Questões de Português - Paralelismo sintático e semântico para Concurso

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Q2425685 Português

Texto – Tecnologia e educação

A busca pelo instantâneo é, sem dúvida, um dos sinais da nossa cultura digital. A um clique ou comando de voz, tem-se instantaneamente informações, imagens, contatos pessoais e, por que não dizer, a própria realidade em sua representação digital. Na educação, a sala de aula pode estar conectada com o mundo, permitindo que alunos e professores acessem instantaneamente informação e conteúdo que antes limitavam-se a meios impressos ou a espaços como a biblioteca.

Em tempos de conectividade, estudantes podem, em qualquer lugar e a qualquer momento, assistir a videoaulas, recorrer a professores online ou contar com a ajuda de programas de computador que respondem às suas dúvidas. A oferta variada e instantânea de informação e estímulos, além dos novos formatos e linguagens da interação nas redes, faz com que ouvir um professor por mais de 20 minutos pareça impossível para estudantes considerados nativos digitais. Interatividade e instantaneidade a um toque da tela do celular parecem não combinar com práticas de aprendizagem que requerem investimento de tempo em leituras, escutas participativas e diálogos que admitem, inclusive, o silêncio da reflexão.

Mas se o instantâneo virou bem de primeira necessidade, não se pode esquecer que a vida e a aprendizagem acontecem na duração. Não se trata de negar que instantes marcam nossa trajetória e muita informação nos esclarece a mente como que repentinamente. A vida, porém, é mais do que amontoado de instantes e a aprendizagem é mais do que consumo rápido de informações. Uma imagem visualizada, um texto lido ou uma aula assistida precisam da duração, da vivência no tempo, da experiência construída pelo retrabalho, pelas articulações ou pelas retomadas que se dão no processo de aprendizagem.

Caso aceitemos que educação é mais do que instrução e não se reduz a preparar crianças e jovens a ir de uma fase a outra no jogo da vida, cada vez mais em menos tempo e com mais produtividade, precisamos então aceitar o desafio de integrar as tecnologias digitais na escola, sem desrespeitar os diferentes ritmos dos processos de aprendizagem.

Autor: Luís Cláudio Dallier Saldanha - Doutor em Educação 10/01/2018. Acessado em 07 mai. 2023 em: <https://ndmais.com.br/opiniao/artigo/tecnologia-e-educacao/>

As questões, 04 e 05 referem-se ao parágrafo reproduzido abaixo.


“A oferta variada e instantânea de informação e estímulos, além dos novos formatos e linguagens da interação nas redes, faz com que ouvir um professor por mais de 20 minutos pareça impossível para estudantes considerados nativos digitais. Interatividade e instantaneidade a um toque da tela do celular parecem não combinar com práticas de aprendizagem que requerem investimento de tempo em leituras, escutas participativas e diálogos que admitem, inclusive, o silêncio da reflexão.”


Sobre outra possibilidade de pontuação do parágrafo, em conformidade com as relações sintático-semânticas da língua portuguesa da Nomenclatura Gramatical Brasileira, marque a alternativa CORRETA.

Alternativas
Q2424689 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda às questões de 01 a 03.


Uma velhinha é uma velhinha


  1. Não sei se os outros pensam assim, mas, quando vejo uma velhinha e procuro imaginar que ela já tenha sido
  2. jovem, e tido um namorado, e feito todas as coisas a que o amor obriga, por mais que eu queira, não
  3. acredito. Ou, se acredito, não entendo. Porque uma velhinha é uma velhinha, tal qual uma
  4. rosa, que é uma rosa. Dá-me uma ideia do ser humano eterno, que sempre houve e não deixará de haver, com sua golinha de
  5. rendas, seu chapéu com aplicação de jasmins, seu guarda-chuva, seus sapatos de fivelas. As de Paris
  6. passeiam, de manhã, em Auteuil, comprando carne para os gatos, queijos e legumes para si. Passeiam seus
  7. cães, à tardinha, no Bois e, enquanto dão-lhes folga, discutem, umas com as outras, sobre a última e a
  8. próxima guerra. Queixam-se do frio, da bruma constante e, se um sinal de luz aponta para os lados de
  9. Versailles, dizem todas, ao mesmo tempo, numa felicíssima esperança: "vá faire beau!" Adoram o sol. Que
  10. engraçado vê-las ao sol! Ficam mexeriqueiras, rigorosas e bisbilhotam a vida de todas as velhinhas ausentes.
  11. Voltam à humildade de antes, quando o sol se cobre e a praça esfria outra vez, mandando-as para casa.
  12. Passava horas vendo as velhinhas de Paris. Na Ferme d'Auteuil, entre cinco e seis da tarde, tomavam seu
  13. chá, lentamente, e era uma delícia ouvi-las conversar. Mas nunca me consenti acreditar que houvessem sido
  14. mocinhas, ou que houvessem tirado aquela espécie de farda, um dia sequer, em suas vidas.
  15. Há pouco tempo, em um café de Friburgo, sentou-se uma velhinha para conversar. Precisava de um
  16. dinheiro, para caiar a casa e ajudar no casamento de uma neta. Aceitou uma xícara, beliscou de uns doces, e
  17. foram tantas as perguntas, que acabou contando sua vida. Tivera um namorado, andara fazendo suas
  18. facilidades com ele. Depois, casou com outro e, mesmo casada, facilitou também, porque não soubera
  19. resistir aos encantos de um primo, em Magé. Por fim, morreu-lhe o marido e, na campanha por um novo
  20. casamento, dera-se a duas ou três fantasias pouco recomendáveis, em senhoras viúvas. Isso representou para
  21. mim um choque muito grande. De repente, as velhinhas de Auteuil deixaram de ser os seres eternos que eu,
  22. sabiamente, imaginara. Todas se transformaram, violentamente, em gente igual a mim, que comete dos meus
  23. erros e, como eu, de felicidade em felicidade, de abraço em abraço, de ilusão em ilusão, inebriadamente,
  24. envelhece...


(Antônio Maria. Benditas sejam as moças: as crônicas de Antônio Maria. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.)

O texto constrói a coesão com base em diversos elementos linguísticos. Sobre esses elementos, assinale a afirmativa correta.

Alternativas
Q2423803 Português

Para responder às questões 4 e 5, leia o enunciado abaixo:


Chegou o momento em que ficou difícil distinguir se estamos conversando com uma pessoa ou com uma máquina. Ao telefone, nas redes sociais, nos aplicativos e em todo tipo de situação cotidiana, os robôs estão aptos a tratar sobre qualquer assunto, desde fornecer informações básicas, como para onde ir ou quanto pagar, até cobranças automáticas e relacionamentos afetivos. Estão diuturnamente conosco. A pesquisa e o desenvolvimento em inteligência artificial (IA) nos fez chegar ao ponto de caracterizar esse momento tecnológico como a 4º Revolução Industrial. Essa imensa transformação proporciona uma simbiose entre o homem e interfaces digitais que vão além da imaginação. E é um caminho sem volta. Nas ciências da computação, no universo dos algoritmos, as máquinas aprendem sozinhas com os dados já existentes, estabelecem padrões e buscam resultados. Já podemos falar em reconhecimento facial muito acima da capacidade humana de identificar um rosto, por causa dos algoritmos. No varejo, as empresas criaram aplicativos e personagens virtuais que reconhecem textos, falas, gírias, interagem com o consumidor e estimulam as compras.


(Fernando Lavieri. Revista IstoÉ. “Falando com robôs”. Adaptado. 20 de

dezembro de 2019. Edição nº 2608.)

Considerando aspectos semânticos, leia as assertivas:


I. Na frase Estão diuturnamente conosco, o vocábulo diuturnamente refere-se a algo que ocorre todos os dias.

II. O vocábulo simbiose, no contexto em que se encontra, poderia ser substituído, sem alterar o sentido expresso no texto, por associação.

III. O vocábulo universo não poderia ser substituído por cosmos, sob pena de alterar o sentido expresso no texto.


Pode-se afirmar que:

Alternativas
Q2410549 Português

TEXTO 01


O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 01 a 14.


VERDADES


Certa vez, um sultão de coração frio, sonhou que havia perdido todos os dentes.

Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.

"Que desgraça senhor!", exclamou o sábio. "Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!"

"Mas que insolente!", gritou o sultão. "Como se atreve a dizer tal coisa!"

Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas.

Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho.

O outro sábio chegou e disse:

"Senhor, uma grande felicidade vos está reservada: o sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes"!

A fisionomia do sultão se iluminou, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.

Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou ao sábio:

Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega! No entanto, ele levou as chicotadas, e você, moedas de ouro!"

Respondeu, então, o sábio:

"Lembre-se sempre, amigo, de que tudo depende da maneira de dizer as coisas".

Esse é um dos desafios em nossos relacionamentos.

Desafio para as lideranças, para os educadores, para todos nós: a maneira de dizer as coisas, pois as palavras têm força, têm poder.

Elas podem gerar felicidade ou desgraça, moedas de ouro ou chicotadas, paz ou guerra.

A verdade deve ser dita, mas a forma como é feita pode fazer toda a diferença.

Que aprendamos a pronunciar palavras que elevam, que tocam no coração, que transformam e que possibilitam uma convivência melhor nas famílias, nos grupos de amigos e nas equipes de trabalho!


http://www.linguagemdireta.com.br/verdades/ - Adaptado

No texto, aparecem os vocábulos "paz" e "guerra", que, sendo antônimos, contribuem para o desfecho paradoxal expresso no período "Elas podem gerar felicidade ou desgraça, moedas de ouro ou chicotadas, paz ou guerra."


Quanto às relações semânticas dos pares de palavras abaixo, qual das alternativas apresenta um ERRO?

Alternativas
Q2399440 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.


IDEIAS E LIBERDADE


Dias atrás me chamou a atenção um texto do amigo e filósofo Luiz Felipe Pondé. Sua provocação era: “O capitalismo estaria apodrecendo?”. Estaria chegando ao fim sem nenhuma utopia viável para pôr no lugar? Achei interessante aquilo. Existe agora o “modelo chinês”, desafiando a democracia liberal. Há muita instabilidade política e um debate imenso sobre os males do mercado. Estariamos à beira de algum precipício?

Uma das razões para a decadência seria o impacto das novas tecnologias - como a automação, a internet das coisas e a inteligência artificial - na destruição dos empregos. O raciocinio é intuitivo. Quando chegarem os carros autônomos, o que os motoristas do Uber vão fazer? E o pessoal do telemarketing, quando tudo for automatizado? Foi assim com os cubeiros, lá em Porto Alegre, chamados de “tigres”, que carregavam aqueles cilindros com dejetos humanos, antes das redes sanitárias. E com as telefonistas inglesas, que eram 120.000, em 1970, e hoje não passam de 20.000.

Muitos postos de trabalho desaparecerão e outros serão criados. Estudo da OCDE mostrou que, em vinte anos, o emprego industrial declinou 20% mas cresceu 27% no setor de serviços. E o feijão com arroz da economia de mercado. Schumpeter já havia teorizado sobre isso com sua tese da “destruição criadora”. Ainda recentemente, três pesquisadores da Consultoria Deloitte, lan Stewart, Debapratim De a Alex Cole, apresentaram uma pesquisa com dados do censo inglês desde 1871 e foram taxativos: “A tecnologia criou mais empregos do que destruiu nos últimos 144 anos”.

Outra razão do abismo seria a desigualdade. Se tornou comum dizer que a má distribuição de renda vai corroer o sistema. Falta demonstrar qual o padrão “certo” de distribuição econômica que se deve buscar. Como bem observou John Rawls, tendemos a comparar nossa situação com a de pessoas mais próximas a nós, nas comunidades em que convivemos e em relação às posições a que aspiramos. Não na “grande sociedade”. Ninguém acorda todos os dias enfurecido com a fortuna de Jeff Bezos. Mas, com razão nos indignamos se fomos discriminados, no trabalho ou na vida social.

Nos temas que realmente importam há avanços relevantes em nosso tempo. A drástica redução da pobreza talvez seja o mais crucial deles. Apenas no período da malafamada globalização, a pobreza global caiu de 36% para 10% entre 1990 e 2015. Outro aspecto: a convergência das famílias americanas com alimentação caiu de 4,2 dos padrões básicos de vida. O US Bureau of Labor Statistic mostrou que, entre 1901 e 2002 0 gasto das famílias americanas com alimentação caiu de 42% para 13% de sua renda. Na Inglaterra, o gasto caiu de 35%, em 1050, para pouco mais de 11% em 2014.Não só a renda cresceu, como o custo relativo dos produtos básicos caiu significativamente.

Há um tema muito mais amplo ai que se refere à igualdade de direitos. Lembro quando Obama, no aniversário dos cinquenta anos na Marcha de Selma, provocou a imensa multidão que refazia o projeto de Martin Luther King, na luta pelos direitos civis, dizendo que “se você acha que nada mudou nos últimos cinquenta anos, pergunta a alguém que viveu em Selma ou Chicago nos anos 50. Pergunte à mulher que hoje é CEO, e não mais restrita a ser secretária, se nada mudou. Pergunte ao seu amigo gay se é mais fácil ter orgulho na América hoje do que há 30 anos”. E concluiu: “Negar este progresso é roubar nosso próprio poder de transformar.”

No mundo da economia, poucas pessoas expressam melhor um tipo de otimismo realista do que Deirdre Mc-Closkey, autora da monumental trilogia sobre a igualdade, a dignidade e as virtudes burguesas, Deirdre não gosta da palavra capitalismo. Prefere e ideia do “inovismo”. Seu ponto é que não foi o capital, mas, sim as ideias ou a inovação que fizeram a diferença no surgimento da moderna economia do mercado. Em algum momento entre os séculos XVIl e XIX, o homem comum ganhou dignidade. O padeiro, o comerciante, o inventor de coisas. Primeiro timidamente, mas em um processo continuo a pari passu à afirmação das sociedades de direito. Dai o casamento moderno entre a economia de mercado e a democracia liberal.

Fonte: Veja, ed. 2775. Fernando Schuler é cientista político e professor do Insper.

Marque a alternativa em que a mudança de posição dos termos destacados provoca diferenciação semântica:

Alternativas
Respostas
21: C
22: C
23: A
24: B
25: A