Questões de História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo para Concurso
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“No aluir das paredes, no ruir das pedras, no esfarelar do barro, havia um longo gemido. Era o gemido lamentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio. A cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas suas velhas tradições, estava soluçando no soluçar daqueles apodrecidos materiais que desabavam. Mas o hino claro das picaretas abafava esse protesto impotente. Com que alegria cantavam elas — as picaretas regeneradoras! E como as almas dos que ali estavam compreendiam bem o que elas diziam, no seu clamor incessante e rítmico, celebrando a vitória da higiene, do bom gosto e da arte!”
BILAC, Olavo. Crônica. Revista Kosmos, Rio de Janeiro, mar.1904.
“De uma hora pra outra, a antiga cidade desapareceu e outra surgiu como se fosse obtida por uma mutação de teatro. Havia mesmo na cousa muito de cenografia.”
BARRETO, Afonso Henriques de Lima. Os Bruzundangas. São Paulo: Brasiliense, 1956.
Observadores de sua época e partícipes do novo jornalismo que se levantava com toda a força no início do século XX, os cronistas Olavo Bilac e Lima Barreto comentavam a nova era de metamorfoseamento material e imaterial pela qual passava o Rio de Janeiro com posições diametralmente opostas. Quanto as perspectivas adotadas por estes autores, é correto afirmar que
As principais tribos que dominavam o litoral brasileiro durante o século XVI faziam parte de um grupo indígena muito amplo conhecido como tupi, nome da língua que eles falavam. Mas os tupis não eram uma nação indígena homogênea. Eles tinham grandes rivalidades internas que acabaram sendo exploradas pelos europeus que tentavam colonizar a região.
Qual destes povos tupis foi considerado grande inimigo dos portugueses após o episódio da morte do primeiro bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, em 1556, que, depois de sobreviver ao naufrágio de sua embarcação, foi capturado, morto e devorado pelos índios, segundo o relato do historiador Frei Vicente do Salvador?
“No século XVIII, a exploração do ouro e diamantes determinou uma reorientação da política colonial. A Coroa portuguesa viu-se obrigada a ampliar o controle e a fiscalização para evitar os descaminhos do ouro, multiplicando os quadros burocrático e policial, limitando a autonomia dos poderes locais. De outro modo, embora a mão de obra utilizada fosse ainda essencialmente escrava, o trabalho livre encontrava melhores possibilidades nas zonas mineiras do que nas áreas onde prevalecia a economia agrária. A especialização das áreas de mineração que tendiam a se dedicar quase exclusivamente à indústria extrativa motivou o desenvolvimento das regiões periféricas, que passaram a cultivar gêneros de primeira necessidade e a criar gado com o objetivo de abastecer as minas. O mercado interno cresceu, estimulando o comércio e a urbanização”.
(COSTA, E. V. da. Da monarquia à república: momentos decisivos. 9. ed. São Paulo: Editora da Unesp, 2010. p. 239-240).
Sobre a mineração na América portuguesa do século XVIII e sua relação com a mão de obra escrava, é possível afirmar apenas que:
Na História do futuro, livro milenarista ex-cogitado nos matos do Maranhão, o Padre Antônio Vieira dá o seu palpite sobre o assunto. Sem se embaraçar no paradoxo – porquanto para ele e seu século nada havia de paradoxal na aliança entre negreiros e missionários – Vieira define os fundamentos da reconquista de Luanda. “O Brasil vive e se sustenta de Angola, podendo-se com muita razão dizer que o Brasil tem o corpo na América e a alma na África”.
(ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 232).
O paradoxo mencionado pelo autor está relacionado:
“É das tensões internas da economia cafeeira, em sua etapa de crise, que surgirão os elementos de um sistema econômico autônomo, capaz de gerar o seu próprio impulso de crescimento, concluindo-se então definitivamente a etapa colonial da economia brasileira”.
(FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Cia. das Letras, 2005. p. 48).
Segundo o autor, na história nacional, a transição da economia colonial para formas mais modernas de desenvolvimento foi concretizada durante
O processo de imigração no Brasil intensificou-se a partir de 1808, quando um número expressivo de imigrantes europeus chegou ao país. A marca da imigração no Brasil pode ser percebida, especialmente, na cultura e na economia.
É CORRETO afirmar sobre o processo de imigração no Brasil que:
A escravidão no Brasil iniciou-se por volta da década 1530, quando os portugueses implantaram as bases para colonização, Tal processo deu-se, primeiramente, com a escravização dos indígenas, e, ao longo dos séculos XVI e XVII, essa foi sendo substituída pela escravização dos africanos, trazidos por meio do tráfico negreiro. Com o desenvolvimento da colonização no Brasil, a necessidade contínua de trabalhadores braçais fez com que esse comércio fosse aberto para os colonos instalados aqui.
A escravidão dos africanos no Brasil caracterizou-se por
O movimento conhecido como Inconfidência Mineira ocorreu na então Capitania de Minas Gerais, na década de 1780. Sobre o movimento, é CORRETO afirmar:
I. O movimento foi delatado por Joaquim Silvério dos Reis ao governador da província, em troca do perdão de suas dívidas com o governo. Os inconfidentes foram presos e condenados ao exílio, enquanto Tiradentes foi enforcado e teve seu corpo esquartejado.
II. No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil.
III. Os inconfidentes eram, em sua maioria, grandes proprietários ou mineradores, padres e letrados, como Cláudio Manuel da Costa, oriundo de família enriquecida na mineração havia estudado em Coimbra e foi alto funcionário da administração colonial. Por sua parte, Alvarenga Peixoto era minerador e latifundiário.
IV. Ocorreu na região de grande extração das minas de ouro, sendo organizado pelas classes populares que pretendiam a Proclamação da República.
As bandeiras marcaram o período colonial do Brasil desde o século XVI. Movimentou-se da capitania de São Vicente rumo ao interior desconhecido pelos portugueses.
Além da prospecção de metais preciosos, as bandeiras tinham como objetivo:
Durante os séculos XVI e XVII, a economia brasileira, praticamente sustentou-se na produção do açúcar, sendo o Brasil principal produtor mundial.
Sobre a sociedade açucareira, podemos afirmar:
I. A atividade açucareira criou um tipo de sociedade que concentrou a autoridade nas mãos dos senhores de engenho. Este grupo formava uma aristocracia, mas não uma nobreza hereditária, como a existente em Portugal.
II. Uma sociedade rígida e patriarcal era forjada tendo como base a produção de açúcar. A massa de escravos à disposição do senhor de engenho era um indicador de seu poder, marcado também pelos seus domínios territoriais.
III. Havia também uma camada intermediária de pessoas que serviam aos interesses dos senhores, como: trabalhadores assalariados (feitores, mestres de açúcar, purgadores etc.); agregados (moradores do engenho que prestavam serviços em troca de proteção e auxílio); padres; alguns funcionários do rei; alguns raros profissionais liberais (médicos, advogados, engenheiros).
Dessas afirmações,
A gravura a seguir exemplifica o trabalho de lavagem do cascalho, feito por escravos, na região das minas, no século XVIII.
A respeito da escravidão nas regiões mineradoras da América Portuguesa, analise as afirmativas a seguir.
I. Em Minas Gerais, a escravidão foi a principal forma de exploração de mão de obra, tanto nas lavras, como nas atividades urbanas, nos séculos XVII e XVIII.
II. As Minas Gerais apresentavam média menor de posse de cativos por proprietário do que as zonas açucareiras.
III. A região mineradora apresentava médias de alforria mais elevadas do que as verificadas, ao longo do século XVIII, em Pernambuco e Bahia.
Está correto o que se afirma em
Mercado de escravos no Recife, de 1637 a 1644.
Sobre a ocupação holandesa em parte da atual Região Nordeste, assinale a afirmativa correta.
“Grande parte do trabalho na produção do açúcar era realizada no campo, nos canaviais. O cultivo e as colheitas eram tarefas muito cansativas, que exigiam força para preparar e cavar a terra pesada de massapé. Outra atividade frequente nos engenhos era o corte de lenha utilizada nas casas das caldeiras. Muitos senhores até preferiam comprar madeira de outras regiões a ter de usar seus escravos. O escravo também ficava encarregado da manutenção da propriedade, construir cercas, poços, fossos, além de, em alguns, cuidar da sua própria subsistência”.
[MATTOS, Regiane Augusto. História e Cultura Afro-brasileira. São Paulo: Contexto, 2007, p. 105]
No contexto descrito, um dos mecanismos utilizados pelos senhores de engenho para garantir o ritmo de trabalho e evitar que os escravos dificultassem a produção, fingindo, por exemplo, estarem doentes, foi a utilização do sistema de: