Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísti...

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Q1826615 Português
    Estabelecer fronteiras é o fenômeno originário da violência instauradora do direito em geral, segundo Walter Benjamin, autor do ensaio Para uma crítica da violência, de 1921. O ato jurídico-político originário é o estabelecimento de fronteiras que delimitam dentro e fora, incluídos e excluídos, amigos e inimigos da pátria. Em seus primórdios, “todo direito foi um direito de prerrogativa (ou privilégio) dos reis ou dos grandes; em suma: dos poderosos”. O privilégio primordial de apropriar a terra, nomeá-la e ordená-la indica o nexo território-Estado-nascimento que caracteriza o antigo e ainda atual nómos da terra, do qual o fechamento de fronteiras em tempos de pandemia é mero sintoma. Se a figura do refugiado nos é tão inquietante, é porque coloca em questão uma vida humana em terra de ninguém. 
    Em O nómos da terra, o controverso jurista alemão Carl Schmitt, com quem Benjamin trocou correspondências, descreve a origem do termo nómos, palavra grega para “lei”. Nómos indica a ordenação espacial original necessária para o estabelecimento de toda e qualquer ordem jurídica. Nómos indica que o direito está objetivamente enraizado na apropriação da terra. A constituição jurídica de um nómos, ou seja, a apropriação jurídica do espaço, tem por pressuposto a capacidade de nomear. No termo alemão Landnahme, apropriação ou tomada da terra, encontramos o termo nahme, antiga grafia de name, que significa “nome”. Nomear e constituir uma ordem jurídica são atos similares, na medida em que implicam apropriação. Exemplos históricos — incrivelmente ainda frequentes — são a imposição do nome do marido à mulher, que é “tomada em casamento”, ou o patronímico imposto à criança no momento do nascimento. 

Internet: <https://revistacult.uol.com.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior. 


No trecho “imposição do nome do marido à mulher” (segundo parágrafo), a supressão do sinal indicativo de crase no vocábulo “à” prejudicaria a correção gramatical do último período do texto. 

Alternativas

Comentários

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certo

CRASE FACULTATIVA se dá em três casos:

ATÉ SUA MARIA

  • 1 - Após a preposição até

Ex: Fui até a secretaria / Fui até à secretaria

  • 2 - Diante de pronomes possessivos femininos no singular (sua, minha, nossa)

Ex: Referi-me a sua professora / Referi-me à sua professora

  • 3 - Antes de nomes próprios femininos

Ex: Entregarei tudo a Maria / Entregarei tudo à Maria

Não se usa crase antes dos pronomes demonstrativos esta/este/isto e essa/esse/isso.

Antes de "cujo" e "quem" crase não tem neném! by Professor Alexandre Soares

A vírgula é obrigatória para orações coordenadas adversativas.

ex: Faz frio, mas não nevou.

peculiaridades do Cespe ao utilizar o "mas".

*O mas não desloca na frase.

EX: Estudo, não aprendo, mas

*O mas não aceita virgula após ele (salvo quando termo explicativo)

EX: estudo muito, mas, hoje em dia, aprendo pouco

1) Se na frase tem (às + PluralNÃO pode suprimir a crase!

(CESPE/CODEVASF/2021) O emprego do sinal indicativo de crase no trecho “de caráter suplementar às chuvas”, no terceiro parágrafo, é facultativo; portanto, a supressão desse sinal não prejudicaria a correção gramatical do trecho.(ERRADO)

(CESPE/ANM/2021) No trecho “devido às dificuldades” (segundo parágrafo), a supressão do acento indicativo de crase em “às” manteria a correção gramatical do texto.(ERRADO)

(CESPE/TCE-AC/2009) Preservam-se a coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto ao se retirar o sinal indicativo da crase em "entende-se às relações" (L.11), generalizando o termo.(ERRADO)

(CESPE/TJ-AL/2012) Sendo o emprego do plural em “regras” suficiente para garantir a interpretação genérica desse nome, a supressão do sinal indicativo de crase, em “às regramorais” (L.9), não causaria prejuízo à correção gramatical do texto.(ERRADO)

(CESPE/TRF 1ª/2017) A supressão do sinal indicativo de crase em “às crianças” (no trecho: considerados nocivos às crianças) comprometeria a correção gramatical do texto.(CERTO)

Justificativa:

(CESPE/SESA-ES/2013) O emprego do sinal indicativo de crase em “notificado às autoridades” (l.18-19) justifica-se porque “notificado” exige complemento antecedido pela preposição “a” e “autoridades” admite artigo definido feminino plural.(CERTO)

2) Se na frase tem (às + Plural) e propor trocar o “às” pôr “a” ficará correto! (vice-versa):

(CESPE/MDS/2009) Se "às", em "às doações" (L.14), fosse substituído por a, a correção gramatical do período seria prejudicada.(ERRADO)

Prejudica e muito a correção gramatical, pois um "a" é preposição (referente ao verbo impor) e o outro "a" é artigo (referente ao substantivo Mulher)

OBS: a retirada do sinal indicativo de crase não prejudicaria a correção se a frase assim estivesse formulada:

“imposição do nome dos maridos às mulheres” ---> "às" = preposição "a" + artigo "as"

JUSTIFICATIVA: Um dos casos opcionais do uso da crase é justamente quando temos uma preposição + artigo precedido de substantivo feminino no plural. Isso se deve em função do artigo no plural ser opcional.

NA PRÁTICA: No caso hipotético, a supressão do artigo feminino no plural crase implica "queda" da crase. Vejamos:

“imposição do nome dos maridos a mulheres” ---> preposição "a" +  ̶ ̶a̶r̶t̶i̶g̶o̶ ̶"̶a̶s̶"̶"

crase facultativa :

ATE

SUA

MARIA

DONA

caso contraria sera obrigatoria

APROVADO EM CONCURSO EM 2021, OBRIGADO DEUS !

OBS: a retirada do sinal indicativo de crase não prejudicaria a correção se a frase assim estivesse formulada:

“imposição do nome dos maridos às mulheres” ---> "às" = preposição "a" + artigo "as"

Estaria correta a frase: imposição do nome dos maridos a mulheres.

Mulher é nome próprio feminino, desta forma, a crase é facultativa nesses casos!

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