alternativas
Q2204092 Português
Assinale a frase que aparece inteiramente realizada em linguagem formal.
Alternativas
Q2203827 Português
Linguagem é um conjunto de formas organizadas usadas pelos indivíduos para se comunicar, o objetivo da linguagem é a comunicação; a linguagem combina signos linguísticos, organizados de acordo com um padrão, o que torna possível o ato de comunicar. (...) A linguagem oral e a linguagem escritas são duas manifestações da linguagem verbal, ou seja, da linguagem feita através de palavras. Tanto a linguagem oral como a linguagem escrita visam estabelecer comunicação. Apesar das diferenças existentes entre a linguagem oral e a linguagem escrita, não se pode considerar uma mais complexa ou importante do que a outra, uma vez que existem vários níveis de formalidade e informalidade na oralidade e na escrita.
(Linguagem: o que é, tipos e funções - Toda Matéria (todamateria.com.br)) - (Adaptado)

Nessa dimensão, analise as assertivas seguintes, com o código LO (Linguagem Oral) e LE (Linguagem Escrita):

I.Há uma maior aproximação entre emissor e receptor; estabelece um contato direto com o destinatário; é mais espontânea e informal, usufruindo de maior liberdade a exemplo do coloquialismo.
II.Há um maior distanciamento entre emissor e receptor; estabelece um contato indireto com o destinatário; é mais pensada e planejada, logo, tende a ser mais formal.
III.Há uma maior tolerância relativamente ao cumprimento da norma culta; é passageira e encontra-se em permanente renovação, não deixando qualquer registro.
IV.Nem sempre existe linearidade de pensamento, sendo possível a existência de rupturas e desvios no raciocínio; apresenta predomínio de vocabulário reduzido e construções frásicas mais simples.


Marque a alternativa com a opção correta.
Alternativas
Q2203074 Português
Texto 01 

      A conta não fecha, os preços aumentam e as dificuldades também. Mas, apesar do cenário cheio de nuvens cinzas, tem gente, veja só, que segue sem reclamar, não por conformismo, mas porque, para essas pessoas, o caminho é próspero, apesar dos tempos de crise. Prosperidade, de acordo com o dicionário, tem relação com felicidade, bonança, fartura, sucesso. [...] Contudo, está por terra esse ideal da prosperidade. Até porque, se a gente não mudar isso, esse acúmulo terá um fim junto com a destruição do planeta. É importante que a prosperidade seja requalificada. [...]

Disponível em:https://vidasimples.com. Acesso em: 18 abr. 2023. Adaptado.
No trecho “[...] apesar do cenário cheio de nuvens cinzas [...]”, o termo “nuvens cinzas” indica o uso de linguagem 
Alternativas
Q2199418 Português

                                                                        Aos poetas clássicos 

                                                                                                             Patativa do Assaré


Poetas niversitário,

Poetas de Cadenia,

De rico vocabulário

Cheio de mitologia,

Se a gente canta o que pensa,

Eu quero pedir licença.

Pois mesmo sem português

Neste livrinho apresento

O prazê e o sofrimento

De um poeta camponês

Disponível em <https//www.jornaldepoesia.jor.br/antonio3html> Acesso em 03 mai 2023



Na oração "Neste livrinho apresento/O prazê e o sofrimento/De um poeta camponês", a palavra sublinhada é exemplo de variação

Alternativas
Ano: 2023 Banca: CEFET-MG Órgão: CEFET-MG Prova: CEFET-MG - 2023 - CEFET-MG - Odontólogo |
Q2198780 Português
O texto “Gauchês, mineirês, carioquês, cearês e outras maravilhas nacionais” a seguir refere-se à questão.

Gauchês, mineirês, carioquês, cearês e outras maravilhas nacionais

Ana Elisa Ribeiro

Outro dia me disseram que eu falo diferente. É que eu estava entre gaúchos e paulistas, então fiquei sendo a diferentona da rodada. Mas aos meus ouvidos, eles pareciam todos diferentes em seus falares. É que tudo depende do referencial, não é isso? Não matei essa aula de Física.

Sempre amei sotaques. Qualquer um e todos. Sempre me intrigou a valoração social que damos a eles, assim sem pensar. É um sentir, um repetir, uma questão social e econômica ali misturada, produzindo às vezes um preconceito, às vezes um deslumbramento meio bobo. Ficava pau da vida quando um colega ou uma amiga passavam duas semanas de férias no Rio de Janeiro e voltavam falando carioquês advanced. “Precisa disso?”, pensava eu irritadinha. E às vezes falavam e explicavam: ah, é que tenho facilidade de pegar sotaque. Hum, sei.

Lembro-me bem da rodinha de discussões de amigos: o sotaque mais bonito é o gaúcho. E depois aqueles clichês engraçados: o português mais perfeito é o de São Luís. Aí alguém corrigia: não, é o de Belém do Pará. Ah, meus sais. O mineiro é o que não é: engolindo as metades das palavras. Um amigo paulista, recentemente, contou da história do gringo que lhe fez a pergunta do século: o que é isso que vocês dizem quando querem passar? Nem sei reproduzir aqui a dúvida do fulano. É que a gente aprende desde cedo, na escolinha, a pedir “licença”, não é mesmo? Mas, na real, o que a gente diz uns aos outros, bem sussurrado e surrado, é um “ss ss” ou no máximo um “cenççç”, que nada tem a ver com as aulinhas de português que o gringo teve na vida, lá no país dele. Como faz? Vai passando assim, meio empurradinho, e dizendo “cenççç”.

Sotaque é lindo. Poeticamente, fico pensando em como é bonito trazer sua terra no seu falar. Não pode haver coisa mais visceral, pode? Abro a boca e em segundos, juro, alguém manda esta: cê é mineira, né? Nem tento negar. Melhor: nem quero. Oh, Minas Gerais. Comendo sílabas, engolindo os pronomes reflexivos, emendando palavras umas nas outras, fazendo cordões de lexemas, anulando consoantes. Até a piadinha do cara falando com o mineiro me faz rir:

—- Diz que mineiro só fala vogal, né?
—- Uai, é? ó!

Eu de cá, reconheço paulistano de longe, carioca a quilômetros, gaúcho até debaixo d'água e baiano até fingindo de morto. O sotaque do interior de São Paulo se parece com o do interior de Minas, então pode ser que eu confunda um pouco. Mas, fico ali naquela área entre o norte de São Paulo, o sul e o triângulo mineiros e Goiás. Tenho grandes chances de acertar. Como Minas são muitas, é preciso considerar as fatias de variados sotaques, na parecença com baianos, paulistas interioranos, cariocas forçados e o tipiquíssimo sotaque da região metropolitana da capital, Belzonte. Bom, isso é lenda, falamos mesmo é Beagá.

O Nordeste é que sofre com a ignorância do resto do país. Até eu, que não sou de nenhum de seus maravilhosos estados, me arrepio quando ouço aquela do “sotaque nordestino”. Coisa de quem nunca andou por aquelas bandas imensas. Geralmente, o Sicrano que diz isso quer se referir ao sotaque da Bahia (que também não é único nem uno). Não sei assim certinho discernir, mas bem que identifico um pernambucano, uma paraibana, um cearense, em suas pujanças vocálicas, em seus usos do imperativo (coisa que a um mineiro parece o fim do mundo!) e em sua majestosa pronúncia consonantal. Na segunda sílaba de “bom dia” uma plateia inteira de paraibanos e paraibanas já sabe que venho de longe, geralmente das plagas de baixo. Meu “d” africado (djia) soa bem diferente lá, onde eles dizem “d” como “d” mesmo. Foi minha tristeza em duas gravações diferentes de uma canção pelo músico Lenine, recifense de nascença. Na primeira ele cantava “no toque da platinela” com esse “t” todo “t”; na segunda, anos depois, ele cantou “platchinela”, como nós aqui falamos. Entristeci, embora a canção tivesse continuado bonita.

Então, sotaque não é coisa simples. Sotaque é pronúncia, é melodia, é ginga, é palavra menos e mais usada, é como dizer nos mínimos detalhes, é cantando, é modo verbal, é como soa cada vogal ou consoante, é um jeito, é uma origem, é como aprendemos a falar com as nossas mães, em nossos lugares de convivência. Depois pode ser que mude, se misture, se altere, se alterne. Pode ser que até suma, seja substituído por outro. Sotaque é aquilo que volta quando a gente faz uma visitinha. É aquilo que a gente evita quando tem trauma. Conheço gente que mora fora do local natal faz tempo e tem um sotaque misturado. A Renata e o Nathan, por exemplo, que são cearenses, já misturam um pouco das bolas. Em Minas, são logo reconhecidos como estrangeiros; mas quando voltam a Fortaleza, são logo acusados de se terem “amineirado”. Nem cá, nem lá, todos, tudo. Um emaranhado no outro. Sotaque é o chão na voz, o gesto no jeito. Sotaque, estrangeiro ou dentro do Brasil, é lindo. Se não for, pode saber que é valoração de outra ordem.

Fonte: RIBEIRO, Ana Elisa. Nossa Língua e outras encrencas. Crônicas. V1. Editora Parábola. 2023.

O texto de Ana Elisa Ribeiro retrata um fenômeno natural denominado variação linguística.

A variação linguística exemplificada pela autora é a

Alternativas
Respostas
301: C
302: D
303: A
304: A
305: C
306: C
307: E
308: E
309: D
310: C
311: E
312: E
313: A
314: D
315: E
316: E
317: E
318: A
319: C
320: E