Questões de Português - Uso da Vírgula para Concurso

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Ano: 2023 Banca: CETAP Órgão: FASEPA Prova: CETAP - 2023 - FASEPA - Pedagogo |
Q2426948 Português

O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.


O bebê infrator.

Otto Lara Resende.


Não quer fazer julgamento precipitado nem falar de cadeira, isto é, sentado com todo o conforto e longe da tragédia. Mas me pergunto em que é que mudou esse problema que já nem sei como chamar. Sei que foi massificado com a legião dos meninos de rua. Botar uma etiqueta num problema ajuda a esquecê-lo.

Menor, inicialmente, era menor de idade. Daí apareceu a palavra "demenor" pronunciada "dimenor" pelos próprios meninos. "Sou dimenor" é um prévio perdão.

São cada vez mais precoces, os meninos. Aos 14 anos, um garoto dirige como gente grande. O videogame não tem segredo para uma criança de sete anos. A idade da razão é hoje a idade do computador. Se é assim para os que têm videogame e carro, não é diferente para os que não têm. Ou têm caco de vidro e estilete, faca e pedaço de pau. São também precoces os chamados "despossuídos". Um antigo relatório dos anos 50 falava em "desvalidos". Da sorte acrescentava.

Era o tempo do SAM, uma abjeção. Uma denúncia dramática liquidou a sigla e o respectivo Serviço de Assistência ao Menor. No lugar veio a Funabem. Outra sigla, outra torpeza. Agora é a Febem. Duas sílabas. "Fe" de felicidade e "bem" de bem-estar. Ou de bem aventurança. Era isto, presumo, o que estava na cabeça dos que bolaram o Estatuto da Criança e do Adolescente. Absoluta prioridade para a criança, garante a Constituição.

Aí a gente vê o que vê na televisão. Tatuapé é um filme de horror. Ao vivo e real. O drinque desce redondo, como se diz. E o jantar está na mesa. Ainda bem que é fácil apagar das nossas retinas fatigadas aquele trecho do inferno. Tatuapé mancha, nódoa social, se desmancha. Não será um tatu a pé que vai atrapalhar nossa digestão. Viva o trocadilho. Mais um pouco e um grupo de extermínio é apenas um esportivo grupo de caça. Ao tatu, por exemplo.

Quando a República foi proclamada, há 102 anos já estava no ar o discurso. Podem checar. Uma bela retórica. A república ía alfabetizar e pôr na linha todos os brasileirinhos, livres enfim do atraso. E começou o enxurro de exposição de motivos, discursos, leis e códigos. Hoje é difícil saber o que é maior. Se o papelório ou se o problema. Aí vem a ideia luminosa: por que não baixar a idade? Aos 16 anos, o menor pode, sim, ser responsável.

Criminalmente responsável. Deixa de ser menor. Por que não aos 14 anos? Ou aos sete? Por que não ao nascer? É isto mesmo: todo bebê é um criminoso. E nato!


Folha de São Paulo. 10 abr. 1992. Acervo Instituto Moreira Salles.

"Se é assim para os que têm videogame e carro, não é diferente para os que não têm. Ou têm caco de vidro e estilete, faca e pedaço de pau.". Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.


I- O excerto sugere paridade de tratamento entre menores de diferentes níveis econômicos.

II- A vírgula separa a oração subordinada da principal, posposta.

III- O acento circunflexo em "têm" deve-se a ajuste de concordância.

IV- A estrutura conclusiva do segundo período elenca objetos usados em atividades pueris.

V- O polissíndeto, na afirmação alternativa, enumera armas de delitos.

Alternativas
Q2425895 Português

Texto 06 - ChatGPT: qual é o lugar da tecnologia na educação?


O ChatGPT já pode ser considerado um dos maiores fenômenos da internet. A tecnologia desenvolvida pela OpenAl faz uso da Inteligência Artificial (IA) para responder a qualquer pergunta. Desde "Deus existe?” até "receita de miojo", o chatbot conta com uma enorme quantidade de dados prévios capaz de gerar respostas coerentes. O ChatGPT está cada vez mais popular e, é claro, já chegou às salas de aula. Porém, os impactos da tecnologia na educação causam controvérsias.

Uma das primeiras polêmicas da tecnologia nos estudos aconteceu na Furman University, nos Estados Unidos. O professor de filosofia Darren Hick solicitou um texto de 500 palavras sobre o filósofo David Hume aos seus alunos. Ao receber os trabalhos, confirmou uma suspeita da maioria dos seus colegas educadores. Algumas redações tinham palavras peculiares demais e, apesar de serem coerentes, não apresentavam opinião própria. Hick usou um sistema de detecção do ChatGPT, também desenvolvido pela OpenAl, e descobriu que alguns alunos estavam usando a plataforma para fazer seus trabalhos.

Depois disso, diversos educadores dividiram opiniões sobre os prós e contras da tecnologia nas salas de aula. O ChatGPT pode ser uma ferramenta útil para melhorar a educação e o aprendizado em muitos aspectos, desde que seja usado de forma adequada e com cuidado. No entanto, como acontece com qualquer tecnologia, é importante ter em mente seus limites e desafios. Por exemplo, se os alunos dependem muito do ChatGPT para obter respostas e informações, isso pode prejudicar seu desenvolvimento de habilidades de pesquisa e pensamento crítico. Além disso, é importante que o ChatGPT seja programado de forma ética e precisa, sem preconceitos ou imprecisões que possam levar a informações incorretas ou enganosas.

Da segunda frase em diante, não fui eu que escrevi o parágrafo acima. Acessei a plataforma da OpenaAl, escrevi "o ChatGPT pode prejudicar a educação?” e enviei. Fácil assim. Uma resposta coerente e gramaticalmente correia. A tecnologia apresentou até uma visão crítica, já que disse que a plataforma pode prejudicar os alunos caso não seja usada da forma correta. Não é uma surpresa o fato de jovens e adolescentes, que fazem parte da geração com grande facilidade de se adaptar às novas tecnologias, já estejam usando o sistema ao seu favor. Agora, resta às unidades de educação adotarem o chatbot como um aliado também.

A proibição não é a solução. O ChatGPT é gratuito e de fácil acesso. Basta fazer uma conta no site da OpenAl, incluir um e-mail e número de telefone e pronto. Devo concordar com a resposta fornecida pela Inteligência Artificial (IA), pois a tecnologia só é prejudicial quando não é empregada da forma correta. Caso contrário, pode ser uma ferramenta útil no processo de aprendizagem.

Quando o ChatGPT foi lançado, a revista The Atlantic divulgou uma sentença: a redação está morta. De fato, o robô consegue finalizar uma redação do Enem em menos de um minuto. De qualquer forma, é preciso enxergar a tecnologia não como uma substituição do trabalho das pessoas, mas sim como um ponto de apoio. A plataforma pode servir como uma mentora, fornecendo informações cruas sobre um assunto específico. A análise e o desenvolvimento de soluções, no entanto, ainda é uma competência excepcionalmente humana.

A tecnologia só é uma ameaça para as instituições que não conseguirem se reinventar. As análises de situações reais e estudos de caso, seguindo o estilo de ensino de Harvard, vão fazer cada vez mais sentido nas salas de aula. De fato, decorar informações técnicas não é mais necessário. Isso a tecnologia nos entrega. O importante é focar nas competências socioemocionais e análises críticas que apenas o cérebro humano é capaz de desenvolver. É bem provável que as próximas gerações não gastem tempo tentando decorar a fórmula de Bhaskara.


Rodrigo Maia dos Santos - CEO da Gonow1. Acessado em 09 mai. 2023 em “https://mercadoeconsumo.com.br/21/02/2023/artigos/

Há uma virgula empregada para circunscrever informação sobre referente:

Alternativas
Q2425877 Português

Texto 01 “Um ensino de língua portuguesa remodelado?”


Mais recentemente, com a publicação, em 2018, da Base Nacional Comum Curricular, documento federal orientador dos currículos estaduais e dos currículos municipais de todo o país, consolidou-se o ensino de língua portuguesa com base nos gêneros discursivos, resultado da influência do fortalecimento da área dos estudos do discurso no ensino-aprendizagem da língua materna.

Inicialmente, porém, os gêneros são entendidos na escola de modo análogo ao que se fazia, em tempos anteriores, com as sequências textuais (em uma tradição antiga, restritas a narrativas, descritivas e argumentativas). Foca-se assim no ensino da estrutura composicional do gênero, tanto na produção da escrita quanto na realização da leitura.

Espera-se que o aluno classifique textos dentro da estrutura de determinado gênero e que produza determinado gênero seguindo um modelo pré-apresentado. Novamente, a normatividade pouco reflexiva entra em cena: se antes prevalecia o enquadramento da língua nas lições de metalinguagem e classificação gramatical, agora tal normatividade parece submeter-se à estrutura do gênero.

Apesar de o gênero não ser um tipo de enunciado absolutamente estável e imutável, e de abranger muito mais do que sua estrutura composicional, seu componente estilístico, essencial para o ensino-aprendizagem da língua, é quase inexplorado nesse momento inicial. Quanto à gramática, é preterida ou segue em seu antigo lugar normativo, sendo ensinada como conteúdo independente.

Com o desenvolvimento dos estudos da linguística aplicada, por meio dos quais se compreende que o trabalho sobre o gênero envolve também e principalmente seus aspectos estilísticos, é que os recursos linguístico-gramaticais ganham espaço nas aulas de língua portuguesa não mais em perspectiva normativa, mas como escolhas léxico-gramaticais das quais depende a constituição do gênero e que são responsáveis pelos efeitos de sentido dos atos enunciativos.

Ainda que essa prática não se tenha universalizado, em razão da precariedade da formação de professores no país e do pouco acesso que têm ao desenvolvimento das teorias linguísticas, parece que a gramática está em vias de encontrar um espaço que condiz com seu grandioso papel na produção de sentidos dos textos.

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Texto adaptado dos Autores: Beatriz Gil e Marcelo Módulo. Acessado em 09/05/2023 em: https://jornal.usp.br/artigos/algumas-reflexoes-sobre-o-ensino-da-lingua-portuguesa-no-brasil/

Sobre outra possibilidade de pontuação de parágrafos do texto, em conformidade com as relações sintático-semânticas da língua portuguesa, marque a alternativa CORRETA.

Alternativas
Q2425685 Português

Texto – Tecnologia e educação

A busca pelo instantâneo é, sem dúvida, um dos sinais da nossa cultura digital. A um clique ou comando de voz, tem-se instantaneamente informações, imagens, contatos pessoais e, por que não dizer, a própria realidade em sua representação digital. Na educação, a sala de aula pode estar conectada com o mundo, permitindo que alunos e professores acessem instantaneamente informação e conteúdo que antes limitavam-se a meios impressos ou a espaços como a biblioteca.

Em tempos de conectividade, estudantes podem, em qualquer lugar e a qualquer momento, assistir a videoaulas, recorrer a professores online ou contar com a ajuda de programas de computador que respondem às suas dúvidas. A oferta variada e instantânea de informação e estímulos, além dos novos formatos e linguagens da interação nas redes, faz com que ouvir um professor por mais de 20 minutos pareça impossível para estudantes considerados nativos digitais. Interatividade e instantaneidade a um toque da tela do celular parecem não combinar com práticas de aprendizagem que requerem investimento de tempo em leituras, escutas participativas e diálogos que admitem, inclusive, o silêncio da reflexão.

Mas se o instantâneo virou bem de primeira necessidade, não se pode esquecer que a vida e a aprendizagem acontecem na duração. Não se trata de negar que instantes marcam nossa trajetória e muita informação nos esclarece a mente como que repentinamente. A vida, porém, é mais do que amontoado de instantes e a aprendizagem é mais do que consumo rápido de informações. Uma imagem visualizada, um texto lido ou uma aula assistida precisam da duração, da vivência no tempo, da experiência construída pelo retrabalho, pelas articulações ou pelas retomadas que se dão no processo de aprendizagem.

Caso aceitemos que educação é mais do que instrução e não se reduz a preparar crianças e jovens a ir de uma fase a outra no jogo da vida, cada vez mais em menos tempo e com mais produtividade, precisamos então aceitar o desafio de integrar as tecnologias digitais na escola, sem desrespeitar os diferentes ritmos dos processos de aprendizagem.

Autor: Luís Cláudio Dallier Saldanha - Doutor em Educação 10/01/2018. Acessado em 07 mai. 2023 em: <https://ndmais.com.br/opiniao/artigo/tecnologia-e-educacao/>

As questões, 04 e 05 referem-se ao parágrafo reproduzido abaixo.


“A oferta variada e instantânea de informação e estímulos, além dos novos formatos e linguagens da interação nas redes, faz com que ouvir um professor por mais de 20 minutos pareça impossível para estudantes considerados nativos digitais. Interatividade e instantaneidade a um toque da tela do celular parecem não combinar com práticas de aprendizagem que requerem investimento de tempo em leituras, escutas participativas e diálogos que admitem, inclusive, o silêncio da reflexão.”


Sobre outra possibilidade de pontuação do parágrafo, em conformidade com as relações sintático-semânticas da língua portuguesa da Nomenclatura Gramatical Brasileira, marque a alternativa CORRETA.

Alternativas
Q2425627 Português

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que o governo estuda flexibilizar algumas das medidas de isolamento até o fim de abril, desde que haja respaldo da ciência.

A declaração foi dada em entrevista à rede britânica BBC, em meio à tendência de desaceleração da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país, onde o balanço oficial contabiliza cerca de 140 mil casos e 17,6 mil mortes.

"Precisamos escolher setores que possam recomeçar sua atividade. Se os cientistas confirmarem isso, podemos começar a relaxar algumas das medidas já no fim deste mês", disse.

As restrições à circulação entraram em vigor em 10 de março, enquanto o veto a atividades produtivas não-estratégicas passou a valer no fim do mês passado. As medidas ficam em vigor ao menos até 13 de abril, mas a declaração de Conte aponta para uma nova prorrogação. Segundo informações de bastidores, a chamada "fase 2" da pandemia deve se desenvolver em duas etapas: a primeira seria de pequenas aberturas para as atividades produtivas; e a segunda seria com regras mais flexíveis para a circulação de pessoas.

A ANSA apurou que o comitê técnico-científico que assessora o governo na crise já estaria preparando um mapa com o nível de risco de todas as atividades produtivas para indicar quais poderiam ser retomadas. As empresas seriam divididas em três categorias: risco baixo, médio e alto, sendo que cada uma comportaria medidas e níveis de distanciamento específicos.

Com a desaceleração do ritmo de contágio, a Itália busca agora zerar o número de novos casos por dia, o que fará o país ganhar tempo para resolver a carência de testes para diagnósticos e formar um cenário mais preciso do tamanho da pandemia - a própria Defesa Civil admite que o número real de casos pode ser 10 vezes maior que o divulgado.


(PRIMEIRO-MINISTRO prevê reabertura da Itália ainda em abril. Terra. 2020. Disponível em:<https://www.terra.com.br/noticias/coronavirus/primeiro-ministro-preve-reabertura-da-italia-ainda-em-abril,3fa96e2a017ac456f0ccd870b9efc4cb8n86qzef.html>.

Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao uso da vírgula:

Alternativas
Respostas
411: C
412: A
413: C
414: C
415: A