Questões de Concurso Comentadas para professor

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Q2643265 Pedagogia

Como qualquer contato entre pessoas e grupos sociais, a relação escola-família não pode ser unidirecional. A escola e os profissionais que nela atuam necessitam regular seu relacionamento com as famílias como uma via de mão dupla, pautada na dialogia.


Nesse contexto, analise as afirmações que seguem:


I.É muito importante que as instituições que atendem crianças pequenas, principalmente aquelas de zero a três anos, caracterizem-se por serem cuidadosas, protetoras, afetuosas e provocadoras.

II.As suas rotinas devem visar o bem-estar das crianças, de modo que elas se sintam seguras e orientadas. Isso inicia com a atenção do educador pela escola, por suas práticas pedagócias, por seus objetivos geriais e pela análise de suas ações, e prossegue na atenção ao currículo - seja ele um formal ou oculto.

III.Quando os profissionais docentes têm características sociais e culturais diferenciadas da comunidade e das famílias com as quais trabalham, lhes é exigido romper com preconceitos e conhecer as culturas locais para contemplá-las no dia a dia da escola.


http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/relat_seb_praticas _cotidianas.pdf


Está CORRETO o que se afirma em:

Alternativas
Q2643264 Pedagogia

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º, definem a criança como sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009).


BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.


Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas aprendizagens a um processo de desenvolvimento natural ou espontâneo.


Ao contrário, impõe a necessidade de imprimir:

Alternativas
Q2643262 Pedagogia

Considerando que, segundo a Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, a educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns.


Assinale a alternativa que apresenta um regra CORRETA de acordo com a referida Lei.

Alternativas
Q2643260 Pedagogia

Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências gerais da Educação Básica propostas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural.


BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.


Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta corretamente um dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento na Educação Infantil:

Alternativas
Q2643258 Pedagogia

O enfrentamento da desigualdade de classe social no acesso à educação infantil é um tema primordial no PNE 2014 (Plano Nacional de Educação). Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2012) indicam que o acesso à educação no Brasil é desigual desde o seu início, havendo disparidades gritantes entre a frequência das crianças pobres e ricas de 4 e 5 anos de idade à pré-escola, diferença que se amplia ainda mais no atendimento em creches.

O PNE 2014, na estratégia 1.2, indica a possibilidade de diminuir tal disparidade, tratando-se, portanto, de uma meta de considerável impacto na democratização do acesso, que afeta positivamente a creche.


Disponível em:https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/1275 5/5/Artigo%20-%20Ivone%20Garcia%20Barbosa%20-%20 2014.pdf


Nesse contexto, a meta 1 do PNE 2014, prevê além da universalização da Educação Infantil na pré-escola para crianças de 4 a 5 anos até 2016:

Alternativas
Q2643256 Pedagogia

As relações no cotidiano da educação infantil são pautadas, além dos contextos familiares, pelos contextos sociais e políticos que tanto as famílias das crianças quanto as escolas pertencem. Ambas as instituições - famílias e escolas - estão enraizadas em identidades sociais, étnicas, culturais e religiosas.


Fonte: f ttp://portal.mec.gov.br/dmdocuments/relat_seb_praticas_cotidianas.pdf


Portanto, nesse contexto, a convivência produtiva com padrões e valores familiares e comunitários na instituição de educação infantil é necessária para manter relações que discutam e reflitam sobre:

Alternativas
Q2643254 Pedagogia

"O atendimento público obrigatório começa aos 4 anos, mas a infância não. Os processos que uma criança vai viver nessa faixa etária têm início na fase anterior. Assim, o modo como a Base (Base Nacional Comum Curricular) sugere que os currículos sejam pensados aponta para o entendimento da necessidade de um percurso que vai do bebê até a criança de 5 anos e 11 meses", explica Silvana Augusto, formadora do Instituto Avisa Lá e coordenadora da pós-graduação em Educação Infantil no Instituto Singularidades.


Disponível abnccc-pooppoe-paa-aaeeducaccao-nnantl-ecommo-coloca-ls-napratca e-a-bncc-propoe-para-a-educacao-infantil-e-como-coloca-las-na-pratica


Nesse contexto, a Base reforça a ideia de especificidade do processo de ensino e aprendizagem das crianças de 0 a 3 anos ao organizar os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento em três grupos de faixas etárias:

Alternativas
Q2643252 Pedagogia

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e a Base Nacional Comum Curricular, que são documentos nacionais que orientam o trabalho da Educação Infantil em todas as escolas de nosso país, quais são os eixos norteadores para as aprendizagens das crianças?

Alternativas
Q2643251 Pedagogia

Segundo a teoria de Jean Piaget denominada "epistemologia genética", a partir do nascimento os seres humanos são submetidos a fases de desenvolvimento cognitivo, do qual ele descreveu quatro estágios de desenvolvimento: sensório, pré-operacional, operacional concreto e operacional formal.

Jean Piaget acreditava que essas etapas devem ser preenchidas de forma linear e do conhecimento foi construído pelo indivíduo através da ação e que, portanto, o meio ambiente e os conhecimentos inatos ou não influenciou nesta evolução.


Seu trabalho foi em grande parte observacional e ele é creditado com o uso de termos como:

Alternativas
Q2643250 Pedagogia

A linguagem é o principal instrumento de representação simbólica que os seres humanos possuem. A sua função inicial é a comunicação, a compreensão. Essa função está diretamente ligada ao pensamento, permitindo a interação social.


Para Vygotsky a linguagem é associada:

Alternativas
Q2639203 Pedagogia

Texto: Os dois "multis” dos multiletramentos

O termo mutiletramentos refere-se atualmente a dois aspectos principais da construção de significado. O primeiro é a diversidade social, ou a variabilidade de convenções de significado em diferentes situações culturais, sociais ou de domínio específico. Textos variam enormemente dependendo do contexto social — experiência de vida, assunto, domínio disciplinar, ramo de trabalho, conhecimentos especializados, ambiente cultural ou identidade de gênero, só para citar algumas diferenças importantes. Essas diferenças estão se tornando cada vez mais significativas nos modos como interagimos em nossa vida cotidiana, isto é, nos modos como construímos significados e deles participamos, Segundo o NLG (Grupo da Nova Londres, surgido em 1996 com o manifesto "A pedagogia dos multiletramentos" e que conta com pesquisadores como Gunther Kress, William Cope, Jim Gee, Mari Kalantzis e Norman Fairclough), é preciso lidar com as diferenças linguísticas e culturais, que se tornaram centrais para a pragmática de nossas vidas profissionais, cívicas e privadas. Assim, o NLG defende um ensino voltado para projetos que considerem as diferenças multiculturais existentes, dando visibilidade às dimensões profissional, pessoal e de participação cívica.

O segundo aspecto da construção de significado destacado pela ideia de multiletramento é a multimodalidade. Essa é uma questão particularmente significativa hoje, em parte como resultado dos novos meios de informação e comunicação. Os significados são construídos cada vez mais multimodalmente, devido à crescente multiplicidade e integração de modos de construção do significado, em que o textual está integrado ao visual, ao áudio, ao espacial, ao comportamental etc. Isso é particularmente importante na mídia de massa, na multimídia e na hipermídia eletrônica.


Fonte: Kalantzis, M; Cope, W; Pinheiro, P. Letramentos. Campinas, SP. Editora da Unicamp, 2020.

Analise as informações a seguir:


I. Para Piaget, o desenvolvimento pode ser compreendido a partir de estágios. É no estágio sensório-motor (zero a dois anos aproximadamente), que o choro da criança ganha rótulos como 'chorona' ou 'mimada'. Cabe ao adulto não manifestar irritação do choro infantil, assim como dar aconchego não deve ser considerado como um precedente para tornar a criança manhosa. Na perspectiva de Piaget, no caso de crianças um pouco maiores que já saibam falar, é preciso pedir a elas que digam o motivo da insatisfação, fazendo com que a criança perceba a eficácia de expressar suas necessidades e desejos através da fala e da argumentação.

Il. O estágio sensório-motor, na perspectiva de Henri Wallon, é o primeiro estágio e ocorre no 1º ano de vida. Nessa fase, segundo o estudioso francês, predominam nas crianças as relações emocionais com o ambiente. É uma fase de construção do sujeito em que a atividade cognitiva se acha indiferenciada à atividade afetiva. Nesse estágio, vão sendo desenvolvidas as condições sensório-motoras (olhar, pegar, andar) que permitirão, ao longo do segundo ano de vida, intensificar a exploração sistemática do ambiente.


Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q2639195 Pedagogia

Analise as informações a seguir:


I. Para Magda Soares (2018), alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado. Concordando com a autora, é possível afirmar que no processo de aquisição da escrita alfabética, o letramento envolve a compreensão e o saber lidar com diferentes gêneros textuais.

Il. Na perspectiva tradicional de alfabetização, predominava uma aprendizagem do código desvinculado dos usos sociais da leitura e escrita. Todavia, através do aprofundamento dos estudos sobre essa temática, evidenciou-se que a escrita alfabética não é um código que se aprende memorizando. Ademais, o Sistema de Escrita Alfabética é um sistema notacional, e a aquisição desse conhecimento deve ser promovida, numa perspectiva crítica, através da reflexão ou da repetição.


Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q2639189 Pedagogia

Analise as informações a seguir:


I. O Projeto Político-Pedagógico (PPP) é o documento responsável por organizar as atividades pedagógicas que a escola realizará, guiando a administração da instituição e a condução do aprendizado dos estudantes com base nos conteúdos previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), documento que normatiza o processo educacional no Brasil. O PPP não é um texto para ser construído e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas burocráticas, mas sim construído para ser vivenciado por todos os envolvidos com o processo educativo da escola.

Il. O Projeto Político-Pedagógico (PPP) é uma ferramenta basilar para orientar as atividades de uma instituição de ensino e sua gestão, servindo como um direcionamento para a atuação dos professores e da equipe pedagógica. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Ademais, contribui para o trato das questões burocráticas e logísticas da escola — como, por exemplo, a quantidade de estudantes por sala e Os recursos necessários para as atividades escolares.

IIl. O Projeto Político-Pedagógico (PPP) representa importante marco na gestão da escola, uma vez que este proporcionará aos alunos, professores e demais atores da comunidade escolar conhecer, refletir e intervir na sua realidade. O objetivo do PPP é promover, dessa maneira, maior comprometimento de todos quanto ao projeto educativo que se quer construir para e pela escola, em consonância com as diretrizes curriculares para uma educação emancipadora e de convivência democrática. Assim, o projeto político-pedagógico vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas.


Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q2639188 Pedagogia

Analise as informações a seguir:


l. Concernente aos processos e dimensões da aprendizagem, pode-se citar que na teoria de Piaget, a afetividade é caracterizada como um instrumento propulsor das ações, estando a razão a seu favor. A afetividade funciona como a energia que move a ação, enquanto a razão possibilita, ao sujeito, identificar os desejos e sentimentos, e permite obter êxito nas ações efetuadas. Nesse caso, não há conflito entre as duas partes. Assim, pensar sobre a razão, em contraposição à afetividade, ajuda a entender a afetividade, dado que dotar a razão de poder semelhante ao da afetividade, ou seja, reconhecer nela as características do móvel ou de energia é uma postura indicada na percepção de Piaget.

II. Vygotsky, psicólogo e educador russo, propõe a unidade entre os processos intelectuais, volitivos e afetivos. Dessa forma, para ele, a separação do intelecto e do afeto, enquanto objeto de estudo, é uma das principais deficiências da psicologia tradicional. Segundo Vygotsky (2003), quem separa o pensamento do afeto nega de antemão a possibilidade de estudar a influência inversa do pensamento no plano afetivo. A vida emocional está conectada a outros processos psicológicos e ao desenvolvimento da consciência de um modo geral.


Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q2630181 Inglês

“A lesson plan is a set of notes that helps us think through what we are going to teach and how we are going to teach. It also guides us during and after the lesson. We can identify the most important components of a lesson plan by thinking carefully about what we want our learners to do and how we want them to do it. So, it helps the teacher before the lesson (writing down the aims and procedures for each stage of the lesson), during the lesson (timing each stage) and after the lesson (using the plan and notes to help plan the next lesson)”.


(THORNBURY, 2005, p. 91-92)


Considering Thornbury’s (a very famous applied linguistics in the early 2000s) quotation, put the numbers 1 – 5 in the correct place in the following lesson plan:


Lesson plan headings

Teacher’s note

Level and number of learners

15 – intermediate level

Timetable fit

( )

Main aim(s)

( )

Subsidiary aim(s)

To listen for detail to a model story

Personal aim(s)

( )

Assumptions

Students can already form tenses accurately

Anticipated language problems

Students may use present tenses

Possible solution

( )

Teaching aids

Storytelling prompts, dvd

Procedures

( )

Timing

15 min.

Interaction patterns

Ss – ss

Homework

Write a story


1. To enable students to use past tenses accurately and put events in order in simple narratives.

2. Students listen to the model story, then, in groups, plan and write their own stories.

3. Use gestures to remind students to use past tenses.

4. To follow on from work on past tenses and to prepare for the storytelling project.

5. To make sure that board writing is clear and readable.


Choose the CORRECT sequence.

Alternativas
Q2630177 Inglês

Applied linguists for a long time have been publishing many books and materials on teaching and learning English as a second and a foreign language. So, in this question, we provoke some reflections about these studies and how they could affect practice in our English classes.


Considering language and background to language learning and teaching, match the topic to its definition.


( 1 ) Grammar

( ) is the study of the sound features used in a language to communicate meaning.

( 2 ) Lexis

( ) is a reason why we communicate.

( 3 ) Phonology

( ) describes how we combine, organize and change words and parts of words to make meaning.

( 4 ) Function

( ) is individual words or sets of words that have a specific meaning.


Spratt, M., Pullverness, A. and Williams, M. (2005, p. 5–17).


Choose the item with the CORRECT sequence.

Alternativas
Q2630166 Pedagogia

Segundo Marcuschi (2001, p. 21), “a fala é uma atividade muito mais central do que a escrita no dia a dia da maioria das pessoas. Contudo, as instituições escolares dão à fala atenção quase inversa à sua centralidade na relação com a escrita”.


Sobre o ensino da oralidade nas aulas de Língua Portuguesa, julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas a seguir:


I. Os documentos orientadores curriculares publicados pelo MEC nas últimas duas décadas preveem apenas o ensino da linguagem escrita nas aulas de Língua Portuguesa.

II. O ensino da linguagem oral não pode tomar como base o construto teórico “gêneros discursivos”, uma vez que estes só se aplicam aos discursos que circulam por escrito, como nos gêneros romance, notícia, e-mail, bula de remédio, etc.

III. A morfossintaxe da oralidade na norma culta e da escrita na norma culta é a mesma, não havendo, portanto, necessidade de trabalhar, em sala de aula, com particularidades sintagmáticas ou paradigmáticas de cada um desses registros.


A sequência CORRETA é:


Fonte: MARCUSCHI, L. A. Oralidade e ensino de língua: uma questão pouco “falada”. In: DIONÍSIO, A. P.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). O livro didático de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. p. 19-34.

Alternativas
Q2630165 Pedagogia

O ensino de Língua Portuguesa por meio de gêneros discursivos vem ganhando espaço em diferentes propostas curriculares para a Educação Básica no Brasil nas últimas décadas. Entre outros referenciais importantes que embasam tais propostas, destacam-se as postulações de Dolz e Schneuwly (2004, p. 7), para quem os gêneros “constituem o instrumento de mediação de toda estratégia de ensino e o material de trabalho, necessário e inesgotável, para o ensino da textualidade.”


Uma proposta de ensino de Língua Portuguesa por meio de gêneros discursivos está epistemológica e metodologicamente mais alinhada com qual concepção de linguagem?


Fonte: DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita. Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

Alternativas
Q2630162 Português

Conforme Basílio (2003) e Silva e Silva (2008), a divisão de palavras em classes gramaticais, ou classe de palavras, pode levar em consideração diferentes critérios conforme a perspectiva linguística adotada, sobretudo critérios morfológicos, sintáticos e semânticos. Considerando essa afirmação, qual das alternativas a seguir contém um trecho de definição de alguma classe gramatical abaixo contemplando apenas critérios semânticos?


Fontes: BRASÍLIO, M. Teoria lexical. São Paulo: Editora Ática S.A, 2003.

CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 2008.

SILVA, M. L. C.; SILVA, L. L. C. Os diferentes critérios utilizados para classificação de palavras em gramáticas escolares. Anais do V CONEDU – Congresso Nacional de Educação. 2018. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_EV117_MD4_ SA8_ID4438_10092018101127.pdf. Acesso em: 1 fev. 2023.

Alternativas
Q2630159 Português

Leia o Texto I para responder às questões de 21 a 29.


TEXTO I


OS IDIOTAS DA OBJETIVIDADE


(Nelson Rodrigues)


Sou da imprensa anterior ao copy desk. Tinha treze anos quando me iniciei no jornal, como repórter de polícia. Na redação não havia nada da aridez atual e pelo contrário: — era uma cova de delícias. O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis. Mas tinha a compensação da glória. Quem redigia um atropelamento julgava-se um estilista. E a própria vaidade o remunerava. Cada qual era um pavão enfático. Escrevia na véspera e no dia seguinte via-se impresso, sem o retoque de uma vírgula. Havia uma volúpia autoral inenarrável. E nenhum estilo era profanado por uma emenda, jamais.

Durante várias gerações foi assim e sempre assim. De repente, explodiu o copy desk. Houve um impacto medonho. Qualquer um na redação, seja repórter de setor ou editorialista, tem uma sagrada vaidade estilística. E o copy desk não respeitava ninguém. Se lá aparecesse um Proust, seria reescrito do mesmo jeito. Sim, o copy desk instalou-se como a figura demoníaca da redação.

Falei no demônio e pode parecer que foi o Príncipe das Trevas que criou a nova moda. Não, o abominável Pai da Mentira não é o autor do copy desk. Quem o lançou e promoveu foi Pompeu de Sousa. Era ainda o Diário Carioca, do Senador, do Danton. Não quero ser injusto, mesmo porque o Pompeu é meu amigo. Ele teve um pretexto, digamos assim, histórico, para tentar a inovação.

Havia na imprensa uma massa de analfabetos. Saíam as coisas mais incríveis. Lembro-me de que alguém, num crime passional, terminou assim a matéria: — “E nem um goivinho ornava a cova dela”. Dirão vocês que esse fecho de ouro é puramente folclórico. Não sei e talvez. Mas saía coisa parecida. E o Pompeu trouxe para cá o que se fazia nos Estados Unidos — o copy desk.

Começava a nova imprensa. Primeiro, foi só o Diário Carioca; pouco depois, os outros, por imitação, o acompanharam.

Rapidamente, os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a objetividade. Daí para o “idiota da objetividade” seria um passo. Certa vez, encontrei-me com o Moacir Werneck de Castro. Gosto muito dele e o saudei com a mais larga e cálida efusão. E o Moacir, com seu perfil de Lord Byron, disse para mim, risonhamente: — “Eu sou um idiota da objetividade”.

Também Roberto Campos, mais tarde, em discurso, diria: — “Eu sou um idiota da objetividade”. Na verdade, tanto Roberto como Moacir são dois líricos. Eis o que eu queria dizer: — o idiota da objetividade inunda as mesas de redação e seu autor foi, mais uma vez, Pompeu de Sousa. Aliás, devo dizer que o copy desk e o idiota da objetividade são gêmeos e um explica o outro.

E toda a imprensa passou a usar a palavra “objetividade” como um simples brinquedo auditivo. A crônica esportiva via times e jogadores “objetivos”. Equipes e jogadores eram condenados por falta de objetividade. Um exemplo da nova linguagem foi o atentado de Toneleros. Toda a nação tremeu. Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional. Podia ser até a guerra civil. Em menos de 24 horas o Brasil se preparou para matar ou para morrer. E como noticiou o Diário Carioca o acontecimento? Era uma catástrofe. O jornal deu-lhe esse tom de catástrofe? Não e nunca. O Diário Carioca nada concedeu à emoção nem ao espanto. Podia ter posto na manchete, e ao menos na manchete, um ponto de exclamação. Foi de uma casta, exemplar objetividade. Tom estrita e secamente informativo. Tratou o drama histórico como se fosse o atropelamento do Zezinho, ali da esquina.

Era, repito, a implacável objetividade. E, depois, Getúlio deu um tiro no peito. Ali estava o Brasil, novamente, cara a cara com a guerra civil. E que fez o Diário Carioca? A aragem da tragédia soprou nas suas páginas? Jamais. No princípio do século, mataram o rei e o príncipe herdeiro de Portugal. (Segundo me diz o luso Álvaro Nascimento, o rei tinha o olho perdidamente azul). Aqui, o nosso Correio da Manhã abria cinco manchetes. Os tipos enormes eram um soco visual. E rezava a quinta manchete: “HORRÍVEL EMOÇÃO!”. Vejam vocês: — “HORRÍVEL EMOÇÃO!”.

O Diário Carioca não pingou uma lágrima sobre o corpo de Getúlio. Era a monstruosa e alienada objetividade. As duas coisas pareciam não ter nenhuma conexão: — o fato e a sua cobertura.

Estava um povo inteiro a se desgrenhar, a chorar lágrimas de pedra. E a reportagem, sem entranhas, ignorava a pavorosa emoção popular. Outro exemplo seria ainda o assassinato de Kennedy.

Na velha imprensa as manchetes choravam com o leitor. A partir do copy desk, sumiu a emoção dos títulos e subtítulos. E que pobre cadáver foi Kennedy na primeira página, por exemplo, do Jornal do Brasil. A manchete humilhava a catástrofe. O mesmo e impessoal tom informativo. Estava lá o cadáver ainda quente. Uma bala arrancara o seu queixo forte, plástico, vital. Nenhum espanto da manchete. Havia um abismo entre o Jornal do Brasil e a tragédia, entre o Jornal do Brasil e a cara mutilada. Pode-se falar na desumanização da manchete.

O Jornal do Brasil, sob o reinado do copy desk, lembra-me aquela página célebre de ficção. Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa. Tiro e bordoada em quantidade. A lavadeira veio espiar a briga. Lá adiante, numa colina, viu um baixinho olhando por um binóculo. Ali estava Napoleão e ali estava Waterloo. Mas a santa mulher ignorou um e outro; e veio para dentro ensaboar a sua roupa suja. Eis o que eu queria dizer: — a primeira página do Jornal do Brasil tem a mesma alienação da lavadeira diante dos napoleões e das batalhas.

E o pior é que, pouco a pouco, o copy desk vem fazendo do leitor um outro idiota da objetividade. A aridez de um se transmite ao outro. Eu me pergunto se, um dia, não seremos nós 80 milhões de copy desks? (...)


Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/os-idiotas-da-objetividade-cronica-de-nelson-rodrigues/ (Adaptado). Acesso em: 8 jan. 2023.

José Carlos de Azeredo (2008, p. 100) afirma: “A informação contida em um texto é distribuída e organizada em seu interior graças ao emprego de certos recursos léxicos e gramaticais. À articulação desses recursos em benefício da expressão do sentido e de sua compreensão dá-se o nome de coesão textual”.


Considerando a definição acima, seu conhecimento sobre o assunto e o conteúdo do Texto I, julgue os itens a seguir como verdadeiros (V) ou falsos (F).


I. Conjunções são termos gramaticais que articulam orações e termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles o que se chama de coesão referencial.

II. A elipse pode ser, além de figura de linguagem, um mecanismo coesivo, como se observa na relação entre as duas frases da seguinte passagem do texto: “O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis”.

III. Em “Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa”, a palavra “que” é um mecanismo coesivo que introduz uma oração subordinada substantiva para completar o sentido do substantivo “lavadeira”.

IV. Em “Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional”, a palavra “que” é um mecanismo coesivo que introduz uma oração subordinada substantiva encaixada na função de sujeito da oração principal.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


Fonte: AZEREDO, José Carlos. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.

Alternativas
Respostas
3441: D
3442: C
3443: D
3444: C
3445: B
3446: A
3447: A
3448: C
3449: A
3450: D
3451: C
3452: B
3453: D
3454: C
3455: D
3456: A
3457: E
3458: C
3459: A
3460: D