Questões de Concurso
Sobre variação linguística em português
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Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras, desde a sua estrutura e formação até as suas formas de flexão. As palavras se organizam em dez categorias, que são conhecidas como classes de palavras. As classes gramaticais se organizam em 10 classificações, sendo 6 variáveis: substantivo, verbo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, substantivo, verbo. E 4 classes invariáveis em gênero e em número: advérbio, conjunção, interjeição, preposição.
(Morfologia - Língua Portuguesa - Toda Matéria (todamateria.com.br))
Nesse contexto, analise o fragmento textual seguinte, com o código V (Verdadeiro) ou F (Falso):
"Na linguagem coloquial brasileira, o verbo constrói-se, em tal acepção, de preferência, com objeto direto (cf.: assistir o jogo, um filme), e escritores modernos têm dado acolhida à regência gramaticalmente condenada. Enquanto na linguagem padrão, escrevem-se textos científicos, técnicos usando o jargão de cada profissão, portanto, evitando-se o coloquialismo, buscando sempre predominância da linguagem culta − padrão". (...) (Adaptado)
(BAGNO, M. A. A língua de Eulália: novela sociolinguística. S. Paulo. Contexto. 2000, p. 107-108).
(__)A frase nominal (não oracional): "Na linguagem coloquial brasileira" − é formada, respectivamente, por contração prepositiva, substantivo e adjetivos.
(__)No segmento: "o verbo constrói-se, em tal acepção, de preferência, com objeto direto" − temos, respectivamente: artigo definido, substantivo, verbo e pronome posposto ao verbo; as vírgulas separam expressão entre o verbo e seu complemento indireto.
(__)Todos os termos da série: "se"; "em"; "de" são invariáveis em gênero e em número.
(__)Entre os componentes do período: "técnicos usando o jargão de cada profissão, portanto, evitando-se o coloquialismo", - temos: verbos na forma nominal do gerúndio, duas vírgulas separando um termo coesivo - "portanto" − entre duas orações.
Marque a alternativa com a opção correta.
Analise as assertivas com o código V (Verdadeiro) ou F (Falso):
I.Os adjetivos pátrios são os que caracterizam as pessoas ou as coisas de acordo com suas origens, considerando países, continentes, cidades, regiões, entre outros. Ex: Africano, italiano, catarinense, paulista.
II.Os adjetivos eruditos são formados de radicais latinos na sua forma original. Exemplos: Fidelíssimo; descente.
III.As variações linguísticas são as diferenças que uma língua apresenta mediante fatores como a região e as condições culturais ou sociais onde ela é usada. Por exemplo, existem variações na língua portuguesa falada no Brasil e em Portugal. Os tipos de variações linguística são: 1. Geográficas, como os regionalismos. 2. Históricas, como o português falado na era medieval em relação ao português atual. 3. Social, como os termos técnicos usados por profissionais. 4. Situacionais, como as gírias.
IV.Explícitos e implícitos numa tênue fronteira -Toda unidade de conteúdo, capaz de ser decodificada, possui, necessariamente, no enunciado, um suporte linguístico qualquer. Esse suporte possui na própria superfície estrutural uma unidade de conteúdo - simples ou não - que envolve aspectos lexicais, sintáticos, semânticos e pragmáticos. Ele tem também uma ancoragem, caracterizadora de todos os conteúdos explícitos, mas igualmente de certos tipos dos conteúdos implícitos (pressupostos e subentendidos).
Marque a alternativa com a sequência CORRETA:
TEXTO II
TRECHO DE “QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA”
Preparei a refeição matinal. Cada filho prefere uma coisa. A Vera, mingau de farinha de trigo torrada. O João José, café puro. O José Carlos, leite branco. E eu, mingau de aveia. Já que não posso dar aos meus filhos uma casa decente para residir, procuro lhe dar uma refeição condigna.
Terminaram a refeição. Lavei os utensílios. Depois fui lavar roupas. Eu não tenho homem em casa. É só eu e meus filhos. Mas eu não pretendo relaxar. O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupas de alto preço, residir numa casa confortável, mas não é possível. Eu não estou descontente com a profissão que exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito anos que cato papel.
O desgosto que tenho é residir em favela.
...
Fui no rio lavar as roupas e encontrei D. Mariana. Uma mulher agradável e decente. Tem 9 filhos e um lar modelo. Ela e o esposo tratam-se com educação. Visam apenas viver em paz. E criar filhos. Ela também ia lavar roupas. Ela disse-me que o Binidito da D. Geralda todos os dias ia prêso. Que a Rádio Patrulha cansou de vir buscá-lo. Arranjou serviço para ele na cadeia. Achei graça. Dei risada!... Estendi as roupas rapidamente e fui catar papel. Que suplício catar papel atualmente! Tenho que levar a minha filha Vera Eunice. Ela está com dois anos, e não gosta de ficar em casa. Eu ponho o saco na cabeça e levo-a nos braços. Suporto o peso do saco na cabeça e suporto o peso da Vera Eunice nos braços. Tem hora que revolto-me. Depois domino-me. Ela não tem culpa de estar no mundo.
Refleti: preciso ser tolerante com os meus filhos. Eles não tem ninguém no mundo a não ser eu. Como é pungente a condição de mulher sozinha sem um homem no lar.
FONTE: Disponível em: https:/Avww.revistapixe.com.br/carolina-maria-de-jesus
O trecho acima foi retirado da obra literária Quarto de Despejo, de Carolina de Jesus. Observe atentamente o seguinte excerto: "Durante o dia, os jovens de 15 e 18 anos sentam na grama e falam de roubo. E já tentaram assaltar o empório do senhor Raymundo Guello. E um ficou carimbado com uma bala. O assalto teve início às 4 horas. Quando o dia clareou as crianças catava dinheiro na rua e no capinzal. Teve criança que catou vinte cruzeiros em moeda. E sorria exibindo o dinheiro. Mas o juiz foi severo. Castigou impiedosamente.” É possível afirmar que há desvio da norma padrão da Língua Portuguesa em:
Leia o texto a seguir:
Cafezinho
Rubem Braga
Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.
Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:
– Ele foi tomar café.
A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.
Depois de esperar duas ou três horas, dá vontade de dizer:
– Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.
Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:
– Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.
Quando a bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:
– Ele está?
– Alguém dará o nosso recado sem endereço.
Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:
– Ele disse que ia tomar um cafezinho…
Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:
– Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí…
Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.
Quando vier a grande hora de nosso destino, nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.
Fonte: BRAGA, Rubem. O Conde e o passarinho & Morro de isolamento. Rio de Janeiro: Record, 2022, p. 156-157
De uma forma geral, o texto adota uma linguagem predominantemente:
Leia o texto a seguir:
Rastreamento pode reduzir mortes por câncer de pulmão
No Brasil, mais de 80% dos casos da doença são diagnosticados em estágio avançado e com metástase
O câncer de pulmão é o tipo de câncer que mais mata no mundo. Uma doença silenciosa e agressiva, que não costuma manifestar sintomas na fase inicial. "São cerca de 3 milhões de mortes por ano. Esse número é tão elevado porque, em geral, o diagnóstico acontece com a doença em estágio avançado e com metástase para outros órgãos", afirma Gilberto de Castro Júnior, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e oncologista do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.
O tabagismo está associado a 80% dos casos de câncer de pulmão. "Normalmente são pacientes que fumaram muito, a vida toda, e têm outras comorbidades, como insuficiência coronariana e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), o que agrava o quadro."
Contudo, é importante ressaltar que nem todos os tipos de câncer estão associados ao hábito de fumar. É preciso ter em mente que o câncer de pulmão não se trata de uma doença única: são vários tipos de tumor e o diagnóstico preciso, identificando o tipo e o subtipo do câncer, é fundamental para definir os cuidados adequados.
Neste sentido, a medicina de precisão tem evoluído nos últimos anos e é considerada tratamento de ponta. "Precisamos reconhecer, identificar e diagnosticar as alterações no tumor para definir o tratamento mais específico, com maior efetividade, menor custo em longo prazo e com menos toxicidade", afirma.
Como a maior parte dos cânceres de pulmão não apresenta sintomas nos estágios iniciais, mais de 80% dos casos são diagnosticados em estágio avançado, segundo dados dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (INCA), divulgados pelo Instituto Oncoguia. "Por isso é fundamental fazer o rastreamento no grupo de alto risco, especialmente em fumantes. Com uma tomografia de tórax com baixa dose de radiação, é possível diagnosticar precocemente e diminuir a mortalidade por câncer de pulmão."
O Brasil ainda não tem um protocolo de rastreamento para câncer de pulmão - um conjunto de métodos que facilite a detecção e diagnóstico precoce do câncer. Nos Estados Unidos, o U.S. Preventive SeNices Task Force (a Força-Tarefa de Serviços Preventivos) recomenda que fumantes ou pessoas que pararam de fumar há menos de 15 anos, com idade entre 50 e 80 anos e com um histórico de 20 "anos-maço" (que fumaram o equivalente a 1 maço por dia durante 20 anos ou 2 maços ao dia durante 10 anos), façam anualmente essa tomografia específica.
"Entre os médicos, não existe a cultura de solicitar exame de rastreamento de câncer de pulmão no Brasil. A discussão sobre um protocolo de rastreamento está acontecendo, mas esbarra em uma série de dificuldades. A principal delas é o baixo acesso aos exames de imagem", diz Castro.
Fonte: https://estudio.folha.uol.com.br/roche/2022/10/rastreamento-pode-reduzir-mortes-por-cancer-de-pulmao.shtml?utm source=native destaque&utm medium=quartaposicao cancer+de+pulmao&utm campaign=Roche. Adaptado. Acesso em 14/07/2021.
A linguagem utilizada no texto é predominantemente:
Considera-se o "você", que passou por uma grande transformação. No século XII, as pessoas diziam "vossa mercê" e hoje, na linguagem falada, e mesmo na escrita informal, encontramos "cê", que não é a melhor nem a pior que "você" ou "vossa mercê", embora entre os não-linguistas a tendência seja a de considerá-la ruim, feia ou deteriorada. Esse exemplo justifica uma:
O texto II serve de base para a questão 4.
TEXTO II
Fonte: https://www.estudioceliobarbosa.com.br/2014/08/0mar-ciano.html. Acesso em 12/12/2022.
Para nos comunicarmos de forma eficiente, é necessário, para além de dominarmos certas leis combinatórias mais gerais, entendermos que essas leis são frutos de determinada interação social, Considerando o texto e com base nos conceitos de variações linguísticas e níveis de linguagem, é CORRETO afirmar que:
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda às questões que a ele se referem.
Texto 04
A (nem sempre) sutil diferença entre ser autêntico e ser grosseiro
Muita gente usa a sinceridade ou autenticidade como desculpa para grosserias: “O que eu tenho pra falar, falo na cara!”; “Não douro pílula, não uso meias palavras, sou uma pessoa autêntica!”
Quantas vezes você já ouviu frases como essas? Na verdade, elas são, na maioria das vezes, desculpas para esconder a falta de tato de pessoas ríspidas. Pessoas assim escondem a própria rudeza em argumentos como autenticidade ou mesmo sinceridade.
Claro que não vamos pedir que as pessoas não sejam autênticas, que não sejam sinceras, que sorriam para todos e sejam hipócritas. Mas, no trato com as pessoas, é sempre possível encontrar expressões menos grosseiras, mais positivas e animadoras do que frases duras, secas e amargas. [...]
Disponível em: https://www.bemparana.com.br/trabalho-negocios. Acesso em: 18 abr. 2023. Adaptado.
Analise as afirmativas, tendo em vista os recursos usados na construção do texto.
I. No título, os parênteses foram usados para a inserção de uma ideia, os quais, se retirados, provocam alteração de sentido.
II. No primeiro parágrafo, verifica-se o uso de palavras e expressões da linguagem coloquial.
III. No primeiro parágrafo, verifica-se o uso de expressões que estão na linguagem conotativa.
IV. No primeiro parágrafo, as aspas foram usadas para marcar tanto a presença do discurso direto quanto da ironia.
V. No último parágrafo, verifica-se o uso do paralelismo sintático, ou seja, há complementos do verbo “pedir” que são utilizados conjuntamente.
Estão CORRETAS as afirmativas
Leia com atenção, o texto 05 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.
Texto 05
Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista o texto 05.
I. A pergunta do personagem no último quadro procede, pois, de acordo com a fala do primeiro quadro, os bichos são maltratados.
II. Na fala do personagem, no primeiro quadro, verifica-se marca de coloquialidade, já que houve o pagamento da preposição "a" em "igual um bicho".
IlI. A fala da personagem, no primeiro quadro, revela sua indignação pelo fato de alguém ter sido maltratado.
IV. Por melo da desinência -o da palavra "tratado", usada na primeira fala, identifica-se o gênero do ser que foi maltratado.
V. O texto permite concluir que a expressão "tratado Igual um bicho", que é usada popularmente, não procede, Já que os bichos não devem ser maltratados.
Estão CORRETAS es afirmativas
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda às questões que a ele se referem. Texto 04
A (nem sempre) sutil diferença entre autêntico e ser grosseiro
.........Multa gente usa a sinceridade ou autenticidade como desculpa para grosserias: "O que eu tenho pra falar, falo na cara"; "Não douro pllula, não uso meias palavras, sou uma pessoa autêntica!"
Quantas vezes você jé ouviu frases como essas? Na verdade, elas são, na maioria das vezes, desculpas para esconder a falta de tato de pessoas ríspidas. Pessoas assim escondem a própria rudeza em argumentos como autenticidade ou mesmo sinceridade.
Claro que não vamos pedir que as pessoas não sejam autênticas, que não sejam sinceras, que sorriam para todos e sejam hipócritas. Mas, no trato com as pessoas, é sempre possível encontrar expressões menos grosseiras, mais positivas e animadoras do que frases duras, secas e amargas. [ ... ]
Disponlvel em: hlfps://www.bamparena.eom.br/trabalho-negocios. Acesso am: 18 abr. 2023. Adaptado.
Analise as afirmativas, tendo em vista os recursos usados na construção do texto.
I. No titulo, os parêntese foram usados para a inserção de uma ideia, os quais, se retirados, provocam alteração de sentido.
II. No primeiro parágrafo, verifica-se o uso de palavras e expressões da linguagem coloquial.
III. No primeiro paragrafo, verifica-se o uso de expressões que esmo na linguagem conotativa.
IV. No primeiro parágrafo, as aspas foram usadas para marear tanto a presença do discurso direto quanto da ironia.
V. No último parágrafo, verifica-se o uso do paralelismo sintático, ou seja, há complementos do verbo "pedir" que são utilizados conjuntamente
Estio CORRETAS as afirmativas
TEXTO
Leitora voraz desde a infância, Renata Pacheco Ventura sempre soube que seria escritora. Nascida no Rio de Janeiro, em 1985, morou por quatro anos nos Estados Unidos, onde começou a cursar comunicação social na Universidade de Houston. Formando-se em jornalismo pela PUC-Rio, escreveu a dissertação 100% Off – O Manual do colonizado, onde analisou a colonização cultural do brasileiro, tema que volta a abordar em A arma escarlate.
Trabalhou por três anos fazendo pesquisa e roteiro para cinema-documentário antes de decidir se dedicar exclusivamente ao seu primeiro livro. Nesse meio tempo, implementou uma forma de interação com seus leitores, em que eles podem conversar virtualmente com alguns dos personagens do livro através de redes sociais; fazendo-lhes perguntas, batendo um papo descompromissado ou até mesmo tentando descobrir segredos da trama. Seu objetivo como escritora é contar histórias que divirtam e, ao mesmo tempo, façam o leitor refletir sobre si mesmo e sobre o mundo a sua volta. “Eu não poderia criar uma escola de bruxaria britânica no Rio de Janeiro. A não ser que ela houvesse sido construída e fosse dirigida, até os dias de hoje, por britânicos”.
Boa Leitura!
Olá, Renata Ventura, é um prazer tê-la conosco no projeto Divulga Escritor. Você é um verdadeiro fenômeno: são poucos os escritores que fazem sucesso tendo apenas um livro publicado. Antes de tudo, parabéns. Conte-nos: quando e como surgiu o seu gosto pela escrita?
Renata Ventura: Eu sempre quis escrever. Na verdade, sempre gostei de criar histórias; eu pensava em muitas cenas e personagens, que ficavam todos na minha cabeça, mas que eu queria colocar no papel! Nunca gostei de escrever redação para a escola. A ideia de escrever um texto com um tema préescolhido pela professora, com um número determinado de páginas, em poucos minutos, nunca me agradou. Eu queria escrever livros gigantes! Com histórias superelaboradas! Haha. Sempre adorei ler e sempre adorei ver filmes. Para mim, os dois são muito parecidos, porque o que mais importa, para mim, é a história a ser contada. O veículo em que ela chega, às vezes, não é importante. Como, no entanto, fazer cinema é mil vezes mais complicado, ainda mais no Brasil, eu preferi a literatura, onde a gente sempre pode colocar mais detalhes e mais reflexões do que em três horas de filme.
Que temas você aborda em seu livro A arma escarlate?
Renata Ventura: Nossa! São muitos. Desigualdade social, abandono, analfabetismo, violência, bullying, impulsividade, arrogância, corrupção policial e política, mitologia e história brasileira, drogas, amizade, proteção dos animais, cidadania... é muita coisa.
Em quem você se inspirou para criar Hugo?
Renata Ventura: Ele é muito um produto do meio. Eu fui descobrindo Hugo à medida que ele ia reagindo às ameaçadas que o cercavam, com sua impulsividade, seu egoísmo, sua arrogância, sua raiva. Eu fui vendo que, sem essas características, Hugo provavelmente não teria sobrevivido até os 13 anos de idade.
Por que você quis criar a Korkovado tão diferente de Hogwarts? Acha mesmo que uma escola de bruxaria no Brasil seria tão diferente assim de uma na Grã-Bretanha?
Renata Ventura: Sim, sim. Tão diferente quanto as nossas escolas são das escolas britânicas. Com certeza. Nossos bruxos até tentam copiar o modo britânico de ser, porque a gente gosta de tudo que vem de fora, mas o brasileiro (inclusive o bruxo brasileiro) faz tudo meio nas coxas, não se importa muito com a qualidade, acha que vai dar certo apenas com um jeitinho, uma gambiarra, e aí fica uma coisa meio... desorganizada, sem muito planejamento. Eu não poderia criar uma escola de bruxaria britânica no Rio de Janeiro. A não ser que ela houvesse sido construída e fosse dirigida, até os dias de hoje, por britânicos.
Renata, onde podemos comprar o seu livro?
Renata Ventura: Ele está à venda nas melhores livrarias, mas pode ser comprado também pelo site da Saraiva, da Submarino... (na Submarino, eles se esqueceram de mudar a foto da capa do livro, mas é a capa nova que estão vendendo!) Também é possível comprar comigo autografado! Eu envio o livro pelo correio sem problemas! É só me enviar um e-mail: [email protected], que eu passo as instruções.
De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?
Renata Ventura: Sempre pelas redes sociais (nossa salvação, hehe): Skoob, Facebook etc. E vou muito em eventos.
Eventos literários, eventos de RPG, de anime.... São sempre muito divertidos! Adoro conhecer todo mundo.
Quais seus próximos projetos literários? Ficamos sabendo que vem nova publicação, dá para nos adiantar sobre seu novo livro?
Renata Ventura: Sim, sim, é a continuação de A arma escarlate. Irá se chamar A comissão chapeleira e vai ser mais político do que o primeiro. O vilão principal da série aparece nesse e eu sou apaixonada por ele.
A série do Hugo Escarlate será composta de quantos livros?
Renata Ventura: Serão 5 livros, com um sexto a respeito do vilão principal.
Quais os principais objetivos do projeto Potter em Orfanatos? Como fazer para conhecer melhor o projeto e participar?
Renata Ventura: O principal objetivo é incentivar o gosto pela leitura nas crianças carentes em orfanatos e casas de acolhimento. Mostrar como a leitura pode ser algo muito divertido e pode levá-las a mundos extraordinários. Para participar, é só procurar pelo projeto Potter em Orfanatos no Facebook e encontrar o grupo de seu estado!
Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?
Renata Ventura: Os leitores brasileiros estão aceitando melhor autores nacionais. Ainda há preconceito, especialmente porque as livrarias e as próprias editoras preferem comprar livros estrangeiros traduzidos do que apostar em novos talentos brasileiros, mas o cenário está mudando! Cada vez surgem mais jovens autores nacionais que lançam livros de fantasia, terror, romance, policial, tudo! E aquela velha noção de que “livro brasileiro” é sinônimo de “Machado de Assis” está, aos poucos, caducando. Não que Machado de Assis seja ruim, muito pelo contrário! É ótimo! Mas precisamos ver que a literatura brasileira não parou no dia em que esses autores clássicos morreram! Mesmo que a maioria das escolas insistam em dizer que sim.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Renata Ventura, que mensagem você deixa para nossos leitores?
Renata Ventura: Leiam cada vez mais! E leiam de tudo!!!!
(Adaptado de: https://www.divulgaescritor.com/products/renataventura-entrevista/. Acesso em: 14/07/2023).
Em relação ao emprego da língua portuguesa no texto acima, é CORRETO afirmar:
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões:
ECO LÓGICO.
Se aos pássaros perguntares,
Quem poluí os nossos ares,
Onde os pulmões se consomem,
o eco, lógico, responde:
... o homern ... homem ... homem ...
E o húmus de nosso chão.
Que resta pro nosso pão
logo após uma queimada
o eco, lógico, responde: ...
quase nada .. ,quase nada ...
O que era o Saara?
A Amazônia o que será?
Um futuro multo Incerto?
O eco, lógico, responde:
... só deserto ... só deserto.
O que resta desmatando.
O que sobra devastando
ao homem depredador?
O eco, lógico, responde:
... só a dor ... a dor ... a dor
Que precisa a natureza
pra manter sua beleza
e amainar a sua dor?
O eco, lógico, responde:
... mais amor ... amor ... amor.
(Autor desconhecido)
Analise as afirmativas e marque a alternativa correta:
I- A palavra "lógico", anaforicamente usada no texto, ratifica que os discursos que ecoam são previsíveis.
lI- O poema apresenta marcas de coloquialidade como "pro","pra''.
lII- As reticências são usadas conotando cansaço, tristeza.
IV- A partícula "só", no sentido de "sozinho", no poema, é adjetivo.
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões:
IRACEMA VOOU (1998)
Chico Buarque
Iracema voou
Para América
Leva roupa de lã
E anda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá
Tem saído ao luar
Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico
Não dá mole pia polícia
Se pude, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita
Uns dias, afoita,
Me liga a cobrar.
- É Iracema da América.
Assinale a alternativa em que, no verso, há exemplo de gíria e coloquialidade:
Analise a imagem e o texto a seguir, utilizados em uma aula de língua portuguesa:
Percebe-se, neste (...) meme, uma composição textual produtiva para o estudo de variação linguística, pois, a depender da localização geográfica em que o falante se encontra, diferentes pronomes possessivos e pessoais são escolhidos para o ato de fala, com maior ou menor frequência. Por exemplo, é possível afirmar que em São Luís/MA e em Porto Alegre/RS a escolha do pronome pessoal em segunda pessoa do singular “tu”, seguido da conjugação verbal vais/queres/viste, é mais frequente que a escolha do pronome pessoal em terceira pessoa “você” (Carvalho; Silva, 2023).
Com base nesses textos, analise as assertivas a seguir, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) O trabalho com memes na sala de aula virtual de língua portuguesa autoafirma o papel do estudante de ensino médio como indivíduo participativo da construção de sua competência discursiva, uma vez que se insere no repertório de gêneros textuais consumidos virtualmente por uma parcela de estudantes dessa faixa etária.
( ) Pode-se afirmar que a utilização do meme acima para uma aula cujo objetivo seja abordar a variação linguística mobiliza a habilidade específica de linguagens que pressupõe “utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais” (Brasil, 2018).
( ) A atividade apresentada mobiliza o trabalho com as culturas juvenis, uma vez que apresenta um gênero textual presente no cotidiano dos estudantes do ensino médio técnico, por exemplo.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.
Texto 01
“Está na hora dele sair.” A respeito do registro escolhido pelo falante, não é correto afirmar que,
Leia o texto a seguir.
Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra no último “Quarto de Badulaques”. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” do verbo “varrer”. De fato, tratava-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário (...). O certo é “varrição”, e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim, porque nunca os ouvi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário (...). Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção”, quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.
Alves, Rubem. Quarto de badulaques. São Paulo. Ed. Parábola Editorial. 2003.
O texto da carta faz menção a duas variedades linguísticas, que são: