Questões de Concurso
Sobre variação linguística em português
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Supondo que você foi um desses estudantes escolhidos e que pretende entrevistá-lo, com o auxílio de um intérprete para ajudá-lo, o que você deveria usar nessa situação de comunicação?
Chico Bento é uma personagem cujo modo de falar representa a variação linguística_______; a tirinha, para registrar esse uso da fala, reproduz a oralidade e, por isso, escreve as palavras de modo distinto do que prevê a norma culta padrão.
Assinale a alternativa que completa, corretamente, a lacuna:
I- Essa diversidade condiz com a nossa pluralidade cultural, que se traduz na riqueza de costumes, tradições, crenças e diversos outros aspectos. A língua se constrói e se transforma com o passar do tempo. No Brasil, por exemplo, cada estado possui elementos culturais próprios e isso se reflete também na diversidade linguística.
II-O professor e estudioso Marcos Bagno afirma que a língua constitui-se como uma entidade social e que, justamente, por ser social, é constantemente modificada.
III-A escola, espaço de aprendizagem e conhecimento, deve estar atenta a todas estas questões, principalmente, porque abriga diversas realidades culturais, sociais, econômicas. Banalizar o preconceito linguístico é contribuir para que a educação se deteriore.
IV-É imprescindível tornar a reflexão sobre a língua uma prática diária. Assim, podemos aprender uns com os outros, partindo do entendimento que para conhecer e valorizar a norma culta não é necessário, e tampouco permitido, hierarquizar a importância de determinadas culturas.
I- _____________ é conjunto das palavras e das regras que as combinam, usadas por uma comunidade linguística como principal meio de comunicação e de expressão, falado ou escrito. ______________ é o meio sistemático de expressão de ideias ou sentimentos com o uso de marcas, sinais ou gestos convencionados.
I-O apoio do contexto situacional em que se encaixa a comunicação é, sem dúvida, um dos recursos mais poderosos à disposição do falante. Mas não se deve entender contexto como um construto estático, referente ao ambiente físico [...]. As línguas naturais são por natureza, um fenômeno sensível ao contexto. Mas os eventos de fala variam muito em relação à dependência contextual.
II- Como a língua não é homogênea, as variedades ou variações linguísticas vão estar sempre presentes na interação entre os indivíduos pertencentes à mesma comunidade. Quando se institui uma norma, a qual é imposta como única e correta, a fala deixa de ser uma questão só da linguística e passa a ser também social, pois, no momento em que se estabelece uma forma de se expressar superior a outra, cria-se um espaço para a intransigência linguística, e o preconceito evolui e ganha grandes proporções.
III- O professor deve incluir dois componentes: a identificação e conscientização, É preciso conscientizar o aluno quanto às diferenças para que ele possa começar a monitorar seu próprio estilo, mas esta conscientização tem de dar-se sem prejuízo do processo de ensino/aprendizagem, isto é, sem causar intervenções inoportunas [...].
Quanto aos excertos, acima, é correto afirmar que:
Acerca do texto IV, utilizado na sequência de textos motivadores apresentados na proposta de redação da questão anterior, pode-se afirmar que:
Como a guerra de palavras molda as notícias
“Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.”
Assim começa o poema “O Lutador” de Carlos Drummond de Andrade, a meu ver, um dos mais belos poemas sobre o ofício de escrever. Sobre a quase que impossibilidade de definir, seja lá o que (ou quem) for, com vocábulos, o que se pretende dizer ou expressar. Do alto de sua sabedoria infantil, Marcelo, o inesquecível personagem de “Marcelo, Martelo, Marmelo” (Ed. Salamandra), de Ruth Rocha, outra das nossas grandes autoras, já definiu bem a grande dúvida que ronda a origem das palavras, sejam elas em que língua forem:
“– Papai, por que mesa chama mesa?
– Ah, Marcelo, vem do latim.
– Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro?
– Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga.
– E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de bacalhau?”
O pai de Marcelo, é claro, não soube responder à pergunta do garoto. E nós, tal como ele, muitas vezes nos pomos a perguntar por que uma pessoa usou tal palavra e não outra (ou outras) para comunicar alguma coisa, definir um conceito, contar uma história. E se perguntarmos a ela, muito provavelmente essa pessoa usará mais tantas outras para justificar a escolha daquela e assim,nos convencer que fez o melhor uso para descrever o que desejava. Longe de mim querer dar conta de explicar um fenômeno tão complexo como a linguagem nas poucas linhas deste artigo. Minha reflexão aqui é sobre como as palavras importam para moldar e explicar a nossa realidade. Nietzsche, um dos maiores filósofos de todos os tempos, disse que as palavras são pontes iridescentes que ligam coisas separadas. Faço um complemento à sua fala: e quando elas se juntam, são capazes de produzir sentido, a chave para que sigamos vivos, em ação, transformando o mundo em que vivemos. As palavras dão sentido à nossa experiência, ao que acontece ao nosso redor e ao que se passa com e em cada um de nós.
Há mais de 30 dias vivemos uma experiência das mais complexas em diferentes sentidos com a guerra na Ucrânia. E como ela se dá para além dos tiros, bombas, das mortes brutais, e está acontecendo “em tempo real” nas mídias, nos relatos “ao vivo” de quem filma e/ou fotografa o inenarrável sofrimento humano e posta nas redes sociais, assistimos à tão falada “guerra das narrativas” na qual desenrola-se uma escolha cuidadosa de palavras que tentam dar conta de explicar os fatos que se desenrolam, minuto a minuto. Por que uns usam o termo “invasão” e outros “guerra”? E qual a razão de outros insistirem em dizer que se trata de “exercícios militares”, ou ainda de um “conflito” ou então de uma “ocupação”? É que quando você escolhe o termo guerra versus invasão, você selecionou um ponto de vista para explicar os fatos que conseguiu perceber – e, esperamos! – verificar.
“Entendo que para contar é necessário primeiramente construir um mundo”, dizia um dos maiores semiólogos e linguistas do nosso tempo, o escritor italiano Umberto Eco. “Que leitor modelo eu queria, quando estava escrevendo? Um cúmplice, claro, que entrasse no meu jogo. (...) Um texto quer ser uma experiência de transformação para o próprio leitor”. Estar consciente desse jogo, conhecer as regras da construção das mensagens é uma das grandes habilidades a serem conquistadas pelos cidadãos dessa Era da (Des)Informação, e um dos pilares da Educação para as Mídias. É fundamental que o leitor (re)conheça que cada notícia é composta por um conjunto de palavras, de termos, que contam uma determinada história, sob um ponto de vista específico, que interessa a um certo grupo de pessoas e/ou instituições. Faz tempo que o mito da objetividade jornalística caiu por terra, por isso, para se formar um leitor crítico, há que prepará-lo para desenvolver uma certa dose de ceticismo saudável, aliado a uma investigação constante dos muitos porquês que envolvem a construção de uma mensagem.
A chamada grande mídia vem sendo profundamente abalada pelo advento das redes sociais, onde todos e qualquer um é jornalista. Daí a importância de se frisar que se a objetividade jornalística é uma quimera, a objetividade, em si, é um método, não um ponto de vista. E o bom jornalismo faz uso dela quando estabelece critérios claros (e bem expostos em sua política editorial) para publicar um conteúdo, pesquisando o contexto no qual ele se desenrola, conhecendo os mais diversos e diferentes pontos de vista sobre o que se está contando, analisando todas as informações coletadas, fazendo perguntas – tantas quantas forem necessárias para trazer mais clareza ao fato – e escolhendo palavras que sejam molduras o mais próximas possível do que se quer retratar. “As palavras são imprecisas. Elas nunca capturam totalmente o que está acontecendo. Há uma diferença qualitativa entre um jornalista que usa palavras de forma imprudente e um que está lutando, revisando e atualizando sua linguagem à medida que sabe mais (...) as palavras também têm um significado público quando absorvidas pela mídia. As palavras têm definições, mas também conotações e significados culturais, dependendo do contexto em que são usadas. E tudo isso está em jogo nas notícias”, afirma o jornalista e articulista do periódico digital Medium, Jeremy Littau.
A afirmação do jornalista americano explica de maneira bastante simples porque cada um lê a notícia do jeito que lhe interessa, afinal, cada termo selecionado se encaixa na moldura que o leitor tem, aquela que lhe possibilita ver e compreender o mundo em que vive. Nesse sentido, nunca é demais lembrar que o poder está, de fato, na mão do leitor. Em uma sociedade letrada como a nossa, a leitura (e aqui me refiro a ela como a possibilidade de ler/ver/ouvir em quaisquer suportes) é um instrumento precioso para que interpretemos a realidade e então, possamos devolver a nossa percepção dela para a nossa comunidade e com isso, construirmos a nossa história. O exercício da leitura nos dá a possibilidade de questionar e elaborar as nossas perguntas e respostas a partir da nossa experiência. O leitor crítico quer acessar as notícias, mas sobretudo quer entendê-las e encontrar sentido nelas e para elas. Aquecimento global ou mudança climática? Protesto ou motim? Combate ou luta? Você escolhe como explicar ou compreender, meu caro leitor.
(ALVES, Januária Cristina. Como a guerra de palavras molda as notícias.
Jornal Nexo. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/colunistas/
2022/Como-a-guerra-de-palavras-molda-as-not%C3%ADcias. Acesso em:
05/04/2022. Adaptado.)
No skate, quando ocê tá tentando uma manobra, ocê cai, ocê rala, tá ligado? ... mas aí ocê se sente mais motivado pra conseguir fazer essa manobra. Então quando ocê consegue ela, .. dá uma sensação de prazer, de orgulho .. porque ocê não desistiu, tentou até conseguir.
Nesse trecho transcrito, em relação às marcas de informalidade, NÃO está(ão) presente(s):
I – Uma sociedade de classes em que interesses divergentes se entrechocam, com a predominância de alguns deles sobre os demais, privilegia sobremaneira o texto escrito como objeto de leitura. II – A memória, historicamente, representa um triunfo sobre a escrita. III – A acumulação do conhecimento através da palavra escrita tem sido apropriada pelas classes que detém o poder dentro de uma sociedade.
I – Hoje, é impossível investigar oralidade e letramento sem uma referência direta ao papel dessas duas práticas na civilização contemporânea. II – Também não se pode observar satisfatoriamente as semelhanças e diferenças entre fala e escrita sem considerar a distribuição de seus usos na vida cotidiana. III – Resta difícil, se não impossível, o tratamento das relações entre fala e escrita, centrando-se exclusivamente no código.
Considerando que esses três itens são partes ininterruptas de um único texto, pode-se afirmar que: