Questões de Vestibular
Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português
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Assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa correta.
Leia um trecho do poema A Flor e a Náusea.
Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas,
alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
[....]
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
E lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
ANDRADE, C. D. Antologia Poética. Rio de Janeiro. José Olympio, 1978
A partir da leitura do trecho de A Flor e a Náusea, poema do modernista Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa em que o conceito é adequado à temática apresentada nos versos.
Leia o texto para responder à questão.
13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.
...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]
Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.
..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:
– Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:
– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”
...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
29 de maio [....]
...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.
MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.
Considere a charge
Comparando a charge ao texto de Carolina Maria de
Jesus, conclui-se corretamente que ambos se relacionam
à temática
Leia o texto para responder à questão.
13 de maio Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.
...Nas prisões os negros eram os bodes espiatorios. [....]
Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.
..Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:
– Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:
– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.”
...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
29 de maio [....]
...Há de existir alguem que lendo o que eu escrevo dirá...isto é mentira! Mas, as miserias são reais.
MARIA DE JESUS, Carolina. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 2017. Adaptado.
O texto foi retirado do livro Quarto de Despejo, diário escrito por Carolina Maria de Jesus, moradora da favela do Canindé, em São Paulo, na década de 1950. A edição reproduz fielmente os manuscritos originais.
Analisando a linguagem apresentada no trecho, conclui-se corretamente que
Analise o quadrinho
O quadrinho de Laerte representa uma crítica à realidade
atual, visto que nele a personagem
(http://www.culturabrasil.org/zip/ Acesso em: 20.03.14. Adaptado)
É correto afirmar que esse fragmento foi extraído do romance
Leia o texto para responder a questão.
O futebol repete a vida
Tostão
(Colunista da Folha)
Há muitas analogias entre o esporte e a vida. Por isso, as empresas, principalmente as americanas, adoram convidar pessoas do futebol para darem palestras aos seus funcionários e executivos. Por ter sido campeão do mundo e ser agora um cronista, recebo muitos convites. Recuso todos.
As empresas confundem as razões e as emoções do esporte com as experiências pessoais. Querem criar um manual e um perfil dos vencedores. Não existe. As experiências não se transmitem. Cada um faz do seu jeito.
Um jogo de futebol é um espetáculo, uma metáfora da vida. Estão presentes a alegria e a tristeza, a glória e o ocaso, a razão e a paixão, a ganância e a solidariedade, o invisível e o previsível, o evidente e o contraditório, o real e o simbólico, a ternura e a agressividade e outras ambivalências que fazem parte da alma humana.
Nos esportes coletivos e na vida, todos querem brilhar mais do que os outros. Muitos aprendem que só vão se destacar e melhorar de vida se participarem de um grupo ou de uma sociedade organizada, forte e solidária. Por outro lado, são os talentos individuais que iluminam o coletivo. Parece contraditório. A vida é contraditória.
O esporte é uma boa analogia entre razão e paixão. Um grande jogo precisa ter técnica e emoção. Para formarmos um grande time, é necessário talento, criatividade, disciplina tática e garra. Os grandes atletas são sábios e guerreiros. Quanto mais difícil a partida, mais Pelé vibrava em campo.
O futebol está tão próximo da brincadeira e da descontração quanto da disciplina e da seriedade. Garrincha foi barrado antes da Copa de 58 porque era considerado uma criança irresponsável. Ele mostrou que o futebol pode ser uma brincadeira séria.
Em qualquer atividade, a base da criatividade está na brincadeira com seriedade. Craques brincam com a bola; poetas e artistas brincam com as palavras, as imagens e os sons. O ideal seria brincar com a vida, com responsabilidade e sem sentimento de culpa.
Em um jogo de futebol é muito estreita a linha divisória entre a ética, a responsabilidade e a ambição e a busca pela vitória de todas as maneiras. Na emoção de uma partida, no desejo intenso de ser um campeão, muitas vezes se perdem esses limites. Aí, o atleta dribla a ética. Alguns se arrependem. Assim é também na vida.
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0405200342.htm Acesso em:12.02.14. Adaptado)
Leia o texto para responder a questão.
O futebol repete a vida
Tostão
(Colunista da Folha)
Há muitas analogias entre o esporte e a vida. Por isso, as empresas, principalmente as americanas, adoram convidar pessoas do futebol para darem palestras aos seus funcionários e executivos. Por ter sido campeão do mundo e ser agora um cronista, recebo muitos convites. Recuso todos.
As empresas confundem as razões e as emoções do esporte com as experiências pessoais. Querem criar um manual e um perfil dos vencedores. Não existe. As experiências não se transmitem. Cada um faz do seu jeito.
Um jogo de futebol é um espetáculo, uma metáfora da vida. Estão presentes a alegria e a tristeza, a glória e o ocaso, a razão e a paixão, a ganância e a solidariedade, o invisível e o previsível, o evidente e o contraditório, o real e o simbólico, a ternura e a agressividade e outras ambivalências que fazem parte da alma humana.
Nos esportes coletivos e na vida, todos querem brilhar mais do que os outros. Muitos aprendem que só vão se destacar e melhorar de vida se participarem de um grupo ou de uma sociedade organizada, forte e solidária. Por outro lado, são os talentos individuais que iluminam o coletivo. Parece contraditório. A vida é contraditória.
O esporte é uma boa analogia entre razão e paixão. Um grande jogo precisa ter técnica e emoção. Para formarmos um grande time, é necessário talento, criatividade, disciplina tática e garra. Os grandes atletas são sábios e guerreiros. Quanto mais difícil a partida, mais Pelé vibrava em campo.
O futebol está tão próximo da brincadeira e da descontração quanto da disciplina e da seriedade. Garrincha foi barrado antes da Copa de 58 porque era considerado uma criança irresponsável. Ele mostrou que o futebol pode ser uma brincadeira séria.
Em qualquer atividade, a base da criatividade está na brincadeira com seriedade. Craques brincam com a bola; poetas e artistas brincam com as palavras, as imagens e os sons. O ideal seria brincar com a vida, com responsabilidade e sem sentimento de culpa.
Em um jogo de futebol é muito estreita a linha divisória entre a ética, a responsabilidade e a ambição e a busca pela vitória de todas as maneiras. Na emoção de uma partida, no desejo intenso de ser um campeão, muitas vezes se perdem esses limites. Aí, o atleta dribla a ética. Alguns se arrependem. Assim é também na vida.
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0405200342.htm Acesso em:12.02.14. Adaptado)
SÃO PAULO – [...] O governo federal e a Fifa apresentaram, neste sábado, em São Paulo, medidas relativas à área da saúde visando à Copa do Mundo de 2014. Entre as novidades apresentadas, uma mochila contendo um desfibrilador, que deve prevenir a morte súbita cardíaca em jogos de futebol. Avaliado em 20 mil reais, esse equipamento foi distribuído para todos os países participantes da Copa de 2014. A expectativa da entidade é de que esse aparelho fique como um legado dessa competição. Todas as atividades ligadas à Copa, como jogos e treinos, terão a presença desses desfibriladores. Outra novidade é uma campanha de comunicação aos visitantes, por meio de folhetos, chamados de Saúde do Viajante, elaborados em português, espanhol, inglês e francês. Além disso, em maio, será lançado um aplicativo para celulares denominado Saúde na Copa 2014. Ele trará informações, tais como, as principais doenças da região, indicará o hospital mais próximo e dará outras dicas de saúde. Com relação ao risco à saúde dos atletas, por conta dos jogos sob sol forte, o diretor médico da Fifa afirmou que, nas sete partidas no horário de risco (13h), a equipe médica vai avaliar se é necessária a parada técnica [...].
(http://tinyurl.com/estadao-governo-fifa Acesso em: 20.03.14. Adaptado)
De acordo com as informações do texto, é correto afirmar que, na Copa do Mundo de 2014,
O trecho a seguir foi retirado do prefácio Advertência, que introduz a obra.
Quem me leu Esaú e Jacó talvez reconheça estas palavras do prefácio: “Nos lazeres do ofício escrevia o Memorial, que, apesar das páginas mortas ou escuras, apenas daria (e talvez dê) para matar o tempo da barca de Petrópolis”. Referia-me ao Conselheiro Aires. Tratando-se agora de imprimir o Memorial, achou-se que a parte relativa a uns dois anos (1888-1889), se for decotada de algumas circunstâncias, anedotas, descrições e reflexões, — pode dar uma narração seguida, que talvez interesse, apesar da forma de diário que tem. Não houve pachorra de a redigir à maneira daquela outra, — nem pachorra, nem habilidade. Vai como estava, mas desbastada e estreita, conservando só o que liga o mesmo assunto. O resto aparecerá um dia, se aparecer algum dia. ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. In:______. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 1096
Com base na leitura dos textos e nas obras de Machado de Assis, é correto afirmar que