Questões de Educação Física para Concurso
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Na roda de capoeira, os praticantes são potenciais jogadores, instrumentistas e cantadores, e se revezam nessas três ocupações durante o seu desenrolar. Ela constitui-se no momento mais importante das atividades da capoeira. Trata-se de uma festa que os capoeiras dão a si mesmos. Nela, eles brincam, jogam, lutam e dançam. Essa particularidade faz da roda de capoeira um universo empolgante e empolgador, capaz de fazer emergir as mais diferenciadas emoções.
FALCÃO, J. L. S. Do Brasil para o mundo: a prática corporal da capoeira na articulação de processos formais e não-formais de educação. In.: Revista Tempos e Espaços em Educação, São Cristóvão, Sergipe, Brasil, v. 11, n. 24, p. 73-86, jan./mar. 2018, p.79.
No trabalho com a capoeira, o autor postula a articulação entre a cultura escolar (educação formal) e a cultura popular (educação não-formal), numa perspectiva de cooperação e complementaridade, para o enfrentamento aos princípios de
O esporte é uma construção histórico-social humana em constante transformação e fruto de múltiplas determinações. Assim, críticas ao esporte só podem ser endereçadas ao seu sendo, a como ele se apresenta historicamente. E, no caso da pedagogia crítica da EF, com vistas à sua superação, o que significa buscar colaborar para que esse esporte assuma outras características, estas, então, mais adequadas a uma outra (alternativa à hegemônica hoje) concepção de homem e sociedade. A negação do esporte não vai no sentido de abolilo ou fazê-lo desaparecer ou então, negá-lo como conteúdo das aulas de EF. Ao contrário, se pretendemos modificá-lo, é preciso exatamente o oposto, é preciso tratá-lo pedagogicamente. É claro que, quando se adota uma perspectiva pedagógica crítica, esse "tratá-lo pedagogicamente" será diferente do trato pedagógico dado ao esporte a partir de uma perspectiva conservadora de educação.
BRACHT, V. Esporte na escola e esporte de rendimento. Revista Movimento - Ano VI - nº 12 - 2000/1, p. 16.
O autor propõe que o ensino da técnica, necessária à prática dos esportes, seja realizada de forma
A Europa de fins do século XVIII e início do século XIX constituise em palco da construção e consolidação de uma nova sociedade - a sociedade capitalista -, onde os exercícios físicos terão um papel destacado. Para essa nova sociedade, tornavase necessário "construir" um novo homem: mais forte, mais ágil, mais empreendedor. Como a riqueza produzida por essa nova sociedade "pertencia" a poucos, a miséria como seu avesso "pertencia" a muitos: exatamente àqueles que produziam a riqueza exaurindo as forças de seu próprio corpo. Isso mesmo, a força física, a energia física, transformava-se em força de trabalho e era vendida como mais uma mercadoria, pois era a única coisa que o trabalhador dispunha para oferecer no "mercado" dessa chamada "sociedade livre". Os exercícios físicos, então, passaram a ser entendidos como "receita" ê "remédio". Julgava-se que, através deles, e sem mudar as condições materiais de vida a que estava sujeito o trabalhador daquela época, seria possível adquirir o corpo saudável, ágil e disciplinado exigido pela nova sociedade capitalista. É preciso ressaltar que, em relação às condições de vida e de trabalho, passados mais de um século, esse quadro pouco se alterou em países como o Brasil.
SOARES, C. L. et al. Metodologia do Ensino da Educação Física. Ed. Cortez, São Paulo, 1992, p. 34.
Esse tensionamento acima mencionado permanece como um desafio atual no trabalho escolar. Por isso é necessário definir um posicionamento científico sobre a Educação Física. Ao conceituar a Educação Física, Soares et. al, (1992), postulam que ela seja
A figura que reinava no imaginário da intelectualidade brasileira e que tem sua síntese no Jeca Tatu, personagem criado por Monteiro Lobato, em 1918, como meio de descrever o típico homem do interior, mobiliza imagens de um país assolado pela doença e pela vermina, decorrente da falta de saneamento, de nutrição e de instrução, mas também fruto do descaso dos governantes. Para os explicadores do Brasil da década de 1910 e 1920, o problema estava em como sanear as imensas populações de jecas-tatus espalhadas pelo território nacional, moralizar seus corpos e desmistificar “[...] o mobiliário cerebral do Jeca [...] [e] o suculento recheio de superstições [...]” (LOBATO, 1918, p. 286) que povoavam a sua mente. (...) O melhor caminho seria a imigração, modo mais simples de melhorar as características raciais do brasileiro. (...) Conforme Leite (1992), vários ensaístas, como Silvio Romero e Euclides da Cunha, acreditavam que somente o branqueamento da população poderia salvar o Brasil da degenerescência. Lugarcomum nos estudos ditos científicos do final do século XIX, que procuravam provar a desigualdade das raças, das quais a branca e a europeia seriam superiores, o tema da degeneração, de acordo com Blanckaert (2001, p. 149), mobilizava outras questões como “[...] os efeitos da mestiçagem entre raças diferentes, a limitação da imigração de variada extração, a parte do inato e do adquirido nas gerações, os problemas de aclimatação nas colônias, a detecção das frações ‘degeneradas’ da humanidade (alcoólicos, epilépticos, loucos, pervertidos e criminosos”. As ideias de tornar o Brasil um país livre dos seus “males de origem”, utilizando o expediente da imigração, são bem localizadas na historiografia. (...) O corpo era o alvo a ser atingido pela educação física, a melhoria das condições biotipológicas pela adoção de regras de higiene, nas quais estavam inclusos o amor pelo esporte, a exercitação diária, o aprendizado na escola das regras de saúde, o culto ao padrão grego de estética corporal, o amor à pátria e a moralização dos hábitos que poderiam levar à degenerescência.
SCHNEIDER, O.; NETO, A. F. Intelectuais, educação e educação física um olhar historiográfico sobre saúde e escolarização no Brasil. Revista Brasileira de Ciências dos Esporte, Campinas, v. 27, n. 3, p. 73- 92, maio, 2006, p. 76. [Adaptado].
O texto refere-se ao preconceito como forma de razão científica, que apontava desde então, o corpo como alvo e os objetivos da Educação Física como sendo
Um jogo de duas equipes, por exemplo "queimada", envolve a situação imaginária de uma guerra onde uma equipe "extermina" a outra com "tiros" de bola. O imaginário da "guerra" vai sendo escondido pelas regras, cada vez mais complexas, às quais os jogadores devem prestar o máximo de atenção. Por esse motivo, é conveniente promover, junto aos alunos, discussões sobre as situações de violência que o jogo cria e as consequentes regras para seu controle. Dessa forma, os alunos poderão perceber, por exemplo, que um jogo como a "queimada" é discriminatório, uma vez que os mais fracos são eliminados (queimados) mais rapidamente, perdendo a chance de jogar. Isso não significa não jogar "queimada", senão mudar suas regras para impedir a sobrepujança da competição sobre o lúdico. Quanto mais rígidas são as regras dos jogos, maior é a exigência de atenção da criança e de regulação da sua própria atividade, tomando o jogo tenso. Todavia, é fundamental o desenvolvimento das regras na escola, porque isso permite à criança a percepção da passagem do jogo para o trabalho.
SOARES, C. L. et al. Metodologia do Ensino da Educação Física. Ed. Cortez, São Paulo, 1992, p. 45.
Ao elaborar um programa de ensino de jogos, Soares et. al. (1992), definem que os conteúdos sejam selecionados considerando