Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

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Q3008079 Português

Texto 3



Disponível em: https://blogdoaftm.com.br/charge-etarismo/
Acesso em: 29 jul. 2024. Adaptado

No Texto 3, percebemos que o avô faz um jogo de palavras a partir de uma inversão da fala preconceituosa do neto. Visualmente, o efeito dessa inversão é percebido
Alternativas
Q3008077 Português

Texto 2


Coração Materno




        Duas horas da tarde. Ali no início do Morro da Viúva fizeram sinal: duas senhoras, ambas de cabelos brancos, preparavam-se para entrar no lotação, quando o motorista gritou: “Um lugar só”. A velhinha mais velha, já com o pé colocado no carro com imensa dificuldade, conseguiu retirar a perna comprometida, com dificuldade ainda maior, sob os protestos persuasivos da velha mais moça, que dizia:
        ─ Vai, mamãe, vai a senhora, eu vou em outro.
        A mãe, se desmanchando em timidez, medo e bondade, sorria:
        ─ Não, minha filha, eu não posso te deixar aqui sozinha.
        ─ Vai, mamãe.
        ─ Não, minha filha.
        ─ Pelo amor de Deus, mãe; o homem está esperando.
        ─ Mas... minha filha?!
       Os passageiros aguardavam com a tolerante paciência de quem tem ou já teve mãe. O motorista fez força (e o conseguiu, parabéns) para refrear a sua fúria de Averno1 .
        ─ Vai, mãezinha; aqui neste ponto é difícil arranjar dois lugares.
        ─ Não posso te deixar sozinha, minha filha. Nunca!2
        Diante do impasse, levantou-se, resoluto, um senhor sentado no banco da frente, oferecendo-se para ir em pé, as duas senhoras iriam sentadas. Ah, mas isso não, aparteou o motorista, era contra o regulamento, dava multa. O amável passageiro descompôs o regulamento do tráfego e os demais regulamentos: eram desumanos. Ao pé da calçada, o torneio sentimental de mãe e filha continuava:
        ─ Vai, vai, mãe.
        ─ Não posso ir sem você, minha filha.
       Quem viu a necessidade eventual de perder docemente a paciência foi a filha. Usando de energia adequada ao momento, segurou o braço da velhinha (mas3 velhinha mesmo, frágil, frágil), empurrou-a com o mínimo de força necessária, proferiu uma ordem imperiosa:
        ─ Vai, mãe.
        E a velha mais moça se afastou em passadas compridas, impedindo a contramarcha da velha mais velha, que estava no limite extremo de sua timidez, e não teve outro jeito senão agarrar-se ao braço do motorista, entrar penosamente, sorrir pedindo perdão para todos os passageiros4 . Ajeitou-se no banco, esperou o barulho do motor e comentou para a vizinha (que a olhava, compreendendo tudo, as velhas, as mães, o cosmos):
        ─ Coitadinha! Eu fico morrendo de pena de deixar ela aí, só, tão longe!
        Longe de onde? Das entranhas que criaram uma menina. Longe. Só.
        A viagem para o centro foi recomeçada, sem novidades, todos voltaram para dentro de si mesmos, esquecidos do episódio. A mãe, no entanto, furtiva (certa de já causar bastantes transtornos naquele dia) inspecionava todos os lotações que ultrapassavam o nosso, aflita em sua quietude, buscando lobrigar a filha. Mas foi só quando o lotação entrou na Avenida, e parou diante de um sinal, que, enfim, a velha mais moça, a filha, apareceu em um lotação ao nosso lado. As duas se sorriram como depois de uma longa e apreensiva travessia. A velhinha chegou a fazer graça:
        ─ Graças a Deus, minha filha! Você ainda chegou antes de mim.
        ─ Eu não disse, mãe, que não tinha perigo? 
        A filha desceu na esquina, chegou até perto da janela do nosso5 lotação, segurou a mão de sua mãe:
        ─ Agora vai direitinha, viu?
        ─ Você pode ir descansada, minha filha.
        O lotação arrancou de novo, gestos de adeus, a harmonia voltou ao rosto da nossa velhinha, que tranquilizou também a vizinha de banco:
        ─ Ela vai trabalhar no Ministério; eu vou para casa, moro no Rio Comprido.

CAMPOS, Paulo Mendes. In: Para gostar de ler. vol. 2. 8. ed. São Paulo: Ática, 1987. p. 50-52. Adaptado.    

O narrador do Texto 2 parece ser um dos passageiros do ônibus. Que elemento linguístico usado no texto deixa isso mais evidente?
Alternativas
Q3008076 Português

Texto 2


Coração Materno




        Duas horas da tarde. Ali no início do Morro da Viúva fizeram sinal: duas senhoras, ambas de cabelos brancos, preparavam-se para entrar no lotação, quando o motorista gritou: “Um lugar só”. A velhinha mais velha, já com o pé colocado no carro com imensa dificuldade, conseguiu retirar a perna comprometida, com dificuldade ainda maior, sob os protestos persuasivos da velha mais moça, que dizia:
        ─ Vai, mamãe, vai a senhora, eu vou em outro.
        A mãe, se desmanchando em timidez, medo e bondade, sorria:
        ─ Não, minha filha, eu não posso te deixar aqui sozinha.
        ─ Vai, mamãe.
        ─ Não, minha filha.
        ─ Pelo amor de Deus, mãe; o homem está esperando.
        ─ Mas... minha filha?!
       Os passageiros aguardavam com a tolerante paciência de quem tem ou já teve mãe. O motorista fez força (e o conseguiu, parabéns) para refrear a sua fúria de Averno1 .
        ─ Vai, mãezinha; aqui neste ponto é difícil arranjar dois lugares.
        ─ Não posso te deixar sozinha, minha filha. Nunca!2
        Diante do impasse, levantou-se, resoluto, um senhor sentado no banco da frente, oferecendo-se para ir em pé, as duas senhoras iriam sentadas. Ah, mas isso não, aparteou o motorista, era contra o regulamento, dava multa. O amável passageiro descompôs o regulamento do tráfego e os demais regulamentos: eram desumanos. Ao pé da calçada, o torneio sentimental de mãe e filha continuava:
        ─ Vai, vai, mãe.
        ─ Não posso ir sem você, minha filha.
       Quem viu a necessidade eventual de perder docemente a paciência foi a filha. Usando de energia adequada ao momento, segurou o braço da velhinha (mas3 velhinha mesmo, frágil, frágil), empurrou-a com o mínimo de força necessária, proferiu uma ordem imperiosa:
        ─ Vai, mãe.
        E a velha mais moça se afastou em passadas compridas, impedindo a contramarcha da velha mais velha, que estava no limite extremo de sua timidez, e não teve outro jeito senão agarrar-se ao braço do motorista, entrar penosamente, sorrir pedindo perdão para todos os passageiros4 . Ajeitou-se no banco, esperou o barulho do motor e comentou para a vizinha (que a olhava, compreendendo tudo, as velhas, as mães, o cosmos):
        ─ Coitadinha! Eu fico morrendo de pena de deixar ela aí, só, tão longe!
        Longe de onde? Das entranhas que criaram uma menina. Longe. Só.
        A viagem para o centro foi recomeçada, sem novidades, todos voltaram para dentro de si mesmos, esquecidos do episódio. A mãe, no entanto, furtiva (certa de já causar bastantes transtornos naquele dia) inspecionava todos os lotações que ultrapassavam o nosso, aflita em sua quietude, buscando lobrigar a filha. Mas foi só quando o lotação entrou na Avenida, e parou diante de um sinal, que, enfim, a velha mais moça, a filha, apareceu em um lotação ao nosso lado. As duas se sorriram como depois de uma longa e apreensiva travessia. A velhinha chegou a fazer graça:
        ─ Graças a Deus, minha filha! Você ainda chegou antes de mim.
        ─ Eu não disse, mãe, que não tinha perigo? 
        A filha desceu na esquina, chegou até perto da janela do nosso5 lotação, segurou a mão de sua mãe:
        ─ Agora vai direitinha, viu?
        ─ Você pode ir descansada, minha filha.
        O lotação arrancou de novo, gestos de adeus, a harmonia voltou ao rosto da nossa velhinha, que tranquilizou também a vizinha de banco:
        ─ Ela vai trabalhar no Ministério; eu vou para casa, moro no Rio Comprido.

CAMPOS, Paulo Mendes. In: Para gostar de ler. vol. 2. 8. ed. São Paulo: Ática, 1987. p. 50-52. Adaptado.    

Ao longo da narração do Texto 2, há inserção de alguns comentários avaliativos do narrador, como no trecho:
Alternativas
Q3008075 Português

Texto 2


Coração Materno




        Duas horas da tarde. Ali no início do Morro da Viúva fizeram sinal: duas senhoras, ambas de cabelos brancos, preparavam-se para entrar no lotação, quando o motorista gritou: “Um lugar só”. A velhinha mais velha, já com o pé colocado no carro com imensa dificuldade, conseguiu retirar a perna comprometida, com dificuldade ainda maior, sob os protestos persuasivos da velha mais moça, que dizia:
        ─ Vai, mamãe, vai a senhora, eu vou em outro.
        A mãe, se desmanchando em timidez, medo e bondade, sorria:
        ─ Não, minha filha, eu não posso te deixar aqui sozinha.
        ─ Vai, mamãe.
        ─ Não, minha filha.
        ─ Pelo amor de Deus, mãe; o homem está esperando.
        ─ Mas... minha filha?!
       Os passageiros aguardavam com a tolerante paciência de quem tem ou já teve mãe. O motorista fez força (e o conseguiu, parabéns) para refrear a sua fúria de Averno1 .
        ─ Vai, mãezinha; aqui neste ponto é difícil arranjar dois lugares.
        ─ Não posso te deixar sozinha, minha filha. Nunca!2
        Diante do impasse, levantou-se, resoluto, um senhor sentado no banco da frente, oferecendo-se para ir em pé, as duas senhoras iriam sentadas. Ah, mas isso não, aparteou o motorista, era contra o regulamento, dava multa. O amável passageiro descompôs o regulamento do tráfego e os demais regulamentos: eram desumanos. Ao pé da calçada, o torneio sentimental de mãe e filha continuava:
        ─ Vai, vai, mãe.
        ─ Não posso ir sem você, minha filha.
       Quem viu a necessidade eventual de perder docemente a paciência foi a filha. Usando de energia adequada ao momento, segurou o braço da velhinha (mas3 velhinha mesmo, frágil, frágil), empurrou-a com o mínimo de força necessária, proferiu uma ordem imperiosa:
        ─ Vai, mãe.
        E a velha mais moça se afastou em passadas compridas, impedindo a contramarcha da velha mais velha, que estava no limite extremo de sua timidez, e não teve outro jeito senão agarrar-se ao braço do motorista, entrar penosamente, sorrir pedindo perdão para todos os passageiros4 . Ajeitou-se no banco, esperou o barulho do motor e comentou para a vizinha (que a olhava, compreendendo tudo, as velhas, as mães, o cosmos):
        ─ Coitadinha! Eu fico morrendo de pena de deixar ela aí, só, tão longe!
        Longe de onde? Das entranhas que criaram uma menina. Longe. Só.
        A viagem para o centro foi recomeçada, sem novidades, todos voltaram para dentro de si mesmos, esquecidos do episódio. A mãe, no entanto, furtiva (certa de já causar bastantes transtornos naquele dia) inspecionava todos os lotações que ultrapassavam o nosso, aflita em sua quietude, buscando lobrigar a filha. Mas foi só quando o lotação entrou na Avenida, e parou diante de um sinal, que, enfim, a velha mais moça, a filha, apareceu em um lotação ao nosso lado. As duas se sorriram como depois de uma longa e apreensiva travessia. A velhinha chegou a fazer graça:
        ─ Graças a Deus, minha filha! Você ainda chegou antes de mim.
        ─ Eu não disse, mãe, que não tinha perigo? 
        A filha desceu na esquina, chegou até perto da janela do nosso5 lotação, segurou a mão de sua mãe:
        ─ Agora vai direitinha, viu?
        ─ Você pode ir descansada, minha filha.
        O lotação arrancou de novo, gestos de adeus, a harmonia voltou ao rosto da nossa velhinha, que tranquilizou também a vizinha de banco:
        ─ Ela vai trabalhar no Ministério; eu vou para casa, moro no Rio Comprido.

CAMPOS, Paulo Mendes. In: Para gostar de ler. vol. 2. 8. ed. São Paulo: Ática, 1987. p. 50-52. Adaptado.    

Há, na história narrada no Texto 2, um fato inusitado que quebra a expectativa do leitor. Que fato é esse?
Alternativas
Q3008074 Português
Texto 1

Melhorar a saúde do idoso requer mudanças culturais
Etarismo ainda é obstáculo para que os mais velhos, cada vez mais numerosos, tenham acesso a atendimento realmente eficaz
Por Claudio L. Lottenberg
26 jul. 2024, 13h




        A população brasileira está envelhecendo. De acordo com o último censo (2022), pessoas com mais de 60 anos representam hoje 15,6% do país. Há pouco mais de uma década, essa faixa correspondia a menos de 11% da população. Entre um censo e outro, o contingente de idosos cresceu impressionantes 56 pontos percentuais. O Brasil envelhece – e envelhece rápido. 
        Essa é uma boa notícia. O aumento de brasileiros na “melhor idade” indica que as condições de saúde da população têm melhorado em linhas gerais, somadas ao avanço da medicina, que nos permite cada vez mais prolongar a vida. No entanto, mudanças demográficas dessa magnitude acarretam sempre desafios, seja do ponto de vista econômico, social, urbanístico ou de políticas públicas. O país está preparado para lidar com uma população mais idosa? Infelizmente, parece que, por enquanto, a resposta é “não”.
        Atenho-me aqui à área da saúde. Há avanços incríveis em campos como genética, robótica e medicina personalizada, os quais podem ampliar, e muito, o arsenal disponível hoje para enfrentar doenças típicas da terceira idade. Mas pouco se fala sobre comportamento, sobre cognição, sobre adaptabilidade. Parecemos muito preocupados em curar os mais velhos, mas será que estamos formando profissionais preparados para conviver e interagir com essa população cada vez mais numerosa?
        A pergunta faz refletir sobre uma espécie de cacoete cultural que precisa ser combatido se quisermos avanços reais na maneira como acolhemos nossos idosos: ainda temos dificuldade em enxergar que a velhice não é um problema ou, pior, uma doença a ser curada, mas simplesmente uma fase da vida [...]. Como qualquer outra fase, ela tem características próprias, que precisam ser levadas em conta, com naturalidade, pelo profissional de saúde. [...].
        Melhorar a saúde dos mais velhos passa, portanto, pelo combate ao etarismo – isto é, o preconceito em razão da idade. Imagine o seguinte experimento: um professor pede a uma turma de universitários que escreva o que vêm à sua mente, sem filtro, quando ouvem a palavra “velho”. Surgem palavras como “fraco”, “debilitado”, “doente”, “curvado”, “lento”, “teimoso”, “solitário”. O professor repete o exercício, dessa vez com a palavra “ancião”. As respostas variam entre “sábio”, “experiente”, “líder”, “conhecimento”, “poder”.
        Esse experimento é real, aconteceu no curso de medicina da Universidade da Califórnia e é descrito pela geriatra norte-americana Louise Aronson em seu livro “Além da envelhescência” [...]. Como indicado pelo título, que brinca com o verbo “envelhecer” e as noções de infância ou adolescência, Aronson propõe que encaremos a velhice como o “terceiro ato” de nossa vida, tão rico quanto os anteriores, e não como “uma expansão repugnante de anos ou décadas”.
        [...] 

Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/coluna-claudio-lottenberg/melhorar-a-saude-do-idoso-requer-mudancas-culturais Acesso em: 29 jul. 2024. Adaptado.
Observe o trecho a seguir, transcrito do Texto 1:

Melhorar a saúde dos mais velhos passa, portanto, pelo combate ao etarismo – isto é, o preconceito em razão da idade.

Sobre esse enunciado, assinale a alternativa que registra uma análise correta.
Alternativas
Q3008073 Português
Texto 1

Melhorar a saúde do idoso requer mudanças culturais
Etarismo ainda é obstáculo para que os mais velhos, cada vez mais numerosos, tenham acesso a atendimento realmente eficaz
Por Claudio L. Lottenberg
26 jul. 2024, 13h




        A população brasileira está envelhecendo. De acordo com o último censo (2022), pessoas com mais de 60 anos representam hoje 15,6% do país. Há pouco mais de uma década, essa faixa correspondia a menos de 11% da população. Entre um censo e outro, o contingente de idosos cresceu impressionantes 56 pontos percentuais. O Brasil envelhece – e envelhece rápido. 
        Essa é uma boa notícia. O aumento de brasileiros na “melhor idade” indica que as condições de saúde da população têm melhorado em linhas gerais, somadas ao avanço da medicina, que nos permite cada vez mais prolongar a vida. No entanto, mudanças demográficas dessa magnitude acarretam sempre desafios, seja do ponto de vista econômico, social, urbanístico ou de políticas públicas. O país está preparado para lidar com uma população mais idosa? Infelizmente, parece que, por enquanto, a resposta é “não”.
        Atenho-me aqui à área da saúde. Há avanços incríveis em campos como genética, robótica e medicina personalizada, os quais podem ampliar, e muito, o arsenal disponível hoje para enfrentar doenças típicas da terceira idade. Mas pouco se fala sobre comportamento, sobre cognição, sobre adaptabilidade. Parecemos muito preocupados em curar os mais velhos, mas será que estamos formando profissionais preparados para conviver e interagir com essa população cada vez mais numerosa?
        A pergunta faz refletir sobre uma espécie de cacoete cultural que precisa ser combatido se quisermos avanços reais na maneira como acolhemos nossos idosos: ainda temos dificuldade em enxergar que a velhice não é um problema ou, pior, uma doença a ser curada, mas simplesmente uma fase da vida [...]. Como qualquer outra fase, ela tem características próprias, que precisam ser levadas em conta, com naturalidade, pelo profissional de saúde. [...].
        Melhorar a saúde dos mais velhos passa, portanto, pelo combate ao etarismo – isto é, o preconceito em razão da idade. Imagine o seguinte experimento: um professor pede a uma turma de universitários que escreva o que vêm à sua mente, sem filtro, quando ouvem a palavra “velho”. Surgem palavras como “fraco”, “debilitado”, “doente”, “curvado”, “lento”, “teimoso”, “solitário”. O professor repete o exercício, dessa vez com a palavra “ancião”. As respostas variam entre “sábio”, “experiente”, “líder”, “conhecimento”, “poder”.
        Esse experimento é real, aconteceu no curso de medicina da Universidade da Califórnia e é descrito pela geriatra norte-americana Louise Aronson em seu livro “Além da envelhescência” [...]. Como indicado pelo título, que brinca com o verbo “envelhecer” e as noções de infância ou adolescência, Aronson propõe que encaremos a velhice como o “terceiro ato” de nossa vida, tão rico quanto os anteriores, e não como “uma expansão repugnante de anos ou décadas”.
        [...] 

Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/coluna-claudio-lottenberg/melhorar-a-saude-do-idoso-requer-mudancas-culturais Acesso em: 29 jul. 2024. Adaptado.
Pensando em seus usos sociais, o Texto 1 assume, predominantemente, uma função
Alternativas
Q3008072 Português
Texto 1

Melhorar a saúde do idoso requer mudanças culturais
Etarismo ainda é obstáculo para que os mais velhos, cada vez mais numerosos, tenham acesso a atendimento realmente eficaz
Por Claudio L. Lottenberg
26 jul. 2024, 13h




        A população brasileira está envelhecendo. De acordo com o último censo (2022), pessoas com mais de 60 anos representam hoje 15,6% do país. Há pouco mais de uma década, essa faixa correspondia a menos de 11% da população. Entre um censo e outro, o contingente de idosos cresceu impressionantes 56 pontos percentuais. O Brasil envelhece – e envelhece rápido. 
        Essa é uma boa notícia. O aumento de brasileiros na “melhor idade” indica que as condições de saúde da população têm melhorado em linhas gerais, somadas ao avanço da medicina, que nos permite cada vez mais prolongar a vida. No entanto, mudanças demográficas dessa magnitude acarretam sempre desafios, seja do ponto de vista econômico, social, urbanístico ou de políticas públicas. O país está preparado para lidar com uma população mais idosa? Infelizmente, parece que, por enquanto, a resposta é “não”.
        Atenho-me aqui à área da saúde. Há avanços incríveis em campos como genética, robótica e medicina personalizada, os quais podem ampliar, e muito, o arsenal disponível hoje para enfrentar doenças típicas da terceira idade. Mas pouco se fala sobre comportamento, sobre cognição, sobre adaptabilidade. Parecemos muito preocupados em curar os mais velhos, mas será que estamos formando profissionais preparados para conviver e interagir com essa população cada vez mais numerosa?
        A pergunta faz refletir sobre uma espécie de cacoete cultural que precisa ser combatido se quisermos avanços reais na maneira como acolhemos nossos idosos: ainda temos dificuldade em enxergar que a velhice não é um problema ou, pior, uma doença a ser curada, mas simplesmente uma fase da vida [...]. Como qualquer outra fase, ela tem características próprias, que precisam ser levadas em conta, com naturalidade, pelo profissional de saúde. [...].
        Melhorar a saúde dos mais velhos passa, portanto, pelo combate ao etarismo – isto é, o preconceito em razão da idade. Imagine o seguinte experimento: um professor pede a uma turma de universitários que escreva o que vêm à sua mente, sem filtro, quando ouvem a palavra “velho”. Surgem palavras como “fraco”, “debilitado”, “doente”, “curvado”, “lento”, “teimoso”, “solitário”. O professor repete o exercício, dessa vez com a palavra “ancião”. As respostas variam entre “sábio”, “experiente”, “líder”, “conhecimento”, “poder”.
        Esse experimento é real, aconteceu no curso de medicina da Universidade da Califórnia e é descrito pela geriatra norte-americana Louise Aronson em seu livro “Além da envelhescência” [...]. Como indicado pelo título, que brinca com o verbo “envelhecer” e as noções de infância ou adolescência, Aronson propõe que encaremos a velhice como o “terceiro ato” de nossa vida, tão rico quanto os anteriores, e não como “uma expansão repugnante de anos ou décadas”.
        [...] 

Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/coluna-claudio-lottenberg/melhorar-a-saude-do-idoso-requer-mudancas-culturais Acesso em: 29 jul. 2024. Adaptado.
O Texto 1 mostra de que maneira o etarismo se apresenta em nossa sociedade, por exemplo,
Alternativas
Q3008071 Português
Texto 1

Melhorar a saúde do idoso requer mudanças culturais
Etarismo ainda é obstáculo para que os mais velhos, cada vez mais numerosos, tenham acesso a atendimento realmente eficaz
Por Claudio L. Lottenberg
26 jul. 2024, 13h




        A população brasileira está envelhecendo. De acordo com o último censo (2022), pessoas com mais de 60 anos representam hoje 15,6% do país. Há pouco mais de uma década, essa faixa correspondia a menos de 11% da população. Entre um censo e outro, o contingente de idosos cresceu impressionantes 56 pontos percentuais. O Brasil envelhece – e envelhece rápido. 
        Essa é uma boa notícia. O aumento de brasileiros na “melhor idade” indica que as condições de saúde da população têm melhorado em linhas gerais, somadas ao avanço da medicina, que nos permite cada vez mais prolongar a vida. No entanto, mudanças demográficas dessa magnitude acarretam sempre desafios, seja do ponto de vista econômico, social, urbanístico ou de políticas públicas. O país está preparado para lidar com uma população mais idosa? Infelizmente, parece que, por enquanto, a resposta é “não”.
        Atenho-me aqui à área da saúde. Há avanços incríveis em campos como genética, robótica e medicina personalizada, os quais podem ampliar, e muito, o arsenal disponível hoje para enfrentar doenças típicas da terceira idade. Mas pouco se fala sobre comportamento, sobre cognição, sobre adaptabilidade. Parecemos muito preocupados em curar os mais velhos, mas será que estamos formando profissionais preparados para conviver e interagir com essa população cada vez mais numerosa?
        A pergunta faz refletir sobre uma espécie de cacoete cultural que precisa ser combatido se quisermos avanços reais na maneira como acolhemos nossos idosos: ainda temos dificuldade em enxergar que a velhice não é um problema ou, pior, uma doença a ser curada, mas simplesmente uma fase da vida [...]. Como qualquer outra fase, ela tem características próprias, que precisam ser levadas em conta, com naturalidade, pelo profissional de saúde. [...].
        Melhorar a saúde dos mais velhos passa, portanto, pelo combate ao etarismo – isto é, o preconceito em razão da idade. Imagine o seguinte experimento: um professor pede a uma turma de universitários que escreva o que vêm à sua mente, sem filtro, quando ouvem a palavra “velho”. Surgem palavras como “fraco”, “debilitado”, “doente”, “curvado”, “lento”, “teimoso”, “solitário”. O professor repete o exercício, dessa vez com a palavra “ancião”. As respostas variam entre “sábio”, “experiente”, “líder”, “conhecimento”, “poder”.
        Esse experimento é real, aconteceu no curso de medicina da Universidade da Califórnia e é descrito pela geriatra norte-americana Louise Aronson em seu livro “Além da envelhescência” [...]. Como indicado pelo título, que brinca com o verbo “envelhecer” e as noções de infância ou adolescência, Aronson propõe que encaremos a velhice como o “terceiro ato” de nossa vida, tão rico quanto os anteriores, e não como “uma expansão repugnante de anos ou décadas”.
        [...] 

Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/coluna-claudio-lottenberg/melhorar-a-saude-do-idoso-requer-mudancas-culturais Acesso em: 29 jul. 2024. Adaptado.
A análise do conteúdo global e da funcionalidade do Texto 1 indica que ele apresenta como tema central
Alternativas
Q3007966 Português
Talvez nunca vamos saber a verdade sobre os alimentos ultraprocessados

Alimentos produzidos em massa, porém saborosos, como nuggets de frango, salgadinhos de pacote, refrigerantes, sorvetes ou até mesmo pão integral fatiado, eles são rejeitados por muitos nutricionistas.

Os chamados alimentos ultraprocessadas (AUP) representam 56% das calorias consumidas no Reino Unido, e esse número é maior para crianças e pessoas que vivem em áreas mais pobres.

Os AUPs são definidos por quantos processos industriais passaram e o número de ingredientes em suas embalagens. A maioria é rica em gordura, açúcar ou sal; muitos você chamaria de fast food.

O que os une é a aparência e o sabor sintéticos, o que os tornou alvo de alguns defensores de uma vida mais saudável.

Há um crescente corpo de evidências de que esses alimentos não são bons para nós. Mas os especialistas não conseguem concordar sobre como exatamente eles nos afetam ou por que, e não está claro se a ciência nos dará uma resposta tão cedo.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/cglk55eg70mo
Depreende-se do texto que todos os nutricionistas concordam que os alimentos ultraprocessados são totalmente inofensivos.
Alternativas
Q3007965 Português
Talvez nunca vamos saber a verdade sobre os alimentos ultraprocessados

Alimentos produzidos em massa, porém saborosos, como nuggets de frango, salgadinhos de pacote, refrigerantes, sorvetes ou até mesmo pão integral fatiado, eles são rejeitados por muitos nutricionistas.

Os chamados alimentos ultraprocessadas (AUP) representam 56% das calorias consumidas no Reino Unido, e esse número é maior para crianças e pessoas que vivem em áreas mais pobres.

Os AUPs são definidos por quantos processos industriais passaram e o número de ingredientes em suas embalagens. A maioria é rica em gordura, açúcar ou sal; muitos você chamaria de fast food.

O que os une é a aparência e o sabor sintéticos, o que os tornou alvo de alguns defensores de uma vida mais saudável.

Há um crescente corpo de evidências de que esses alimentos não são bons para nós. Mas os especialistas não conseguem concordar sobre como exatamente eles nos afetam ou por que, e não está claro se a ciência nos dará uma resposta tão cedo.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/cglk55eg70mo
De acordo com o texto, há um crescente corpo de evidências de que alimentos ultraprocessados não são benéficos para a saúde.
Alternativas
Q3007964 Português
Talvez nunca vamos saber a verdade sobre os alimentos ultraprocessados

Alimentos produzidos em massa, porém saborosos, como nuggets de frango, salgadinhos de pacote, refrigerantes, sorvetes ou até mesmo pão integral fatiado, eles são rejeitados por muitos nutricionistas.

Os chamados alimentos ultraprocessadas (AUP) representam 56% das calorias consumidas no Reino Unido, e esse número é maior para crianças e pessoas que vivem em áreas mais pobres.

Os AUPs são definidos por quantos processos industriais passaram e o número de ingredientes em suas embalagens. A maioria é rica em gordura, açúcar ou sal; muitos você chamaria de fast food.

O que os une é a aparência e o sabor sintéticos, o que os tornou alvo de alguns defensores de uma vida mais saudável.

Há um crescente corpo de evidências de que esses alimentos não são bons para nós. Mas os especialistas não conseguem concordar sobre como exatamente eles nos afetam ou por que, e não está claro se a ciência nos dará uma resposta tão cedo.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/cglk55eg70mo
Infere-se do texto que alimentos ultraprocessados são mais consumidos por pessoas que vivem em áreas mais pobres no Reino Unido.
Alternativas
Q3007963 Português
Talvez nunca vamos saber a verdade sobre os alimentos ultraprocessados

Alimentos produzidos em massa, porém saborosos, como nuggets de frango, salgadinhos de pacote, refrigerantes, sorvetes ou até mesmo pão integral fatiado, eles são rejeitados por muitos nutricionistas.

Os chamados alimentos ultraprocessadas (AUP) representam 56% das calorias consumidas no Reino Unido, e esse número é maior para crianças e pessoas que vivem em áreas mais pobres.

Os AUPs são definidos por quantos processos industriais passaram e o número de ingredientes em suas embalagens. A maioria é rica em gordura, açúcar ou sal; muitos você chamaria de fast food.

O que os une é a aparência e o sabor sintéticos, o que os tornou alvo de alguns defensores de uma vida mais saudável.

Há um crescente corpo de evidências de que esses alimentos não são bons para nós. Mas os especialistas não conseguem concordar sobre como exatamente eles nos afetam ou por que, e não está claro se a ciência nos dará uma resposta tão cedo.


https://www.bbc.com/portuguese/articles/cglk55eg70mo
É possível afirmar que já está totalmente claro como os alimentos ultraprocessados afetam a saúde humana.
Alternativas
Q3007962 Português
Matemático diz que fez nadadores ficarem mais rápidos com modelos 3D 

A equipe de natação dos Estados Unidos, que está nos Jogos Olímpicos de 2024, teve como aliada em sua preparação uma técnica baseada em dados científicos. Desenvolvida pelo matemático Ken Ono e seu colaborador, Jerry Lu, a tecnologia utilizada cria modelos em 3D dos atletas e identifica possibilidades de melhoria.

O que era para ser um projeto semestral com atletas universitário avançou até alcançar a Olimpíada após os nadadores estudados se destacarem nas competições nacionais e internacionais.

Notados pelas equipes de alto nível — incluindo da seleção norte-americana, os cientistas passaram a acompanhar as preparações de importantes disputas de natação.

Ken Ono, da Universidade da Virgínia, em Charlottesville, nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista à revista Nature nesta quarta-feira (31) comentando sobre seu projeto e os resultados de atletas olímpicos.

As melhorias apontadas pelos pesquisadores ajudam os atletas a diminuírem frações de segundo dos movimentos na piscina — o que melhora suas classificações nas disputas de natação. "O que fazemos é uma parte muito pequena, mas é emocionante ver as medalhas se concretizarem", disse o matemático.


https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/paris-2024-matematico-diz-que-fez-nadadores-ficarem-mais-rapidos-com-modelos-3d/ 
É possível afirmar que a tecnologia usada por Ken Ono e Jerry Lu garante a vitória dos nadadores em todas as competições.
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Q3007961 Português
Matemático diz que fez nadadores ficarem mais rápidos com modelos 3D 

A equipe de natação dos Estados Unidos, que está nos Jogos Olímpicos de 2024, teve como aliada em sua preparação uma técnica baseada em dados científicos. Desenvolvida pelo matemático Ken Ono e seu colaborador, Jerry Lu, a tecnologia utilizada cria modelos em 3D dos atletas e identifica possibilidades de melhoria.

O que era para ser um projeto semestral com atletas universitário avançou até alcançar a Olimpíada após os nadadores estudados se destacarem nas competições nacionais e internacionais.

Notados pelas equipes de alto nível — incluindo da seleção norte-americana, os cientistas passaram a acompanhar as preparações de importantes disputas de natação.

Ken Ono, da Universidade da Virgínia, em Charlottesville, nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista à revista Nature nesta quarta-feira (31) comentando sobre seu projeto e os resultados de atletas olímpicos.

As melhorias apontadas pelos pesquisadores ajudam os atletas a diminuírem frações de segundo dos movimentos na piscina — o que melhora suas classificações nas disputas de natação. "O que fazemos é uma parte muito pequena, mas é emocionante ver as medalhas se concretizarem", disse o matemático.


https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/paris-2024-matematico-diz-que-fez-nadadores-ficarem-mais-rapidos-com-modelos-3d/ 
Infere-se do texto que o projeto iniciado com atletas universitários evoluiu até alcançar a preparação para os Jogos Olímpicos de 2024.
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Q3007960 Português
Matemático diz que fez nadadores ficarem mais rápidos com modelos 3D 

A equipe de natação dos Estados Unidos, que está nos Jogos Olímpicos de 2024, teve como aliada em sua preparação uma técnica baseada em dados científicos. Desenvolvida pelo matemático Ken Ono e seu colaborador, Jerry Lu, a tecnologia utilizada cria modelos em 3D dos atletas e identifica possibilidades de melhoria.

O que era para ser um projeto semestral com atletas universitário avançou até alcançar a Olimpíada após os nadadores estudados se destacarem nas competições nacionais e internacionais.

Notados pelas equipes de alto nível — incluindo da seleção norte-americana, os cientistas passaram a acompanhar as preparações de importantes disputas de natação.

Ken Ono, da Universidade da Virgínia, em Charlottesville, nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista à revista Nature nesta quarta-feira (31) comentando sobre seu projeto e os resultados de atletas olímpicos.

As melhorias apontadas pelos pesquisadores ajudam os atletas a diminuírem frações de segundo dos movimentos na piscina — o que melhora suas classificações nas disputas de natação. "O que fazemos é uma parte muito pequena, mas é emocionante ver as medalhas se concretizarem", disse o matemático.


https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/paris-2024-matematico-diz-que-fez-nadadores-ficarem-mais-rapidos-com-modelos-3d/ 
De acordo com o texto, a tecnologia desenvolvida por Ken Ono e Jerry Lu ajuda a melhorar o desempenho dos nadadores ao apontar melhorias em seus movimentos.
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Q3007959 Português
Matemático diz que fez nadadores ficarem mais rápidos com modelos 3D 

A equipe de natação dos Estados Unidos, que está nos Jogos Olímpicos de 2024, teve como aliada em sua preparação uma técnica baseada em dados científicos. Desenvolvida pelo matemático Ken Ono e seu colaborador, Jerry Lu, a tecnologia utilizada cria modelos em 3D dos atletas e identifica possibilidades de melhoria.

O que era para ser um projeto semestral com atletas universitário avançou até alcançar a Olimpíada após os nadadores estudados se destacarem nas competições nacionais e internacionais.

Notados pelas equipes de alto nível — incluindo da seleção norte-americana, os cientistas passaram a acompanhar as preparações de importantes disputas de natação.

Ken Ono, da Universidade da Virgínia, em Charlottesville, nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista à revista Nature nesta quarta-feira (31) comentando sobre seu projeto e os resultados de atletas olímpicos.

As melhorias apontadas pelos pesquisadores ajudam os atletas a diminuírem frações de segundo dos movimentos na piscina — o que melhora suas classificações nas disputas de natação. "O que fazemos é uma parte muito pequena, mas é emocionante ver as medalhas se concretizarem", disse o matemático.


https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/paris-2024-matematico-diz-que-fez-nadadores-ficarem-mais-rapidos-com-modelos-3d/ 
Depreende-se do texto que Ken Ono e Jerry Lu começaram o projeto de modelagem 3D de atletas especificamente para os Jogos Olímpicos de 2024.
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Q3007839 Português

A rua, a fila, o acaso


    Eu ia dando a minha voltinha num silêncio interior de paz. Está difícil flanar nas ruas de hoje. Muito barulho, carros voando ou atravancando a calçada, anda sobrecarregado o ar que respiramos. Mas há sempre o que ver, se levamos olhos desprevenidos, de simpatia. Me lembrei do tempo em que o pai de família saía depois do jantar pra fazer o quilo. A expressão tem a ver com o mistério da nossa usina interior.


     Com o perdão da palavra, tem a ver com as nossas tripas. Hoje é o cooper, que traz um afã de competição. Cronometrado e exibido, tira o fôlego e impede a conversinha mole. É mais uma fábrica de ansiedade nesta época que fabrica estresse. Pois eu ia andando pra clarear as ideias, ou pra pensar em nada. Nessa hora de entrega e de inocência é que acontece a iluminação. A luzinha do entendimento acende onde quer.


    Sem nenhum objetivo, ia eu bem satisfeitinho na minha disponibilidade. Aberto a qualquer convite, podia comprar um bombom, ou uma flor. Ou uma dessas canetinhas que acertam comigo e, bem ordinária, me traz um estremecimento de colegial. A gente sabe que o endereço da felicidade é no passado e é mentira. Mas é bom que exista, a felicidade. Nem que seja um momentinho só. Tão rico que dá pra ir vivendo. E se renova com qualquer surpresa boba. Encontrar por exemplo na banca uma revista fútil e dar com a foto daquela moça bonita. Olhar seus olhos e entendê-los, olhos adentro.


     A vida é um mundo de possibilidades. Atração e repulsa, afinidades. Convergência e divergência. Nessa altura, as minhas pernas tinham me levado pro mundo da lua. Quando dei comigo de volta, estava espiando uma fila que coleava pela calçada. Curioso: etimologicamente, aposentado é quem se recolhe aos aposentos. De repente, os aposentados saíram da toca e estão na rua, pacientes em fila ou irados aos magotes.


     Mas aquela fila não podia ser de aposentados. Tinha uma moça de short e pernas fortes de atleta. E muitos jovens. E vários boys. Um pequeno interesse, receber um dinheirinho, ou uma pequena obrigação, pagar uma conta, juntou na fila aquele pessoal todo. Misterioso caminho, esse, que aproxima as pessoas por um instante e depois as separa. Há de ver que ali estavam lado a lado duas almas que se procuram e, distraídas, disso não se deram conta. O acaso, o destino, quanta coisa passa por uma cabeça vadia! Ou por um frívolo coração.


(Otto Lara Resende. Folha de São Paulo. Publicada no livro Bom dia para nascer, Companhia da Letras, 2011.)

A partir do uso de estratégias de análise da contextualização e inferência interpretativa, pode-se compreender plenamente o significado de certos vocábulos específicos presentes em um texto. É correto afirmar, por exemplo, que, por “etimologicamente” (4º§), o autor se refere ao estudo do(a/os): 
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Q3007804 Português

Visão do Correio: Lei Maria da Penha completa 18 anos sem comemoração

O país registrou alta de 0,8% no número de feminicídios em 2023, ante o total de 2022. As tentativas desse tipo de crime aumentaram em proporção ainda maior no mesmo período: 7,1%

Postado em 07/08/2024 06:00 

1 Completando 18 anos de sua sanção hoje, a Lei Maria da Penha é um inquestionável marco no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher no Brasil, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial e/ou moral. Logo em seu primeiro título, o texto de 2006 ressalta que "cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados" na legislação.

2 Os 18 anos da lei, no entanto, convivem com um cenário ainda muito cruel contra a mulher. De acordo com o mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e publicado no mês passado, o país registrou alta de 0,8% no número de feminicídios em 2023, ante o total de 2022. As tentativas desse tipo de crime aumentaram em proporção ainda maior no mesmo período: 7,1%.

3 A efeméride e os números deixam claro que a Lei Maria da Penha ainda é muito recente — mesmo que reconhecida internacionalmente por sua ampla redação. Chama a atenção como um problema social tão grave da sociedade brasileira só foi alvo de prevenção por meio de uma política pública específica há menos de duas décadas. Essa morosidade até a criação da legislação evidencia uma população que ainda mata ou tenta matar uma mulher a cada duas horas, simplesmente pela questão de gênero, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

4 A mudança da cultura violenta da sociedade brasileira, sobretudo dos homens, deve passar por uma transformação drástica de comportamento e pela intensificação do debate social sobre o tema, até mesmo promovendo atualizações constantes na Maria da Penha. Desde que foi criada, a lei recebeu adendos importantes, como a medida protetiva de urgência sem a necessidade de registro de boletim de ocorrência ou abertura de inquérito e o acompanhamento psicossocial do agressor.

5 Essas atualizações, na toada do "antes tarde do que nunca", são peças-chave do complexo quebra-cabeça da violência contra a mulher no Brasil. O fato de o descumprimento de medida protetiva se tornar crime no país somente em 2018 é representativo para o cenário. A morosidade do Legislativo para discutir e aprovar as necessárias atualizações da Maria da Penha e criar novas políticas públicas sobre o tema tem como fator principal a predominância de homens no Congresso Nacional. Apesar de formarem 48,52% da população nacional, conforme o Censo de 2022, eles ocupam 85% das cadeiras da Câmara dos Deputados e 81% das vagas do Senado Federal, segundo dados das próprias casas.

6 Toda jovialidade da Maria da Penha, representada por sua maioridade completada hoje, é refletida na sociedade. Parte dela ainda não entendeu que todos têm o dever, como deixa claro o primeiro título da legislação em vigor desde 2006, de combater a violência contra a mulher. É fundamental reafirmar mais uma vez que em briga de homem e mulher é preciso, sim, meter a colher.

7 Os indicadores acompanhados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública destacam a necessidade de mudança comportamental da população brasileira — especialmente dos homens — para além dos 46 artigos da Lei Maria da Penha. Entre 2022 e 2023, o total de mulheres estupradas cresceu 5,5%; as ameaças contra elas aumentaram 16,5%; e as lesões corporais se intensificaram em cerca de 10%.

8 Se há crescimento nos mais diferentes indicadores de violência contra a mulher, é preciso refletir o papel da sociedade, não só do poder público, nesse contexto. Torna-se urgente o combate a cada flagrante e a denúncia a cada suspeita, independentemente de vínculos familiares, para o Brasil poder, de fato, ter o que comemorar no enfrentamento a esse tipo de crime.

Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/08/6914867-visao-do-correio-lei-maria-da-penha-completa-18-anos-sem-comemoracao.html

Logo em seu primeiro título, o texto de 2006 ressalta que "cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados" na legislação”. (1º parágrafo).
De acordo com a classe de palavras na qual pertence a palavra em destaque acima, assinale a opção em que a palavra destacada pertença também a mesma classe gramatical da palavra supramencionada:
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Q3007802 Português

Visão do Correio: Lei Maria da Penha completa 18 anos sem comemoração

O país registrou alta de 0,8% no número de feminicídios em 2023, ante o total de 2022. As tentativas desse tipo de crime aumentaram em proporção ainda maior no mesmo período: 7,1%

Postado em 07/08/2024 06:00 

1 Completando 18 anos de sua sanção hoje, a Lei Maria da Penha é um inquestionável marco no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher no Brasil, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial e/ou moral. Logo em seu primeiro título, o texto de 2006 ressalta que "cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados" na legislação.

2 Os 18 anos da lei, no entanto, convivem com um cenário ainda muito cruel contra a mulher. De acordo com o mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e publicado no mês passado, o país registrou alta de 0,8% no número de feminicídios em 2023, ante o total de 2022. As tentativas desse tipo de crime aumentaram em proporção ainda maior no mesmo período: 7,1%.

3 A efeméride e os números deixam claro que a Lei Maria da Penha ainda é muito recente — mesmo que reconhecida internacionalmente por sua ampla redação. Chama a atenção como um problema social tão grave da sociedade brasileira só foi alvo de prevenção por meio de uma política pública específica há menos de duas décadas. Essa morosidade até a criação da legislação evidencia uma população que ainda mata ou tenta matar uma mulher a cada duas horas, simplesmente pela questão de gênero, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

4 A mudança da cultura violenta da sociedade brasileira, sobretudo dos homens, deve passar por uma transformação drástica de comportamento e pela intensificação do debate social sobre o tema, até mesmo promovendo atualizações constantes na Maria da Penha. Desde que foi criada, a lei recebeu adendos importantes, como a medida protetiva de urgência sem a necessidade de registro de boletim de ocorrência ou abertura de inquérito e o acompanhamento psicossocial do agressor.

5 Essas atualizações, na toada do "antes tarde do que nunca", são peças-chave do complexo quebra-cabeça da violência contra a mulher no Brasil. O fato de o descumprimento de medida protetiva se tornar crime no país somente em 2018 é representativo para o cenário. A morosidade do Legislativo para discutir e aprovar as necessárias atualizações da Maria da Penha e criar novas políticas públicas sobre o tema tem como fator principal a predominância de homens no Congresso Nacional. Apesar de formarem 48,52% da população nacional, conforme o Censo de 2022, eles ocupam 85% das cadeiras da Câmara dos Deputados e 81% das vagas do Senado Federal, segundo dados das próprias casas.

6 Toda jovialidade da Maria da Penha, representada por sua maioridade completada hoje, é refletida na sociedade. Parte dela ainda não entendeu que todos têm o dever, como deixa claro o primeiro título da legislação em vigor desde 2006, de combater a violência contra a mulher. É fundamental reafirmar mais uma vez que em briga de homem e mulher é preciso, sim, meter a colher.

7 Os indicadores acompanhados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública destacam a necessidade de mudança comportamental da população brasileira — especialmente dos homens — para além dos 46 artigos da Lei Maria da Penha. Entre 2022 e 2023, o total de mulheres estupradas cresceu 5,5%; as ameaças contra elas aumentaram 16,5%; e as lesões corporais se intensificaram em cerca de 10%.

8 Se há crescimento nos mais diferentes indicadores de violência contra a mulher, é preciso refletir o papel da sociedade, não só do poder público, nesse contexto. Torna-se urgente o combate a cada flagrante e a denúncia a cada suspeita, independentemente de vínculos familiares, para o Brasil poder, de fato, ter o que comemorar no enfrentamento a esse tipo de crime.

Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/08/6914867-visao-do-correio-lei-maria-da-penha-completa-18-anos-sem-comemoracao.html

Diante das afirmações que foram abordados no texto sobre a Lei Maria da Penha, é válido concluir que:
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Q3007801 Português

Visão do Correio: Lei Maria da Penha completa 18 anos sem comemoração

O país registrou alta de 0,8% no número de feminicídios em 2023, ante o total de 2022. As tentativas desse tipo de crime aumentaram em proporção ainda maior no mesmo período: 7,1%

Postado em 07/08/2024 06:00 

1 Completando 18 anos de sua sanção hoje, a Lei Maria da Penha é um inquestionável marco no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher no Brasil, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial e/ou moral. Logo em seu primeiro título, o texto de 2006 ressalta que "cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados" na legislação.

2 Os 18 anos da lei, no entanto, convivem com um cenário ainda muito cruel contra a mulher. De acordo com o mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e publicado no mês passado, o país registrou alta de 0,8% no número de feminicídios em 2023, ante o total de 2022. As tentativas desse tipo de crime aumentaram em proporção ainda maior no mesmo período: 7,1%.

3 A efeméride e os números deixam claro que a Lei Maria da Penha ainda é muito recente — mesmo que reconhecida internacionalmente por sua ampla redação. Chama a atenção como um problema social tão grave da sociedade brasileira só foi alvo de prevenção por meio de uma política pública específica há menos de duas décadas. Essa morosidade até a criação da legislação evidencia uma população que ainda mata ou tenta matar uma mulher a cada duas horas, simplesmente pela questão de gênero, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

4 A mudança da cultura violenta da sociedade brasileira, sobretudo dos homens, deve passar por uma transformação drástica de comportamento e pela intensificação do debate social sobre o tema, até mesmo promovendo atualizações constantes na Maria da Penha. Desde que foi criada, a lei recebeu adendos importantes, como a medida protetiva de urgência sem a necessidade de registro de boletim de ocorrência ou abertura de inquérito e o acompanhamento psicossocial do agressor.

5 Essas atualizações, na toada do "antes tarde do que nunca", são peças-chave do complexo quebra-cabeça da violência contra a mulher no Brasil. O fato de o descumprimento de medida protetiva se tornar crime no país somente em 2018 é representativo para o cenário. A morosidade do Legislativo para discutir e aprovar as necessárias atualizações da Maria da Penha e criar novas políticas públicas sobre o tema tem como fator principal a predominância de homens no Congresso Nacional. Apesar de formarem 48,52% da população nacional, conforme o Censo de 2022, eles ocupam 85% das cadeiras da Câmara dos Deputados e 81% das vagas do Senado Federal, segundo dados das próprias casas.

6 Toda jovialidade da Maria da Penha, representada por sua maioridade completada hoje, é refletida na sociedade. Parte dela ainda não entendeu que todos têm o dever, como deixa claro o primeiro título da legislação em vigor desde 2006, de combater a violência contra a mulher. É fundamental reafirmar mais uma vez que em briga de homem e mulher é preciso, sim, meter a colher.

7 Os indicadores acompanhados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública destacam a necessidade de mudança comportamental da população brasileira — especialmente dos homens — para além dos 46 artigos da Lei Maria da Penha. Entre 2022 e 2023, o total de mulheres estupradas cresceu 5,5%; as ameaças contra elas aumentaram 16,5%; e as lesões corporais se intensificaram em cerca de 10%.

8 Se há crescimento nos mais diferentes indicadores de violência contra a mulher, é preciso refletir o papel da sociedade, não só do poder público, nesse contexto. Torna-se urgente o combate a cada flagrante e a denúncia a cada suspeita, independentemente de vínculos familiares, para o Brasil poder, de fato, ter o que comemorar no enfrentamento a esse tipo de crime.

Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/08/6914867-visao-do-correio-lei-maria-da-penha-completa-18-anos-sem-comemoracao.html

De acordo com as informações apresentadas no texto sobre os indicadores que apontam dados sobre o feminicídio, é possível afirmar que: 
Alternativas
Respostas
1281: C
1282: E
1283: B
1284: C
1285: A
1286: D
1287: E
1288: B
1289: E
1290: C
1291: C
1292: E
1293: E
1294: C
1295: C
1296: E
1297: A
1298: E
1299: B
1300: B