Questões de Português - Orações subordinadas adverbiais: Causal, Comparativa, Consecutiva, Concessiva, Condicional... para Concurso

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Q2307140 Português
Leia o texto a seguir:


Festa literária reúne no Rio mais de 150 artistas em 76 atividades


Alana Gandra


Criada em 2010, a Festa Literária de Santa Maria Madalena (Flim), no interior do estado do Rio, abre sua 14ª edição na próxima sexta-feira (25), estendendo-se até domingo (27). O evento oferecerá ao público 76 atividades que incluem shows, mesasredondas, palestras, lançamentos de livros, apresentações de canto e dança, exposições de artes plásticas e de fotografia, exposições das escolas locais, rodas de conversa, ciranda de poemas, feira de livros, feira de produtos locais e até um bloco de carnaval.

O homenageado deste ano é o ilustrador e escritor de literatura infantojuvenil mineiro Julio Emilio Braz, que começou a publicar em 1989. Com mais de 150 livros publicados e adotados por escolas e professores do Brasil, Julio Emilio é bastante conhecido pela geração que está atualmente na faixa etária de 30 a 40 anos e que leu a obra dele na infância e na adolescência, informou à Agência Brasil a curadora da Flim, jornalista Terezinha Costa.

Durante a feira, Julio Emilio Braz vai lançar dois novos livros: Debaixo da Via Láctea e Na ponta de meus dedos. A Flim deste ano tem como tema Únicos e Plurais, que define a obra de Braz. De acordo com a curadora, “a obra dele é toda em cima de diversidade, mas também da identidade de cada pessoa, de cada grupo, de se reconhecer e aceitar sua identidade”. A obra do escritor aborda negros, gays, asiáticos, surfistas, gente da roça, gente urbana, terror, ficção científica, história policial. “Ao mesmo tempo, tem muito humor”, completou.


Começo


Terezinha Costa se mudou com o marido para Santa Maria Madalena, município da região serrana fluminense, em 2004. Na venda de beira de estrada que pertencia ao sítio onde foi morar, Terezinha abriu uma biblioteca em 2007, que funcionava um domingo por mês, onde as mães da região levavam suas crianças. Numa dessas ocasiões, uma pessoa sugeriu que Terezinha “inventasse” alguma atividade que pudesse ser feita na área urbana.

“Santa Maria Madalena é uma cidade que vem do tempo do café e o centro histórico está ainda preservado, com seus casarões antigos. Como o cenário está pronto, pensei que seria interessante fazer uma festa literária ou algo parecido”, disse Terezinha. Ela então criou um projeto que acabou chegando às mãos do secretário de Educação e Cultura da época. “Ele me chamou, a gente conversou e resolveu fazer a primeira edição da Flim, que foi em 2010”.

Como a jornalista estava influenciada por ideias de desenvolvimento sustentável, acabou decidindo que, para ter sustentabilidade, o evento não poderia depender somente do setor público. “Senão, quando aquele secretário saísse, a feira ia morrer. Fomos conceituando dessa maneira, uma coisa que juntasse o que chamam de tripé da sustentabilidade: o Poder Público, a sociedade civil e os empresários”. Todas as ideias foram adaptadas para a escala local. “A sociedade civil era eu, no começo”.


Fonte: https://www.jb.com.br/cadernob/2023/08/1045544-festa-literaria-reune-norio-mais-de-150-artistas-em-76-atividades.html. Acesso em 29/08/2023
No trecho “Como o cenário está pronto, pensei que seria interessante fazer uma festa literária ou algo parecido” (5º parágrafo), a conjunção destacada indica: 
Alternativas
Q2306896 Português
Leia o Texto 2 para responder a questão.


Texto 2





QUINO. Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
No período do último balão “Se eu fosse a cultura, saltava do veículo e ia a pé.”, a oração subordinada destacada indica o valor semântico de
Alternativas
Q2306846 Português
Leia o Texto 2 para responder a questão.


Texto 2 


A variação linguística é uma realidade que, embora razoavelmente bem estudada pela sociolinguística, pela dialetologia e pela linguística histórica, provoca, em geral, reações sociais muito negativas. O senso comum tem escassa percepção de que a língua é um fenômeno heterogêneo que alberga grande variação e está em mudança contínua. Por isso, costuma folclorizar a variação regional, demoniza a variação social e tende a interpretar as mudanças como sinais de deterioração da língua.

O senso comum não se dá bem com a variação linguística e chega, muitas vezes, a explosões de ira e a gestos de grande violência simbólica diante de fatos de variação. Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua – um ensino que garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, da escrita e da fala nos espaços públicos.

E esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais próprias a essas práticas – isto é, as variedades escritas e faladas que devem ser identificadas como constitutivas da chamada norma culta. Isso pressupõe, inclusive, uma ampla discussão sobre o próprio conceito de norma culta e suas efetivas características no Brasil contemporâneo.


ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentação. In: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. (org.). Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola, 2015. [Adaptado].
Considere o seguinte período do texto: “A variação linguística é uma realidade que, embora razoavelmente bem estudada pela sociolinguística, pela dialetologia e pela linguística histórica, provoca, em geral, reações sociais muito negativas”. A oração subordinada destacada indica o valor semântico de
Alternativas
Q2306696 Português
Texto 2


A variação linguística é uma realidade que, embora razoavelmente bem estudada pela sociolinguística, pela dialetologia e pela linguística histórica, provoca, em geral, reações sociais muito negativas. O senso comum tem escassa percepção de que a língua é um fenômeno heterogêneo que alberga grande variação e está em mudança contínua. Por isso, costuma folclorizar a variação regional, demoniza a variação social e tende a interpretar as mudanças como sinais de deterioração da língua.

O senso comum não se dá bem com a variação linguística e chega, muitas vezes, a explosões de ira e a gestos de grande violência simbólica diante de fatos de variação. Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua – um ensino que garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, da escrita e da fala nos espaços públicos.

E esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais próprias a essas práticas – isto é, as variedades escritas e faladas que devem ser identificadas como constitutivas da chamada norma culta. Isso pressupõe, inclusive, uma ampla discussão sobre o próprio conceito de norma culta e suas efetivas características no Brasil contemporâneo.


ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentação. In: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. (org.). Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola, 2015. [Adaptado].
Considere o seguinte período do texto: “A variação linguística é uma realidade que, embora razoavelmente bem estudada pela sociolinguística, pela dialetologia e pela linguística histórica, provoca, em geral, reações sociais muito negativas”. A oração subordinada destacada indica o valor semântico de
Alternativas
Q2306377 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda às questões que a ele se referem.

Texto 04 


Disponível em: https://brainly.com.br/. Acesso em: 28 set. 2023. 


Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura das falas que compõem o texto.


I - O termo “se”, na fala do médico, no primeiro quadro, insere nela uma ideia hipotética.


II - O advérbio “aqui” foi usado pelo médico com significado diferente do que foi entendido por Hagar.


III - A flexão no futuro do presente do indicativo do verbo “ficará” foi motivada pelo uso da expressão “se não mudar [...]”.


IV - No primeiro quadro, na fala do médico, as vírgulas intercalam uma oração subordinada adverbial condicional.


V - A forma verbal “vamos mudar”, na fala de Hagar, no segundo quadro, poderia ser substituída, com igual correção pela forma “mudaremos”, sem que haja alteração de sentido.


Estão CORRETAS as afirmativas 


Alternativas
Q2306317 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 04 e, a seguir, responda à questão que a ele se refere.

Texto 04 



Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura das falas que compõem o texto. 

I - O termo “se”, na fala do médico, no primeiro quadro, insere nela uma ideia hipotética.

II - O advérbio “aqui” foi usado pelo médico com significado diferente do que foi entendido por Hagar.

III - A flexão no futuro do presente do indicativo do verbo “ficará” foi motivada pelo uso da expressão “se não mudar [...]”.

IV - No primeiro quadro, na fala do médico, as vírgulas intercalam uma oração subordinada adverbial condicional.

V - A forma verbal “vamos mudar”, na fala de Hagar, no segundo quadro, poderia ser substituída, com igual correção pela forma “mudaremos”, sem que haja alteração de sentido.

Estão CORRETAS as afirmativas 

Alternativas
Q2305689 Português

Texto 2





QUINO. Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

No período do último balão “Se eu fosse a cultura, saltava do veículo e ia a pé.”, a oração subordinada destacada indica o valor semântico de
Alternativas
Q2305599 Português
Leia o Texto 2 para responder a questão

Texto 2





QUINO. Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

No período do último balão “Se eu fosse a cultura, saltava do veículo e ia a pé.”, a oração subordinada destacada indica o valor semântico de
Alternativas
Q2303174 Português
Noruega...


     “...Em maio e junho a área do Dalsnibba é coberta de neve e do alto as pessoas veem as montanhas brancas e se deparam com o famoso inverno Norueguês. Já em agosto e setembro, quando os dias são mais longos, o céu estrelado é uma visão maravilhosa daqui. Muitas pessoas visitam o lugar para observar as estrelas com telescópios.
     A simplicidade do lugar com construções de madeira vermelha e branca emolduradas por grama verde esmeralda convidam o visitante a apreciar a beleza do lugar como a tela de um belo quadro: sem pressa.
       ... Pelo vilarejo, locais e turistas se misturam andando sem pressa, distraidamente pelas ruazinhas. Num charmoso café de cerca branca, com uma floreira carregada de flores cor de rosa, as pessoas conversam animadas enquanto na padaria, um delicioso aroma de pão fresquinho atrai mais e mais fregueses. Noruegueses possuem uma incrível habilidade de fazer pães deliciosos, portanto vá preparado para se esbaldar...”


Trecho retirado de Tuka Pereira. Catraca livre.com.br. Janeiro 2018.
Observe o trecho: “Muitas pessoas visitam o lugar para observar as estrelas...” e analise as afirmativas abaixo em relação à sintaxe.

I. Muitas pessoas: sujeito composto. II. Para observar as estrelas: oração subordinada adverbial final. III. O lugar: objeto direto.

Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2302513 Português
Aconselho‐o a se conformar

    Você viajou, veio de longe para conversar comigo. Queria que eu o ajudasse a colocar ordem no seu albergue. O corpo é um albergue, você sabe. Nele moram muitos pensionistas com a mesma cara. Lição que aprendi de um demônio que, respondendo a uma pergunta de Jesus sobre seu nome, respondeu que era Legião, porque eram muitos. O caso mais famoso é o de Fernando Pessoa, nome de batismo de um corpo em que muitas pessoas diferentes moraram, algumas ao mesmo tempo, outras sucessivamente, cada uma pensando e escrevendo de um jeito. Sobre o assunto aconselho você e todos os leitores a verem o filme Quero ser John Malcovitch.
    Você me contou sobre alguns dos seus pensionistas. Primeiro, o palhaço. Não por acidente, mas por vocação e profissão, com nariz vermelho e tudo o mais, que divertia as crianças. Eis aí um personagem que precisa viver sempre. O riso é, talvez, o remédio mais poderoso para nos ajudar a conviver com a tristeza. O riso do palhaço é sempre um raio de luz na escuridão. Nietzsche se dizia palhaço. Palhaço e poeta. As duas vocações se complementam.
    Outro foi um vendedor de cachorro‐quente. Para ganhar a vida. Diferente. Você se divertia com os seus cachorros e estava sempre inventando novas raças.
    Agora é um professor universitário com a terrível responsabilidade de escrever artigos científicos e se comportar devidamente. Advirto‐o de que palhaços e professores universitários não convivem bem. Você sabe disso por experiência própria. Palhaços são leves, flutuam; professores universitários são graves, afundam. É proibido fazer humor em teses de mestrado e doutorado.
    E há, por fim, o mais terrível de todos os personagens: o apaixonado. A paixão é uma perturbação da tranquilidade da alma. Abelardo, professor universitário, se deu muito mal, permitindo‐se ficar apaixonado pela Heloísa. Foi a sua desgraça. A estória dos seus amores está contada no filme Em nome de Deus. Ele mesmo, Abelardo, rigoroso professor de filosofia, confessou que, tomado pela paixão, deixou de preparar suas aulas e passou a dedicar‐se à poesia. Como você sabe, poesia não dá respeitabilidade acadêmica. 
    Tudo seria simples se cada um dos personagens tivesse morado no seu corpo numa temporada de curta duração, partindo depois para destino ignorado. Não é esse o seu caso. Na realidade,suspeito que haja muitos outros, sobre que você não falou. Falarei sobre um deles, no final. Acontece que todos eles continuam a morar no seu albergue, numa orgia que não lhe dá sossego. 
    Quero dizer‐lhe duas coisas. Pelo que ouvi, não me parece que qualquer um deles tenha disposição para mudar de casa. Isso é ruim, porque você nunca terá paz. Seria tão melhor se você fosse 100% cientista, que só pensasse em pesquisa e artigos! Você teria uma única direção – e mesmo as suas possíveis paixões seriam submetidas ao critério acadêmico. Você se casaria com uma cientista, trabalhariam os dois nos domingos em suas pesquisas, e nenhum reclamaria do outro. Nenhum estaria querendo ir ao cinema enquanto o outro está no computador tentando terminar um artigo. Mas esse não é o caso. Seria muito chato. 
    Não sendo esse o caso, aconselho‐o a se conformar. Ofereço‐lhe, como consolo, um aforismo de Nietzsche: “O preço da fertilidade é ser rico em oposições internas. A gente permanece jovem somente enquanto a alma não se espreguiça e deseja a paz”. Você está cheio de oposições internas. Se essas oposições lhe tiram a paz, você deve saber que são elas que o fazem interessante. É delas que surgem os pensamentos mais bonitos. 
    Não sei por que você não continua a ser palhaço e a alegrar as crianças. E por que não fazer isso na universidade? Você tem vergonha? Roupa de palhaço não combina com beca acadêmica?
     Quanto às suas habilidades de fazedor de cachorro‐quente, acho melhor cuidar delas com cuidado, em particular. Nunca se sabe o que o futuro nos reserva. Sei de professores que passaram a ganhar a vida fazendo suco e vendendo pão.
    E vi que seu personagem cientista está a serviço de um personagem artista. Você é um cientista de lagos. Para a ciência, lagos são laboratórios. Muito se pode aprender do seu estudo. Mas você, além disso, ama os lagos pela sua beleza. Você cuida dos lagos pela tranquilidade que eles comunicam. Você tem alma de jardineiro.
     Aceite a orgia dos pensionistas com alegria. São poucos os que têm esse privilégio. Apareça de novo quando quiser.

(ALVES, Rubem. Se eu pudesse viver minha vida novamente. Editora Verus. 2004. Adaptado.) 

No excerto “Não por acidente, mas por vocação e profissão, com nariz vermelho e tudo o mais, que divertia as crianças.” (2º§), a expressão destacada pode ser substituída, sem prejuízo semântico, por, EXCETO:
Alternativas
Q2301535 Português
Apenas 3 em cada 10 alunos com deficiência participam efetivamente das aulas



Pesquisa sobre Educação Inclusiva feita pela Nova Escola revela ainda outros obstáculos enfrentados pelos professores das escolas brasileiras.


      Estrutura física limitada, atendimentos educacionais especializados restritos, falta de formação docente e ainda episódios de preconceito. A escola brasileira ainda enfrenta uma série de obstáculos para promover uma educação inclusiva. As conclusões constam na pesquisa “Inclusão na Educação”, realizada pela Nova Escola, que entrevistou 4.745 educadores em todo o Brasil.
       Entre os achados destaca-se que, para metade dos professores ouvidos, a estrutura física do ambiente escolar é inadequada às necessidades de uma educação inclusiva. As respostas coletadas também indicam que mais da metade das unidades de ensino do país não apresentam nenhuma estrutura física inclusiva. Por exemplo, as rampas de acesso estão presentes em apenas 44% das instituições.
          Já em relação ao apoio pedagógico, quatro em cada dez profissionais afirmam não ter recebido orientação especializada para o desenvolvimento das atividades com alunos com deficiência. Os Atendimentos Educacionais Especializados (AEEs) no contraturno das aulas regulares são realidade para apenas quatro em cada dez professores. A adaptação das atividades a serem realizadas pelos alunos – após a definição dos objetivos e conteúdos pelo professor da sala regular – acontece apenas em quatro de cada dez AEEs, segundo a percepção dos entrevistados.
            Quando questionados sobre a participação dos estudantes, a percepção dos professores é a de que apenas três de cada dez alunos com deficiência se envolvem efetivamente com as atividades em aula. E ainda: somente metade dos profissionais acredita na plena integração dos alunos com deficiência com os demais estudantes no ambiente escolar.

A realidade da educação inclusiva na sala de aula.

        Com 17 anos de magistério, a professora Cristina da Silva Brito trabalha em duas escolas municipais, uma na cidade de Cachoerinha (RS) e outra, em Gravataí (RS). Na primeira, leciona geografia para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, na segunda, para o 1º ano com foco na alfabetização. Em ambas as instituições há alunos com algum tipo de deficiência. Ainda que a escola de Gravataí possua AEE estruturado, os obstáculos são grandes. A começar pelo tamanho da turma – são 26 alunos em uma sala que idealmente deveria abrigar 20 estudantes.
              “Os desafios são muitos. Todos eles precisam ser alfabetizados e do meu mesmo olhar. Então, preciso mesclar atividades para todos os alunos, mas sem diferenciar. Mesmo crianças de seis anos querem fazer as mesmas atividades que todo o grupo está fazendo. É buscar essa adaptação curricular, mas adequando de forma que o aluno com deficiência não fique fora do contexto dos demais”, analisa.
              Cristina sente falta de um apoio mais consistente das escolas e das secretarias municipais de ensino voltado para formações continuadas com o objetivo de entender mais profundamente as deficiências e a atuação na prática da educação inclusiva. Esse apoio, acredita, ajudaria na realização dos planejamentos e adaptações pedagógicas e também contribuiria para o entendimento de quais intervenções podem ser aplicadas para contornar problemas com questões comportamentais em sala, por exemplo. “A gente vai buscando uma coisa aqui e ali: uma colega que indica, outra que coloca alguma atividade no grupo, e assim a gente vai trocando figurinhas sobre experimentos. Mas muitas vezes não sabemos como atuar especificamente em alguns casos”, avalia.
              Para a professora Olinda Rosa Mariano da Silva, o desafio diário é conseguir dar a atenção, o suporte e o acolhimento necessários a todos os seus alunos, incluídos aqueles com deficiência, nos 45 minutos de aula. “Nesse tempo, temos que fazer toda a trajetória, todo o percurso da aula: fazer chamada, colocar o conteúdo na Secretaria Digital, porque somos cobrados por isso em tempo real. Então é complicado. A gente tenta dar o melhor de si”, diz. Olinda leciona para uma média de 38 estudantes por turma, considerando as seis salas com as quais trabalha em duas escolas da rede estadual paulista, em Atibaia (SP). Em uma, leciona Biologia para o 1º ano do Ensino Médio; na outra, Ciências para 6º e 7º anos.
           Para os alunos com deficiência, Olinda costuma preparar e imprimir atividades específicas e acompanhar sua execução. Quando há um professor de apoio presente na sala, ela passa os comandos e esse profissional faz o acompanhamento do exercício. “Não dá para simplesmente dar o comando de uma atividade. O aluno com deficiência não se sente estimulado”, avalia. A professora também reforça que é preciso atuação em conjunto entre professor, escola e familiares. “Temos de agir em equipe, senão esse aluno não vai ter desenvolvimento psicossocial, muito menos na aprendizagem.”
              Essa dificuldade de envolver todos na rotina escolar é percebida por Elizângela Santos Mota, professora de AEE. Ela atende toda a rede municipal de Cedro de São João (SE), que possui quatro escolas, e atua na única sala de recursos multifuncionais da cidade, localizada na EM Antônio Carlos Valadares, que hoje atende 52 estudantes laudados.
              “Pronto, lá vem ela dizer que a inclusão dá certo”, disse já ter ouvido de colegas educadores. Elizângela trabalha diariamente nesse processo de convencimento sobre a necessidade da educação inclusiva, tanto de professores quanto de pais e responsáveis que não acreditam em uma escola que atenda todos os estudantes nas suas necessidades específicas. “Quero entrar na cabeça dessas pessoas para que entendam que essas crianças aprendem, que conseguem”. Para ela, o professor regular precisa ser mais observador, fazer avaliações diagnósticas de aprendizagem da turma sem se prender aos laudos médicos dos alunos, além de se atentar melhor para o contexto familiar e social dos estudantes. “Tudo isso ajuda o educador a montar um planejamento bem articulado para os estudantes”, defende.

Um entendimento ainda em evolução.

             Para Maria Teresa Eglér Mantoan, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Leped/Unicamp), além das questões estruturais que prejudicam a escola, apontadas pelos educadores ouvidos na pesquisa, outro desafio é a necessidade de amadurecer a compreensão sobre o que é educação inclusiva no país.
               “Até agora, no Brasil, a inclusão tem sido interpretada como a inserção de pessoas diferentes na escola comum. E é exatamente o que ela não é”, explica a especialista, que é uma das autoras do livro A escola que queremos para todos(Editora CRV, 2022). Com a Constituição de 1988, o acesso à Educação tornou-se um direito de todos e, portanto, genuinamente inclusivo, explica. “No entanto, isso não é interpretado dessa forma por professores e autoridades educacionais de níveis federal, estadual e municipal.”
           Além disso, desde os anos 1990, diversos marcos legais nacionais e internacionais têm garantido que todos os estudantes, independentemente de sua condição física ou neurológica, tenham direto à Educação escolar e acesso a instituições de ensino comum. Mas,mesmo com esse reconhecimento, os alunos com deficiência ainda são classificados – seja como especiais, excepcionais, com necessidades especiais – de forma a excluí-los, avalia a educadora. “A inclusão não é a inserção dos diferentes na escola. A inclusão é a escola de todos, porque todos são diferentes”, explica Maria Theresa. “O sujeito tem direito à escola não por causa dessa diferença. Ele tem direito à escola porque ele é um ser único, singular, como qualquer outro.”
           Maria Theresa questiona ainda a ideia da integração, comumente usada no contexto da educação inclusiva e tida como uma “inclusão responsável” ou “inclusão possível”. “A inclusão não deveria condicionar de forma alguma o acesso, a permanência e a participação de todos na escola”, explica. A educadora critica o modelo estabelecido pela educação brasileira de impor classificações e parâmetros de aprendizagens, de aproveitamento, de currículo para cada aluno a cada etapa de ensino etc. “A escola parece só aceitar aqueles que possuem as características admitidas pela escola”, pondera.
           Também por isso é contra mudanças ou flexibilizações nos currículos para alunos com deficiência. “O maior crime da educação dita inclusiva é adaptar currículo ou atividades. As adaptações precisam ser de natureza diferente. Por exemplo, uma pessoa cega não vai conseguir fazer uma prova com lápis e papel, mas ela pode fazer com braile ou via computador. O que menos interessa é o meio; o que importa é aquilo que ela vai dizer ou entender sobre o tema da atividade.”
             O desconhecimento sobre o tema, inclusive, pode alimentar uma série de preconceitos. Segundo a pesquisa realizada pela Nova Escola, oito em cada dez profissionais disseram ter percebido discriminação contra estudantes com deficiência. Ainda, segundo o levantamento, os principais agentes do preconceito foram outros alunos (58%) e familiares de estudantes (32%).

Boas práticas inclusivas em sala de aula.

                  Com mais de 25 anos de estudos na área, Maria Theresa acredita que a Educação potente é aquela que aplica práticas diversificadas em sala de aula para atender as necessidades de cada aluno – independentemente se ele tem deficiência ou não. Ela exemplifica que vários formatos e propostas podem ser apresentados e colocados para escolha dos alunos com o intuito de explorar um tema – por exemplo, produção de texto, desenho, música etc. A ideia é deixar o aluno livre para apostar no formato por meio do qual se sente mais confortável para aprender.
                 Trabalhar em grupo também é uma aposta certeira para enturmar e possibilitar trocas em sala e ajuda mútua. “Eu acredito muito no grupo como prática pedagógica, como uma ação que dá resultado”, conta a professora Olinda. Para ela, a metodologia ativa da sala de aula invertida também funciona com grupos diversos, especialmente com suas turmas dos Anos Finais do Fundamental. “Depende muito também do feeling de cada professor e das turmas com as quais está trabalhando na ocasião”, avalia.
                    Para a fase de alfabetização, a professora Cristina já reparou que consegue integrar bem as salas quando propõe atividades envolvendo jogos. “Percebo que é algo que une bastante. Acende aquele desejo de participar e de ganhar”, conta.
                    Em relação às famílias, a professora Olinda costuma alertar os pais e responsáveis para um aspecto importante: “Nas reuniões, lembro que não estou apenas fazendo o filho aprender [para a escola], mas também preparando-o para o mundo. Argumento que esse filho vai crescer e passar para outras fases da escola e da vida. E os pais precisam acompanhá-lo nessa trajetória”. Uma reflexão que também vale para a escola e educadores: como estamos nos preparando para melhor apoiá-los?

(Revista Nova Escola. Por: Rachael Bonino. Acesso em: 03/07/2023. Adaptado.)
Quando questionados sobre a participação dos estudantes, a percepção dos professores é a de que apenas três de cada dez alunos com deficiência se envolvem efetivamente com as atividades em aula.” (4º§) Considerando trecho, analise as afirmativas a seguir.

I. A oração “Quando questionados sobre a participação dos estudantes” é uma oração subordinada adverbial temporal.

II. A oração “a percepção dos professores é” é uma oração coordenada explicativa.

III.a de que apenas três de cada dez alunos com deficiência se envolvem efetivamente com as atividades em aula” é uma oração subordinada substantiva predicativa.

Está correto o que se afirma em 
Alternativas
Q2301480 Português
Estudo sugere que a poluição está causando a formação de
rochas feitas de material plástico 


      A quantidade de material poluente lançado pelo ser humano na natureza está impactando de tal forma o meio ambiente que até mesmo o ciclo geológico da Terra vem sendo alterado, provocando a formação de rochas a partir do material plástico despejado nos oceanos. É a esta a grave conclusão que chegou um estudo que acaba de ser publicado por cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com outras instituições. Os dados levantados sugerem a incidência de rochas idênticas às de formação natural, compostas, no entanto, por plástico.
      Publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin, o estudo encontrou plastiglomerados, como a formação foi batizada, no Parcel das Tartarugas, na Ilha da Trindade, localizada a 1.140 quilômetros de Vitória, no Espírito Santo. Administrada pela Marinha do Brasil, a ilha é uma reserva do Atlântico Sul e uma importante Unidade de Monumento Natural Brasileiro. De acordo com o estudo, as formações rochosas plásticas foram encontradas em uma região de recifes e ninhos de tartaruga-verde em uma área natural chamada de “Amazônia Azul”, que apenas o Brasil pode explorar.
       “Identificamos diferentes formas de detritos plásticos, distintos em composição e aparência. Os depósitos plásticos na plataforma litorânea recobriam rochas vulcânicas; sedimentos da atual praia compostos por cascalhos e areias; e rochas praiais com superfície irregular devido à erosão hidrodinâmica”, explicou a pesquisadora Fernanda Avelar Santos, doutoranda do Programa de PósGraduação em Geologia da UFPR, que descobriu as “rochas” plásticas durante atividades de mapeamento geológico na ilha. O local é habitat de aves marinhas e tem um ecossistema frágil com espécies endêmicas de peixes e recifes.
         Plastiglomerados como os encontrados na Ilha da Trindade foram descobertos pela primeira vez no Havaí, em 2014: por aqui também foram documentados casos de plastistone, formação similar às rochas vulcânicas, mas com composição majoritariamente plástica. “Ao longo do tempo geológico, os principais agentes transformadores dos registros da Terra eram naturais. Por exemplo, processos tectônicos e mudanças climáticas. No entanto, a ação humana nos tempos atuais está tão penetrante que está modificando o planeta de forma mais acelerada do que os processos naturais”, afirmou Fernanda, em matéria publicada no Portal Ciência da UFPR.

(Fonte: Hypeness — adaptado.)
Nas orações “Plastiglomerados como os encontrados [...]” e “[...] está tão penetrante que [...]”, as expressões sublinhadas expressam, CORRETA e respectivamente, sentidos de:
Alternativas
Q2300491 Português
Na frase “Ajudou a todos quando pôde, portanto era respeitado por qualquer pessoa”, o conectivo destacado pode, sem alteração de sentido, ser substituído por “conquanto”. 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: CONSULPAM Órgão: CISCOPAR Provas: CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Assessor Jurídico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Analista em Administração e Planejamento | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Analista em Informática | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Assistente Social | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Enfermeiro | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Farmacêutico Bioquímico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Fonoaudiólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Odontólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Psicólogo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Contador | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Vascular | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Alergista e Imunologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cardiologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião do Aparelho Digestivo | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Pneumologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Proctologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Psiquiatra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Radiologista/Ultrassonografista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Reumatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Urologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Nutricionista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Fisioterapeuta | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Terapeuta Ocupacional | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Geral | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Cirurgião Pediátrico | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Oftalmologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Dermatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endocrinologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endocrinologista Infantil | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Endoscopista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Gastroenterologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Geriatra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Ginecologista Obstetra | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Infectologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Nefrologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Neurologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Ortopedista e Traumatologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Otorrinolaringologista | CONSULPAM - 2023 - CISCOPAR - Médico Pediatra |
Q2299144 Português
Texto 1


MULTILINGUISMO

      Os povos indígenas sempre conviveram com situações de multilinguismo. Isso quer dizer que o número de línguas usadas por um indivíduo pode ser bastante variado. Há aqueles que falam e entendem mais de uma língua ou que entendem muitas línguas, mas só falam uma ou algumas delas.

      Assim, não é raro encontrar sociedades ou indivíduos indígenas em situação de bilinguismo, trilinguismo ou mesmo multilinguismo.

          É possível nos depararmos, numa mesma aldeia, com indivíduos que só falam a língua indígena, com outros que só falam a língua portuguesa e outros ainda que são bilíngues ou multilíngues. A diferença linguística não é, geralmente, impedimento para que os povos indígenas se relacionem e casem entre si, troquem coisas, façam festas ou tenham aulas juntos. Um bom exemplo disso se encontra entre os índios da família linguística tukano, localizados em grande parte ao longo do rio Uaupés, um dos grandes formadores do rio Negro, numa extensão que vai da Colômbia ao Brasil.

          Entre esses povos habitantes do rio Negro, os homens costumam falar de três a cinco línguas, ou mesmo mais, havendo poliglotas que dominam de oito a dez idiomas. Além disso, as línguas representam, para eles, elementos para a constituição da identidade pessoal. Um homem, por exemplo, deve falar a mesma língua que seu pai, ou seja, partilhar com ele o mesmo grupo linguístico. No entanto, deve se casar com uma mulher que fale uma língua diferente, ou seja, que pertença a um outro grupo linguístico.

          Os povos tukano são, assim, tipicamente multilíngues. Eles demonstram como o ser humano tem capacidade para aprender em diferentes idades e dominar com perfeição numerosas línguas, independente do grau de diferença entre elas, e mantê-las conscientemente bem distintas, apenas com uma boa motivação social para fazê-lo.

       O multilinguismo dos índios do Uaupés não inclui somente línguas da família tukano. Envolve também, em muitos casos, idiomas das famílias aruak e maku, assim como a língua geral amazônica ou nheengatu, o português e o espanhol.

          Às vezes, nesses contextos, uma das línguas torna-se o meio de comunicação mais usado (o que os especialistas chamam de língua-franca), passando a ser utilizada por todos, quando estão juntos, para superar as barreiras da compreensão. Por exemplo, a língua tukano, que pertence à família tukano, tem uma posição social privilegiada entre as demais línguas orientais dessa família, visto que se converteu em língua geral ou língua franca da área do Uaupés, servindo de veículo de comunicação entre falantes de línguas diferentes. Ela suplantou algumas outras línguas (completamente, no caso arapaço, ou quase completamente, no caso tariana).

      Há casos em que é o português que funciona como língua franca. Em algumas regiões da Amazônia, por exemplo, há situações em que diferentes povos indígenas e a população ribeirinha falam o nheengatu, língua geral amazônica, quando conversam entre si.

          Nos primeiros tempos da colonização portuguesa no Brasil, a língua dos índios tupinambá (tronco tupi) era falada em uma enorme extensão ao longo da costa atlântica. Já no século XVI, ela passou a ser aprendida pelos portugueses, que de início eram minoria diante da população indígena. Aos poucos, o uso dessa língua, chamada de brasílica, intensificou-se e generalizou-se de tal forma que passou a ser falada por quase toda a população que integrava o sistema colonial brasileiro.

          Grande parte dos colonos vinha da Europa sem mulheres e acabavam tendo filhos com índias, de modo que essa era a língua materna dos seus filhos. Além disso, as missões jesuítas incorporaram essa língua como instrumento de catequização indígena. O padre José de Anchieta publicou uma gramática, em 1595, intitulada Arte de Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil. Em 1618, publicou-se o primeiro catecismo na língua brasílica. Um manuscrito de 1621 contém o dicionário dos jesuítas, Vocabulário na Língua Brasílica.

           A partir da segunda metade do século XVII, essa língua, já bastante modificada pelo uso corrente de índios missionados e não-índios, passou a ser conhecida pelo nome língua geral. Mas é preciso distinguir duas línguas gerais no Brasil-Colônia: a paulista e a amazônica. Foi a primeira delas que deixou fortes marcas no vocabulário popular brasileiro ainda hoje usado (nomes de coisas, lugares, animais, alimentos etc.) e que leva muita gente a imaginar que “a língua dos índios é (apenas) o tupi”.

         A língua geral paulista teve sua origem na língua dos índios tupi de São Vicente e do alto rio Tietê, a qual diferia um pouco da dos tupinambá. No século XVII, era falada pelos exploradores dos sertões conhecidos como bandeirantes. Por intermédio deles, a língua geral paulista penetrou em áreas jamais alcançadas pelos índios tupi-guarani, influenciando a linguagem corriqueira de brasileiros.

     Essa segunda língua geral desenvolveu-se inicialmente no Maranhão e no Pará, a partir do tupinambá, nos séculos XVII e XVIII. Até o século XIX, ela foi veículo da catequese e da ação social e política portuguesa e luso-brasileira. Desde o final do século XIX, a língua geral amazônica passou a ser conhecida, também, pelo nome nheengatu (ie’engatú = língua boa).

      Apesar de suas muitas transformações, o nheengatu continua sendo falado nos dias de hoje, especialmente na bacia do rio Negro (rios Uaupés e Içana). Além de ser a língua materna da população cabocla, mantém o caráter de língua de comunicação entre índios e não-índios, ou entre índios de diferentes línguas. Constitui, ainda, um instrumento de afirmação étnica dos povos que perderam suas línguas, como os baré, os arapaço e outros.


Fonte: https://pib.socioambiental.org/pt/L%C3%ADnguas. Adaptado conforme o acordo ortográfico vigente. Acesso em:
Apesar de suas muitas transformações, o nheengatu continua sendo falado nos dias de hoje, especialmente na bacia do rio Negro (rios Uaupés e Içana). A expressão sublinhada no trecho acima tem valor semântico de:
Alternativas
Q2298559 Português
Entre as alternativas a seguir, assinale a única alternativa incorreta.  
Alternativas
Q2297783 Português

Como contribuir com a formação de leitores nos Anos Finais do Fundamental?


É importante ouvir os interesses dos alunos, abrir espaço para debates e reflexões e colocar as obras em diálogo com a realidade dos estudantes


[...] 


Michelli, atualmente com 36 anos, se formou em Letras e se especializou em Gestão de Bibliotecas Escolares pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje, atua como docente de Língua Portuguesa dos Anos Finais do Ensino Fundamental na EBM Paulina Wagner, em Blumenau, e na EEF Clara Donner, em Timbó, ambas no interior de Santa Catarina. Em 2020, ela foi uma das 50 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 com o projeto O podcast na sala de aula: oralidade, escrita e tecnologia.


        Mas, mesmo apreciando muito os livros e suas histórias, Michelli tinha dificuldade de inserir o trabalho com a leitura literária nas suas aulas. “Eu incentivava [a leitura] e conversava com os alunos, mas era difícil trabalhar um livro inteiro, especialmente por serem textos mais longos e pela questão do acesso às obras. Por mais que a gente tivesse biblioteca, não contávamos ainda com o PNLD [Programa Nacional do Livro Didático] Literário, que garantiria obras a todos os alunos. Isso era um entrave”, diz.


Contextualização, discussões e reflexões


Essa realidade começou a mudar em 2019, quando ela fazia mestrado em Letras na UFSC e teve a ideia de desenvolver um projeto literário a partir do livro O menino do dedo verde, clássico infanto-juvenil do escritor francês Maurice Druon. “Em uma das disciplinas do mestrado, nós estudamos alguns critérios de qualidade de uma obra infantojuvenil. Achei esse livro uma ótima escolha por ter também capítulos curtos e algumas ilustrações, adequado para turmas de 6º ano, com as quais trabalhei”, explica. Com isso, a professora partiu para a prática em sala de aula: primeiro, fez a apresentação do autor, contextualizando a época em que a obra foi escrita. Depois, para motivar a leitura, relacionou o livro com outros textos que dialogam com a história. Como o enredo aborda a temática da guerra, Michelli decidiu mostrar o trailer do filme O menino do pijama listrado — inspirado no livro homônimo, de John Boyne — a fim de ampliar o olhar dos alunos para um dos assuntos tratados. Os primeiros capítulos foram lidos em sala, e depois a professora combinou prazos para que os estudantes lessem e pudessem discutir alguns temas em grupo.

 

Para ela, a prática de sempre contextualizar algum assunto que aparecia na história e recorrer a materiais complementares foi essencial para engajar a turma, que se envolveu com a trama. Em um trecho da obra, o garoto visita uma cadeia, e esse foi o gancho para falar com os alunos sobre o sistema prisional brasileiro. Com o auxílio de um infográfico, a conversa rendeu um bom debate sobre direitos humanos. Em outra parte da história, o menino conhece uma favela e usa o poder de seu dedo para florir o lugar. Com isso, Michelli propôs uma discussão que partiu de uma reportagem sobre artistas plásticos que fizeram diversas pinturas nas casas de uma comunidade no México, ação que colaborou para melhorar a segurança das pessoas.


“São discussões que acontecem a partir da história, e não cobranças com questionários e fichas de leitura. A proposta é sempre ter conversas sobre algo que surgiu na narrativa, mas que vai mais a fundo em questões que nos fazem refletir, que é uma das coisas que a literatura provoca na gente”, comenta. Para encerrar o trabalho com O menino do dedo verde, as crianças plantaram mudinhas de flores em um vaso e o entregaram para alguém que estava precisando de um gesto de gentileza. Depois, escreveram um depoimento sobre esse momento.

[...]

(Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21390/ como-contribuir-com-a-formacao-de-leitores-nos-anos-finaisdo-fundamental)

 

Ainda em relação ao trecho: “ Mas, mesmo apreciando muito os livros e suas histórias, Michelli tinha dificuldade de inserir o trabalho com a leitura literária nas suas aulas”, o conectivo MESMO tem a mesma carga semântica de: 
Alternativas
Q2297782 Português

Como contribuir com a formação de leitores nos Anos Finais do Fundamental?


É importante ouvir os interesses dos alunos, abrir espaço para debates e reflexões e colocar as obras em diálogo com a realidade dos estudantes


[...] 


Michelli, atualmente com 36 anos, se formou em Letras e se especializou em Gestão de Bibliotecas Escolares pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje, atua como docente de Língua Portuguesa dos Anos Finais do Ensino Fundamental na EBM Paulina Wagner, em Blumenau, e na EEF Clara Donner, em Timbó, ambas no interior de Santa Catarina. Em 2020, ela foi uma das 50 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 com o projeto O podcast na sala de aula: oralidade, escrita e tecnologia.


        Mas, mesmo apreciando muito os livros e suas histórias, Michelli tinha dificuldade de inserir o trabalho com a leitura literária nas suas aulas. “Eu incentivava [a leitura] e conversava com os alunos, mas era difícil trabalhar um livro inteiro, especialmente por serem textos mais longos e pela questão do acesso às obras. Por mais que a gente tivesse biblioteca, não contávamos ainda com o PNLD [Programa Nacional do Livro Didático] Literário, que garantiria obras a todos os alunos. Isso era um entrave”, diz.


Contextualização, discussões e reflexões


Essa realidade começou a mudar em 2019, quando ela fazia mestrado em Letras na UFSC e teve a ideia de desenvolver um projeto literário a partir do livro O menino do dedo verde, clássico infanto-juvenil do escritor francês Maurice Druon. “Em uma das disciplinas do mestrado, nós estudamos alguns critérios de qualidade de uma obra infantojuvenil. Achei esse livro uma ótima escolha por ter também capítulos curtos e algumas ilustrações, adequado para turmas de 6º ano, com as quais trabalhei”, explica. Com isso, a professora partiu para a prática em sala de aula: primeiro, fez a apresentação do autor, contextualizando a época em que a obra foi escrita. Depois, para motivar a leitura, relacionou o livro com outros textos que dialogam com a história. Como o enredo aborda a temática da guerra, Michelli decidiu mostrar o trailer do filme O menino do pijama listrado — inspirado no livro homônimo, de John Boyne — a fim de ampliar o olhar dos alunos para um dos assuntos tratados. Os primeiros capítulos foram lidos em sala, e depois a professora combinou prazos para que os estudantes lessem e pudessem discutir alguns temas em grupo.

 

Para ela, a prática de sempre contextualizar algum assunto que aparecia na história e recorrer a materiais complementares foi essencial para engajar a turma, que se envolveu com a trama. Em um trecho da obra, o garoto visita uma cadeia, e esse foi o gancho para falar com os alunos sobre o sistema prisional brasileiro. Com o auxílio de um infográfico, a conversa rendeu um bom debate sobre direitos humanos. Em outra parte da história, o menino conhece uma favela e usa o poder de seu dedo para florir o lugar. Com isso, Michelli propôs uma discussão que partiu de uma reportagem sobre artistas plásticos que fizeram diversas pinturas nas casas de uma comunidade no México, ação que colaborou para melhorar a segurança das pessoas.


“São discussões que acontecem a partir da história, e não cobranças com questionários e fichas de leitura. A proposta é sempre ter conversas sobre algo que surgiu na narrativa, mas que vai mais a fundo em questões que nos fazem refletir, que é uma das coisas que a literatura provoca na gente”, comenta. Para encerrar o trabalho com O menino do dedo verde, as crianças plantaram mudinhas de flores em um vaso e o entregaram para alguém que estava precisando de um gesto de gentileza. Depois, escreveram um depoimento sobre esse momento.

[...]

(Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21390/ como-contribuir-com-a-formacao-de-leitores-nos-anos-finaisdo-fundamental)

 

No trecho: “Mas, mesmo apreciando muito os livros e suas histórias, Michelli tinha dificuldade de inserir o trabalho com a leitura literária nas suas aulas”, a oração destacada tem valor semântico de: 
Alternativas
Q2297781 Português

Como contribuir com a formação de leitores nos Anos Finais do Fundamental?


É importante ouvir os interesses dos alunos, abrir espaço para debates e reflexões e colocar as obras em diálogo com a realidade dos estudantes


[...] 


Michelli, atualmente com 36 anos, se formou em Letras e se especializou em Gestão de Bibliotecas Escolares pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje, atua como docente de Língua Portuguesa dos Anos Finais do Ensino Fundamental na EBM Paulina Wagner, em Blumenau, e na EEF Clara Donner, em Timbó, ambas no interior de Santa Catarina. Em 2020, ela foi uma das 50 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 com o projeto O podcast na sala de aula: oralidade, escrita e tecnologia.


        Mas, mesmo apreciando muito os livros e suas histórias, Michelli tinha dificuldade de inserir o trabalho com a leitura literária nas suas aulas. “Eu incentivava [a leitura] e conversava com os alunos, mas era difícil trabalhar um livro inteiro, especialmente por serem textos mais longos e pela questão do acesso às obras. Por mais que a gente tivesse biblioteca, não contávamos ainda com o PNLD [Programa Nacional do Livro Didático] Literário, que garantiria obras a todos os alunos. Isso era um entrave”, diz.


Contextualização, discussões e reflexões


Essa realidade começou a mudar em 2019, quando ela fazia mestrado em Letras na UFSC e teve a ideia de desenvolver um projeto literário a partir do livro O menino do dedo verde, clássico infanto-juvenil do escritor francês Maurice Druon. “Em uma das disciplinas do mestrado, nós estudamos alguns critérios de qualidade de uma obra infantojuvenil. Achei esse livro uma ótima escolha por ter também capítulos curtos e algumas ilustrações, adequado para turmas de 6º ano, com as quais trabalhei”, explica. Com isso, a professora partiu para a prática em sala de aula: primeiro, fez a apresentação do autor, contextualizando a época em que a obra foi escrita. Depois, para motivar a leitura, relacionou o livro com outros textos que dialogam com a história. Como o enredo aborda a temática da guerra, Michelli decidiu mostrar o trailer do filme O menino do pijama listrado — inspirado no livro homônimo, de John Boyne — a fim de ampliar o olhar dos alunos para um dos assuntos tratados. Os primeiros capítulos foram lidos em sala, e depois a professora combinou prazos para que os estudantes lessem e pudessem discutir alguns temas em grupo.

 

Para ela, a prática de sempre contextualizar algum assunto que aparecia na história e recorrer a materiais complementares foi essencial para engajar a turma, que se envolveu com a trama. Em um trecho da obra, o garoto visita uma cadeia, e esse foi o gancho para falar com os alunos sobre o sistema prisional brasileiro. Com o auxílio de um infográfico, a conversa rendeu um bom debate sobre direitos humanos. Em outra parte da história, o menino conhece uma favela e usa o poder de seu dedo para florir o lugar. Com isso, Michelli propôs uma discussão que partiu de uma reportagem sobre artistas plásticos que fizeram diversas pinturas nas casas de uma comunidade no México, ação que colaborou para melhorar a segurança das pessoas.


“São discussões que acontecem a partir da história, e não cobranças com questionários e fichas de leitura. A proposta é sempre ter conversas sobre algo que surgiu na narrativa, mas que vai mais a fundo em questões que nos fazem refletir, que é uma das coisas que a literatura provoca na gente”, comenta. Para encerrar o trabalho com O menino do dedo verde, as crianças plantaram mudinhas de flores em um vaso e o entregaram para alguém que estava precisando de um gesto de gentileza. Depois, escreveram um depoimento sobre esse momento.

[...]

(Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21390/ como-contribuir-com-a-formacao-de-leitores-nos-anos-finaisdo-fundamental)

 

No trecho: “como o enredo aborda a temática da guerra, Michelli decidiu mostrar o trailer do filme O menino do pijama listrado — inspirado no livro homônimo, de John Boyne — a fim de ampliar o olhar dos alunos para um dos assuntos tratados”, a oração destacada tem valor semântico de:
Alternativas
Q2297762 Português
    Ao estudar uma nova linguagem de sinais desenvolvida por crianças surdas da Nicarágua, linguistas afirmam ter confirmado a existência de mecanismos universais que facilitam a aquisição de uma língua, seja ela falada ou não. Os resultados somam-se a várias outras evidências de que crianças possuem habilidades inatas capazes de dar à linguagem sua estrutura fundamental. O artigo foi publicado na revista Science em 17 de setembro de 2004.

    Como falariam crianças naufragadas em uma ilha deserta que cresceram sem pais que lhes pudessem ensinar uma língua? Considerando-se a linguagem como uma invenção cultural passada de geração em geração, a resposta seria que essas crianças infortunadas não falariam língua alguma. As tábulas rasas de suas mentes não poderiam ser preenchidas com uma língua. Talvez, conseguissem comunicar-se com berros e grunhidos, mas nunca chegariam a utilizar algo tão sofisticado como uma língua natural, correto? Resposta: não. E vejamos por quê.

    Primeiramente, vale perguntar: como saberíamos que nossas crianças não se degradariam ao nível de babuínos? Mesmo não podendo, por óbvias razões éticas, fazer um experimento desse gênero em alguma ilha do Pacífico, temos bastante certeza de que elas estariam aptas a inventar uma língua tão expressiva como qualquer outra existente hoje. Uma forte evidência nesse sentido vem de uma comunidade que, em circunstâncias semelhantes, sem ouvir palavras, elaborou uma língua natural própria, começando do nada.

    Surgiu na Nicarágua uma língua completa, o Idioma Nicaraguense de Sinais – ou ISN, do espanhol, Idioma de Signos Nicaraguense –, inventado por crianças surdas daquele país. Essa invenção foi descrita por Ann Senghas, da Universidade Colúmbia (Estados Unidos), Sotaro Kita, da Universidade de Bristol (Reino Unido), e Asli Özyürek, da Universidade de Nijmegen (Holanda). Esse grupo de linguistas estudou essa comunidade nicaraguense e observou como os surdos exprimiam informações sobre objetos em movimento

    Crianças surdas da Nicarágua mostraram uma habilidade inata quando inventaram uma língua de sinais rica e complexa.

    O ISN é uma língua que apareceu no início da década de 1980, quando surdos nicaraguenses – após longos anos de tentativas fracassadas de ensinar a eles o espanhol utilizando para isso instrutores sem deficiência auditiva – foram finalmente juntados com outros surdos. Uma vez reunidos em grupos, eles começaram a utilizar algo que, no início, se parecia com um sistema pantomímico imperfeito que usamos quando queremos nos comunicar sem palavras. Mas esse sistema cru logo se transformou em uma verdadeira língua: as crianças surdas que chegavam àquelas comunidades aprendiam o sistema e acabavam aperfeiçoando-o com regras linguísticas.

    É preciso enfatizar aqui que é falsa – apesar de disseminada – a noção de que línguas de sinais sejam sistemas primitivos, inferiores às línguas faladas. Os sinais não são meros gestos mímicos que podem ser decifrados por observadores não familiarizados com essas línguas. Embora a versão inicial do ISN utilizasse gestos gráficos que simplesmente imitavam a forma de objetos ou movimentos, as crianças expostas a esse sistema mudaram-no, decompondo os gestos em elementos menores que já não tinham esse valor imitativo. Esses sinais, bem como as regras que os combinam em longas frases, são exatamente tão obscuros para não iniciados como seria, por exemplo, o finlandês para quem nunca o tenha aprendido.

    No estudo de Senghas e colegas, os participantes viam um filme animado cujo enredo eles tinham depois que contar com o uso de sinais. O filme mostrava um gato que engole uma bola de boliche e cai tombando por uma ruela íngreme. Os surdos que utilizavam a primeira versão do sistema mostravam a queda do gato com a mão literalmente traçando um percurso espiral para baixo. Já as crianças que usavam a versão aperfeiçoada do ISN exprimiam a mensagem com dois sinais separados, um com o sentido ‘para baixo’ e outro que significava ‘rolando’.

    Os autores do estudo sugerem que essa divisão da mensagem em modo e direção pode ser uma das características universais da linguagem humana. A maioria das línguas aproveita essa divisão e exprime esses dois fragmentos de mensagem com duas palavras separadas (‘O gato desce rolando’). O interessante é que as crianças, ao aprenderem o ISN, não foram ‘ensinadas’ sobre esse fato. Foram elas mesmas que desenvolveram essa e outras características para o ISN, enriquecendo, assim, o sistema que receberam e que ainda não era uma língua completa.

    Linguistas acreditam que a divisão-direção modo é um dos elementos que compõem o conhecimento inato que facilita a aquisição de uma língua, seja ela falada, seja de sinais. Há quem sugira que, sem esse conhecimento, nem mesmo seria possível adquirir qualquer língua. Segundo o linguista norte-americano Noam Chomsky, essa capacidade inata para a aprendizagem de uma língua reside no chamado dispositivo de aquisição de linguagem, parte do cérebro que se atrofia com a idade. Não podendo contar com o apoio desse dispositivo, pessoas adultas que aprendem línguas estrangeiras têm dificuldades em assimilar os detalhes da gramática. Assim, aprendizes estrangeiros com pouca competência na gramática portuguesa podem não ver muita diferença entre as frases ‘O bispo voltou a se divertir’ e ‘O bispo voltou sem se divertir’.

    Analogamente, os pais que aprendem ISN para poder conversar com seus filhos surdos nunca chegam ao nível de falante materno e, aos olhos dos surdos, cometem erros semelhantes àqueles que estrangeiros costumam cometer ao tentar falar, por exemplo, o português.

    O excelente trabalho de Senghas e colegas não só mostra algo que pode ser um ingrediente básico de nossa linguagem, mas também capta um momento no qual ele é acrescentado à sopa primordial no nascimento espontâneo de uma língua humana. 

SZCZESNIAK, K. Nascimento de uma língua. In: Revista Ciência Hoje [CH 210]. Último acesso: 09 de junho de 2023. Disponível em: <https://cienciahoje.org.br/artigo/nascimento-deuma-lingua//> (Adaptado).

Considerando a relação semântica expressa no período abaixo pela conjunção subordinativa, analise as assertivas e assinale a alternativa CORRETA. 
“Embora a versão inicial do ISN utilizasse gestos gráficos [...], as crianças expostas a esse sistema mudaram-no” 
I - A conjunção subordinativa “embora” indica, em relação à oração principal, uma oposição.
II - Na oração subordinada introduzida pela conjunção subordinativa, contém um verbo no modo subjuntivo.
III - A conjunção “embora” pode ser substituída, sem prejuízo semântico, pela locução “posto que”. 
Alternativas
Q2297740 Português
            Leitora voraz desde a infância, Renata Pacheco Ventura sempre soube que seria escritora. Nascida no Rio de Janeiro, em 1985, morou por quatro anos nos Estados Unidos, onde começou a cursar comunicação social na Universidade de Houston. Formando-se em jornalismo pela PUC-Rio, escreveu a dissertação 100% Off – O Manual do colonizado, onde analisou a colonização cultural do brasileiro, tema que volta a abordar em A arma escarlate. 
        Trabalhou por três anos fazendo pesquisa e roteiro para cinema-documentário antes de decidir se dedicar exclusivamente ao seu primeiro livro. Nesse meio tempo, implementou uma forma de interação com seus leitores, em que eles podem conversar virtualmente com alguns dos personagens do livro através de redes sociais; fazendo-lhes perguntas, batendo um papo descompromissado ou até mesmo tentando descobrir segredos da trama. Seu objetivo como escritora é contar histórias que divirtam e, ao mesmo tempo, façam o leitor refletir sobre si mesmo e sobre o mundo a sua volta. “Eu não poderia criar uma escola de bruxaria britânica no Rio de Janeiro. A não ser que ela houvesse sido construída e fosse dirigida, até os dias de hoje, por britânicos”.
            Boa Leitura!

Olá, Renata Ventura, é um prazer tê-la conosco no projeto Divulga Escritor. Você é um verdadeiro fenômeno: são poucos os escritores que fazem sucesso tendo apenas um livro publicado. Antes de tudo, parabéns. Conte-nos: quando e como surgiu o seu gosto pela escrita? 
Renata Ventura: Eu sempre quis escrever. Na verdade, sempre gostei de criar histórias; eu pensava em muitas cenas e personagens, que ficavam todos na minha cabeça, mas que eu queria colocar no papel! Nunca gostei de escrever redação para a escola. A ideia de escrever um texto com um tema pré-escolhido pela professora, com um número determinado de páginas, em poucos minutos, nunca me agradou. Eu queria escrever livros gigantes! Com histórias superelaboradas! Haha. Sempre adorei ler e sempre adorei ver filmes. Para mim, os dois são muito parecidos, porque o que mais importa, para mim, é a história a ser contada. O veículo em que ela chega, às vezes, não é importante. Como, no entanto, fazer cinema é mil vezes mais complicado, ainda mais no Brasil, eu preferi a literatura, onde a gente sempre pode colocar mais detalhes e mais reflexões do que em três horas de filme.


Que temas você aborda em seu livro A arma escarlate
Renata Ventura: Nossa! São muitos. Desigualdade social, abandono, analfabetismo, violência, bullying, impulsividade, arrogância, corrupção policial e política, mitologia e história brasileira, drogas, amizade, proteção dos animais, cidadania... é muita coisa.

Em quem você se inspirou para criar Hugo?
Renata Ventura: Ele é muito um produto do meio. Eu fui descobrindo Hugo à medida que ele ia reagindo às ameaçadas que o cercavam, com sua impulsividade, seu egoísmo, sua arrogância, sua raiva. Eu fui vendo que, sem essas características, Hugo provavelmente não teria sobrevivido até os 13 anos de idade. 

Por que você quis criar a Korkovado tão diferente de Hogwarts? Acha mesmo que uma escola de bruxaria no Brasil seria tão diferente assim de uma na Grã-Bretanha? 
Renata Ventura: Sim, sim. Tão diferente quanto as nossas escolas são das escolas britânicas. Com certeza. Nossos bruxos até tentam copiar o modo britânico de ser, porque a gente gosta de tudo que vem de fora, mas o brasileiro (inclusive o bruxo brasileiro) faz tudo meio nas coxas, não se importa muito com a qualidade, acha que vai dar certo apenas com um jeitinho, uma gambiarra, e aí fica uma coisa meio... desorganizada, sem muito planejamento. Eu não poderia criar uma escola de bruxaria britânica no Rio de Janeiro. A não ser que ela houvesse sido construída e fosse dirigida, até os dias de hoje, por britânicos. 

Renata, onde podemos comprar o seu livro?
Renata Ventura: Ele está à venda nas melhores livrarias, mas pode ser comprado também pelo site da Saraiva, da Submarino... (na Submarino, eles se esqueceram de mudar a foto da capa do livro, mas é a capa nova que estão vendendo!) Também é possível comprar comigo autografado! Eu envio o livro pelo correio sem problemas! É só me enviar um e-mail: [email protected], que eu passo as instruções.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?
Renata Ventura: Sempre pelas redes sociais (nossa salvação, hehe): Skoob, Facebook etc. E vou muito em eventos. Eventos literários, eventos de RPG, de anime.... São sempre muito divertidos! Adoro conhecer todo mundo. 

Quais seus próximos projetos literários? Ficamos sabendo que vem nova publicação, dá para nos adiantar sobre seu novo livro?
Renata Ventura: Sim, sim, é a continuação de A arma escarlate. Irá se chamar A comissão chapeleira e vai ser mais político do que o primeiro. O vilão principal da série aparece nesse e eu sou apaixonada por ele. 

A série do Hugo Escarlate será composta de quantos livros?
Renata Ventura: Serão 5 livros, com um sexto a respeito do vilão principal.

Quais os principais objetivos do projeto Potter em Orfanatos? Como fazer para conhecer melhor o projeto e participar?
Renata Ventura: O principal objetivo é incentivar o gosto pela leitura nas crianças carentes em orfanatos e casas de acolhimento. Mostrar como a leitura pode ser algo muito divertido e pode levá-las a mundos extraordinários. Para participar, é só procurar pelo projeto Potter em Orfanatos no Facebook e encontrar o grupo de seu estado! 

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?
Renata Ventura: Os leitores brasileiros estão aceitando melhor autores nacionais. Ainda há preconceito, especialmente porque as livrarias e as próprias editoras preferem comprar livros estrangeiros traduzidos do que apostar em novos talentos brasileiros, mas o cenário está mudando! Cada vez surgem mais jovens autores nacionais que lançam livros de fantasia, terror, romance, policial, tudo! E aquela velha noção de que “livro brasileiro” é sinônimo de “Machado de Assis” está, aos poucos, caducando. Não que Machado de Assis seja ruim, muito pelo contrário! É ótimo! Mas precisamos ver que a literatura brasileira não parou no dia em que esses autores clássicos morreram! Mesmo que a maioria das escolas insistam em dizer que sim.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Renata Ventura, que mensagem você deixa para nossos leitores?
Renata Ventura: Leiam cada vez mais! E leiam de tudo!!!!

(Adaptado de: https://www.divulgaescritor.com/products/renataventura-entrevista/. Acesso em: 14/07/2023).
Como, no entanto, fazer cinema é mil vezes mais complicado, ainda mais no Brasil, eu preferi a literatura, onde a gente sempre pode colocar mais detalhes e mais reflexões do que em três horas de filme. 
O sintagma sublinhado no trecho acima configura uma oração subordinada do tipo:
Alternativas
Respostas
321: B
322: C
323: B
324: B
325: A
326: A
327: C
328: C
329: A
330: C
331: C
332: C
333: E
334: A
335: B
336: B
337: C
338: A
339: D
340: B