Questões de Concurso
Sobre gêneros textuais em português
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Esse segmento serve de introdução a um texto jornalístico; nesse caso, a introdução segue o modelo de uma:
“Olhou o objeto por trás da cadeira que estava diante dele. Contornou-a e aproximou-se da mesa. Cuidadosamente, pegou o pequeno pássaro esculpido em madeira e, voltando para a cadeira, girou-o entre os dedos, examinando a pequena base pintada de azul”.
A técnica descritiva empregada nesse texto, é:
Todos os textos mostram um tom, certas características que traduzem um estado afetivo particular. No caso do texto acima, o tom predominante é:
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/oeditorial.htm
Essa é uma definição sobre o gênero textual:
INSTRUÇÃO: leia o texto abaixo e responda à questão.
Saudades da secretária eletrônica
Na encosta apareciam muitas árvores, dobradas todas em direção ao rio, cheias de galhos e folhas bem verdes, mostrando-se fortes e vigorosas. Poucas delas eram frutíferas, mas eram todas bastante altas.
Não há dúvida de que o texto acima pertence ao gênero descritivo; tomando-o por base, a opção que mostra uma característica linguística ausente desse texto é:
Leia o Texto 02 a seguir e responda à questão.
Texto 02: Comunicação e dissonância cognitiva
Muitas das dificuldades na assimilação de mensagem podem também ser explicadas pela chamada teoria da dissonância cognitiva de Festinger (1986), segundo a qual as pessoas tendem a evitar que a estrutura do seu pensamento seja incoerente com sua ação, ativando sempre algum mecanismo que elimine ou reduza esse desequilíbrio. É o caso, por exemplo, do fumante diante de um novo artigo sobre os malefícios do cigarro: ou ele ignora o artigo (seleção), ou lê, mas o interpreta a seu modo (interpretação), ou lê e decide largar o cigarro (avaliação e decisão), estabelecendo novo patamar de equilíbrio. Ou seja, nas três situações, o fumante buscou sempre preservar a coerência entre seu pensamento e sua ação.
Referência: COELHO, Nazilda. Comunicação Assertiva. Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Administração, Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos do Poder Executivo Estadual. Recife: Cefospe, 2020. p. 7.
O modo de organização das ideias num texto atende ao objetivo enunciativo e, consequentemente, ao gênero textual que veiculará a referida informação.
Sobre a estrutura do Texto 02, é INCORRETO afirmar:
Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.
Cordão dos come-saco
Em Londres, que ultimamente não tem sido uma capital das mais britânicas (ou talvez os britânicos é que não sejam tão londrinos assim, sei lá), vai se inaugurar uma exposição internacional de embalagem. Até aí, tudo normal, como dizem os anormais. Há, no entanto, uma nova indústria que se fará representar nessa exposição, que está causando a maior curiosidade: a dos sacos comestíveis.
Como, minha senhora, de quem é que é o saco? Calma, madama, eu já chego lá. A indústria foi inspirada na salsicha e isto dito assim fica meio sobre o jocoso, mas torno a explicar que, com vagar, se chega ao saco. É o seguinte: não sei se vocês já repararam que as salsichas, ultimamente, não têm mais aquela pele indigesta que a gente comia antigamente e ficava trocando seu reino por um bicarbonato. Hoje em dia, a pele das salsichas é fininha, e a gente come sem o menor remorso estomacal posterior.
Pois essa pelinha, irmãos, é de matéria plástica comestível. Foi inventada por um Thomas Edison das salsichas e aprovou num instante. E baseada nessa aprovação é que uma fábrica de embalagens estudou a possibilidade de fazer sacos para carregar comida das mercearias para o lar, capazes de serem comidos, isto é, um saco de matéria plástica parecida com o das salsichas, que seriam vendidos aos armazéns e utilizados pelos fregueses para transportar a mercadoria comprada. Entenderam, ou tem leitor retardado mental?
Agora, que fica bacaninha, isto fica. Num instante vão aparecer os estetas dos refogados, para melhor aproveitamento do saco (...), e os jornais , nas suas seções dominicais de culinária, terão títulos como este: “Saquinho de siri”, “Saco au champignon”, “Saco à la façon du chef”, etc, etc.
E parece até que aqui o neto do Dr. Armindo está vendo uma dessas grã-finas, sempre mais preocupadas com o aspecto exterior do que com o aspecto interior, fazendo um rigoroso regime alimentar e dizendo para a empregada, quando esta volta do mercadinho com as compras:
- Para mim não precisa preparar almoço, não. Eu como só o saco.
PONTE PRETA, Stanislaw
Leia o Texto II para responder à questão.
Texto II
I. O humor da tira consiste no fato de o inglês, atualmente, ser considerada uma língua universal e, por isso, uma das cobras sugere o contato nesse idioma.
II. Os termos “Eu” e “aqui” (quadro 2) são dêiticos, cujas referências são estabelecidas por informações dadas pelo contexto.
III. Os vocábulos “frio” e “indiferente” (quadro 3) marcam o uso da linguagem conotativa cujo efeito é a personificação do universo.
IV. A interjeição “Ei!” (quadro 1) é mobilizada para chamar a atenção da outra cobra.
Texto 6
Disponível em: https://www.onsv.org.br. Acesso em: 24 jan. 2022.
Com base nos textos de 1 a 6, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. O texto 6 corresponde a uma propaganda, que usa a função apelativa com a finalidade de convencer o leitor a respeitar as pessoas no trânsito.
II. O texto 1 corresponde a uma notícia, caracterizada por pautar-se em uma informação factual de interesse e relevância pública, no caso, sobre o masculino genérico que torna o feminino e as mulheres intencionalmente invisíveis.
III. O texto 4 corresponde a uma fábula que emprega versos e estrofes em uma história envolvendo animais.
IV. Os textos 3 e 5 correspondem a tirinhas que utilizam linguagem verbal e não verbal para satirizar temas de gênero e linguagem científica respectivamente.
V. O texto 2 corresponde a uma entrevista marcada pela pluralidade de vozes representadas tanto pela figura do entrevistador quanto de diferentes entrevistados sobre os protestos pela morte de George Floyd.
Texto 3
LAERTE. Disponível em: https://twitter.com/laertecoutinho1/status/1251488741866291201. Acesso em: 24 jan. 2022
Com base no texto 3 e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
Leia o texto a seguir para responder à questão.
A mudança linguística e as normas
Dizer que a língua muda com o tempo já não parece novidade para ninguém. Basta uma breve comparação entre textos de épocas diferentes para constatar isso.
É claro que, ao cotejar textos de momentos distantes no tempo, fica mais fácil perceber as diferenças. Difícil, porém, é lidar com a fluidez da língua, com a sua natural instabilidade. Afinal, quando se constata que a mudança se efetivou?
Dada a grande dificuldade, se não a impossibilidade, de determinar com precisão o que já é e o que deixou de ser, ou seja, aquilo que é novo e veio para ficar e aquilo que não serve mais, parece mais fácil continuar ensinando a velha norma-padrão, que, não sendo ela própria a língua, mas uma espécie de fotograma dentro de um continuum, se deixa pegar, segurar e pode ser apresentada como se constituísse um todo logicamente organizado.
Talvez por isso é que exista tanta resistência não à mudança em si, mas antes ao seu reconhecimento. Daí certa concessão, mesmo entre professores, a um suposto “falar cotidiano”, que seria diferente da “norma culta” e, portanto, “permitido” em situações de informalidade. O problema, porém, é mais complexo que isso.
O professor Carlos Alberto Faraco, da UFPR, tem uma explicação: “Em primeiro lugar, é importante ter claro que oralidade não se confunde com informalidade. As modalidades da língua podem ser mais formais e mais informais. De resto, os falantes tendem a achar que falam sempre a mesma língua no correr de toda a sua vida. São raras as situações em que se dão conta de que mudam sua fala. Vive-se sob a ilusão do permanente e não se capta o movimento contínuo”, afirma.
No campo lexical, as coisas parecem menos problemáticas. É fácil perceber a chegada de uma palavra nova e dificilmente alguém, em sã consciência, lamenta o desaparecimento de uma antiga. Embora os neologismos (e os empréstimos linguísticos) à primeira vista dividam opiniões, sendo rechaçados por uns e acolhidos por outros, a tendência é que, tendo utilidade na comunicação, ganhem seu lugar no léxico da língua. Já os termos que perdem relevância (por diversos motivos) vão sendo esquecidos, saem do uso e são reconhecíveis nos dicionários e nos textos de outras épocas.
Palavras também podem mudar de significado.
Permanecem na língua, mas usadas em diferentes contextos. Quem hoje diria que “formidável” já quis dizer “terrível” e que “roxo” já foi “vermelho”? Esse processo também ocorre em outros domínios da língua, nos quais, todavia, é frequentemente visto como deterioração. “Quando algum fenômeno de mudança é percebido, ele é logo classificado de erro.
Há aí qualquer coisa na psicologia humana que nós, linguistas, não sabemos explicar. O fato é que a língua em uso muda e muda inexoravelmente”, diz Faraco.[...]
*Thaís Nicoleti, consultora de língua portuguesa da Folha.
Adaptado
https://thaisnicoleti.blogfolha.uol.com.br