Questões de Concurso Comentadas para monitor

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Q3069835 Pedagogia
A aprendizagem é um processo cerebral complexo. Por isso, qualquer tipo de dificuldade nessa área não pode ser encarado como algo simples. Geralmente, os problemas de aprendizagem são desencadeados por uma interação de diversos fatores que podem ser classificados em físicos, psíquicos e sociais. Entre os sociais, contribui positivamente para o processo de aprendizagem:
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Q3069834 Pedagogia
O dia a dia das creches e pré-escolas é repleto de atividades organizadas por educadores que, de uma maneira ou de outra, lidam com o espaço e o tempo a todo o momento. É tarefa dos educadores organizar o espaço e o tempo das escolas infantis, sempre considerando o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das crianças. Organizar o cotidiano das crianças da educação infantil pressupõe pensar que o estabelecimento de uma sequência básica de atividades diárias é, antes de mais nada:
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Q3069833 Pedagogia
No contexto da educação infantil, a frase “educando se cuida e cuidando se educa” é frequentemente citada para ilustrar a relação entre as práticas de cuidado e ensino. Considerando essa abordagem integrativa, assinale a afirmativa que melhor reflete o significado dessa frase.
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Q3069832 Pedagogia
O trabalho com os seres vivos e suas intricadas relações com o meio oferece inúmeras oportunidades de aprendizagem e de ampliação da compreensão que a criança tem sobre o mundo social e natural. De acordo com o RCNEI, são práticas pedagógicas recomendadas para o trabalho com seres vivos na educação infantil; analise-as.

I. É importante que as crianças tenham a oportunidade de observar e cuidar de animais e plantas, o que pode incluir atividades como a manutenção de uma horta e o cultivo de pequenas plantas em vasos.

II. O professor deve criar situações para que as crianças percebam os animais ao seu redor e explorem questões sobre eles, como onde vivem e se são visíveis em diferentes horários.

III. O cultivo e os cuidados com plantas e animais na sala de aula devem ser planejados como atividades permanentes, integrando-as à rotina diária das crianças.

IV. Utilizar atividades de observação e registro para fins de entretenimento, sem considerar a ampliação do conhecimento sobre o meio ambiente.


Está correto o que se afirma em
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Q3069831 Pedagogia
O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, bem como a orientação de profissionais de saúde, pode ajudar a garantir que as necessidades nutricionais sejam atendidas e ajustar a dieta conforme necessário. Uma alimentação infantil adequada não apenas sustenta a saúde física, mas também contribui para o bem-estar emocional e social, preparando as crianças para uma vida adulta saudável e equilibrada. Com a entrada das crianças cada vez mais cedo na educação infantil, a alimentação não só passa a ser considerada como um ato pedagógico, como encontra orientações precisas para seu desenvolvimento nos referenciais curriculares dessa etapa educacional. Considerando as orientações contidas no RCNEI, é correto afirmar que:
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Q3069830 Pedagogia
Na educação infantil, as atividades interativas e os projetos multidisciplinares são essenciais para estimular a curiosidade e a criatividade, ao mesmo tempo em que fortalecem habilidades socioemocionais. Além disso, é vital criar um ambiente acolhedor e seguro, onde as crianças se sintam valorizadas e motivadas a explorar, experimentar e expressar-se livremente. Esses e outros componentes da prática pedagógica nessa etapa da educação básica encontram sustentação nos Referenciais Curriculares para a Educação Infantil (RCNEI). De acordo com tal documento, a principal função da avaliação na educação infantil consiste em: 
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Q3069829 Pedagogia
Analice, 5 anos, cheia de curiosidade e energia, vive em uma pequena cidade do interior. Seus pais, pessoas de poucos recursos, ansiosos para vê-la começar sua jornada educacional, iniciaram uma busca intensa por uma vaga na educação infantil. No entanto, enfrentaram inúmeras dificuldades. As escolas públicas estavam lotadas, e as poucas vagas disponíveis eram rapidamente preenchidas. As escolas particulares, por outro lado, cobravam mensalidades que estavam além das possibilidades financeiras da família. Em cada escola que visitavam, ouviam a mesma resposta: “não há vagas.” A frustração e a tristeza começaram a tomar conta, mas eles não desistiram. Continuaram a busca, determinados a encontrar um lugar onde Analice pudesse aprender, crescer e fazer novos amigos, acreditando que, com persistência, uma oportunidade surgiria. Os pais de Analice podem apoiar-se no argumento legal explícito no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para buscar uma vaga na educação infantil, pois essa Lei:
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Q3069828 Pedagogia
O ensino fundamental, etapa crucial na formação do indivíduo, se configura como alicerce para o desenvolvimento de habilidades essenciais e a construção de uma base sólida de conhecimento. No Brasil, essa etapa da educação básica obrigatória, nos termos do Art. 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – nº 9.394/1996, se estende por nove anos, com início aos 6 anos de idade, e tem como objetivo central a formação básica do cidadão. Nesse artigo há diretrizes que deverão ser observadas por todos os sistemas educacionais brasileiros sobre o funcionamento do ensino fundamental:

I. Os sistemas de ensino têm a permissão de dividir essa etapa em ciclos.

II. Os estabelecimentos que adotam a progressão regular por série podem, nessa etapa, implementar o regime de progressão continuada, respeitando as normas estabelecidas pelo sistema de ensino correspondente.

III. O ensino fundamental regular será oferecido em língua portuguesa, garantindo às comunidades indígenas o direito de usar suas línguas nativas.

IV. Essa etapa de ensino será realizada presencialmente, permitindo o ensino à distância somente em situações de emergência.

V. O estudo sobre os símbolos nacionais será abordado como um tema transversal nos currículos.


Está correto o que se afirma em
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Q3069805 Direito Administrativo
A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. O direito da Administração de anular os atos administrativos é
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Q3069804 Direito Administrativo
A Administração Pública obedecerá, entre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
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Q3069803 Direito Administrativo
Determinada Secretaria apresentou a requisição de compra de produtos, justificando que para uma melhor aquisição seria necessária a combinação das modalidades de licitação de diálogo competitivo e pregão, de modo que pudesse ser feita a escolha do produto que mais atendesse às suas necessidades e com o menor custo. Considerando as informações e, com base na Lei de Licitações e Contratos Administrativos – Lei nº 14.133/2021, assinale a afirmativa correta.
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Q3069802 Direito Administrativo
Sobre as sanções previstas na Lei da Improbidade Administrativa – Lei nº 8.429/1992, assinale a afirmativa INCORRETA.
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Q3069800 Direito Administrativo
Em relação à organização administrativa, especialmente sobre a centralização e descentralização, analise as afirmativas a seguir.

I. Conjunto de órgãos que forma a chamada Administração Pública direta ou centralizada.
II. Competências atribuídas a órgãos públicos sem personalidade própria.
III. Entidades respondem judicialmente pelos prejuízos causados a particulares.
IV.São exemplos as Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Está relacionado à desconcentração o que se afirma apenas em
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Q3069799 Direito Constitucional
O Poder Legislativo compõe-se de representantes do povo. Assinale a opção que indica aquele que é eleito pelo sistema proporcional.
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Q3069798 Direito Constitucional
A população brasileira detém o direito de autogoverno e de decidir livremente a sua situação política, bem como aos Estados o direito de defender a sua existência e condição de independente. Sua autonomia pode ser exercida nas modalidades de independência, associação, integração, autonomia e reconhecimento de direitos de minorias e, por possuir um forte conteúdo democrático, é aplicável a um povo somente em conformidade com a sua vontade, podendo esta ser apurada pelo plebiscito. O conceito se refere a qual princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, segundo a Constituição Federal? 
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Q3069797 Português
Feliz aniversário


    A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapejado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados – e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata.

  Tendo Zilda – a filha com quem a aniversariante morava – disposto cadeiras unidas ao longo das paredes, como numa festa em que se vai dançar, a nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada aos de casa, aboletou-se numa das cadeiras e emudeceu, a boca em bico, mantendo sua posição de ultrajada. “Vim para não deixar de vir”, dissera ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duas mocinhas de cor-de-rosa e o menino, amarelos e de cabelo penteado, não sabiam bem que atitude tomar e ficaram de pé ao lado da mãe, impressionados com seu vestido azul-marinho e com os paetês.

   Depois veio a nora de Ipanema com dois netos e a babá. O marido viria depois. E como Zilda – a única mulher entre os seis irmãos homens e a única que, estava decidido já havia anos, tinha espaço e tempo para alojar a aniversariante –, e como Zilda estava na cozinha a ultimar com a empregada os croquetes e sanduíches, ficaram: a nora de Olaria empertigada com seus filhos de coração inquieto ao lado; a nora de Ipanema na fila oposta das cadeiras fingindo ocupar-se com o bebê para não encarar a concunhada de Olaria; a babá ociosa e uniformizada, com a boca aberta.

    E à cabeceira da mesa grande a aniversariante, que fazia hoje oitenta e nove anos.

    Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel colorido e copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sugados pelo teto, em alguns dos quais estava escrito “Happy Birthday!”, em outros, “Feliz Aniversário!”. No centro havia disposto o enorme bolo açucarado. Para adiantar o expediente, enfeitara a mesa logo depois do almoço, encostara as cadeiras à parede, mandara os meninos brincar no vizinho para não desarrumar a mesa.

    E, para adiantar o expediente, vestira a aniversariante logo depois do almoço. Pusera-lhe desde então a presilha em torno do pescoço e o broche, borrifara-lhe um pouco de água-de-colônia para disfarçar aquele seu cheiro de guardado – sentara-a à mesa. E desde as duas horas a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa mesa vazia, tesa na sala silenciosa.

   De vez em quando consciente dos guardanapos coloridos. Olhando curiosa um ou outro balão  estremecer aos carros que passavam. E de vez em quando aquela angústia muda: quando acompanhava, fascinada e impotente, o voo da mosca em torno do bolo.


(LISPECTOR, Clarice. Extraído do livro Laços de Família, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1998.)
A redação de atos oficiais precisa ser exercida por meio de regras que disciplinam toda a atuação pública. Em relação ao emprego dos pronomes de tratamento, assinale a afirmativa INCORRETA.
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Q3069796 Português
Feliz aniversário


    A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapejado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados – e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata.

  Tendo Zilda – a filha com quem a aniversariante morava – disposto cadeiras unidas ao longo das paredes, como numa festa em que se vai dançar, a nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada aos de casa, aboletou-se numa das cadeiras e emudeceu, a boca em bico, mantendo sua posição de ultrajada. “Vim para não deixar de vir”, dissera ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duas mocinhas de cor-de-rosa e o menino, amarelos e de cabelo penteado, não sabiam bem que atitude tomar e ficaram de pé ao lado da mãe, impressionados com seu vestido azul-marinho e com os paetês.

   Depois veio a nora de Ipanema com dois netos e a babá. O marido viria depois. E como Zilda – a única mulher entre os seis irmãos homens e a única que, estava decidido já havia anos, tinha espaço e tempo para alojar a aniversariante –, e como Zilda estava na cozinha a ultimar com a empregada os croquetes e sanduíches, ficaram: a nora de Olaria empertigada com seus filhos de coração inquieto ao lado; a nora de Ipanema na fila oposta das cadeiras fingindo ocupar-se com o bebê para não encarar a concunhada de Olaria; a babá ociosa e uniformizada, com a boca aberta.

    E à cabeceira da mesa grande a aniversariante, que fazia hoje oitenta e nove anos.

    Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel colorido e copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sugados pelo teto, em alguns dos quais estava escrito “Happy Birthday!”, em outros, “Feliz Aniversário!”. No centro havia disposto o enorme bolo açucarado. Para adiantar o expediente, enfeitara a mesa logo depois do almoço, encostara as cadeiras à parede, mandara os meninos brincar no vizinho para não desarrumar a mesa.

    E, para adiantar o expediente, vestira a aniversariante logo depois do almoço. Pusera-lhe desde então a presilha em torno do pescoço e o broche, borrifara-lhe um pouco de água-de-colônia para disfarçar aquele seu cheiro de guardado – sentara-a à mesa. E desde as duas horas a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa mesa vazia, tesa na sala silenciosa.

   De vez em quando consciente dos guardanapos coloridos. Olhando curiosa um ou outro balão  estremecer aos carros que passavam. E de vez em quando aquela angústia muda: quando acompanhava, fascinada e impotente, o voo da mosca em torno do bolo.


(LISPECTOR, Clarice. Extraído do livro Laços de Família, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1998.)
Levando em consideração o interior da aniversariante, Clarice Lispector aborda um tema abrangente; assinale-o.
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Q3069795 Português
Feliz aniversário


    A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapejado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados – e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata.

  Tendo Zilda – a filha com quem a aniversariante morava – disposto cadeiras unidas ao longo das paredes, como numa festa em que se vai dançar, a nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada aos de casa, aboletou-se numa das cadeiras e emudeceu, a boca em bico, mantendo sua posição de ultrajada. “Vim para não deixar de vir”, dissera ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duas mocinhas de cor-de-rosa e o menino, amarelos e de cabelo penteado, não sabiam bem que atitude tomar e ficaram de pé ao lado da mãe, impressionados com seu vestido azul-marinho e com os paetês.

   Depois veio a nora de Ipanema com dois netos e a babá. O marido viria depois. E como Zilda – a única mulher entre os seis irmãos homens e a única que, estava decidido já havia anos, tinha espaço e tempo para alojar a aniversariante –, e como Zilda estava na cozinha a ultimar com a empregada os croquetes e sanduíches, ficaram: a nora de Olaria empertigada com seus filhos de coração inquieto ao lado; a nora de Ipanema na fila oposta das cadeiras fingindo ocupar-se com o bebê para não encarar a concunhada de Olaria; a babá ociosa e uniformizada, com a boca aberta.

    E à cabeceira da mesa grande a aniversariante, que fazia hoje oitenta e nove anos.

    Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel colorido e copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sugados pelo teto, em alguns dos quais estava escrito “Happy Birthday!”, em outros, “Feliz Aniversário!”. No centro havia disposto o enorme bolo açucarado. Para adiantar o expediente, enfeitara a mesa logo depois do almoço, encostara as cadeiras à parede, mandara os meninos brincar no vizinho para não desarrumar a mesa.

    E, para adiantar o expediente, vestira a aniversariante logo depois do almoço. Pusera-lhe desde então a presilha em torno do pescoço e o broche, borrifara-lhe um pouco de água-de-colônia para disfarçar aquele seu cheiro de guardado – sentara-a à mesa. E desde as duas horas a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa mesa vazia, tesa na sala silenciosa.

   De vez em quando consciente dos guardanapos coloridos. Olhando curiosa um ou outro balão  estremecer aos carros que passavam. E de vez em quando aquela angústia muda: quando acompanhava, fascinada e impotente, o voo da mosca em torno do bolo.


(LISPECTOR, Clarice. Extraído do livro Laços de Família, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1998.)
A descrição é irrefutável no texto. No entanto, tal ocorrência só NÃO pode ser observada em:
Alternativas
Q3069794 Português
Feliz aniversário


    A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapejado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados – e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata.

  Tendo Zilda – a filha com quem a aniversariante morava – disposto cadeiras unidas ao longo das paredes, como numa festa em que se vai dançar, a nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada aos de casa, aboletou-se numa das cadeiras e emudeceu, a boca em bico, mantendo sua posição de ultrajada. “Vim para não deixar de vir”, dissera ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duas mocinhas de cor-de-rosa e o menino, amarelos e de cabelo penteado, não sabiam bem que atitude tomar e ficaram de pé ao lado da mãe, impressionados com seu vestido azul-marinho e com os paetês.

   Depois veio a nora de Ipanema com dois netos e a babá. O marido viria depois. E como Zilda – a única mulher entre os seis irmãos homens e a única que, estava decidido já havia anos, tinha espaço e tempo para alojar a aniversariante –, e como Zilda estava na cozinha a ultimar com a empregada os croquetes e sanduíches, ficaram: a nora de Olaria empertigada com seus filhos de coração inquieto ao lado; a nora de Ipanema na fila oposta das cadeiras fingindo ocupar-se com o bebê para não encarar a concunhada de Olaria; a babá ociosa e uniformizada, com a boca aberta.

    E à cabeceira da mesa grande a aniversariante, que fazia hoje oitenta e nove anos.

    Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel colorido e copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sugados pelo teto, em alguns dos quais estava escrito “Happy Birthday!”, em outros, “Feliz Aniversário!”. No centro havia disposto o enorme bolo açucarado. Para adiantar o expediente, enfeitara a mesa logo depois do almoço, encostara as cadeiras à parede, mandara os meninos brincar no vizinho para não desarrumar a mesa.

    E, para adiantar o expediente, vestira a aniversariante logo depois do almoço. Pusera-lhe desde então a presilha em torno do pescoço e o broche, borrifara-lhe um pouco de água-de-colônia para disfarçar aquele seu cheiro de guardado – sentara-a à mesa. E desde as duas horas a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa mesa vazia, tesa na sala silenciosa.

   De vez em quando consciente dos guardanapos coloridos. Olhando curiosa um ou outro balão  estremecer aos carros que passavam. E de vez em quando aquela angústia muda: quando acompanhava, fascinada e impotente, o voo da mosca em torno do bolo.


(LISPECTOR, Clarice. Extraído do livro Laços de Família, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1998.)
A partir das características textuais expressadas é correto afirmar que o texto tem um caráter:
Alternativas
Q3069793 Português
Feliz aniversário


    A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapejado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados – e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado pelo terno novo e pela gravata.

  Tendo Zilda – a filha com quem a aniversariante morava – disposto cadeiras unidas ao longo das paredes, como numa festa em que se vai dançar, a nora de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada aos de casa, aboletou-se numa das cadeiras e emudeceu, a boca em bico, mantendo sua posição de ultrajada. “Vim para não deixar de vir”, dissera ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duas mocinhas de cor-de-rosa e o menino, amarelos e de cabelo penteado, não sabiam bem que atitude tomar e ficaram de pé ao lado da mãe, impressionados com seu vestido azul-marinho e com os paetês.

   Depois veio a nora de Ipanema com dois netos e a babá. O marido viria depois. E como Zilda – a única mulher entre os seis irmãos homens e a única que, estava decidido já havia anos, tinha espaço e tempo para alojar a aniversariante –, e como Zilda estava na cozinha a ultimar com a empregada os croquetes e sanduíches, ficaram: a nora de Olaria empertigada com seus filhos de coração inquieto ao lado; a nora de Ipanema na fila oposta das cadeiras fingindo ocupar-se com o bebê para não encarar a concunhada de Olaria; a babá ociosa e uniformizada, com a boca aberta.

    E à cabeceira da mesa grande a aniversariante, que fazia hoje oitenta e nove anos.

    Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel colorido e copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sugados pelo teto, em alguns dos quais estava escrito “Happy Birthday!”, em outros, “Feliz Aniversário!”. No centro havia disposto o enorme bolo açucarado. Para adiantar o expediente, enfeitara a mesa logo depois do almoço, encostara as cadeiras à parede, mandara os meninos brincar no vizinho para não desarrumar a mesa.

    E, para adiantar o expediente, vestira a aniversariante logo depois do almoço. Pusera-lhe desde então a presilha em torno do pescoço e o broche, borrifara-lhe um pouco de água-de-colônia para disfarçar aquele seu cheiro de guardado – sentara-a à mesa. E desde as duas horas a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa mesa vazia, tesa na sala silenciosa.

   De vez em quando consciente dos guardanapos coloridos. Olhando curiosa um ou outro balão  estremecer aos carros que passavam. E de vez em quando aquela angústia muda: quando acompanhava, fascinada e impotente, o voo da mosca em torno do bolo.


(LISPECTOR, Clarice. Extraído do livro Laços de Família, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1998.)
Dentre os fragmentos relacionados, pode ser identificado um exemplo de sujeito indeterminado em:
Alternativas
Respostas
161: D
162: A
163: D
164: D
165: B
166: D
167: D
168: C
169: D
170: B
171: B
172: B
173: A
174: C
175: C
176: C
177: A
178: A
179: C
180: B