Questões de Concurso Para médico radioterapeuta

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Q411694 Português

Ciência e moralidade


      A percepção pública da ciência é, com razão, repleta de conflitos. Alguns acreditam que a ciência seja a chave para a liberdade do homem, para a melhora das condições de vida de todos, para a cura dos tantos males que afligem pobres e ricos, desde a fome até as mais variadas doenças. Já outros veem a ciência com grande desconfiança e até com desprezo, como sendo a responsável pela criação de várias armas de destruição inventadas através da história, da espada à bomba atômica. Para esse grupo, os homens não são maduros o suficiente para lidar com o grande poder que resulta de nossas descobertas científicas.
      No início do século 21, a clonagem e a possibilidade de construirmos máquinas inteligentes prometem até mesmo uma redefinição do que significa ser humano. Na medida em que será possível desenhar geneticamente um indivíduo ou modificar a sua capacidade mental por meio de implantes eletrônicos, onde ficará a linha divisória entre homem e máquina, entre o vivo e o robotizado? Entre os vários cenários que vemos discutidos na mídia, o mais aterrorizador é aquele em que nós nos tornaremos forçosamente obsoletos, uma vez que clones bioeletrônicos serão muito mais inteligentes e resistentes do que nós. Ou seja, quando (e se) essas tecnologias estiverem disponíveis, a ciência passará a controlar o processo evolutivo: a nossa missão final é criar seres “melhores” do que nós, tomando a seleção natural em nossas próprias mãos. O resultado, claro, é que terminaremos por causar a nossa própria extinção, sendo apenas mais um elo na longa cadeia evolutiva. O filme“Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg, relata precisamente esse cenário lúgubre para o nosso futuro, a inventividade humana causando a sua destruição final.
      É difícil saber como lidar com essa possibilidade. Se tomarmos o caso da tecnologia nuclear como exemplo, vemos que a sua história começou com o assassinato de centenas de milhares de cidadãos japoneses, justamente pela potência que se rotula o “lado bom”. Esse rótulo, por mais ridículo que seja, é levado a sério por grande parte da população norte-americana. É o velho argumento maquiavélico de que os fins justificam os meios: “Se não jogássemos as bombas em Hiroshima e Nagasaki, os japoneses jamais teriam se rendido e muito mais gente teria morrido em uma invasão por terra”, dizem as autoridades militares e políticas norte-americanas. Isso não só não é verdade como mostra que são os fins político-econômicos que definem os usos e abusos da ciência: os americanos queriam manter o seu domínio no Pacífico, tentando amedrontar os soviéticos que desciam pela Manchúria. As bombas não só detiveram os soviéticos como redefiniram o equilíbrio de poder no mundo. Ao menos até os soviéticos desenvolverem a sua bomba, o que deu início à Guerra Fria.
      As consequências de um conflito nuclear global são tão horrendas que até mesmo os líderes das potências nucleares conseguiram resistir à tentação de abusar de seu poder: criamos uma guerra sem vencedores e, portanto, inútil. Porém, as tecnologias nucleares não são propriedade exclusiva das potências nucleares. A possibilidade de que um grupo terrorista obtenha ou construa uma pequena bomba é remota, mas não inexistente. Em casos de extremismo religioso, escolhas morais são redefinidas de acordo com os preceitos (distorcidos) da religião: isso foi verdade tanto nas Cruzadas como hoje, nas mãos de suicidas muçulmanos. Eles não hesitariam em usar uma arma atômica, caso ativessem. E sentiriam suas ações perfeitamente justificadas.
      Essa discussão mostra que a ciência não tem uma dimensão moral: somos nós os seres morais, os que optamos por usar as nossas invenções de modo criativo ou destrutivo. Somos nós que descobrimos curas para doenças e gases venenosos. Daí que o futuro da sociedade está em nossas mãos e será definido pelas escolhas que fizermos daqui para a frente. (...) Não é da ciência que devemos ter medo, mas de nós mesmos e da nossa imaturidade moral. 

(Marcelo Gleiser, in Folha de São Paulo, 7 de julho de 2002)

Assinale a opção que apresenta os sinônimos das palavras grifadas nos trechos abaixo.

“O filme 'Inteligência Artificial' ...relata precisamente esse lúguebre cenário para o nosso futuro...”

“É o velho argumento maquiavélico de que os fins justificam os meios...”

“...nós nos tornaremos forçosamente obsoletos"...
Alternativas
Q395304 Radiologia

Julgue os itens que se seguem, relativos a incidência, mortalidade, abordagem terapêutica e manejo de efeitos colaterais de tumores.

A radioterapia de resgate em pacientes submetidos a prostatectomia radical com alto risco de recidiva local, quando realizada no pós-operatório de forma imediata, aumenta a sobrevida livre de progressão clínica e bioquímica, a sobrevida livre de metástases e a sobrevida global.
Alternativas
Q395303 Radiologia

Julgue os itens que se seguem, relativos a incidência, mortalidade, abordagem terapêutica e manejo de efeitos colaterais de tumores.

Para o tratamento do câncer de mama em pacientes submetidas a mastectomia, pode ser utilizada a radioterapia com feixe de elétrons. A energia é frequentemente escolhida para que a dose na interface parede-pulmão seja de 80%. Essa escolha visa preservar o pulmão e também considera o fato de a parede torácica ser uma estrutura superficial.
Alternativas
Q395302 Radiologia

Julgue os itens que se seguem, relativos a incidência, mortalidade, abordagem terapêutica e manejo de efeitos colaterais de tumores.

Um paciente de 5 anos de idade, com um tumor no ângulo cerebelopontino e disseminação meníngea com citologia liquórica positiva para malignidade, cujo diagnóstico provável seja de meduloblastoma com prognóstico desfavorável, deverá ter seu manejo clínico embasado na ressecção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia pós-operatórias; o campo de radioterapia deve incluir o crânio e o neuroeixo, sem necessidade de inclusão da placa cribriforme. Além disso, nas junções dos campos, devem ser utilizadas técnicas para evitar sobredosagem e subdosagem como angulação de colimadores, da mesa de tratamento e mudanças programadas da área de junção dos campos.
Alternativas
Q395301 Radiologia

Julgue os itens que se seguem, relativos a incidência, mortalidade, abordagem terapêutica e manejo de efeitos colaterais de tumores.

No tratamento de tumores de colo uterino e reto com radioterapia externa, o risco de complicações intestinais é mínimo, pois a DT 5/5 para complicações após a irradiação de um terço das alças intestinais é de 50 Gy e a DT 50/5 é de 60 Gy, e a dose prescrita associada a quimioterapia é de 45 Gy.
Alternativas
Q395300 Medicina

Julgue os itens que se seguem, relativos a incidência, mortalidade, abordagem terapêutica e manejo de efeitos colaterais de tumores.

O carcinoma de reto tem um padrão de disseminação peritoneal por extensão direta para a superfície peritoneal por se encontrar abaixo da reflexão peritoneal. Tumores que atingem a linha pectínea apresentam drenagem para a região inguinal e têm indicação de irradiação das cadeias inguinais. A assimetria e a variação anatômica da região inguinal de cada paciente devem ser levadas em consideração para o cálculo de profundidade dos linfonodos inguinais e a decisão de uso de fótons ou elétrons.
Alternativas
Q395299 Medicina

Julgue os itens que se seguem, relativos a incidência, mortalidade, abordagem terapêutica e manejo de efeitos colaterais de tumores.

O câncer de pulmão é o tipo mais comum de câncer no mundo, e o tabagismo é considerado a principal causa isolada evitável de câncer no Brasil. Em 2010, estima-se o surgimento de 17.800 novos casos entre homens e de 9.830 nas mulheres. A letalidade é alta devido à baixa frequência de sintomas nos estágios iniciais da doença e ao diagnóstico tardio. A radioterapia associada a quimioterapia é utilizada no tratamento dos carcinomas não de pequenas células, com radioterapia externa e doses em torno de 45 Gy, associada a radioterapia craniana profilática.
Alternativas
Q395298 Medicina
Com relação à utilização de radioterapia no tratamento de diversos tumores benignos e malignos, julgue os itens a seguir.

A osteorradionecrose de mandíbula é uma complicação tardia da radioterapia da região de cabeça e pescoço que ocorre, na maioria das vezes, após cinco anos de tratamento. Doses elevadas de radiação podem produzir danos irreversíveis a osteócitos e à microvasculatura óssea, e, quando associadas a trauma ou dentes em precário estado de conservação, podem aumentar o risco de osteorradionecrose. A osteorradionecrose de mandíbula também é achado comum em pacientes com câncer de mama, mieloma múltiplo e osteoporose, em uso de bifosfonatos.
Alternativas
Q395297 Radiologia
Com relação à utilização de radioterapia no tratamento de diversos tumores benignos e malignos, julgue os itens a seguir.

O glioblastoma multiforme é um tumor de sistema nervoso central cuja frequência aumenta com a idade, respondendo por mais de 50% dos tumores cerebrais em pacientes acima de 60 anos de idade. O tratamento inclui ressecção cirúrgica da lesão, quando ressecável, radioterapia pós-operatória com radiocirurgia estereotáxica e associação de temozolamida. Esse tratamento combinado aumentou as taxas de resposta e de sobrevida dos pacientes nos últimos anos.
Alternativas
Q395296 Radiologia
Com relação à utilização de radioterapia no tratamento de diversos tumores benignos e malignos, julgue os itens a seguir.

A radioterapia de intensidade modulada do feixe (IMRT) no tratamento de tumores da região de cabeça e pescoço reduz a xerostomia devido à restrição de dose nas glândulas parótidas em torno de 26 Gy.
Alternativas
Q395295 Radiologia
Com relação à utilização de radioterapia no tratamento de diversos tumores benignos e malignos, julgue os itens a seguir.

A radioterapia pós-operatória promove a redução absoluta de 40% a 60% das taxas de recidiva local em pacientes com carcinoma intraductal de mama.
Alternativas
Q395294 Radiologia
Com relação à utilização de radioterapia no tratamento de diversos tumores benignos e malignos, julgue os itens a seguir.

A inclusão do anel de Waldeyer no campo de tratamento de linfomas não Hodgkin está indicado em alguns casos. O campo que deve ser realizado para esse tratamento deve incluir as cadeias de linfonodos retrofaríngeos, da rinofaringe, da base de língua, pré-auriculares e submandibulares. A principal complicação tardia envolvida nesse tratamento é a xerostomia, devido à inclusão da glândula parótida no campo de tratamento.
Alternativas
Q395293 Radiologia
Com relação à utilização de radioterapia no tratamento de diversos tumores benignos e malignos, julgue os itens a seguir.

As pacientes portadoras de adenocarcinoma de endométrio EC Ia G2 submetidas a histerectomia abdominal total com salpingo-ooforectomia têm indicação de radioterapia pós-operatória na dose de 45 Gy em campos pélvicos, sem indicação de braquiterapia vaginal, devido à baixa incidência de recidiva em manguito e ao risco de estenose vaginal.
Alternativas
Q395292 Radiologia
Com relação à utilização de radioterapia no tratamento de diversos tumores benignos e malignos, julgue os itens a seguir.

O adenoma pleomórfico de parótida é uma neoplasia benigna que deve ser tratado com radioterapia pós-operatória no caso de comprometimento de lobo profundo da parótida sem o sacrifício do nervo facial, primeira recidiva benigna e tumor maior que 2 cm.
Alternativas
Q395291 Radiologia
Com relação ao diagnóstico e tratamento das leucemias agudas julgue os itens subsequentes.

A proptose unilateral ou bilateral pode ser uma apresentação clínica inicial da leucemia mieloide aguda, correspondendo ao sarcoma granulocítico, conhecido também como cloroma, que é um tumor sólido raro, composto de células imaturas da série granulocítica. A radioterapia conformada pode ser utilizada no tratamento desses tumores, e a complicação relacionada à retina é a retinopatia da irradiação, com achados clínicos e evolução semelhantes aos da retinopatia diabética.
Alternativas
Q395290 Radiologia
Com relação ao diagnóstico e tratamento das leucemias agudas julgue os itens subsequentes.

Antes do início do tratamento ou logo após a quimioterapia, pode ocorrer a síndrome de lise tumoral, que é caracterizada pela destruição maciça de células malignas e pela consequente liberação do seu conteúdo no espaço extracelular. As anormalidades metabólicas observadas na síndrome de lise tumoral incluem hiperuricemia, hipercalemia, hiperfosfatemia e hipocalcemia. A insuficiência renal aguda causada pela deposição de cristais de uratos e(ou) cristais de fosfato de cálcio pode aumentar ainda mais os níveis já elevados de potássio e fósforo, podendo culminar em uma arritmia cardíaca e na morte súbita.
Alternativas
Q395289 Radiologia
Com relação ao diagnóstico e tratamento das leucemias agudas julgue os itens subsequentes.

Nas leucemias agudas hiperleucocitárias, é extremamente comum a ocorrência de hiperviscosidade ou leucoestase, em decorrência da hipercelularidade e da dificuldade de circulação dos aglomerados de células leucêmicas fluírem pela microvasculatura. As manifestações clínicas relacionadas com os órgãos afetados (síndrome de leucoestase) são diversas: insuficiência respiratória por pneumopatia difusa, perturbações neurológicas ligadas a insuficiência circulatória cerebral, insuficiência renal e priapismo. A radioterapia craniana profilática tem como objetivo evitar a ocorrência de leucoestase cerebral.
Alternativas
Q395288 Radiologia
No que concerne ao manejo da dor em pacientes com câncer mediante radioterapia, julgue os itens a seguir.

A talamotomia é um procedimento invasivo para o tratamento da dor não responsiva ou refratária aos opioides em pacientes com câncer. Devido à morbimortalidade dos procedimentos cirúrgicos, a radiocirurgia é uma opção de baixa morbidade para substituir a talamotomia cirúrgica.
Alternativas
Q395287 Radiologia
No que concerne ao manejo da dor em pacientes com câncer mediante radioterapia, julgue os itens a seguir.

Cerca de 60% dos pacientes com câncer tem um quadro de dor, no qual o tratamento farmacológico e as terapias invasivas não obtêm resposta antiálgica, chamado de dor intratável. Nesse caso, a radioterapia é uma opção terapêutica para a maioria dos pacientes com dor localizada.
Alternativas
Q395286 Radiologia
No que concerne ao manejo da dor em pacientes com câncer mediante radioterapia, julgue os itens a seguir.

A presença de cefaleia em pacientes portadores de tumores de tronco cerebral é um sintoma da síndrome de hipertensão intracraniana, que sugere risco de herniação do tronco cerebral iminente, constituindo indicação de radioterapia de urgência.
Alternativas
Respostas
321: E
322: C
323: C
324: E
325: C
326: E
327: E
328: E
329: E
330: C
331: C
332: C
333: E
334: E
335: C
336: C
337: E
338: C
339: E
340: E