Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta....
I. De acordo com o Código de Processo Penal, com a redação que lhe conferiu a Lei nº 12.403/11, são medidas cautelares diversas da prisão, por exemplo: proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou o acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou o acusado dela permanecer distante; suspensão do exercício de função pública ou de atividades de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; e fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo e evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial.
II. A proibição de liberdade provisória nos processos por crime hediondo não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.
III. Segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, a prática de atos concretos voltados a obstaculizar, de início, a apuração dos fatos mediante inquérito conduz à prisão preventiva de quem estiver envolvido como investigado, pouco importando a ausência de atuação direta ou ainda o fato de não ter sido ouvido.
IV. Ao proferir sentença penal condenatória, o juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta.
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Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011)
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Item II - Correto
STF Súmula nº 697 - A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo
Item -III - Correto
PRISÃO PREVENTIVA - INSTRUÇÃO CRIMINAL - ATOS CONCRETOS. A prática de atos concretos voltados a obstaculizar, de início, a apuração dos fatos mediante inquérito conduz à prisão preventiva de quem nela envolvido como investigado, pouco importando a ausência de atuação direta, incidindo a norma geral e abstrata do artigo 312 do Código de Processo Penal. HC 102732 / DF - Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO. Julgamento: 04/03/2010
Item IV - Correto
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
§1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
GAB. E
II - CORRETA. SÚMULA 697: "A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo". Esta súmula encontra-se superada, pois a lei dos crimes hediondos, após o advento da Lei 11464/2007, não mais veda a liberdade provisória no que tange aos crimes hediondos e equiparados. Ademais, qualquer lei que impeça a liberdade provisória, independentemente do delito praticado, é inconstitucional, por violar o princípio da fundamentação judicial exigida na decretação da prisão cautelar, isto é, o fumus comissi delicti (materialidade delitiva e indícios de autoria) e o periculum libertatis (perigo em manter o réu em liberdade, por estar este ameaçando testemunhas/destruição de provas - conveniência da instrução criminal, reincidência - garantia da ordem pública, fuga - assegurara a aplicação da lei penal, por exemplo) devem ser aferidos de forma objetiva. Destarte, o art. 44 da Lei 11343/06 (Lei de Drogas) que veda a liberdade provisória é inconstitucional, posto que só o juiz pode determinar, de forma devidamente fundamentada, a presença dos requisitos cautelares supratranscritos para determinar a preventiva.
Ementa: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO EM FLAGRANTE POR TRÁFICO
DE DROGAS. LIBERDADE PROVISÓRIA INDEFERIMENTO. DECISÃO BASEADA, APENAS,
NA VEDAÇÃO LEGAL CONTIDA NO ART. 44 DA LEI DE DROGAS. AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. ORDEM
CONCEDIDA. (...)..
I – Não obstante a vedação prevista no art. 44 da Lei 11.343/2006, o
Plenário desta Corte, ao apreciar o HC 104.339/SP, Rel. Min. Gilmar
Mendes, declarou, incidenter tantum, a inconstitucionalidade da
proibição de concessão de liberdade provisória
aos acusados da prática do crime de tráfico, por ser incompatível com os
princípios constitucionais da presunção de inocência, do devido
processo legal, entre outros.
II – Ordem concedida para assegurar ao paciente o direito de
aguardar em liberdade o trânsito em julgado de eventual sentença
condenatória, sem prejuízo de que o magistrado de primeiro grau, caso
entenda necessário, fixe, de forma fundamentada, uma
ou mais de uma das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de
Processo Penal. (...).
(HC 114029,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em
18/12/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-035 DIVULG 21-02-2013 PUBLIC
22-02-2013)
I - Art. 319 do CPP.
II - Súmula 697 do STF
III - STF / HC 102732 - DF
IV - Art. 387, § 1º do CPP (com redação dada pela lei 12.736/2012).
Apesar do item II ser cópia literal da súmula 697 do STF, o enunciado está evidentemente incorreto. Questão é de 2014 e desde 2007 que é possível a liberdade provisória nos crimes hediondos, sem mencionar a jurisprudência reiterada do STF de que a vedação de liberdade provisória é inconstitucional.
o item II, mal formulado, induz o candidato a erro....
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