Questões de Concurso
Comentadas sobre teorias e práticas para o ensino de história em pedagogia
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Tendo como marco temporal a segunda metade do século passado, podemos perceber o papel que a televisão desempenhou frente à sociedade brasileira “na reprodução de representações que perpetuam diversos matizes de desigualdade e discriminação.” (Hamburguer, Esther. Diluindo fronteiras: a televisão e as novelas no cotidiano. In: Novais, Fernando. A.; Schwarcz, Lilia Moritz. Organizadora. História da Vida Privada no Brasil Volume 4. SP. Companhia da Letras. 1998. p. 441).
Considerando que este meio de comunicação, como outros presentes no século XXI, podem se tornar recursos didáticos – pedagógicos no fazer historiográfico do professor de História, analise as proposições a seguir.
I- A super-representação de brancos em relação a negros e mulatos consiste em um exemplo forte da maneira como os mais diversos programas televisivos contribuíram para a reprodução da discriminação racial principalmente no século passado.
II- As novelas difundem, por todo o país, o que os emissores imaginam como o universo glamouroso das classes médias urbanas, com suas inquietações subjetivas, sua ânsia de modernização, sua identidade construída em torno de uma atualidade sempre renovada e exibida por meio de consumo dos últimos lançamentos eletrônicos, de decoração e vestuário.
III- A partir de 1964, com o advento do regime militar, a televisão sofre em sua capacidade de expansão. Os militares não investiram nas telecomunicações e não houve ampliação no sistema televisivo por falta de investimento na infraestrutura. Era uma forma de combater a liberdade de imprensa durante a primeira década do regime militar.
IV- As relações entre o Estado e as emissoras de televisão se modificam na década de 90, quando investimentos públicos se retraem, a censura é suspensa, o mercado de televisão se segmenta com a introdução da TV a cabo e o acirramento da competição entre as redes de TV aberta leva as emissoras a uma postura crescentemente independente de governos e partidos políticos.
É CORRETO o que se afirma em:
Considerando o decorrer do século XX, houve uma renovação da produção historiográfica que impulsionou a pesquisa e influenciou o ensino de História, avalie as proposições a seguir.
I- A Escola dos Annales, inaugurada por Marc Bloc e Lucien Febvre, centrou-se na produção da história-problema para fornecer respostas às demandas surgidas no tempo presente. Esse grupo de historiadores insurgiu-se contra a história política, centrada em ações individuais e no poder bélico como motor da história.
II- Os movimentos sociais, tais como os feministas, os ambientalistas, os étnicos e os religiosos, seus confrontos e lutas por direitos trabalhistas, situaram a História Social no centro das problemáticas das pesquisas históricas.
III- No decorrer dos anos 80 do século passado, muitos historiadores aproximaram-se dos sujeitos e objetos de investigação da Sociologia. O encontro da História com a Sociologia foi significativo para a compreensão da própria noção de História. Era o advento da Nova História.
É CORRETO o que se afirma em:
Ao elaborar um plano de aula de História para as séries finais do ensino fundamental, o professor parte do princípio que “não há intencionalidade na ação estudada, nem na ação do historiador.” (Horn, Geraldo Balduíno, Germinari, Geyso Dongley. O ensino de História e seu currículo: teoria e método. 3ª Edição. Petrópolis. Vozes, 2010. p. 99).
Tendo como premissa este pressuposto, podemos afirmar que o professor vê o conhecimento histórico como:
“Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo.”
(BNCC – http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental/historia.)
É uma das competências específicas de História para o ensino fundamental que o estudante deve desenvolver ao mobilizar as habilidades que se relacionam aos conteúdos e objetos de conhecimento propostos pela:
A diversidade étnico-cultural nos mostra que os sujeitos sociais, sendo históricos, são, também, culturais. Essa constatação indica que é necessário repensar a nossa escola e os processos de formação docente, rompendo com as práticas seletivas, fragmentadas, corporativistas, sexistas e racistas ainda existentes.
(GOMES e SILVA, 2006, p. 25.)
A formação continuada deveria ser uma premissa em qualquer profissão. Mas quando se trata do caso específico de um professor, que se prepara do ponto de vista teórico e pedagógico para o ingresso no mundo educacional, essa questão é premente. Em relação às questões ligadas à diversidade étnico-cultural, em se tratando especificamente do professor da área de história:
A linha, cada vez mais tênue que separa o espaço virtual e o espaço físico, estimula que compreendamos a necessidade de um espaço híbrido para o ensino-aprendizagem. O blended learning (tipo de aprendizagem que combina o ensino remoto e presencial com o objetivo de reunir o melhor de ambos os métodos para chegar a uma aprendizagem mais eficiente) aponta uma mescla entre o ensino presencial e o online e está presente em muitas escolas e universidades pelo país.
(Moran, 2018.)
A defesa de um ambiente híbrido tanto no que diz respeito à história quanto às demais disciplinas visa mesclar modos de aprendizagens indutivos e dedutivos, como também atividades síncronas e assíncronas, ou seja:
Texto I
Na teoria, os meios educacionais almejam a aprendizagem significativa, mas na prática: “[...] a aprendizagem que muitas vezes ainda ocorre na escola é outra: a aprendizagem mecânica, aquela praticamente sem significado, puramente memorística, que serve para as provas e é esquecida, apagada, logo após”.
(Moreira, 2012, p. 12.)
Texto II
Para quando a aprendizagem é arbitrária ela se resume a uma memorização, o que ele chama de aprendizagem mecânica, na qual o aluno tende rapidamente a esquecer, pois não relacionou o que aprendeu com o que já sabia, daí a arbitrariedade, e, também, por não ter aprendido o conceito em sua substância, só sabe reproduzi-lo da forma que memorizou.
(NODA, M., 2005.)
Para que se consiga fugir dos protótipos de aprendizagens e avaliações mencionadas nos textos anteriores, é necessário que:
[...] Houve um tempo em que o ensino da história nas escolas não era mais do que uma forma de educação cívica. Seu principal objetivo era confirmar a nação no estado em que se encontrava no momento, legitimar sua ordem social e política – e ao mesmo tempo seus dirigentes – e inculcar nos membros da nação – vistos, então, mais como súditos do que como cidadãos participantes – o orgulho de a ela pertencerem, respeito por ela e dedicação para servi-la.
(LAVILLE, 1999, p. 26.)
Ao considerar que o ensino de história, atualmente, não está mais especificamente a serviço da manutenção do status quo das elites e da afirmação do Estado, é preciso partir do pressuposto de que a disciplina sofreu mudanças ao longo do tempo. Essas mudanças:
1. A História é uma ciência que busca compreender o passado humano em todas as suas dimensões, utilizando-se de métodos próprios para analisar as fontes e construir narrativas que expliquem os processos históricos.
2. O conceito de temporalidade é fundamental na História, pois permite a compreensão de como os eventos se relacionam e se influenciam ao longo do tempo.
3. A História não se restringe à simples coleta de fatos; ela interpreta, contextualiza e oferece explicações sobre como e por que os eventos ocorreram.
4. A interdisciplinaridade é uma característica importante na História, que frequentemente dialoga com áreas como a Geografia, a Sociologia, a Antropologia e a Economia.
5. Segundo Fernand Braudel, a História deve ser analisada em diferentes temporalidades, como a curta, a média e a longa duração, para se compreender a totalidade dos fenômenos históricos.
Alternativas:
Fonte: ROCHA, Helenice; MAGALHÃES, Marcelo; GONTIJO, Rebeca. O ensino de história em questão: cultura histórica, usos do passado. Rio de Janeiro: FGV, 2015, p. 97(adaptado).
Sobre a perceptiva do ensino e história, o debate sobre a inserção das novas linguagens correspondeu a um contexto em que:
ZAMBONI, Ernesta; FONSECA, Selva Guimarães. Contribuições da literatura infantil para a aprendizagem de noções do tempo histórico: leituras e indagações. Cad. Cedes, Campinas, vol. 30, n. 82, p. 339‑353, set./dez. 2010. Disponível em: http://www.scielo. br/pdf/ccedes/v30n82/05.pdf. p. 341. Acesso em: 18 jun. 2024.
Sobre a relação entre a Literatura e o ensino de História, assinale a alternativa correta.
FERNANDES, José Ricardo Oriá. Ensino de História e diversidade cultural: desafios e possibilidades. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67, p. 378‑388, set./dez. 2005. Disponível em: http://www.scielo. br/pdf/ccedes/v25n67/a09v2567.pdf. p. 381. Acesso em: 18 jun. 2024.
Nesse contexto, inicia-se a necessidade da valorização da diversidade étnico‑cultural no sistema educacional brasileiro, inserindo temáticas e conteúdos programáticos sobre a História da África, da cultura africana, afro-brasileira e indígena nos currículos.
Sobre o ensino de História e cultura africana e afro‑brasileira na Educação Básica, assinale a alternativa correta.
DUARTE, Rosália. Cinema & educação. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 69.
O Cinema desempenha um papel importante na formação cultural das pessoas e é largamente utilizado nos processos educativos escolares.
Sobre o uso do Cinema nas salas de aula, assinale a alternativa correta.
I. O processo de ensino‑aprendizagem no ensino de História na EJA é entendido como uma construção que pressupõe uma função atuante e dinâmica do estudante.
II. Nessa modalidade de ensino, a metodologia mais adequada é a concepção bancária de Paulo Freire, pensada para ser utilizada na educação popular.
III. O ensino desse conteúdo deverá pautar a compreensão da sociedade, suas rupturas e permanências, habilitando o educando numa maior participação nesse processo.
Estão de acordo com as estratégias metodológicas do EJA as afirmativas
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. p. 60.
Sobre o ensino de História nos séculos XIX e XX, assinale a alternativa correta.
Sobre o ensino de História nas reformas dos anos 1930 e 1940, é correto afirmar:
Esses procedimentos e suas implicações metodológicas estão fundamentados na (o):
I. retomada da identidade sociocultural, do reconhecimento dos lugares de vivência e da necessidade do estudo sobre os diferentes e desiguais usos do espaço, para uma tomada de consciência sobre a escala da interferência humana no planeta.
II. desenvolvimento das condições necessárias para que os alunos selecionem, compreendam e reflitam sobre os significados da produção, circulação e utilização de documentos (materiais ou imateriais), elaborando críticas sobre formas já consolidadas de registro e de memória, por meio de uma ou várias linguagens.
III. reconhecimento e pela interpretação de diferentes versões de um mesmo fenômeno, reconhecendo as hipóteses e avaliando os argumentos apresentados com vistas ao desenvolvimento de habilidades necessárias para a elaboração de proposições próprias.
IV. identificação dos eventos considerados importantes na história do Ocidente (África, Europa e América, especialmente o Brasil), ordenando-os de forma cronológica e localizando-os no espaço geográfico.
Estão corretas as preposições
BNCC, 2017, p.395. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase. Acesso em: 06 fev.de 2024
Assim, a História na BNCC, propõe o desenvolvimento de habilidades e competências importantes para analisar e compreender o significado de diferentes objetos, lugares, circunstâncias, temporalidades, movimentos de pessoas, coisas e saberes.
Nas competências citadas a seguir, assinale a proposição que esteja alinhada às diretrizes específicas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de História nos anos finais do Ensino Fundamental.