Questões de Concurso Sobre variação linguística em português

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Q2387693 Português
A linguagem que empregamos nos textos que produzimos pode ser do registro formal ou do registro informal, segundo o ambiente comunicativo.

A frase abaixo que se enquadra no registro informal, é:
Alternativas
Q2384339 Português
O maiúsculo e o minúsculo








Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs1305200117.htm. Acesso em 11 nov.2023. Adaptado.
“Ao mesmo tempo, deverá reconhecer a grande e rica diversidade do português falado aqui, vencendo, de vez, o mito da língua única e homogênea.” (linhas 11 e 12) O trecho entre aspas legitima o processo de variação linguística, o qual está corretamente tipificado e descrito como
Alternativas
Q2378822 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I para responder à questão.


TEXTO I

Minha cachorra não sabe o que fizemos com o planeta


Giovana Madalosso


Eu e a minha cachorra costumamos sair para o nosso passeio noturno. Eu sei de quais canteiros ela mais gosta, que plantas prefere cheirar, por qual portão do prédio prefere voltar. Ela também me conhece. Caramba! A gente sabe que possivelmente esquecerei o controle remoto, que teremos que voltar pra pegar, que nessa hora direi algum palavrão em voz alta e, em algum momento, darei uma olhada no celular.


Ontem foi uma dessas noites em que saímos juntas. Quente demais para o mês de junho, eu usando uma blusa fina quando deveria estar de casaco. O que me fez pensar na crise climática. Segundo a ONU, os próximos cinco anos serão os mais quentes já registrados, com 98% de chance de que as temperaturas globais atinjam níveis recordes – e não, isso não é só devido ao El Niño.


Enquanto penso nisso, minha cachorra cheira o mato que cresce entre os paralelepípedos ao nosso redor, retardando ao máximo a sua volta para o apartamento. Puxo suavemente a sua coleira. É hora de ir.


Caminhamos em direção ao portão pelo qual ela prefere passar. Apalpo os meus diversos bolsos em busca do controle remoto. Trocamos um olhar, quem sabe até um sorriso maroto, o meu em forma de dentes, o dela em forma de rabo que abana, marcando uma possível consciência mútua do quanto sou atrapalhada, do quanto sempre demoramos para sair e para entrar.


De repente, me ocorre que ela sabe muito mais do que imagino. Talvez até perceba que o planeta está mudando, que há algo de estranho no ar mais quente e poluído.


Finalmente encontro o controle e entramos pelo portão, costuradas pelos nossos passos e pela certeza de que, conscientes ou não das mudanças ambientais, seguiremos juntas, seguiremos todos juntos, dividindo o mesmo presente, o mesmo futuro e o mesmo espaço – este planeta chamado Terra, para o qual ainda não descobriram um substituto.


FOLHA DE S.PAULO, 25 jun. 2023 (adaptado). 

INSTRUÇÃO: Leia, a seguir, um trecho do texto I e o texto III para responder à questão 10.


“Caramba! A gente sabe que possivelmente esquecerei o controle remoto, que teremos que voltar pra pegar...”

TEXTO III


Imagem associada para resolução da questão


      Disponível em: https://arquivosturmadamonica.blogspot.                 com/2020/02/hq-chico-bento-e-o-velho-cao.html.                                                              Acesso em: 4 set. 2023.



Sobre a variação linguística, analise as afirmativas a seguir.


I.   No texto III, predomina a linguagem regional na fala do personagem.
II.  No texto I, a palavra “pra” caracteriza o uso mais formal da linguagem.
III. No texto I, os termos “Caramba” e “a gente” exemplificam o registro informal.


Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) 
Alternativas
Q2377032 Português

INSTRUÇÃO: Analise a tirinha para responder à questão.






                         BECK, Alexandre. Armandinho. Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com. Acesso em: 25 set. 2023.




A falha de comunicação estabelecida entre os personagens da tira se deve a um aspecto linguístico de
Alternativas
Q2373517 Português
TEXTO 1

Mais uma distorção: comunicar é o que importa

Marcos Bagno


        Existe na nossa cultura escolar, no que diz respeito ao ensino de língua, uma ideia muito entranhada e que precisa ser veementemente exposta e combatida. É a noção de que “o que importa é comunicar”, de que “se a mensagem foi transmitida, tudo bem”, e coisas assim. É fundamental deixar bem claro aqui que não, não e não — essa é uma visão muito pobre e mesquinha do que é a língua e dos mecanismos sociais que a envolvem. Repetir essa ideia é algo extremamente prejudicial para uma boa educação linguística.

             Essa ideia é uma deturpação violenta de teorias linguísticas sofisticadas que, lidas pela metade ou só na superfície (quando são lidas), se transformam em conceitos tomados como “verdades científicas” pelos que não se empenham em estudar mais a fundo. E, para piorar, serve de acusação contra os linguistas por parte de pessoas que pretendem, com isso, desqualificar o trabalho dos pesquisadores e tentar preservar a ferro e fogo uma concepção de “língua culta” obtusa, obscura e irreal.

            Essas pessoas alegam que, para os linguistas, “vale tudo”, que “o importante é comunicar”, que “não é preciso corrigir os alunos”, entre outras acusações injustas que não correspondem a nada que linguistas sérios já escreveram ou disseram em público. Para se opor, então, ao que os linguistas jamais disseram, os defensores de uma concepção de língua (e de sociedade) arcaica e pré-científica apregoam o “ensino da gramática” e a inculcação de uma escorregadia “norma culta”.

              A língua é muito mais do que um simples instrumento de comunicação. Ela é palco de conflitos sociais, de disputas políticas, de propaganda ideológica, de manipulação de consciências, entre muitas outras coisas. A manipulação social da língua nos leva a votar nessa ou naquela pessoa, a comprar tal ou qual produto, a admitir que determinado evento ocorreu de determinada maneira e não de outra, a aderir a uma ideia, a acreditar nessa ou naquela religião, e por aí vai, e vai longe...

             No mercado financeiro, por exemplo, tudo se faz por meio das palavras. Os títulos negociados na Bolsa de Valores não têm existência concreta, são mera abstração, dependem exclusivamente do que se diz ou do que se deixa de dizer: basta lançar um boato sobre uma empresa dizendo que ela está para falir, e o valor das ações despenca. O que alguns chamam de “invasão” (de terras, por exemplo) outros chamam de “ocupação” (de áreas improdutivas). Onde alguns falam de “terrorismo” outros preferem falar de “revolução”. Para os fiéis de uma determinada religião, certos atos são “pecados”, enquanto para os de outra são perfeitamente justificados e bem-vindos. O que o governo americano chamou de “Guerra do Iraque” muitos analistas classificam simplesmente de “invasão”, já que os iraquianos não fizeram nada contra os Estados Unidos.

          A língua é a nossa faculdade mais poderosa, é o nosso principal modo de apreensão da realidade e de intervenção nessa mesma realidade. Vivemos mergulhados na linguagem, não conseguimos nos imaginar fora dela — estamos mais imersos na língua do que os peixes na água.

              Além disso, a língua é um fator importantíssimo na construção da identidade de cada indivíduo e de cada coletividade. Ela tem um valor simbólico inegável, é moeda de troca, é arame farpado capaz de incluir alguns e excluir muitos outros. É pretexto para exploração, espoliação, discriminação e até mesmo massacres e genocídios, como já vem expresso num conhecido episódio bíblico.

        Numa guerra entre duas tribos de Israel, os galaaditas e os efraimitas, os primeiros se apoderaram dos vaus do Jordão, trechos rasos que podiam ser atravessados a pé. Quando alguém atravessava o rio, os galaaditas mandavam que pronunciasse a palavra shibboleth (“espiga”): na variedade linguística dos efraimitas, a palavra era pronunciada sibboleth, sem o “chiado” inicial. Quando ouviam essa pronúncia, os galaaditas “então os matavam nos vaus do Jordão. Caíram naquele tempo quarenta e dois mil homens de Efraim” (Juízes 12,4-6). Por isso o termo shibboleth é usado para designar qualquer elemento social empregado para discriminar ou mesmo exterminar uma pessoa ou grupo de pessoas.

              Portanto, não se pode admitir essa falácia de que “o importante é comunicar”. Abrir a boca para falar é se expor, inevitavelmente, aos julgamentos sociais, positivos e negativos, que configuram nossa cultura. Falar é comunicar, sim, mas não “transmitir uma mensagem” como ingenuamente se pensa: é comunicar quem somos, de onde viemos, a que comunidade pertencemos, o quanto estamos (ou não) inseridos nos modos de ver, pensar e agir do nosso interlocutor.

             Assim, numa sociedade como a brasileira, tradicionalmente excludente e discriminadora, é fundamental que a escola possibilite a seus aprendizes o acesso ao espectro mais amplo possível de modos de expressão, a começar pelo domínio da escrita e da leitura, direito inalienável de qualquer pessoa que viva num país republicano e democrático. A leitura e a escrita, o letramento, enfim, abre as portas de incontáveis mundos discursivos, aos quais os aprendizes só vão ter acesso por meio da escolarização institucionalizada.


(BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2011)




TEXTO 2


Os certinhos e os seres do abismo

Luís Fernando Veríssimo


           Era assim no meu tempo de frequentador de aulas ("estudante" seria um exagero), mas não deve ter mudado muito. A não ser quando a professora ou o professor designasse o lugar de cada um segundo alguma ordem, como a alfabética – e nesse caso eu era condenado pelo sobrenome a sentar no fundo da sala, junto com os Us, os Zs e os outros Vs –, os alunos se distribuíam pelas carteiras de acordo com uma geografia social espontânea, nem sempre bem definida, mas reincidente.

            Na frente sentava a Turma do Apagador, assim chamada porque era a eles que a professora recorria para ajudar a limpar o quadro-negro e os próprios apagadores. Nunca entendi bem por que se sujar com pó de giz era considerado um privilégio, mas a Turma do Apagador era uma elite, vista pelo resto da aula como favoritos do poder e invejada e destratada com a mesma intensidade. Quando passavam para os graus superiores, os apagadores podiam perder sua função e deixar de ser os queridinhos da tia, mas mantinham seus lugares e sua pose, esperando o dia da reabilitação, como todas as aristocracias tornadas irrelevantes.

          Não se deve confundir a Turma do Apagador com os Certinhos e os Bundas de Aço. Os certinhos ocupavam as primeiras fileiras para não se misturarem com a Massa que sentava atrás, os bundas de aço para estarem mais perto do quadro-negro e não perderem nada. Todos os apagadores eram certinhos, mas nem todos os certinhos eram apagadores, e os bundas de aço não eram necessariamente certinhos. Muitos bundas de aço, por exemplo, eram excêntricos, introvertidos, ansiosos – enfim, esquisitos. Já os certinhos autênticos se definiam pelo que não eram. Não eram nem puxa-sacos como os apagadores, nem estranhos como os bundas de aço, nem medíocres como a Massa, nem bagunceiros como os Seres do Abismo, que sentavam no fundo, e sua principal característica eram os livros encapados com perfeição.

             Atrás dos apagadores, dos certinhos e dos bundas de aço ficava a Massa, dividida em núcleos, como o Núcleo do Nem Aí, formado por três ou quatro meninas que ignoravam as aulas, davam mais atenção aos próprios cabelos e, já que tinham esse interesse em comum, sentavam juntas; o Clube de Debates, algumas celebridades (a garota mais bonita da aula, o cara que desenhava quadrinho de sacanagem) e seus respectivos círculos de admiradores, e nós do Centrão Desconsolado, que só tínhamos em comum a vontade de estar em outro lugar.

            E no fundo sentavam os Seres do Abismo, cuja única comunicação com a frente da sala eram os ocasionais mísseis que disparavam lá de trás e incluíam desde o gordo que arrotava em vários tons até uma proto-dark, provavelmente a primeira da história, com tatuagem na coxa.

              Mas isso, claro, foi na Idade Média.


Disponível em:<http://veja.abril.com.br/especiais/jovens> . Acesso em: 10 abr. 2023.






TEXTO 3






Disponível em : <www.espacoeducar.net>. Acesso em: 10 jun. 2023. 
Sobre a relação entre gênero discursivo e variação linguística, é correto afirmar
Alternativas
Q2372597 Português
No texto “A”, observa-se a utilização de formas linguísticas não contempladas pela gramática tradicional, as quais poderiam ser vistas como “erros”, dentro dos parâmetros estabelecidos pela gramática normativa. Levando-se em consideração o pressuposto de que “São os usos que fundam a língua e não o contrário, [...] falar ou escrever bem não é ser capaz de adequar-se às regras da língua, mas é usar adequadamente a língua para produzir um efeito de sentido pretendido numa dada situação” (MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para escrita: atividades de retextualização. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001, p.9.), pode-se afirmar que 
Alternativas
Q2372422 Português
Texto para a questão:


Qualidade de vida é destaque da maior feira de tecnologia do mundo


Valéria França


Anteriormente, a Consumer Eletronic Show (CES) era conhecida pela grande quantidade de produtos direcionados ao consumidor, com lançamentos de aparelhos celulares, televisores e carros. No ano passado, a apresentação de robôs domésticos e corporativos transformaram-se em vitrines do evento. Havia um modelo, por exemplo, que ajudava a recolher flores e outro a limpar a neve do solo. Além de funcionais, eram bem bonitinhos. Mas ao longo dos anos, a feira ampliou gradativamente o enfoque e passou a olhar também para a saúde digital. Assim, “segurança humana” será o tema da edição de 2024, que promete inovações para ajudar a resolver os maiores desafios mundiais, como acesso aos cuidados da saúde e despoluição do meio ambiente.


Com 3.200 empresas participantes, a feira acontece de 9 a 12 de janeiro, em Las Vegas, e como tem o privilégio de abrir o calendário de eventos do setor, costuma ditar tendências para o mercado. Steve Koening, vice-presidente da Associação de Tecnologia do Consumidor (CTA), grupo que organiza a CES, fala sobre o objetivo de apresentar “tecnologia com propósito” de tornar a vida melhor.


2 jan 2024, 14h27
Disponível em: https://veja.abril.com.br/tecnologia/qualidade-de-vida-e-destaque-da-maior-feira-de-
tecnologia-do-mundo/. Acesso em: 3 jan. 2024.
O registro linguístico usado no texto de Valéria França, publicado na Revista Veja,
Alternativas
Q2370346 Português
Cada frase abaixo foi escrita na forma negativa; assinale a opção que mostra a forma de reescrevê-la de modo a se tornar positiva de forma adequada. 
Alternativas
Q2369182 Português
A criada


      Seu nome era Eremita. Tinha dezenove anos. Rosto confiante, algumas espinhas. Onde estava a sua beleza? Havia beleza nesse corpo que não era feio nem bonito, nesse rosto onde uma doçura ansiosa de doçuras maiores era o sinal da vida.

        Beleza, não sei. Possivelmente não havia, se bem que os traços indecisos atraíssem como água atrai. Havia, sim, substância viva, unhas, carnes, dentes, mistura de resistências e fraquezas, constituindo vaga presença que se concretizava, porém imediatamente numa cabeça interrogativa e já prestimosa, mal se pronunciava um nome: Eremita. Os olhos castanhos eram intraduzíveis, sem correspondência com o conjunto do rosto. Tão independentes como se fossem plantados na carne de um braço, e de lá nos olhassem – abertos, úmidos. Ela toda era de uma doçura próxima a lágrimas.

      Às vezes respondia com má-criação de criada mesmo. Desde pequena fora assim, explicou. Sem que isso viesse de seu caráter. Pois não havia no seu espírito nenhum endurecimento, nenhuma lei perceptível. “Eu tive medo”, dizia com naturalidade. “Me deu uma fome”, dizia, e era sempre incontestável o que dizia, não se sabe por quê. “Ele me respeita muito”, dizia do noivo e, apesar da expressão emprestada e convencional, a pessoa que ouvia entrava num mundo delicado de bichos e aves, onde todos se respeitam. “Eu tenho vergonha”, dizia, e sorria enredada nas próprias sombras. Se a fome era de pão – que ela comia depressa como se pudessem tirá-lo – o medo era de trovoadas, a vergonha era de falar. Ela era gentil, honesta. “Deus me livre, não é?”, dizia ausente.

       Porque tinha suas ausências. O rosto se perdia numa tristeza impessoal e sem rugas. Uma tristeza mais antiga que o seu espírito. Os olhos paravam vazios; diria mesmo um pouco ásperos. A pessoa que estivesse a seu lado sofria e nada podia fazer. Só esperar.

        Pois ela estava entregue a alguma coisa, a misteriosa infante. Ninguém ousaria tocá-la nesse momento. Esperava-se um pouco grave, de coração apertado, velando-a. Nada se poderia fazer por ela senão desejar que o perigo passasse. Até que num movimento sem pressa, quase um suspiro, ela acordava como um cabrito recém-nascido se ergue sobre as pernas. Voltara de seu repouso na tristeza.

            Voltava, não se pode dizer mais rica, porém mais garantida depois de ter bebido em não se sabe que fonte. O que se sabe é que a fonte devia ser antiga e pura. Sim, havia profundeza nela. Mas ninguém encontraria nada se descesse nas suas profundezas – senão a própria profundeza, como na escuridão se acha a escuridão. É possível que, se alguém prosseguisse mais, encontrasse, depois de andar léguas nas trevas, um indício de caminho, guiado talvez por um bater de asas, por algum rastro de bicho. E – de repente – a floresta.

         Ah, então devia ser esse o seu mistério: ela descobrira um atalho para a floresta. Decerto nas suas ausências era para lá que ia. Regressando com os olhos cheios de brandura e ignorância, olhos completos. Ignorância tão vasta que nela caberia e se perderia toda a sabedoria do mundo.

         Assim era Eremita. Que se subisse à tona com tudo o que encontrara na floresta seria queimada em fogueira. Mas o que vira – em que raízes mordera, com que espinhos sangrara, em que águas banhara os pés, que escuridão de ouro fora a luz que a envolvera – tudo isso ela não contava porque ignorava: fora percebido num só olhar, rápido demais para não ser senão um mistério.

        Assim, quando emergia, era uma criada. A quem chamavam constantemente da escuridão de seu atalho para funções menores, para lavar roupa, enxugar o chão, servir a uns e outros.

          Mas serviria mesmo? Pois se alguém prestasse atenção veria que ela lavava roupa – ao sol; que enxugava o chão – molhado pela chuva; que estendia lençóis – ao vento. Ela se arranjava para servir muito mais remotamente, e a outros deuses. Sempre com a inteireza de espírito que trouxera da floresta. Sem um pensamento: apenas corpo se movimentando calmo, rosto pleno de uma suave esperança que ninguém dá e ninguém tira.

          A única marca do perigo por que passara era o seu modo fugitivo de comer pão. No resto era serena. Mesmo quando tirava o dinheiro que a patroa esquecera sobre a mesa, mesmo quando levava para o noivo em embrulho discreto alguns gêneros da despensa. A roubar de leve ela também aprendera nas suas florestas.


(LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, pág. 117-119.)
De acordo com as ideias evidenciadas na crônica de Clarice Lispector, “Eremita era uma empregada de dezenove anos, descrita com traços indecisos, nem feia nem bonita, com unhas, carnes, dentes, e um rosto confiante, onde uma doçura ansiosa de doçuras maiores era o sinal da vida”. Dessa forma, sobre a criada, é possível inferir que: 
Alternativas
Q2364038 Português

Figura 42A1-II 



Internet: <www.instagram.com/mineducacao/>.  

Assinale a opção correta em relação ao uso da linguagem coloquial no texto da figura 42A1-II.
Alternativas
Q2359885 Português

Analise a imagem e o texto a seguir, utilizados em uma aula de língua portuguesa:



Imagem associada para resolução da questão



Percebe-se, neste (...) meme, uma composição textual produtiva para o estudo de variação linguística, pois, a depender da localização geográfica em que o falante se encontra, diferentes pronomes possessivos e pessoais são escolhidos para o ato de fala, com maior ou menor frequência. Por exemplo, é possível afirmar que em São Luís/MA e em Porto Alegre/RS a escolha do pronome pessoal em segunda pessoa do singular “tu”, seguido da conjugação verbal vais/queres/viste, é mais frequente que a escolha do pronome pessoal em terceira pessoa “você” (Carvalho; Silva, 2023).



Com base nesses textos, analise as assertivas a seguir, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.



( ) O trabalho com memes na sala de aula virtual de língua portuguesa autoafirma o papel do estudante de ensino médio como indivíduo participativo da construção de sua competência discursiva, uma vez que se insere no repertório de gêneros textuais consumidos virtualmente por uma parcela de estudantes dessa faixa etária.


( ) Pode-se afirmar que a utilização do meme acima para uma aula cujo objetivo seja abordar a variação linguística mobiliza a habilidade específica de linguagens que pressupõe “utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais” (Brasil, 2018).


( ) A atividade apresentada mobiliza o trabalho com as culturas juvenis, uma vez que apresenta um gênero textual presente no cotidiano dos estudantes do ensino médio técnico, por exemplo.



A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


Alternativas
Q2359482 Português
Quanto aos tipos de variações linguísticas, marque a alternativa da sequência que enumera o trecho à sua respectiva classificação, respectivamente. 

I – Sacolé, Dindim, Geladinho; II – Vossemecê, vosmecê, vossa mercê, você; III – Não peixe com meu peixe, ô playboy; IV – Muito obrigada, Luísa!

( ) Variação diatópica ( ) variação histórica ( ) variação diastrática ( ) variação diafásica
Alternativas
Q2359481 Português
Sobre os tipos de variações linguísticas, marque a alternativa incorreta.  
Alternativas
Q2356713 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere. 



Texto 01 




Sobre o trecho “Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!” (Linhas 23-24) infere-se que: 
Alternativas
Q2355739 Português
Dois amigos e um chato

Stanislaw Ponte Preta


Os dois estavam tomando um cafezinho no boteco da esquina, antes de partirem para as suas respectivas repartições. Um tinha um nome fácil: era o Zé. O outro tinha um nome desses de dar cãibra na língua: era o Flaudemíglio. Acabado o café, o Zé perguntou:

— Vais pra cidade?

— Vou — respondeu Flaudemíglio, acrescentando:

— Mas vou pegar o 434, que vai pela Lapa. Eu tenho que entregar uma urinazinha de minha mulher no laboratório da Associação, que é ali na Mem de Sá.

Zé acendeu um cigarro e olhou para a fila do 474, que ia direto pro centro e, por isso, era a fila mais piruada. Tinha gente às pampas.

— Vens comigo? — quis saber Flaudemíglio.

— Não — disse o Zé: — Eu estou atrasado e vou pegar um direto ao centro.

— Então tá— concordou Flaudemíglio, olhando para a outra esquina e, vendo que já vinha o que passava pela Lapa:

—Chi! Lá vem o meu… — e correu para o ponto de parada, fazendo sinal para o ônibus parar.

Foi aí que, segurando o guarda-chuva, um embrulho e mais o vidrinho da urinazinha (como ele carinhosamente chamava o material recolhido pela mulher na véspera para o exame de laboratório…), foi aí que o Flaudemíglio se atrapalhou e deixou cair algo no chão.

O motorista, com aquela delicadeza peculiar à classe, já ia botando o carro em movimento, não dando tempo ao passageiro para apanhar o que caíra. Flaudemíglio só teve tempo de berrar para o amigo: — Zé, caiu minha carteira de identidade. Apanha e me entrega logo mais.

O 434 seguiu e Zé atravessou a rua, para apanhar a carteira do outro. Já estava chegando perto quando um cidadão magrelo e antipático e, ainda por cima, com sorriso de Juraci Magalhães, apanhou a carteira de Flaudemíglio.

— Por favor, cavalheiro, esta carteira é de um amigo meu — disse o Zé estendendo a mão.

Mas o que tinha sorriso de Juraci não entregou. Examinou a carteira e depois perguntou:

— Como é o nome do seu amigo?

— Flaudemíglio — respondeu o Zé.

— Flaudemíglio de quê? — insistiu o chato.

Mas o Zé deu-lhe um safanão e tomou-lhe a carteira, dizendo: — Ora, quem acerta Flaudemíglio não precisa acertar mais nada!

Disponível em: www.contobrasileiro.com.br. Acesso em: 3 set. 2023 (adaptado).
Tendo em vista a linguagem empregada no texto, analise as afirmativas a seguir.

I. O texto apresenta, concomitantemente, registros de linguagem formal e informal.
II. Não se verificam marcas de oralidade na narrativa.
III. Há ironia em pelo menos uma passagem do texto.
IV. Um dos personagens reporta-se ao seu interlocutor, na segunda pessoa, como “tu”.

Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q2354316 Português

Observe o fragmento abaixo de uma carta pessoal: 


“Rosa: esta é a última carta que te escrevo. Brevemente embarcarei num navio que me levará a um país distante de onde não sei se voltarei. Antes de separar-nos, escrevo-te esta carta como despedida.” 


O nível de linguagem utilizado nesta carta pode ser classificado como 

Alternativas
Q2353167 Português
Analise o trecho a seguir e escolha a alternativa que melhor caracteriza as escolhas linguísticas e estilísticas utilizadas.

"Na penumbra da noite, os silêncios se entrelaçavam como fios de uma trama intricada, sussurrando segredos que se perdiam nos recantos sombrios da consciência. A lua, testemunha silente, lançava seus raios pálidos sobre os contornos obscuros da realidade."

Com base nesse contexto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2352406 Português
Texto 1

Docentes e a síndrome de Burnout 


        Burnout é um fenômeno complexo e multifatorial resultante da interação entre aspectos individuais e o ambiente de trabalho. Observa-se que esse fenômeno que assola o professor pode advir de fatores também de natureza político, econômica e social, ou até mesmo de natureza estritamente escolar e/ou pessoal. No sistema público de educação, o esgotamento físico e psíquico do professor torna-se mais evidente. Grandes jornadas de trabalho, diferentes escolas para lecionar, falta de infraestrutura e salário baixo, soma-se ainda ao problema com alunos, que de maneira geral, não estão dispostos a aprender e aos pais que estão dispostos a cobrar da escola e professores educação para os filhos. Diante de tal quadro, a cobrança e o desempenho ficam claramente comprometidos, uma vez que o professor acaba cobrando de si próprio o que já não consegue exercer de maneira satisfatória. 
        Ansiedade, irritação, dores difusas e uma grande frustração, estão sempre presentes, pois a dificuldade de lidar com a situação são enormes, na grande maioria das vezes o profissional não está preparado, pois não tem sequer conhecimento da síndrome. Com o passar do tempo, as crises tendem a ser mais proeminentes, e a perspectiva de melhora fica longe do alcance. Isso faz com que grande parte destes profissionais procurem ajuda, às vezes tardia, quando a síndrome está instalada há muito tempo, e causando sintomas físicos e psíquicos seríssimos, levando a afastamento e aposentadoria precoce.


PEREIRA, Liliane G. Figueiredo; GAIARDO, Viviane Almeida. Docentes e a síndrome de burnout. Revista Científica Semana Acadêmica, v. 1, n. 85, 2016. Disponível em: https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/doce ntes_e_a_sindrome_de_burnout_pdf.pdf. Acesso em: 29 de nov. 2023. (adaptado)
Com base no texto “Docentes e a síndrome de Burnout”, analise as afirmativas a seguir:

I. É correto afirmar que o desencadeamento do Burnout em um docente está diretamente ligado a circunstâncias que estão dentro e fora do controle desse profissional. 
II. É correto afirmar que as dificuldades de lidar com a síndrome de Burnout advém da dificuldade de identificar os motivos que levaram o docente a esse estado. 
III. É correto afirmar que melhorias escolares nos âmbitos político, econômico e social poderiam impedir ou atenuar a possibilidade de desenvolvimento do Burnout em docentes.

Marque a alternativa correta: 
Alternativas
Q2351570 Português
Assinale a alternativa que faz uso de uma palavra própria da linguagem coloquial.
Alternativas
Q2351022 Português




FONTE: https://minhalinguaeeu.blogspot.com/2010/03/lingua-eidioma.html.

No primeiro quadrinho, ocorre uma redução do verbo “estou” para a forma “tô”. Trata-se de um fenômeno bastante comum na língua oral. Nesse caso, o autor da tirinha grafou a forma “tô” com acento circunflexo. Uma explicação linguística plausível (possível, aceitável, ainda que não seja a única nem a predominante) seria a de que:
Alternativas
Respostas
201: E
202: B
203: C
204: C
205: A
206: A
207: A
208: E
209: C
210: B
211: A
212: B
213: D
214: B
215: A
216: B
217: D
218: D
219: A
220: A