Questões de Concurso Público Prefeitura de Suzano - SP 2019 para Bibliotecário
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Comprar menos é melhor do que comprar “verde”
Estudo indica que consumir em menor quantidade pode
gerar efeitos mais positivos do que aderir à onda do
consumo de produtos ditos sustentáveis.
O direito de comprar o que o dinheiro honestamente juntado permite é um dos bons e inegociáveis avanços do capitalismo – e, no entanto, de um tempo para cá, o exagerado consumismo foi levado ao tribunal do bom comportamento, e com doses de razão. Um estudo publicado no periódico inglês Young Consumers, de pesquisadores de marketing da Universidade do Arizona (EUA), fez barulho ao sugerir que consumir menos traz efeitos mais positivos para o ambiente e para cada indivíduo do que simplesmente substituir produtos por versões que, em teoria, seriam ecologicamente corretas.
Os analistas se debruçaram em dois perfis de pessoas: aquelas com o hábito de reaproveitar bens, em vez de sair às compras; e os adeptos da aquisição de produtos “verdes”. De acordo com os pesquisadores, o primeiro grupo, menos afoito, apresentou índices mais altos de bem-estar pessoal, além de ter modo de vida pouco danoso para a natureza.
O resultado da pesquisa bate de frente com uma indústria vigorosa. De acordo com a consultoria Nielsen, estima-se que 64% de lares dos Estados Unidos já compraram itens enquadrados como sustentáveis. Não há levantamento brasileiro, mas por aqui também é tendência forte. A consciência ambiental é sempre louvável. Mas convém ter cautela.
Há alternativas conservacionistas que são vendidas como tal, mas que não se comprovam “verdes”. É o caso de canudinhos de metal, cuja fabricação demanda energia equivalente à usada para criar noventa modelos de plástico (ressalta-se: ainda é melhor que não se use canudo algum, muito menos os de plástico). Outro exemplo é o das “eco bags”. Para valerem do ponto de vista sustentável, seria necessário usar cada uma 104 vezes. Disse a VEJA Sabrina Helm, coordenadora do estudo da Universidade do Arizona: “Temos que ser conscientes, pensando no que é realmente útil para nossas vidas”. Soa simplório, mas é conselho bom e eficaz.
(Jennifer Ann Thomas, 28 out 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/comprar-menos-e-melhor-do-que-comprar-verde/.)
Comprar menos é melhor do que comprar “verde”
Estudo indica que consumir em menor quantidade pode
gerar efeitos mais positivos do que aderir à onda do
consumo de produtos ditos sustentáveis.
O direito de comprar o que o dinheiro honestamente juntado permite é um dos bons e inegociáveis avanços do capitalismo – e, no entanto, de um tempo para cá, o exagerado consumismo foi levado ao tribunal do bom comportamento, e com doses de razão. Um estudo publicado no periódico inglês Young Consumers, de pesquisadores de marketing da Universidade do Arizona (EUA), fez barulho ao sugerir que consumir menos traz efeitos mais positivos para o ambiente e para cada indivíduo do que simplesmente substituir produtos por versões que, em teoria, seriam ecologicamente corretas.
Os analistas se debruçaram em dois perfis de pessoas: aquelas com o hábito de reaproveitar bens, em vez de sair às compras; e os adeptos da aquisição de produtos “verdes”. De acordo com os pesquisadores, o primeiro grupo, menos afoito, apresentou índices mais altos de bem-estar pessoal, além de ter modo de vida pouco danoso para a natureza.
O resultado da pesquisa bate de frente com uma indústria vigorosa. De acordo com a consultoria Nielsen, estima-se que 64% de lares dos Estados Unidos já compraram itens enquadrados como sustentáveis. Não há levantamento brasileiro, mas por aqui também é tendência forte. A consciência ambiental é sempre louvável. Mas convém ter cautela.
Há alternativas conservacionistas que são vendidas como tal, mas que não se comprovam “verdes”. É o caso de canudinhos de metal, cuja fabricação demanda energia equivalente à usada para criar noventa modelos de plástico (ressalta-se: ainda é melhor que não se use canudo algum, muito menos os de plástico). Outro exemplo é o das “eco bags”. Para valerem do ponto de vista sustentável, seria necessário usar cada uma 104 vezes. Disse a VEJA Sabrina Helm, coordenadora do estudo da Universidade do Arizona: “Temos que ser conscientes, pensando no que é realmente útil para nossas vidas”. Soa simplório, mas é conselho bom e eficaz.
(Jennifer Ann Thomas, 28 out 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/comprar-menos-e-melhor-do-que-comprar-verde/.)
Comprar menos é melhor do que comprar “verde”
Estudo indica que consumir em menor quantidade pode
gerar efeitos mais positivos do que aderir à onda do
consumo de produtos ditos sustentáveis.
O direito de comprar o que o dinheiro honestamente juntado permite é um dos bons e inegociáveis avanços do capitalismo – e, no entanto, de um tempo para cá, o exagerado consumismo foi levado ao tribunal do bom comportamento, e com doses de razão. Um estudo publicado no periódico inglês Young Consumers, de pesquisadores de marketing da Universidade do Arizona (EUA), fez barulho ao sugerir que consumir menos traz efeitos mais positivos para o ambiente e para cada indivíduo do que simplesmente substituir produtos por versões que, em teoria, seriam ecologicamente corretas.
Os analistas se debruçaram em dois perfis de pessoas: aquelas com o hábito de reaproveitar bens, em vez de sair às compras; e os adeptos da aquisição de produtos “verdes”. De acordo com os pesquisadores, o primeiro grupo, menos afoito, apresentou índices mais altos de bem-estar pessoal, além de ter modo de vida pouco danoso para a natureza.
O resultado da pesquisa bate de frente com uma indústria vigorosa. De acordo com a consultoria Nielsen, estima-se que 64% de lares dos Estados Unidos já compraram itens enquadrados como sustentáveis. Não há levantamento brasileiro, mas por aqui também é tendência forte. A consciência ambiental é sempre louvável. Mas convém ter cautela.
Há alternativas conservacionistas que são vendidas como tal, mas que não se comprovam “verdes”. É o caso de canudinhos de metal, cuja fabricação demanda energia equivalente à usada para criar noventa modelos de plástico (ressalta-se: ainda é melhor que não se use canudo algum, muito menos os de plástico). Outro exemplo é o das “eco bags”. Para valerem do ponto de vista sustentável, seria necessário usar cada uma 104 vezes. Disse a VEJA Sabrina Helm, coordenadora do estudo da Universidade do Arizona: “Temos que ser conscientes, pensando no que é realmente útil para nossas vidas”. Soa simplório, mas é conselho bom e eficaz.
(Jennifer Ann Thomas, 28 out 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/comprar-menos-e-melhor-do-que-comprar-verde/.)
Comprar menos é melhor do que comprar “verde”
Estudo indica que consumir em menor quantidade pode
gerar efeitos mais positivos do que aderir à onda do
consumo de produtos ditos sustentáveis.
O direito de comprar o que o dinheiro honestamente juntado permite é um dos bons e inegociáveis avanços do capitalismo – e, no entanto, de um tempo para cá, o exagerado consumismo foi levado ao tribunal do bom comportamento, e com doses de razão. Um estudo publicado no periódico inglês Young Consumers, de pesquisadores de marketing da Universidade do Arizona (EUA), fez barulho ao sugerir que consumir menos traz efeitos mais positivos para o ambiente e para cada indivíduo do que simplesmente substituir produtos por versões que, em teoria, seriam ecologicamente corretas.
Os analistas se debruçaram em dois perfis de pessoas: aquelas com o hábito de reaproveitar bens, em vez de sair às compras; e os adeptos da aquisição de produtos “verdes”. De acordo com os pesquisadores, o primeiro grupo, menos afoito, apresentou índices mais altos de bem-estar pessoal, além de ter modo de vida pouco danoso para a natureza.
O resultado da pesquisa bate de frente com uma indústria vigorosa. De acordo com a consultoria Nielsen, estima-se que 64% de lares dos Estados Unidos já compraram itens enquadrados como sustentáveis. Não há levantamento brasileiro, mas por aqui também é tendência forte. A consciência ambiental é sempre louvável. Mas convém ter cautela.
Há alternativas conservacionistas que são vendidas como tal, mas que não se comprovam “verdes”. É o caso de canudinhos de metal, cuja fabricação demanda energia equivalente à usada para criar noventa modelos de plástico (ressalta-se: ainda é melhor que não se use canudo algum, muito menos os de plástico). Outro exemplo é o das “eco bags”. Para valerem do ponto de vista sustentável, seria necessário usar cada uma 104 vezes. Disse a VEJA Sabrina Helm, coordenadora do estudo da Universidade do Arizona: “Temos que ser conscientes, pensando no que é realmente útil para nossas vidas”. Soa simplório, mas é conselho bom e eficaz.
(Jennifer Ann Thomas, 28 out 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/comprar-menos-e-melhor-do-que-comprar-verde/.)
Comprar menos é melhor do que comprar “verde”
Estudo indica que consumir em menor quantidade pode
gerar efeitos mais positivos do que aderir à onda do
consumo de produtos ditos sustentáveis.
O direito de comprar o que o dinheiro honestamente juntado permite é um dos bons e inegociáveis avanços do capitalismo – e, no entanto, de um tempo para cá, o exagerado consumismo foi levado ao tribunal do bom comportamento, e com doses de razão. Um estudo publicado no periódico inglês Young Consumers, de pesquisadores de marketing da Universidade do Arizona (EUA), fez barulho ao sugerir que consumir menos traz efeitos mais positivos para o ambiente e para cada indivíduo do que simplesmente substituir produtos por versões que, em teoria, seriam ecologicamente corretas.
Os analistas se debruçaram em dois perfis de pessoas: aquelas com o hábito de reaproveitar bens, em vez de sair às compras; e os adeptos da aquisição de produtos “verdes”. De acordo com os pesquisadores, o primeiro grupo, menos afoito, apresentou índices mais altos de bem-estar pessoal, além de ter modo de vida pouco danoso para a natureza.
O resultado da pesquisa bate de frente com uma indústria vigorosa. De acordo com a consultoria Nielsen, estima-se que 64% de lares dos Estados Unidos já compraram itens enquadrados como sustentáveis. Não há levantamento brasileiro, mas por aqui também é tendência forte. A consciência ambiental é sempre louvável. Mas convém ter cautela.
Há alternativas conservacionistas que são vendidas como tal, mas que não se comprovam “verdes”. É o caso de canudinhos de metal, cuja fabricação demanda energia equivalente à usada para criar noventa modelos de plástico (ressalta-se: ainda é melhor que não se use canudo algum, muito menos os de plástico). Outro exemplo é o das “eco bags”. Para valerem do ponto de vista sustentável, seria necessário usar cada uma 104 vezes. Disse a VEJA Sabrina Helm, coordenadora do estudo da Universidade do Arizona: “Temos que ser conscientes, pensando no que é realmente útil para nossas vidas”. Soa simplório, mas é conselho bom e eficaz.
(Jennifer Ann Thomas, 28 out 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/comprar-menos-e-melhor-do-que-comprar-verde/.)
O título do texto: Comprar menos é melhor do que comprar “verde”:
I. Qualifica o consumismo sustentável como uma atitude nula diante da realidade.
II. Antecipa um posicionamento do enunciador do texto acerca de assunto relacionado ao consumo.
III. Demonstra, por meio do emprego de aspas, o uso de um vocábulo cujo sentido produzido extrapola o usual.
IV. Estabelece uma comparação entre comportamentos diferentes atribuídos a indivíduos com características diferentes.
Estão corretas apenas
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior. De repente, começou o movimento. Entrava gente o dia inteiro. Gente diferente. Até as baratas estranharam e fizeram bocas. Não levei muito tempo para saber o que tinha havido. Alguém trocou minha plaqueta com a da escola de cabeleireiros, ao lado. A escola de cabeleireiros passou o dia vazia. Voltaire, o ratão albino, que subloca um canto da minha sala, emigrou para lá. Quando recoloquei a plaqueta no lugar, Voltaire voltou. Ele gosta de sossego. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta certa.
Eu estava pensando no meu jantar da noite passada – isto é, em nada – quando ela entrou. Nem abri os olhos. Disse: “A escola de cabeleireiros é ao lado”. Mas quando ela falou, abri os olhos depressa. Se sua voz pudesse ser engarrafada seria vendida como afrodisíaco. Ela não queria a escola de cabeleireiros.
– Preciso encontrar meu marido.
– Claro – disse eu. – Vá falando que eu tomo nota.
Meu bloco de notas fora levado pelas baratas. Uma ação de efeito psicológico. O bloco não lhes serviria para nada. Só queriam me desmoralizar. Peguei o cartão que um dos pretendentes a cabeleireiro deixara em cima da minha mesa, com um olhar insinuante, no dia anterior. Tenho um certo charme rude, não nego. Sou violento. Sorrio para o lado. Uso costeletas. No cartão estava escrito Joli Decorações e um nome, Dorilei. Virei do outro lado. Comecei a escrever enquanto ela falava. A Bic era alugada.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. As cem melhores crônicas brasileiras /
Joaquim Ferreira dos Santos, organização e introdução. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007. Fragmento.)
Atente para as seguintes afirmações, referentes ao texto:
I. Em “A Bic era alugada.”, o autor utiliza como recurso estilístico da linguagem, uma palavra por outra com a qual se acha relacionada.
II. A referência às baratas e ao rato albino demonstra o uso de uma linguagem conotativa que confirma e enfatiza a real situação profissional em que se encontrava o detetive particular.
III. O período “Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior.” (1º§) evidencia que o detetive particular demonstra conformismo em seu ambiente de trabalho.
Estão corretas as afirmativas
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior. De repente, começou o movimento. Entrava gente o dia inteiro. Gente diferente. Até as baratas estranharam e fizeram bocas. Não levei muito tempo para saber o que tinha havido. Alguém trocou minha plaqueta com a da escola de cabeleireiros, ao lado. A escola de cabeleireiros passou o dia vazia. Voltaire, o ratão albino, que subloca um canto da minha sala, emigrou para lá. Quando recoloquei a plaqueta no lugar, Voltaire voltou. Ele gosta de sossego. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta certa.
Eu estava pensando no meu jantar da noite passada – isto é, em nada – quando ela entrou. Nem abri os olhos. Disse: “A escola de cabeleireiros é ao lado”. Mas quando ela falou, abri os olhos depressa. Se sua voz pudesse ser engarrafada seria vendida como afrodisíaco. Ela não queria a escola de cabeleireiros.
– Preciso encontrar meu marido.
– Claro – disse eu. – Vá falando que eu tomo nota.
Meu bloco de notas fora levado pelas baratas. Uma ação de efeito psicológico. O bloco não lhes serviria para nada. Só queriam me desmoralizar. Peguei o cartão que um dos pretendentes a cabeleireiro deixara em cima da minha mesa, com um olhar insinuante, no dia anterior. Tenho um certo charme rude, não nego. Sou violento. Sorrio para o lado. Uso costeletas. No cartão estava escrito Joli Decorações e um nome, Dorilei. Virei do outro lado. Comecei a escrever enquanto ela falava. A Bic era alugada.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. As cem melhores crônicas brasileiras /
Joaquim Ferreira dos Santos, organização e introdução. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007. Fragmento.)
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior. De repente, começou o movimento. Entrava gente o dia inteiro. Gente diferente. Até as baratas estranharam e fizeram bocas. Não levei muito tempo para saber o que tinha havido. Alguém trocou minha plaqueta com a da escola de cabeleireiros, ao lado. A escola de cabeleireiros passou o dia vazia. Voltaire, o ratão albino, que subloca um canto da minha sala, emigrou para lá. Quando recoloquei a plaqueta no lugar, Voltaire voltou. Ele gosta de sossego. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta certa.
Eu estava pensando no meu jantar da noite passada – isto é, em nada – quando ela entrou. Nem abri os olhos. Disse: “A escola de cabeleireiros é ao lado”. Mas quando ela falou, abri os olhos depressa. Se sua voz pudesse ser engarrafada seria vendida como afrodisíaco. Ela não queria a escola de cabeleireiros.
– Preciso encontrar meu marido.
– Claro – disse eu. – Vá falando que eu tomo nota.
Meu bloco de notas fora levado pelas baratas. Uma ação de efeito psicológico. O bloco não lhes serviria para nada. Só queriam me desmoralizar. Peguei o cartão que um dos pretendentes a cabeleireiro deixara em cima da minha mesa, com um olhar insinuante, no dia anterior. Tenho um certo charme rude, não nego. Sou violento. Sorrio para o lado. Uso costeletas. No cartão estava escrito Joli Decorações e um nome, Dorilei. Virei do outro lado. Comecei a escrever enquanto ela falava. A Bic era alugada.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. As cem melhores crônicas brasileiras /
Joaquim Ferreira dos Santos, organização e introdução. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007. Fragmento.)
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior. De repente, começou o movimento. Entrava gente o dia inteiro. Gente diferente. Até as baratas estranharam e fizeram bocas. Não levei muito tempo para saber o que tinha havido. Alguém trocou minha plaqueta com a da escola de cabeleireiros, ao lado. A escola de cabeleireiros passou o dia vazia. Voltaire, o ratão albino, que subloca um canto da minha sala, emigrou para lá. Quando recoloquei a plaqueta no lugar, Voltaire voltou. Ele gosta de sossego. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta certa.
Eu estava pensando no meu jantar da noite passada – isto é, em nada – quando ela entrou. Nem abri os olhos. Disse: “A escola de cabeleireiros é ao lado”. Mas quando ela falou, abri os olhos depressa. Se sua voz pudesse ser engarrafada seria vendida como afrodisíaco. Ela não queria a escola de cabeleireiros.
– Preciso encontrar meu marido.
– Claro – disse eu. – Vá falando que eu tomo nota.
Meu bloco de notas fora levado pelas baratas. Uma ação de efeito psicológico. O bloco não lhes serviria para nada. Só queriam me desmoralizar. Peguei o cartão que um dos pretendentes a cabeleireiro deixara em cima da minha mesa, com um olhar insinuante, no dia anterior. Tenho um certo charme rude, não nego. Sou violento. Sorrio para o lado. Uso costeletas. No cartão estava escrito Joli Decorações e um nome, Dorilei. Virei do outro lado. Comecei a escrever enquanto ela falava. A Bic era alugada.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. As cem melhores crônicas brasileiras /
Joaquim Ferreira dos Santos, organização e introdução. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007. Fragmento.)
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior. De repente, começou o movimento. Entrava gente o dia inteiro. Gente diferente. Até as baratas estranharam e fizeram bocas. Não levei muito tempo para saber o que tinha havido. Alguém trocou minha plaqueta com a da escola de cabeleireiros, ao lado. A escola de cabeleireiros passou o dia vazia. Voltaire, o ratão albino, que subloca um canto da minha sala, emigrou para lá. Quando recoloquei a plaqueta no lugar, Voltaire voltou. Ele gosta de sossego. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta certa.
Eu estava pensando no meu jantar da noite passada – isto é, em nada – quando ela entrou. Nem abri os olhos. Disse: “A escola de cabeleireiros é ao lado”. Mas quando ela falou, abri os olhos depressa. Se sua voz pudesse ser engarrafada seria vendida como afrodisíaco. Ela não queria a escola de cabeleireiros.
– Preciso encontrar meu marido.
– Claro – disse eu. – Vá falando que eu tomo nota.
Meu bloco de notas fora levado pelas baratas. Uma ação de efeito psicológico. O bloco não lhes serviria para nada. Só queriam me desmoralizar. Peguei o cartão que um dos pretendentes a cabeleireiro deixara em cima da minha mesa, com um olhar insinuante, no dia anterior. Tenho um certo charme rude, não nego. Sou violento. Sorrio para o lado. Uso costeletas. No cartão estava escrito Joli Decorações e um nome, Dorilei. Virei do outro lado. Comecei a escrever enquanto ela falava. A Bic era alugada.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. As cem melhores crônicas brasileiras /
Joaquim Ferreira dos Santos, organização e introdução. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007. Fragmento.)
Os horizontes da ciência
A chegada do homem à Lua é possivelmente o feito científico e tecnológico que mais impactou o imaginário popular na era moderna. Tanto parecia um feito inatingível que até hoje circulam teorias conspiratórias de que tudo não passou de uma montagem norte-americana para capturar corações e mentes ameaçados pelo regime socialista.
Acredite-se ou não, há quase 50 anos a cápsula de pouso Águia descia no mar da Tranquilidade, na face visível da Lua, e dois astronautas davam seus primeiros passos, ou pulos, no único satélite natural da Terra. Um conjunto de fatores levou a humanidade a esse feito, como disputas políticas, militares e tecnológicas entre nações, [...] Inspiradora da curiosidade humana, a exploração espacial fascina pessoas no mundo todo e permite a junção de três atividades essencialmente científicas – a descoberta, a compreensão e a aplicação desse conhecimento para alcançar um determinado fim.
Sem pisar lá desde 1972, os Estados Unidos querem voltar, agora com a colaboração de outros países. Com orçamento menor do que na época da Guerra Fria, a Nasa conta hoje com a Agência Espacial Europeia e o Canadá. Outros atores têm a mesma ambição. A China, com um programa espacial em ascensão, planeja, sozinha, colocar um taikonauta na Lua.
(Alexandra Ozório de Almeida – Diretora da Redação. Carta da Editora, edição 280 – Junho 2019. Pesquisa FAPESP. Fragmento.)
Os horizontes da ciência
A chegada do homem à Lua é possivelmente o feito científico e tecnológico que mais impactou o imaginário popular na era moderna. Tanto parecia um feito inatingível que até hoje circulam teorias conspiratórias de que tudo não passou de uma montagem norte-americana para capturar corações e mentes ameaçados pelo regime socialista.
Acredite-se ou não, há quase 50 anos a cápsula de pouso Águia descia no mar da Tranquilidade, na face visível da Lua, e dois astronautas davam seus primeiros passos, ou pulos, no único satélite natural da Terra. Um conjunto de fatores levou a humanidade a esse feito, como disputas políticas, militares e tecnológicas entre nações, [...] Inspiradora da curiosidade humana, a exploração espacial fascina pessoas no mundo todo e permite a junção de três atividades essencialmente científicas – a descoberta, a compreensão e a aplicação desse conhecimento para alcançar um determinado fim.
Sem pisar lá desde 1972, os Estados Unidos querem voltar, agora com a colaboração de outros países. Com orçamento menor do que na época da Guerra Fria, a Nasa conta hoje com a Agência Espacial Europeia e o Canadá. Outros atores têm a mesma ambição. A China, com um programa espacial em ascensão, planeja, sozinha, colocar um taikonauta na Lua.
(Alexandra Ozório de Almeida – Diretora da Redação. Carta da Editora, edição 280 – Junho 2019. Pesquisa FAPESP. Fragmento.)
Os horizontes da ciência
A chegada do homem à Lua é possivelmente o feito científico e tecnológico que mais impactou o imaginário popular na era moderna. Tanto parecia um feito inatingível que até hoje circulam teorias conspiratórias de que tudo não passou de uma montagem norte-americana para capturar corações e mentes ameaçados pelo regime socialista.
Acredite-se ou não, há quase 50 anos a cápsula de pouso Águia descia no mar da Tranquilidade, na face visível da Lua, e dois astronautas davam seus primeiros passos, ou pulos, no único satélite natural da Terra. Um conjunto de fatores levou a humanidade a esse feito, como disputas políticas, militares e tecnológicas entre nações, [...] Inspiradora da curiosidade humana, a exploração espacial fascina pessoas no mundo todo e permite a junção de três atividades essencialmente científicas – a descoberta, a compreensão e a aplicação desse conhecimento para alcançar um determinado fim.
Sem pisar lá desde 1972, os Estados Unidos querem voltar, agora com a colaboração de outros países. Com orçamento menor do que na época da Guerra Fria, a Nasa conta hoje com a Agência Espacial Europeia e o Canadá. Outros atores têm a mesma ambição. A China, com um programa espacial em ascensão, planeja, sozinha, colocar um taikonauta na Lua.
(Alexandra Ozório de Almeida – Diretora da Redação. Carta da Editora, edição 280 – Junho 2019. Pesquisa FAPESP. Fragmento.)
Os horizontes da ciência
A chegada do homem à Lua é possivelmente o feito científico e tecnológico que mais impactou o imaginário popular na era moderna. Tanto parecia um feito inatingível que até hoje circulam teorias conspiratórias de que tudo não passou de uma montagem norte-americana para capturar corações e mentes ameaçados pelo regime socialista.
Acredite-se ou não, há quase 50 anos a cápsula de pouso Águia descia no mar da Tranquilidade, na face visível da Lua, e dois astronautas davam seus primeiros passos, ou pulos, no único satélite natural da Terra. Um conjunto de fatores levou a humanidade a esse feito, como disputas políticas, militares e tecnológicas entre nações, [...] Inspiradora da curiosidade humana, a exploração espacial fascina pessoas no mundo todo e permite a junção de três atividades essencialmente científicas – a descoberta, a compreensão e a aplicação desse conhecimento para alcançar um determinado fim.
Sem pisar lá desde 1972, os Estados Unidos querem voltar, agora com a colaboração de outros países. Com orçamento menor do que na época da Guerra Fria, a Nasa conta hoje com a Agência Espacial Europeia e o Canadá. Outros atores têm a mesma ambição. A China, com um programa espacial em ascensão, planeja, sozinha, colocar um taikonauta na Lua.
(Alexandra Ozório de Almeida – Diretora da Redação. Carta da Editora, edição 280 – Junho 2019. Pesquisa FAPESP. Fragmento.)
Os horizontes da ciência
A chegada do homem à Lua é possivelmente o feito científico e tecnológico que mais impactou o imaginário popular na era moderna. Tanto parecia um feito inatingível que até hoje circulam teorias conspiratórias de que tudo não passou de uma montagem norte-americana para capturar corações e mentes ameaçados pelo regime socialista.
Acredite-se ou não, há quase 50 anos a cápsula de pouso Águia descia no mar da Tranquilidade, na face visível da Lua, e dois astronautas davam seus primeiros passos, ou pulos, no único satélite natural da Terra. Um conjunto de fatores levou a humanidade a esse feito, como disputas políticas, militares e tecnológicas entre nações, [...] Inspiradora da curiosidade humana, a exploração espacial fascina pessoas no mundo todo e permite a junção de três atividades essencialmente científicas – a descoberta, a compreensão e a aplicação desse conhecimento para alcançar um determinado fim.
Sem pisar lá desde 1972, os Estados Unidos querem voltar, agora com a colaboração de outros países. Com orçamento menor do que na época da Guerra Fria, a Nasa conta hoje com a Agência Espacial Europeia e o Canadá. Outros atores têm a mesma ambição. A China, com um programa espacial em ascensão, planeja, sozinha, colocar um taikonauta na Lua.
(Alexandra Ozório de Almeida – Diretora da Redação. Carta da Editora, edição 280 – Junho 2019. Pesquisa FAPESP. Fragmento.)