Questões de Português - Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. para Concurso

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Q979036 Português

Existir, a que será que se destina?


            Quando entra no ar a vinheta do Jornal Nacional, meu coração vai apertando porque sei que lá vem. Não me refiro às quedas na bolsa, à desvalorização do real ou às exigências do FMI, que tudo isso já vi. Refiro-me às consequências de um mundo hostil, predatório e tremendamente injusto, seja no Brasil, em Ruanda ou em qualquer lugar onde crianças passem fome, senhoras durmam em calçadas tentando matricular seus filhos ou aposentados morram em corredores de hospitais. Cada vez mais difícil digerir a vida como ela é para a maioria.

            As crianças que eu conheço estudam em escola particular, compram livros, vão ao cinema, tomam lanches, são sócias de um clube, possuem roupas coloridas, têm brinquedos, praticam esportes, vão à praia e no primeiro sinal de doença, as mães telefonam para o médico e marcam consulta para o mesmo dia, tendo a seu dispor ar-condicionado e competência. Tudo caro. É o preço de poder ter um dia feliz entre duas noites de sono. 

            As crianças que não conheço não têm nada disso, e quando forem adultas terão menos ainda, porque até a inocência irão perder. Nunca viram um hambúrguer, não sabem o gosto que a Fanta tem, dos picolés sentem o gosto apenas do palito, não têm leite de manhã e não têm molho para o macarrão que às vezes comem. Mascam chicletes usados, assim como seus pais fumam baganas encontradas no chão. Um estômago vazio entre duas noites de sono. 

            Para a maior parte das pessoas, o espaço que existe entre nascer e morrer não é ocupado. Não comem, e não comendo, não estudam, e não estudando, não trabalham e não trabalhando, não existem. São fantasmas que não conseguem libertar-se do próprio corpo. Nós enquanto isso, discutimos o novo disco da Alanis Morrisete, aplaudimos a chegada do Xenical, vemos as fotos do Morumbi Fashion, comemoramos o centenário de Hitchcock, comentamos o lançamento do novo Renault Clio, torcemos por Central do Brasil. Saímos para dançar, provamos comida árabe, andamos de banana boat, fazemos terapia e regamos girassóis. Fazemos interurbanos, jogamos no Toto Bola, compramos o batom que seduz os moços e a espuma de barbear que seduz as moças. Bem alimentados, instruídos e com um mínimo de saldo no banco, ocupam o espaço entre acordar e adormecer. 

            Quem não come, não sabe ler e não tem medicamento não ocupa espaço algum. Flutua no vácuo, respira por aparelhos, ignora a própria existência, só sabe que está vivo porque, de vez em quando, sofre um pouco mais que o normal, porque o normal é sofrer bastante, mas não a ponto de não haver diferença entre nascer ou morrer. 

Fonte: Marta Medeiros, fev/1999, p. 162.

Fragmento para a questão a seguir.

“As crianças que não conheço não têm nada disso, e quando forem adultas terão menos ainda, porque até a inocência irão perder.”


A função da linguagem predominante no excerto é:

Alternativas
Q976062 Português
Assinale a alternativa correta considerando a função da linguagem em “Não te surpreendes que haja vida noutros planetas?”.
Alternativas
Q975958 Português
Utilize o Texto II para responder a questão.

Disponível em: . Acesso em 01/fev./2019.



Considere os elementos da comunicação e as funções da linguagem na tira da Mafalda e assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q974137 Português

Texto 3
 

                                      ALUNA 

                         Conservo-te o meu sorriso

                        para, quando me encontrares,

                        veres que ainda tenho uns ares

                        de aluna do paraíso...


                         Leva sempre a minha imagem

                         a submissa rebeldia

                         dos que estudam todo o dia

                         sem chegar à aprendizagem...


                         – e, de salas interiores, 

                         por altíssimas janelas,

                         descobrem coisas mais belas,

                          rindo-se dos professores...


                          Gastarei meu tempo inteiro

                          nessa brincadeira triste;

                          mas na escola não existe

                          mais do que pena e tinteiro!


                           E toda a humana docência

                           para inventar-me um oficio

                           ou morre sem exercício

                           ou se perde na experiência...

         (MEIRELES, Cecília. Vaga música. Rio: Pongetti, 1942, p. 82-83.)


A passagem em que, no poema, Cecília recorre ao mesmo tipo de paradoxo por ela explorado em: “mas meu nome, de barca e estrela, / foi “SERENA DESESPERADA” é a seguinte:
Alternativas
Q967003 Português
Nesse texto, a linguagem predominante é a
Alternativas
Respostas
601: E
602: C
603: C
604: B
605: D