Questões de Vestibular
Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português
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DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Alguma poesia [1930]. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2002. p. 26.
Marque com V ou com F, conforme sejam, respectivamente, verdadeiras ou falsas as afirmativas sobre o texto.
( ) Uma comparação entre o início do poema (v. 1-2) e seu final (v. 18) permite inferir que o poeta, frente à trágica configuração do mundo, desiste de procurar entende-lo através de sua poesia.
( ) Na segunda estrofe (v. 5-9), as constatações do poeta se voltam para a difusão generalizada da tecnologia que retira a naturalidade das ações humanas, sufocando até mesmo o lirismo do amor.
( ) Em relação à possibilidade de melhoria do ser humano e de progresso do mundo, o poeta expressa pessimismo, nos versos de 10 a 12, revelando seu senso crítico e sua ironia.
( ) A comparação entre homens e percevejos (v. 13-14) destaca a irracionalidade da destruição da humanidade provocada pelas guerras e, ao mesmo tempo, a insistência heroica na preservação da espécie humana.
( ) O título do poema é uma alusão à esperança do poeta de que ele e sua poesia possam atravessar incólumes as grandes adversidades anunciadas para o século XX.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
CUNHA, Helena Parente. Inéditos (Em tempo de Fim de Mundo). Além de estar: antologia poética. Rio de Janeiro: Imago; Salvador: fundação Cultural do Estado da Bahia, 2000. p. 192-193.
Há uma afirmação verdadeira sobre os poemas de Helena Parente Cunha em
I. . “brilho” (v. 4) e “tochas” (v. 6), no poema Tempo do fim, sugerem conclusão vitoriosa de um processo longo e penoso.
II. “quatro estações” (v. 5) e “prazos do zodíaco” (v. 6) no poema Depois, se referem às limitações que o tempo impõe à possibilidade de superar situações adversas.
III. “a fumaça e o sangue” (v. 3), no poema Tempo do fim, sugerem sofrimento e morte; “cicatriz” (v. 1) e “células renascidas” (v. 3), no poema Depois sugerem cura e superação.
IV. Em Tempo do fim, há uma constatação negativa, sobre a violência; em Depois, a autora acena com uma perspectiva positiva, de recuperação do equilíbrio.
V. Ao usar a primeira pessoa do plural nos dois poemas, a autora se inclui como integrante da humanidade, a respeito da qual faz constatações e previsões.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a
TEXTO:
AMADO, Jorge. Tenda dos milagres. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 175-176.
I. Os estudantes de Medicina, no embate entre Pedro Archanjo e Nilo Argolo, colocaram-se ao lado do segundo, por considerarem a sólida formação científica do professor e seu interesse de promover a divulgação das teorias mais recentes e abalizadas sobre as consequências da miscigenação. II. Pressionado pela repercussão de sua pesquisa sobre miscigenação, bem como pela perseguição promovida pela polícia aos boêmios e aos adeptos do candomblé, Pedro Archanjo destruiu os originais de seu livro e se recolheu ao anonimato, não se tendo notícias sobre as circunstâncias de sua morte. III. A importância de Pedro Archanjo e de sua obra só é reconhecida muito tempo depois de sua morte, pelo interesse de um pesquisador norte-americano, detentor de um prêmio Nobel, em obter informações sobre o autor e sua produção, que eram conhecidos no exterior, mas esquecidos em Salvador. IV. As teses racistas do professor Nilo Argolo estimularam Pedro Archanjo a estudar e pesquisar, durante dez anos, para fundamentar a sua teoria sobre a mestiçagem na Bahia, exposta no livro “Apontamentos sobre a mestiçagem nas famílias baianas”, provando que todos tinham raízes africanas ou indígenas, inclusive o professor Nilo. V. Em consequência da divulgação do livro de Pedro Archanjo, uma réplica à pesquisa racista de Nilo Argolo, a Tenda dos Milagres foi destruída e Archanjo foi preso como subversivo, sendo impedido de entrar na Faculdade onde trabalhou durante 30 anos e vindo a morrer com 75 anos, anônimo e pobre.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a
TEXTO:
AMADO, Jorge. Tenda dos milagres. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 175-176.
( ) A obra denuncia a presença de uma ciência elitista, particularmente assumida e difundida pela área médica, com suas teorias que se ocupavam de tentar provar a inferioridade racial e intelectual de pretos e mestiços. ( ) A convivência conflituosa entre a cultura científica e a cultura popular constitui um dos temas apresentados e discutidos no romance Tenda dos Milagres, representadas, respectivamente, pelos personagens Nilo Argolo e Pedro Archanjo. ( ) O ódio às religiões de matriz africana – com criminalização do candomblé e perseguição a seus adeptos –, fato amplamente ilustrado na obra, revela um contexto de higienização religiosa e racial que marca o final do século XIX e início do século XX. ( ) O comportamento atribuído ao brasileiro, de valorizar o que é estrangeiro em detrimento do que é nacional, é criticado na obra a partir do incidente de súbita valorização da produção de Pedro Archanjo, relegada ao esquecimento após sua morte. ( ) A resistência dos grupos marginalizados, representada pela “Tenda” e os que a frequentavam, em especial Pedro Archanjo, constitui um dos polos da oposição que se estabelece, na obra, entre a opressão de brancos e poderosos, de um lado, e a resistência de pobres, pretos e pardos, de outro.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
ADONIAS FILHO. O largo de branco. O Largo da Palma. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. p. 31-32 e 46-47.
( ) Os trechos transcritos correspondem ao início e ao fim do conto, e ambos focalizam o desfecho de uma história cujo início se deu há 30 anos. ( ) Após a separação entre Odilon e Eliane, que eram casados, ela foi amante de outro homem, Geraldo, que a abandonou, deixando-a em decadência econômica e física. ( ) Odilon era estudante de Medicina quando conheceu Eliane e lhe deu apoio na difícil situação enfrentada pela família com a doença do pai e, posteriormente, casou-se com ela. ( ) A referência ao Largo da Palma “vestido de branco” (l. 48) constitui uma alusão simbólica ao estado emocional de Eliane, após o encontro com Odilon e a aceitação de seu convite. ( ) O convite para o encontro entre Odilon e Eliane – por ela aceito imediatamente – foi feito através de uma carta que ele lhe enviou, mesmo sem indicar o assunto ou o motivo desse encontro.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
TEXTO:
O FIM DO EMPREGO
O futuro do trabalho no mundo globalizado
TEXTO:
O FIM DO EMPREGO
O futuro do trabalho no mundo globalizado
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a

Numa guerra não se matam milhares de pessoas. Mata-se alguém que adora espaguete, outro que é gay, outro que tem uma namorada. Uma acumulação de pequenas memórias...
Nós que aqui estamos, por vós esperamos. Direção de Marcelo Masagão. Brasil, 19996.
A partir do texto e da imagem, pode-se afirmar corretamente que
O Comissário apertou-lhe mais a mão, querendo transmiti-lhe o sopro de vida. Mas a vida de Sem Medo esvaía-se para o solo do Mayombe, misturando-se às folhas em decomposição.
[...]
Mas o Comissário não ouviu o que o Comandante disse. Os lábios já mal se moviam.
A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca-se do sincretismo da mata, mas se eu percorrer com os olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura-se à folhagem geral e é de novo o sincretismo. Só o tronco se destaca, se individualiza. Tal é o Mayombe, os gigantes só o são em parte, ao nível do tronco, o resto confunde-se na massa. Tal o homem. As impressões visuais são menos nítidas e a mancha verde predominante faz esbater progressivamente a claridade do tronco da amoreira gigante. As manchas verdes são cada vez mais sobrepostas, mas, num sobressalto, o tronco da amoreira ainda se afirma, debatendo-se. Tal é a vida.
[...]
Os olhos de Sem Medo ficaram abertos, contemplando o tronco já in visível do gigante que para sempre desaparecera no seu elemento verde.
Pepetela, Mayombe.
- Um dia um homem faz besteira e se desgraça.
Graciliano Ramos, Vidas secas.
Tendo em vista as causas que a provocam, a revolta que vem à consciência de Fabiano, apresentada no texto como ainda contida e genérica, encontrará foco e uma expressão coletiva militante e organizada, em época posterior à publicação de Vidas secas, no movimento.
Atente para as seguintes afirmações, extraídas e adaptadas de um estudo do crítico Augusto Meyer sobre José de Alencar:
I. “Nesta obra, assim como nos ‘poemas americanos’ dos nossos poetas, palpita um sentimento sincero de distância poética e exotismo, de coisa notável por estranha para nós, embora a rotulemos como nativa.”
II. “Mais do que diante de um relato, estamos diante de um poema, cujo conteúdo se concentra a cada passo na magia do ritmo e na graça da imagem.”
III. “O tema do bom selvagem foi, neste caso, aproveitado para um romance histórico, que reproduz o enredo típico das narrativas de capa e espada, oriundas da novela de cavalaria.”
É compatível com o trecho de Iracema aqui reproduzido,
considerado no contexto dessa obra, o que se afirma em
''Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um lenço vermelho atado por trás da nuca.
Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante.
Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces.
Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado.
Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha de crivo que vestia, deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal de nascença.''
TAUNAY, Visconde de. Inocência. São Paulo: DCL, 2013.
Leia o texto abaixo e responda a questão.
TEXTO II
UM APÓLOGO
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
TEXTO I
"Após encontrar um abrigo seguro sob uma copa de maçaranduba caída, ainda ofegante, e com dores fortes em sua pata esquerda e coxa direita, começou a averiguar o que aquele estrondo havia lhe causado. A pata estava completamente dilacerada, com sangramento. As duas garras da região esquerda tinham sido arrancadas. Observou a mutilação. Em sua memória automática, associava o ferimento ao barulho alto e aterrorizante.
Pelo instinto, a onça vislumbrou que, geralmente antes e durante as chuvas torrenciais, estrondos ecoavam pela floresta. Não eram parecidos com os dois que acabara de ouvir, mas às vezes, quando acontecia, isso a assustava como se a floresta estivesse sendo engolida por um animal maior e mais forte. Olhou novamente para a pata, e diante de sua imponência, iniciou uma tentativa de escoamento do sangramento com sua língua, o que logo pressentiu ser inútil.
Ao passar do tempo, a coxa direita latejava cada vez mais. Tentou levantar da toca provisória com o intuito de chegar até sua caverna próxima à cachoeira. Constatou ser impossível conseguir se apoiar sem firmar o corpo com as regiões atingidas. O sangramento da pata diminuiu de intensidade. Iniciou sua peregrinação arrastando-se pela floresta. Sentiu a pele de seu peito sendo esfolada pelas folhas, galhos e ouriços de castanha da Amazônia.
Um rastro de sangue era visível ao longo da tentativa exaustiva de chegar à sua toca. Ao se deparar com um igarapé, vacilou várias vezes até entrar n‘água. Mas não tinha alternativa. Na situação em que se encontrava, não teria como se equilibrar nos troncos das árvores caídas que serviam de ponte e eram facilmente transpassados.
Entrando no igarapé, a onça sentiu um alívio em sua pata flagelada. De súbito, deitou-se na água e aliviou a coxa atingida pelo impacto desconhecido. Aproveitou e tomou longos goles do líquido. O ferimento na coxa não sangrava mais como antes, porém, a pata dianteira manchava o igarapé atraindo pequenos peixes que mordiscavam seu pelo e a carne dilacerada do ferimento. No movimento de afastar os peixes, enterrou a pata na lama do fundo do igarapé e o sangue parou de manchar a água. Logo a onça afundou mais a pata, e aos poucos a dor foi diminuindo."
DANTAS, Ricardo. Meia Pata. São Paulo: Kazuá, 2013. p. 20-21
The perils of counterfeit drugs go way beyond being ripped off by dubious online pill-pushers. The World Health Organization (WHO) estimates that 50 per cent of all medicines sold online are worthless counterfeits. In developing nations fake pills may account for as much as 30 per cent of all drugs on the market. Even in the developed world, 1 per cent of medicines bought over the counter are fakes.
Some key events illustrate the risk these pose. In Nigeria, 2500 children died in 1995 after receiving fake meningitis vaccines. In Haiti, Bangladesh and Nigeria, around 400 people died in 1998 after being given paracetamol that had been prepared with diethylene glycol – a solvent used in wallpaper stripper. The fakers are nothing if not market-aware: in the face of an outbreak of H5N1 bird flu in 2005, they began offering fake Tamiflu.
What can be done? The WHO coordinates an umbrella body called the International Medical Products Anti-Counterfeiting Taskforce (IMPACT), an industry initiative that issues alerts when it finds anomalies in the medicine supply chain. Such events include sudden drops in wholesale prices, hinting at fakes coming onto the market, or the mimicking of anti-counterfeiting features on packaging, such as holograms or barcodes, says Nimo Ahmed, head of intelligence at the UK’s Medicine and Healthcare Products Regulatory Agency.
New Scientist, 10 July 2010, p. 18. Adaptado.