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Q791981 Português
Texto 1
Desobediência Civil
Aldo Bizzocchi
Deveríamos nos rebelar contra injustiças linguísticas e arbitrariedades gramaticais?Se sim, como diferenciar os desobedientes dos ignorantes?
Nem tudo o que é legal é justo (segundo Gandhi, uma lei injusta é uma forma de violência). O líder indiano foi o maior expoente da desobediência civil, filosofia política formulada pelo americano Henry David Thoreau. A ideia básica dessa filosofia é a de que é justo desobedecer a leis ou a governos injustos.
Mas leis injustas (supondo que haja um critério objetivo de justiça) nem sempre são criadas por razões deliberadas; as mais das vezes, o legislador não se dá conta de todas as implicações de sua lei. Exemplo disso é a legislação tributária brasileira, que faz os pobres pagarem relativamente mais em impostos do que os ricos.
A língua também é governada por leis. A ortografia, por sinal, é objeto de regulamentação federal. Já a gramática, embora não tenha força de lei, é um conjunto de normas que exercem pressão tão coercitiva sobre os falantes, especialmente em situações formais, quanto as de uma legislação. E ortógrafos e gramáticos também erram, portanto também criam leis injustas – se não contra os falantes, pelo menos contra a língua.
É o caso daquela grafia que, embora oficial, não tem fundamento nem etimológico nem fonológico e mais cria dificuldades do que facilita a vida das pessoas. É o caso também da regra sintática obsoleta que ainda é exigida em concursos, e da concordância ou regência que atentam contra a lógica e a natureza da língua, mas são tidas como canônicas pela gramática normativa. O que fazer com elas? A desobediência civil cabe nesses casos?
Imposição
A regulamentação do idioma, embora não tenha efeito jurídico, sobretudo porque não prevê sanções cíveis ou penais a quem a transgride (exceto a reprovação em concursos), acaba sendo mais tirânica que a legislação propriamente dita. Afinal, não é possível enviar ao Congresso um projeto de lei de iniciativa popular para mudar regras de gramática. Logo, discordar dessas regras e, mais, desobedecê-las (ou desobedecer a elas, como exigem os gramáticos) constitui, na prática, um ato de desobediência civil.
Mas será que toda desobediência é justificável? De um lado, podemos ter abusos motivados por razões ideológicas, algo como “Si hay gobierno en esta tierra, yo soy contra” (“Se há governo nessa terra, sou contra”). Afinal, para os radicais, toda lei é uma forma de opressão (alguns, se pudessem, desacatariam até a lei da gravidade!). De outro lado, como distinguir entre desobediência e ignorância? Em tese, qualquer um que não saiba se expressar de acordo com a gramática pode alegar que o faz deliberadamente. Então será que todo desvio é justificável?
Rebeldia tímida
Curiosamente, os atos de desobediência deliberada em relação à língua têm um caráter muito mais conservador do que na política. E afetam mais a ortografia do que a gramática. Toda vez que ocorre uma reforma ortográfica, não são raras as vozes a se levantarem contra ela, em defesa do sistema antigo. Fernando Pessoa, por exemplo, pregava a desobediência civil à reforma de 1911. E, ainda hoje, muitos portugueses resistem ao novo acordo ortográfico.
Já os “progressistas” da língua se limitam a criticar a timidez das reformas, mas não ousam desafiá-las, abolindo por conta própria o h mudo ou coisas do gênero. E olhe que não faltam normas ruins e malfeitas em matéria de ortografia. (...) 
Discórdias
E casos como o de “adequa” (ou “adéqua”, ou “adeqúa”?), que não tem uma grafia oficial (o dicionário Houaiss é um caso isolado) porque para os gramáticos essa palavra simplesmente não existe? E o hífen, pomo central da discórdia ortográfica da nossa língua, cujas normas de uso são tão herméticas quanto ilógicas? (Se antes não havia qualquer sentido na grafia “cartão-postal”, agora temos de conviver também com “conta-corrente”).
Com respeito à gramática (ou com desrespeito, se quisermos fazer um trocadilho de mau gosto), pululam os casos de regras incoerentes, que o falante, em sua ingenuidade, acaba “corrigindo”, muitas vezes sem ter consciência de que é um transgressor contumaz. BIZZOCCHI, Aldo. Desobediência Civil. Revista Língua Portuguesa.
Editora Segmento. Ano 8, n.º 85, novembro de 2012. (adaptado)  
Releia o trecho: “Mas leis injustas (supondo que haja um critério objetivo de justiça) nem sempre são criadas por razões deliberadas; as mais das vezes, o legislador não se dá conta de todas as implicações de sua lei.” A expressão “as mais das vezes” pode ser corretamente substituída por todas as alternativas abaixo, EXCETO:
Alternativas
Q791980 Português
Texto 1
Desobediência Civil
Aldo Bizzocchi
Deveríamos nos rebelar contra injustiças linguísticas e arbitrariedades gramaticais?Se sim, como diferenciar os desobedientes dos ignorantes?
Nem tudo o que é legal é justo (segundo Gandhi, uma lei injusta é uma forma de violência). O líder indiano foi o maior expoente da desobediência civil, filosofia política formulada pelo americano Henry David Thoreau. A ideia básica dessa filosofia é a de que é justo desobedecer a leis ou a governos injustos.
Mas leis injustas (supondo que haja um critério objetivo de justiça) nem sempre são criadas por razões deliberadas; as mais das vezes, o legislador não se dá conta de todas as implicações de sua lei. Exemplo disso é a legislação tributária brasileira, que faz os pobres pagarem relativamente mais em impostos do que os ricos.
A língua também é governada por leis. A ortografia, por sinal, é objeto de regulamentação federal. Já a gramática, embora não tenha força de lei, é um conjunto de normas que exercem pressão tão coercitiva sobre os falantes, especialmente em situações formais, quanto as de uma legislação. E ortógrafos e gramáticos também erram, portanto também criam leis injustas – se não contra os falantes, pelo menos contra a língua.
É o caso daquela grafia que, embora oficial, não tem fundamento nem etimológico nem fonológico e mais cria dificuldades do que facilita a vida das pessoas. É o caso também da regra sintática obsoleta que ainda é exigida em concursos, e da concordância ou regência que atentam contra a lógica e a natureza da língua, mas são tidas como canônicas pela gramática normativa. O que fazer com elas? A desobediência civil cabe nesses casos?
Imposição
A regulamentação do idioma, embora não tenha efeito jurídico, sobretudo porque não prevê sanções cíveis ou penais a quem a transgride (exceto a reprovação em concursos), acaba sendo mais tirânica que a legislação propriamente dita. Afinal, não é possível enviar ao Congresso um projeto de lei de iniciativa popular para mudar regras de gramática. Logo, discordar dessas regras e, mais, desobedecê-las (ou desobedecer a elas, como exigem os gramáticos) constitui, na prática, um ato de desobediência civil.
Mas será que toda desobediência é justificável? De um lado, podemos ter abusos motivados por razões ideológicas, algo como “Si hay gobierno en esta tierra, yo soy contra” (“Se há governo nessa terra, sou contra”). Afinal, para os radicais, toda lei é uma forma de opressão (alguns, se pudessem, desacatariam até a lei da gravidade!). De outro lado, como distinguir entre desobediência e ignorância? Em tese, qualquer um que não saiba se expressar de acordo com a gramática pode alegar que o faz deliberadamente. Então será que todo desvio é justificável?
Rebeldia tímida
Curiosamente, os atos de desobediência deliberada em relação à língua têm um caráter muito mais conservador do que na política. E afetam mais a ortografia do que a gramática. Toda vez que ocorre uma reforma ortográfica, não são raras as vozes a se levantarem contra ela, em defesa do sistema antigo. Fernando Pessoa, por exemplo, pregava a desobediência civil à reforma de 1911. E, ainda hoje, muitos portugueses resistem ao novo acordo ortográfico.
Já os “progressistas” da língua se limitam a criticar a timidez das reformas, mas não ousam desafiá-las, abolindo por conta própria o h mudo ou coisas do gênero. E olhe que não faltam normas ruins e malfeitas em matéria de ortografia. (...) 
Discórdias
E casos como o de “adequa” (ou “adéqua”, ou “adeqúa”?), que não tem uma grafia oficial (o dicionário Houaiss é um caso isolado) porque para os gramáticos essa palavra simplesmente não existe? E o hífen, pomo central da discórdia ortográfica da nossa língua, cujas normas de uso são tão herméticas quanto ilógicas? (Se antes não havia qualquer sentido na grafia “cartão-postal”, agora temos de conviver também com “conta-corrente”).
Com respeito à gramática (ou com desrespeito, se quisermos fazer um trocadilho de mau gosto), pululam os casos de regras incoerentes, que o falante, em sua ingenuidade, acaba “corrigindo”, muitas vezes sem ter consciência de que é um transgressor contumaz. BIZZOCCHI, Aldo. Desobediência Civil. Revista Língua Portuguesa.
Editora Segmento. Ano 8, n.º 85, novembro de 2012. (adaptado)  
Releia a frase extraída do texto “Desobediência civil”, do lexicologista Aldo Bizzocchi: “E ortógrafos e gramáticos também erram, portanto também criam leis injustas – se não contra os falantes, pelo menos contra a língua.” Modificando-se os dois verbos destacados na frase anterior, obteríamos o seguinte resultado: E ortógrafos e gramáticos também erramos, portanto também criamos leis injustas – se não contra os falantes, pelo menos contra a língua. Acerca da frase modificada, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q791979 Português
Texto 1
Desobediência Civil
Aldo Bizzocchi
Deveríamos nos rebelar contra injustiças linguísticas e arbitrariedades gramaticais?Se sim, como diferenciar os desobedientes dos ignorantes?
Nem tudo o que é legal é justo (segundo Gandhi, uma lei injusta é uma forma de violência). O líder indiano foi o maior expoente da desobediência civil, filosofia política formulada pelo americano Henry David Thoreau. A ideia básica dessa filosofia é a de que é justo desobedecer a leis ou a governos injustos.
Mas leis injustas (supondo que haja um critério objetivo de justiça) nem sempre são criadas por razões deliberadas; as mais das vezes, o legislador não se dá conta de todas as implicações de sua lei. Exemplo disso é a legislação tributária brasileira, que faz os pobres pagarem relativamente mais em impostos do que os ricos.
A língua também é governada por leis. A ortografia, por sinal, é objeto de regulamentação federal. Já a gramática, embora não tenha força de lei, é um conjunto de normas que exercem pressão tão coercitiva sobre os falantes, especialmente em situações formais, quanto as de uma legislação. E ortógrafos e gramáticos também erram, portanto também criam leis injustas – se não contra os falantes, pelo menos contra a língua.
É o caso daquela grafia que, embora oficial, não tem fundamento nem etimológico nem fonológico e mais cria dificuldades do que facilita a vida das pessoas. É o caso também da regra sintática obsoleta que ainda é exigida em concursos, e da concordância ou regência que atentam contra a lógica e a natureza da língua, mas são tidas como canônicas pela gramática normativa. O que fazer com elas? A desobediência civil cabe nesses casos?
Imposição
A regulamentação do idioma, embora não tenha efeito jurídico, sobretudo porque não prevê sanções cíveis ou penais a quem a transgride (exceto a reprovação em concursos), acaba sendo mais tirânica que a legislação propriamente dita. Afinal, não é possível enviar ao Congresso um projeto de lei de iniciativa popular para mudar regras de gramática. Logo, discordar dessas regras e, mais, desobedecê-las (ou desobedecer a elas, como exigem os gramáticos) constitui, na prática, um ato de desobediência civil.
Mas será que toda desobediência é justificável? De um lado, podemos ter abusos motivados por razões ideológicas, algo como “Si hay gobierno en esta tierra, yo soy contra” (“Se há governo nessa terra, sou contra”). Afinal, para os radicais, toda lei é uma forma de opressão (alguns, se pudessem, desacatariam até a lei da gravidade!). De outro lado, como distinguir entre desobediência e ignorância? Em tese, qualquer um que não saiba se expressar de acordo com a gramática pode alegar que o faz deliberadamente. Então será que todo desvio é justificável?
Rebeldia tímida
Curiosamente, os atos de desobediência deliberada em relação à língua têm um caráter muito mais conservador do que na política. E afetam mais a ortografia do que a gramática. Toda vez que ocorre uma reforma ortográfica, não são raras as vozes a se levantarem contra ela, em defesa do sistema antigo. Fernando Pessoa, por exemplo, pregava a desobediência civil à reforma de 1911. E, ainda hoje, muitos portugueses resistem ao novo acordo ortográfico.
Já os “progressistas” da língua se limitam a criticar a timidez das reformas, mas não ousam desafiá-las, abolindo por conta própria o h mudo ou coisas do gênero. E olhe que não faltam normas ruins e malfeitas em matéria de ortografia. (...) 
Discórdias
E casos como o de “adequa” (ou “adéqua”, ou “adeqúa”?), que não tem uma grafia oficial (o dicionário Houaiss é um caso isolado) porque para os gramáticos essa palavra simplesmente não existe? E o hífen, pomo central da discórdia ortográfica da nossa língua, cujas normas de uso são tão herméticas quanto ilógicas? (Se antes não havia qualquer sentido na grafia “cartão-postal”, agora temos de conviver também com “conta-corrente”).
Com respeito à gramática (ou com desrespeito, se quisermos fazer um trocadilho de mau gosto), pululam os casos de regras incoerentes, que o falante, em sua ingenuidade, acaba “corrigindo”, muitas vezes sem ter consciência de que é um transgressor contumaz. BIZZOCCHI, Aldo. Desobediência Civil. Revista Língua Portuguesa.
Editora Segmento. Ano 8, n.º 85, novembro de 2012. (adaptado)  
Releia as frases a seguir, retiradas do texto “Desobediência civil”: “Mas leis injustas (supondo que haja um critério objetivo de justiça) nem sempre são criadas por razões deliberadas (...).” “E ortógrafos e gramáticos também erram, portanto também criam leis injustas – se não contra os falantes, pelo menos contra a língua.” “Afinal, não é possível enviar ao congresso um projeto de lei de iniciativa popular para mudar regras de gramática.” As conjunções destacadas estabelecem nos enunciados, respectivamente, relações semânticas de:
Alternativas
Q791978 Português
Texto 1
Desobediência Civil
Aldo Bizzocchi
Deveríamos nos rebelar contra injustiças linguísticas e arbitrariedades gramaticais?Se sim, como diferenciar os desobedientes dos ignorantes?
Nem tudo o que é legal é justo (segundo Gandhi, uma lei injusta é uma forma de violência). O líder indiano foi o maior expoente da desobediência civil, filosofia política formulada pelo americano Henry David Thoreau. A ideia básica dessa filosofia é a de que é justo desobedecer a leis ou a governos injustos.
Mas leis injustas (supondo que haja um critério objetivo de justiça) nem sempre são criadas por razões deliberadas; as mais das vezes, o legislador não se dá conta de todas as implicações de sua lei. Exemplo disso é a legislação tributária brasileira, que faz os pobres pagarem relativamente mais em impostos do que os ricos.
A língua também é governada por leis. A ortografia, por sinal, é objeto de regulamentação federal. Já a gramática, embora não tenha força de lei, é um conjunto de normas que exercem pressão tão coercitiva sobre os falantes, especialmente em situações formais, quanto as de uma legislação. E ortógrafos e gramáticos também erram, portanto também criam leis injustas – se não contra os falantes, pelo menos contra a língua.
É o caso daquela grafia que, embora oficial, não tem fundamento nem etimológico nem fonológico e mais cria dificuldades do que facilita a vida das pessoas. É o caso também da regra sintática obsoleta que ainda é exigida em concursos, e da concordância ou regência que atentam contra a lógica e a natureza da língua, mas são tidas como canônicas pela gramática normativa. O que fazer com elas? A desobediência civil cabe nesses casos?
Imposição
A regulamentação do idioma, embora não tenha efeito jurídico, sobretudo porque não prevê sanções cíveis ou penais a quem a transgride (exceto a reprovação em concursos), acaba sendo mais tirânica que a legislação propriamente dita. Afinal, não é possível enviar ao Congresso um projeto de lei de iniciativa popular para mudar regras de gramática. Logo, discordar dessas regras e, mais, desobedecê-las (ou desobedecer a elas, como exigem os gramáticos) constitui, na prática, um ato de desobediência civil.
Mas será que toda desobediência é justificável? De um lado, podemos ter abusos motivados por razões ideológicas, algo como “Si hay gobierno en esta tierra, yo soy contra” (“Se há governo nessa terra, sou contra”). Afinal, para os radicais, toda lei é uma forma de opressão (alguns, se pudessem, desacatariam até a lei da gravidade!). De outro lado, como distinguir entre desobediência e ignorância? Em tese, qualquer um que não saiba se expressar de acordo com a gramática pode alegar que o faz deliberadamente. Então será que todo desvio é justificável?
Rebeldia tímida
Curiosamente, os atos de desobediência deliberada em relação à língua têm um caráter muito mais conservador do que na política. E afetam mais a ortografia do que a gramática. Toda vez que ocorre uma reforma ortográfica, não são raras as vozes a se levantarem contra ela, em defesa do sistema antigo. Fernando Pessoa, por exemplo, pregava a desobediência civil à reforma de 1911. E, ainda hoje, muitos portugueses resistem ao novo acordo ortográfico.
Já os “progressistas” da língua se limitam a criticar a timidez das reformas, mas não ousam desafiá-las, abolindo por conta própria o h mudo ou coisas do gênero. E olhe que não faltam normas ruins e malfeitas em matéria de ortografia. (...) 
Discórdias
E casos como o de “adequa” (ou “adéqua”, ou “adeqúa”?), que não tem uma grafia oficial (o dicionário Houaiss é um caso isolado) porque para os gramáticos essa palavra simplesmente não existe? E o hífen, pomo central da discórdia ortográfica da nossa língua, cujas normas de uso são tão herméticas quanto ilógicas? (Se antes não havia qualquer sentido na grafia “cartão-postal”, agora temos de conviver também com “conta-corrente”).
Com respeito à gramática (ou com desrespeito, se quisermos fazer um trocadilho de mau gosto), pululam os casos de regras incoerentes, que o falante, em sua ingenuidade, acaba “corrigindo”, muitas vezes sem ter consciência de que é um transgressor contumaz. BIZZOCCHI, Aldo. Desobediência Civil. Revista Língua Portuguesa.
Editora Segmento. Ano 8, n.º 85, novembro de 2012. (adaptado)  
Releia o seguinte enunciado: “Alguns, se pudessem, desacatariam até a lei da gravidade!” Assinale a afirmativa INCORRETA:
Alternativas
Q791977 Português
Texto 1
Desobediência Civil
Aldo Bizzocchi
Deveríamos nos rebelar contra injustiças linguísticas e arbitrariedades gramaticais?Se sim, como diferenciar os desobedientes dos ignorantes?
Nem tudo o que é legal é justo (segundo Gandhi, uma lei injusta é uma forma de violência). O líder indiano foi o maior expoente da desobediência civil, filosofia política formulada pelo americano Henry David Thoreau. A ideia básica dessa filosofia é a de que é justo desobedecer a leis ou a governos injustos.
Mas leis injustas (supondo que haja um critério objetivo de justiça) nem sempre são criadas por razões deliberadas; as mais das vezes, o legislador não se dá conta de todas as implicações de sua lei. Exemplo disso é a legislação tributária brasileira, que faz os pobres pagarem relativamente mais em impostos do que os ricos.
A língua também é governada por leis. A ortografia, por sinal, é objeto de regulamentação federal. Já a gramática, embora não tenha força de lei, é um conjunto de normas que exercem pressão tão coercitiva sobre os falantes, especialmente em situações formais, quanto as de uma legislação. E ortógrafos e gramáticos também erram, portanto também criam leis injustas – se não contra os falantes, pelo menos contra a língua.
É o caso daquela grafia que, embora oficial, não tem fundamento nem etimológico nem fonológico e mais cria dificuldades do que facilita a vida das pessoas. É o caso também da regra sintática obsoleta que ainda é exigida em concursos, e da concordância ou regência que atentam contra a lógica e a natureza da língua, mas são tidas como canônicas pela gramática normativa. O que fazer com elas? A desobediência civil cabe nesses casos?
Imposição
A regulamentação do idioma, embora não tenha efeito jurídico, sobretudo porque não prevê sanções cíveis ou penais a quem a transgride (exceto a reprovação em concursos), acaba sendo mais tirânica que a legislação propriamente dita. Afinal, não é possível enviar ao Congresso um projeto de lei de iniciativa popular para mudar regras de gramática. Logo, discordar dessas regras e, mais, desobedecê-las (ou desobedecer a elas, como exigem os gramáticos) constitui, na prática, um ato de desobediência civil.
Mas será que toda desobediência é justificável? De um lado, podemos ter abusos motivados por razões ideológicas, algo como “Si hay gobierno en esta tierra, yo soy contra” (“Se há governo nessa terra, sou contra”). Afinal, para os radicais, toda lei é uma forma de opressão (alguns, se pudessem, desacatariam até a lei da gravidade!). De outro lado, como distinguir entre desobediência e ignorância? Em tese, qualquer um que não saiba se expressar de acordo com a gramática pode alegar que o faz deliberadamente. Então será que todo desvio é justificável?
Rebeldia tímida
Curiosamente, os atos de desobediência deliberada em relação à língua têm um caráter muito mais conservador do que na política. E afetam mais a ortografia do que a gramática. Toda vez que ocorre uma reforma ortográfica, não são raras as vozes a se levantarem contra ela, em defesa do sistema antigo. Fernando Pessoa, por exemplo, pregava a desobediência civil à reforma de 1911. E, ainda hoje, muitos portugueses resistem ao novo acordo ortográfico.
Já os “progressistas” da língua se limitam a criticar a timidez das reformas, mas não ousam desafiá-las, abolindo por conta própria o h mudo ou coisas do gênero. E olhe que não faltam normas ruins e malfeitas em matéria de ortografia. (...) 
Discórdias
E casos como o de “adequa” (ou “adéqua”, ou “adeqúa”?), que não tem uma grafia oficial (o dicionário Houaiss é um caso isolado) porque para os gramáticos essa palavra simplesmente não existe? E o hífen, pomo central da discórdia ortográfica da nossa língua, cujas normas de uso são tão herméticas quanto ilógicas? (Se antes não havia qualquer sentido na grafia “cartão-postal”, agora temos de conviver também com “conta-corrente”).
Com respeito à gramática (ou com desrespeito, se quisermos fazer um trocadilho de mau gosto), pululam os casos de regras incoerentes, que o falante, em sua ingenuidade, acaba “corrigindo”, muitas vezes sem ter consciência de que é um transgressor contumaz. BIZZOCCHI, Aldo. Desobediência Civil. Revista Língua Portuguesa.
Editora Segmento. Ano 8, n.º 85, novembro de 2012. (adaptado)  
Leia as afirmações a seguir, referentes ao texto “Desobediência Civil”, e assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q791976 Redes de Computadores
No protocolo TCP, a troca de dados é precedida pelo estabelecimento de conexão. O mecanismo utilizado pelo TCP para estabelecer conexão é chamado de:
Alternativas
Q791975 Redes de Computadores
"Permite o envio de datagramas através da Internet criptografando seu conteúdo". A frase refere-se às:
Alternativas
Q791974 Redes de Computadores
Assinale a alternativa que NÃO indica um padrão para redes sem fio:
Alternativas
Q791973 Redes de Computadores

Observe a saída do programa nmap abaixo:

Imagem associada para resolução da questão

De acordo com a saída do programa Nmap e levando-se em consideração as portas padrão de serviço, quais os serviços/protocolos que estão rodando no computador com IP 200.16.16.4?

Alternativas
Q791972 Redes de Computadores
Assinale a alternativa que corresponde a um protocolo da camada de aplicação utilizado para transferência de páginas Web:
Alternativas
Q791971 Redes de Computadores
"Este protocolo é destinado a informar a uma fonte quando um datagrama enviado por ela enfrenta problemas. É um mecanismo de relato de erro.". A afirmação refere-se ao protocolo:
Alternativas
Q791970 Redes de Computadores
Assinale a alternativa que corresponde às camadas descritas no modelo de referência OSI:
Alternativas
Q791969 Redes de Computadores
O endereço da rede a qual o host 200.131.19.84/26 pertence é o:
Alternativas
Q791968 Redes de Computadores
O DNS fornece um serviço de identificação de hosts através de nomes. Para isso, é necessário existir o mapeamento entre nome do host e endereço IP do mesmo. O tipo de registro que fornece esse mapeamento para endereços IPv4 sem distinção de serviço é o:
Alternativas
Q791967 Redes de Computadores
Quantos computadores podem ser configurados em uma rede com a máscara 255.255.255.128?
Alternativas
Q791966 Programação
Com Ajax, torna-se possível a incorporação de uma série de novas funcionalidades em aplicações Web, EXCETO:
Alternativas
Q791965 Programação
Java possui suporte a definição de métodos synchronized, os quais:
Alternativas
Q791964 Programação
Dado o seguinte código-fonte Java (arquivo Main.java), assinale a alternativa que NÃO ilustra uma saída impressa válida para sua execução: Imagem associada para resolução da questão
Alternativas
Q791963 Engenharia de Software

O diagrama abaixo é um exemplo de:

Imagem associada para resolução da questão

Alternativas
Q791962 Engenharia de Software
Dentre as seguintes afirmações acerca de UML, assinale a INCORRETA:
Alternativas
Respostas
841: E
842: D
843: C
844: D
845: E
846: A
847: C
848: E
849: D
850: C
851: D
852: A
853: E
854: B
855: B
856: D
857: C
858: D
859: D
860: B