Questões de Português - Variação Linguística para Concurso
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Leia o soneto abaixo para responder a questão:
SONETO 793 - DA ESQUINA INESQUECÍVEL
Um centro de convívio nos convoca em todo itinerário, noite e dia.
Alguns o denominam "padaria".
Aos íntimos, atende por “padoca”.
Café com leite e pão, sanduba e coca, sorvetes, bolos, frios por fatia:
o bar ao mercadinho ali se alia e quando a nota é grande, ali se troca.
O frango abre apetite e forma fila.
Os queijos na vitrine a boca molham.
Quem olha a torta exposta não vacila.
Esnobes que um local mais chique escolham: de mim ela está
próxima, e curti-la relembra o que meus olhos já não olham.
(MATTOSO, Glauco. Poesia digesta, 1974-2004. São Paulo: Landy Editora, 2004, p. 63.)
Indique a alternativa correta sobre a utilização das palavras “padaria” e “padoca”:
Linha de passe
Toca de tatu, linguiça e paio e boi zebu
Rabada com angu, rabo-de-saia
Naco de peru, lombo de porco com tutu
E bolo de fubá, barriga d'água
Há um diz que tem e no balaio tem também
Um som bordão bordando o som, dedão, violação
Diz um diz que viu e no balaio viu também
Um pega lá no toma-lá-dá-cá, do samba
Um caldo de feijão, um vatapá, e coração
Boca de siri, um namorado e um mexilhão
Agua de benze, linha de passe e chimarrão
Babaluaê, rabo de arraia e confusão...
...
Eh, yeah, yeah . . .
(Valeu, valeu, Dirceu do seu gado deu...)
Cana e cafuné, fandango e cassulê
Sereno e pé no chão, bala, candomblé
E o meu café, cadê? Não tem, vai pão com pão
Já era Tirolesa, o Garrincha, a Galeria
A Mayrink Veiga, o Vai-da-Valsa, e hoje em dia
Rola a bola, é sola, esfola, cola, é pau a pau
E lá vem Portela que nem Marquês de Pombal
Mal, isso assim vai mal, mas viva o carnaval
Lights e sarongs, bondes, louras, King-Kongs
Meu pirão primeiro é muita marmelada
Puxa saco, cata-resto, pato, jogo-de-cabresto
E a pedalada
Quebra outro nariz, na cara do juiz
Aí, e há quem faça uma cachorrada
E fique na banheira, ou jogue pra torcida
Feliz da vida
Toca de tatu, linguiça e paio e boi zebu
Rabada com angu, rabo-de-saia
Naco de peru, lombo de porco com tutu
E bolo de fubá, barriga d'água
Há um diz que tem e no balaio tem também
Um som bordão bordando o som, dedão, violação
Diz um diz que viu e no balaio viu também
Um pega lá no toma-lá-dá-cá do samba
FONTE: https://www.letras.mus.br/joao-bosco/46524/. Acesso 1 abr2018.
O texto “Linha de passe” de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo
Emílio, registra, dentre outras referências culturais, a mistura
entre futebol e culinária brasileira, algo também presente em
várias canções que fazem parte do acervo da MPB. Observa-se, como característica do uso da variedade coloquial da
linguagem (ou seja, aquela usada em situações cotidianas de
comunicação verbal), a utilização nesse texto de
A concepção de tempo e a humanidade
Há duas concepções de tempo que englobam outras: a concepção cíclica, defensora da repetição de fatos históricos através do tempo e a concepção linear, defensora de uma linha reta do tempo, onde o passado não se repetirá no futuro.
A concepção linear desvaloriza o passado, pois para ela nada acontecerá no futuro do modo como acontecera no passado. É um pensamento evolucionista onde o passado é deixado de lado como inatingível e finalizado. É uma ideia favorável a futuristas e tecnocratas, defensores do presente e do carpe diem, pois o que acontece agora jamais se repetirá da mesma forma. A busca da velocidade passa a ser incessante, tornando o homem escravo de segundos marcados pela máquina. Essa concepção, então, torna o homem escravo do tempo.
A concepção cíclica, ao contrário, representa o tempo numa circunferência, onde de tempos em tempos volta-se para o mesmo ponto. Porém, essa circunferência não é exata, senão poderíamos prever o futuro conhecendo o passado. Ela é torta, pois os fatos não se repetem completamente iguais, havendo, às vezes, grandes mudanças. Ela também é remodelável, pois os fatos do passado podem ser extintos e novos podem ser adicionados a ela. Caso ela fosse rígida e perfeita, o homem também se tornaria escravo do tempo, assim como na concepção linear.
A concepção cíclica é a mais correta, pois é a mais próxima do real. A história costumeiramente se repete, mas com algumas diferenças, como pode ser percebido no colonialismo no século XV e no século XIX, e nas artes clássicas da Antiguidade e no renascimento. O estudo do passado é importante para a humanidade tentar evoluir, consertando erros anteriores e mantendo os acertos no futuro. O homem passa a agir racionalmente e a controlar o tempo.
As concepções de tempo foram construídas pela mente
humana; logo, não há nenhuma que sirva como verdade
universal. Por isso não se pode impor uma a toda sociedade,
evitando, assim, a degradação do pensamento do indivíduo em
favor do pensamento de massa, que teria um resultado negativo
para a evolução da humanidade.
(www.fuvest.br/vest2004/bestred/500313.stm)