Questões de Português - Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética. para Concurso

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Q2116213 Português
Texto 2 – O jornalismo de opinião pode perpetuar negacionismos? (adaptado)
Por Matheus Cervo

    “No dia 9 de agosto de 2021, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) emitiu um dos mais completos e conclusivos relatórios sobre a grave crise ecológica e planetária que enfrentamos. O documento tem mais de 3 mil páginas, que foram escritas por aproximadamente 200 cientistas oriundos de 60 países diferentes a partir de anos de pesquisa sobre o tema, citando mais de 14 mil estudos que dão base às conclusões feitas.
    Após apenas um mês de emissão do relatório, o jornal Zero Hora (ZH) publicou um infeliz artigo de opinião de Flávio Juarez Feijó chamado ‘Aquecimento Natural’. Apesar de ser geólogo e ser mestre em geociências, Flávio foi abraçado pelo jornal da capital gaúcha por suas opiniões descabidas, que não possuem nenhum embasamento científico.
    Nesse artigo aprovado por ZH, ele ousou dizer que o relatório do IPCC é alarmista e que tem como meta o impedimento do crescimento de países subdesenvolvidos como o Brasil. Como supostos argumentos científicos, afirma que as mudanças climáticas atuais fazem parte de um ciclo natural da terra e que não é necessário reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Ainda, opina que as metas de carbono zero fariam a sociedade voltar a andar a cavalo e que a agricultura do nosso país voltaria a ser movida por arados a boi.
    Em letras miúdas quase imperceptíveis ao(à) leitor(a), o jornal ZH escreve no rodapé da página do artigo: ‘Os textos não representam a opinião do Grupo RBS’. Contudo, essa não é a primeira vez que ZH abraça as opiniões de Flávio, já que publicou outro texto do geólogo em 2018 chamado ‘Descarbonizar não é preciso’. Neste texto, sem nenhuma referência científica, diz que o derretimento das geleiras não acrescentaria uma ‘gota no oceano’, que o gelo da Antártica está protegido e que o nível do mar não irá subir. Ainda assim, não se contém e diz que, caso várias áreas do planeta derretam devido ao ‘aquecimento natural’, deve-se aproveitar as ‘benesses’ do contexto e criar novas rotas de navegação e vastas áreas de agricultura (!).
    Não é preciso dizer mais nada para afirmar que escolhas editoriais como essa são perigosas e devem ser apontadas como tal. Pequenas notas em rodapé não devem justificar a falta de responsabilidade de veículos de comunicação para com a pauta do colapso climático. É importante dizer que essas escolhas estão sendo feitas por muitos jornais brasileiros, como Folha de São Paulo, que publicou um péssimo texto de Leandro Narloch chamado ‘Negacionistas e aceitacionistas se equivalem na reação histérica contra quem questiona seus dogmas’. A publicação foi feita apenas 8 dias depois da emissão do relatório do IPCC e apenas 3 dias após manifestação do ombudsman da Folha contra o mesmo colunista.
    Esse pronunciamento do ombudsman só ocorreu devido à grande polêmica que os diversos textos negacionistas de Narloch causaram na opinião pública através das redes sociais. Por isso, devemos nos manter alerta às decisões editoriais como as de Zero Hora e nos manifestar criticamente para que o jornalismo brasileiro não aja como se o colapso climático fosse questão de opinião.”

Disponível em: https://jornalismoemeioambiente.com/2021/09/ 13/o-jornalismo-de-opiniao-pode-perpetuar-negacionismos- %ef%bf%bc/
Acesso em: 04/01/2023
“Por isso, devemos nos manter alerta às decisões editoriais como as de Zero Hora e nos manifestar criticamente para que o jornalismo brasileiro não aja como se o colapso climático fosse questão de opinião.” (Texto 2, 6º parágrafo, último período) O texto 2 é predominantemente argumentativo (no que se refere ao seu modo de organização discursiva) e desempenha majoritariamente as funções referencial e emotiva (no que se refere ao seu propósito comunicativo). Seu último período, no entanto, subverte esse padrão, na medida em que evidencia uma predominância: 
Alternativas
Q2115276 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Na função emotiva da linguagem, o destaque está no emissor da mensagem. É característica dessa função a expressão subjetiva de estados de ânimo, sentimentos e emoções de quem elabora o texto. Com base nessas informações, assinale a passagem do texto que melhor ilustra a função emotiva ou expressiva.
Alternativas
Q2115275 Português

A saúde mental dos jovens no retorno letivo presencial


    “Que tristeza seria estar enclausurado em casa nessa fase da vida!”. Durante os períodos mais críticos da pandemia, esse pensamento surgiu com frequência em conversas entre amigos de diferentes idades, que puderam viver o início de suas juventudes sem a obrigação do distanciamento social. Aos seus 15, 16 anos, muitos de nós até preferiam ficar sossegados em casa quando podíamos. Mas essa era uma preferência, uma escolha, tinha algo de eventual – não era uma obrigação prolongada durante meses.

     Não há dúvidas que o período de afastamento – necessário epidemiologicamente – dos jovens brasileiros de suas rotinas presenciais nas escolas e nos círculos de amizade produziu severos danos ao desenvolvimento corporal, cognitivo e emocional. Questões emocionais e de saúde mental não são novidade na educação brasileira, mas foram aprofundadas no contexto de carência relacional vivida por milhões de jovens na pandemia. Os números que temos são estarrecedores: 70% dos estudantes da rede estadual de São Paulo relataram sintomas de depressão e ansiedade no retorno letivo presencial. O caso de crise de ansiedade coletiva em uma escola estadual de Pernambuco também é ilustrativo do momento que vivemos.

     Relacionada a esse desafiador quadro de saúde mental, outra estatística chama a atenção: no início de 2022, em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. No noticiário de todo o país, explodiu a ocorrência de casos de discriminação e bullying, bem como as cenas de violência e brigas entre os alunos – popularizadas e incentivadas nas redes sociais. Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, elementos que catalisam comportamentos violentos em um contexto em que jovens sofrem uma pressão adicional por se provar coletivamente.

    Há pelo menos dois tipos de violência entre jovens que precisamos observar no contexto do retorno letivo presencial. Primeiro, o bullying e a dificuldade de respeitar e conviver com as diferenças. Segundo, uma violência relacionada à dimensão do teste de força e poder no território da escola. Cada tipo de violência demanda respostas diversas em termos de políticas públicas, que vêm sendo estudadas por instituições e pesquisadores especialistas em psicologia juvenil, com propostas sólidas sendo experimentadas em diversos cantos do país – como evidenciou o vasto levantamento produzido pela consultoria Vozes da Educação.

    Um dos caminhos a ser trilhados é um trabalho, no miúdo de cada escola, para canalizar a energia dos jovens não para a agressão ou a violência, mas para criarem e brilharem. Precisamos organizar oportunidades de torná-los protagonistas de feitos transformadores, usando o potencial das redes sociais para ondas de disseminação de exemplos que valorizem positivamente a imagem dos jovens. Vale dizer, nessa linha, que a questão imagética é preponderante: segundo pesquisa organizada pela Fundação SM, a característica que mais identifica os jovens atualmente – segundo eles mesmos – é a de serem “preocupados demais com sua imagem”.

   Certamente há um papel central dos educadores e das educadoras nessa ressignificação das identidades dos jovens, por vezes inseridos em contextos de violência doméstica, que é replicada nas demais relações interpessoais. Isso aparece no filme “Coach Carter”, blockbuster de 2005. Também está presente na série espanhola “Merlí”, que apresenta a força de novas formas de expressão para mudar estereótipos juvenis. E é narrada no documentário brasileiro “Nunca me Sonharam”, que aborda a experiência de um diretor que mudou sua escola a partir de novas oportunidades para os jovens que antes eram tidos como “alunos-problema”. Ainda, vemos essa experiência de ressignificação a partir do trabalho dos educadores na realidade das escolas municipais de São Paulo (SP), onde há uma ação institucionalizada para que os alunos direcionem suas energias para criar soluções em favor das suas comunidades – criações científicas, culturais e nas diversas linguagens que os próprios adolescentes inventam.

    As palavras-chave, sobretudo no contexto do retorno às rotinas escolares presenciais, são acolhimento e oportunidade, ao invés de criminalização e fechamento de portas, transformando situações psicológicas desafiadoras em um salto de pertencimento coletivo. Em Mogi das Cruzes (SP), por exemplo, a rede municipal de ensino criou plantões de acolhimento emocional para seus estudantes desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, a partir do trabalho de escuta sensível por parte de uma equipe de psicólogas escolares. Famílias e mesmo profissionais da educação que nunca tiveram acesso a apoio psicológico passaram a ter essa oportunidade, quebrando barreiras de preconceito sobre a importância da saúde mental desde a infância. Por sua vez, a rede municipal de Londrina (PR) tem promovido formações de professores e círculos de diálogos com os alunos para o exercício da cooperação, da tolerância, da aceitação e respeito ao outro, da noção de limites, do conhecimento de si, do convívio e participação social. São iniciativas que saíram da teoria e foram para a prática, reconhecendo a importância da saúde mental e emocional no contexto da retomada das atividades letivas presenciais.

     Construir respostas de políticas públicas nesse contexto pode ganhar muitos graus de efetividade se bebermos da fonte mais preciosa, acolhendo as ideias de quem vive na pele os danos do distanciamento social. Precisamos chamar os jovens para a solução, de tal maneira que exercitem a criatividade de como melhorar seu próprio bem-estar. Como promover respeito à diversidade entre os jovens senão na linguagem deles? Como transformar a escola em um ambiente agregador e emocionalmente saudável senão pela construção de uma identidade coletiva dos próprios jovens?


(CALLEGARI, Caio; FERNANDES, Malu. A saúde mental dos jovens no retorno

letivo presencial. Nexo Jornal, 2022. Disponível em: https://www.nexojornal.

com.br/ensaio/2022/A-sa%C3%BAde-mental-dos-jovens-no-retorno-letivopresencial. Acesso em: 20/06/2022. Adaptado.)


Atente para as seguintes informações veiculadas no 3º parágrafo do texto: “...em relação a 2019, houve um aumento de 48% nos casos de agressão física nas escolas estaduais de São Paulo. (...) Como aponta o relatório da Unicef de 2021 sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental, a ruptura com as rotinas produziu medo, irritação e insegurança, [...]” (3º§). Nessa passagem, predomina a função de linguagem: 
Alternativas
Q2110897 Português
“Metalinguagem” pode ser definida como linguagem sobre linguagem, discurso sobre um sistema de signos por meio desse próprio sistema. Por exemplo: a língua falando sobre si mesma (a gramática, a linguística), um poema falando sobre si mesmo, uma narrativa falando sobre si mesma, um filme falando sobre si mesmo etc.
(Adaptado de: LUFT, Celso Pedro. ABC da língua culta. São Paulo: Globo, 2010) 

Considerando-se a definição acima, ocorre metalinguagem no seguinte trecho:
Alternativas
Q2105888 Português
Assinale a frase abaixo que exemplifica a função conativa da linguagem. 
Alternativas
Respostas
251: C
252: A
253: C
254: A
255: B