muitos estudos, na tentativa de determinar o impacto do tamanho da sala de aula sobre o aprendizado. De fato,
esse é um dos temas mais pesquisados, com medidas
cuidadosas e grupos de controle. São centenas de
pesquisas, tantas que não mais se justifica fazer outras.
E o que nos dizem? Simplesmente, com a única exceção
constituída pelos alunos pobres dos anos iniciais, não há
nenhuma associação entre o tamanho da sala e o nível de
aprendizado. Infere-se que os casos de interação aluno-
professor são raríssimos. Desde que se possa ver e ouvir
o mestre, pôr ou tirar alunos não afeta o rendimento.
É leviano negar o que diz a avalanche de pesquisas.
Entendamos, os resultados descrevem o coletivo das
escolas.
4.§ Tais análises não avaliam métodos eficazes que
requerem poucos alunos. Isso porque sua superioridade
não pode ser medida se quem os adota está perdido em
um mundão de escolas tradicionais. A própria definição
de tamanho de sala vai se esfarelando. Imaginemos um
colégio com professores excelentes dando aulas em
salas com sessenta estudantes. Depois, grupos de dez
alunos se reúnem com professores mais jovens para
discutir os assuntos da aula. Além disso, os alunos fazem
duas disciplinas a distância, uma delas com um tutor por
500 alunos e outra, totalmente informatizada (relação
aluno/professor = infinito). Quantos professores por
aluno há nessa escola? Desde que temos Ideb e Enem,
o tema é irrelevante. Se o estudante aprendeu, pouco
importa como funciona a sala de aula. Pois não é que o
nosso Legislativo, com uma pauta atolada de problemas
angustiantes, se mete a legislar sobre o número de
alunos na sala de aula? Pela proposta em discussão, no
ensino médio, não será possível ultrapassar o número
mágico de 35. Deve ser uma cifra que, em sua infinita
magnificência, Deus revelou aos legisladores, pois de
nenhuma pesquisa saiu.