Questões de Português - Redação - Reescritura de texto para Concurso
Foram encontradas 9.445 questões
Leia o texto a seguir para responder às questões de 8 a 13.
Texto 02
Por que, com o tempo, os pães endurecem e os biscoitos amolecem?
1-------Alguns alimentos têm as características modificadas quando entram em contato com o ar
2--porque ocorre uma troca de umidade. Os pães ficam duros porque têm muita água, e os biscoitos
3--amolecem devido ao fato de quase não levarem água.
4-------"Isso decorre da própria diferença na composição desses produtos", afirma a química Cláudia
5--Moraes de Rezende, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O biscoito que fica exposto
6--ao ar absorve a umidade e perde a crocância. Em comparação, o pão francês tende a perder água e
7--ficar duro. A quantidade de açúcar, existente na composição de pães e biscoitos, também faz
8--diferença. "Os biscoitos têm bastante, o que favorece a absorção de água. Já o pãozinho tem pouco
9--açúcar e bastante amido. Este último sofre modificações na sua organização estrutural, que
10--estimulam o endurecimento", diz. Para não perder o apetite na hora do lanche, nada melhor do que
11--devorar o pão francês bem quentinho, assim que ele chegar da padaria. Quanto aos biscoitos, a dica
12--é mantê-los guardados na embalagem, em pote de vidro ou dentro da geladeira à espera de serem
13--consumidos.
Galileu, São Paulo, n. 214, p. 30, maio 2009.
Em: “Este último sofre modificações na sua organização estrutural, que estimulam o endurecimento” (linhas 09-10), o conectivo destacado pode ser trocado, sem prejuízo de sentido e sem ferir a norma culta da língua, por:
Leia o texto a seguir para responder às questões de 8 a 13.
Texto 02
Por que, com o tempo, os pães endurecem e os biscoitos amolecem?
1-------Alguns alimentos têm as características modificadas quando entram em contato com o ar
2--porque ocorre uma troca de umidade. Os pães ficam duros porque têm muita água, e os biscoitos
3--amolecem devido ao fato de quase não levarem água.
4-------"Isso decorre da própria diferença na composição desses produtos", afirma a química Cláudia
5--Moraes de Rezende, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O biscoito que fica exposto
6--ao ar absorve a umidade e perde a crocância. Em comparação, o pão francês tende a perder água e
7--ficar duro. A quantidade de açúcar, existente na composição de pães e biscoitos, também faz
8--diferença. "Os biscoitos têm bastante, o que favorece a absorção de água. Já o pãozinho tem pouco
9--açúcar e bastante amido. Este último sofre modificações na sua organização estrutural, que
10--estimulam o endurecimento", diz. Para não perder o apetite na hora do lanche, nada melhor do que
11--devorar o pão francês bem quentinho, assim que ele chegar da padaria. Quanto aos biscoitos, a dica
12--é mantê-los guardados na embalagem, em pote de vidro ou dentro da geladeira à espera de serem
13--consumidos.
Galileu, São Paulo, n. 214, p. 30, maio 2009.
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Texto 02.
I - O uso de aspas em “Isso decorre da própria diferença na composição desses produtos” (linha 4), denota o uso da linguagem não-padrão.
II - Por ser do tipo narrativo, o texto dispensa o uso de objetividade e clareza.
III - A palavra “crocância” (linha 6), sem prejuízo de sentido para o contexto, poderia ser substituída pela expressão “que faz barulho”.
IV - “... nada melhor do que devorar o pão francês bem quentinho...” (linhas 10-11), a palavra destacada, foi usada em sentido conotativo.
Está(ão) CORRETA(S), apenas:
Leia o texto a seguir para responder às questões de 8 a 13.
Texto 02
Por que, com o tempo, os pães endurecem e os biscoitos amolecem?
1-------Alguns alimentos têm as características modificadas quando entram em contato com o ar
2--porque ocorre uma troca de umidade. Os pães ficam duros porque têm muita água, e os biscoitos
3--amolecem devido ao fato de quase não levarem água.
4-------"Isso decorre da própria diferença na composição desses produtos", afirma a química Cláudia
5--Moraes de Rezende, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O biscoito que fica exposto
6--ao ar absorve a umidade e perde a crocância. Em comparação, o pão francês tende a perder água e
7--ficar duro. A quantidade de açúcar, existente na composição de pães e biscoitos, também faz
8--diferença. "Os biscoitos têm bastante, o que favorece a absorção de água. Já o pãozinho tem pouco
9--açúcar e bastante amido. Este último sofre modificações na sua organização estrutural, que
10--estimulam o endurecimento", diz. Para não perder o apetite na hora do lanche, nada melhor do que
11--devorar o pão francês bem quentinho, assim que ele chegar da padaria. Quanto aos biscoitos, a dica
12--é mantê-los guardados na embalagem, em pote de vidro ou dentro da geladeira à espera de serem
13--consumidos.
Galileu, São Paulo, n. 214, p. 30, maio 2009.
Em relação às estruturas, às ideias e à descrição gramatical do Texto 02, assinale a opção CORRETA.
Leia o texto para responder as questões 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
ENVELHECER É UMA ARTE?
Claudio de Moura Castro
Nas palavras de Cícero, envelhecer é coisa boa. Dois mil anos depois, com fartura de números, o tema reaparece nas pesquisas iniciada por R. Easterlin. Detecta-se uma “curva da fossa”: entre 40 e 50 anos, bate um pessimismo, uma insegurança difusa. Mas daí para a frente voltamos a ficar de bem com a vida, cada vez mais felizes – óbvio, só até o corpo fracassar. Será?
Esse lado emocional-filosófico é nebuloso. Amadurecemos com a idade, como sugerem as pesquisas? Ou acumulamos azedumes e rabugices? Ficamos cada vez mais impacientes com a burrice humana? Ou mais bem blindados contra ela? Cada um é cada um. Exploremos alguns temas em que o terreno parece menos pantanoso.
O psicólogo A. Maslow documentou o que significava para ele ir ficando velho. Percebia uma perda progressiva da motivação para fazer as coisas e lidar com desafios. Mais e mais empreitadas deixavam de valer a pena. É o meu caso: já trabalhei no governo, mas hoje nenhum cargo me tentaria. Sinto engulho só de vislumbrar o pesadelo da burocracia pública.
Em sua última entrevista, Paulo Freire segue caminho paralelo a Maslow, afirmando que envelhecer é perder a curiosidade. Se ele tem razão, no meu caso, permaneço jovem, pois minha curiosidade sobrevive, onívora.
O ocaso das faculdades mentais é bem documentado pela pesquisa. Degrada-se a memória, sobretudo a de curto prazo e a dos nomes e datas. O raciocínio matemático começa a derrapar já a partir dos 30. De fato, todos os avanços na área foram feitos por jovens.
A boa notícia é que a capacidade de julgamento, a sabedoria, o "espirit de finesse", mencionado por Pascal, não apenas sobrevivem, mas progridem. Comprovou-se que os velhos precisam ler menos para decidir sobre algum assunto, com igual competência. E, nas humanidades, amadurecemos com os anos, e muito. Romancistas e historiadores? Prefiram os velhos. Aleluia! Com o passar dos anos, políticos entendem melhor a natureza humana, por isso sobrevivem na carreira.
Sabemos também que a inteligência reage como um músculo. A qualquer idade, é fortalecida com exercícios e evapora com a inação. Daí a importância de exercitar a ambos. Se encolhem os desafios mentais na aposentadoria, risco à vida! Não é o contracheque que salva vidas; mas a letargia intelectual mata. Se ficarmos esperando pela morte, ela virá mais célere. Com medo de morrer, continuo trabalhando, freneticamente.
Na minha incauta opinião, conversa de doença não faz bem à saúde. Tampouco é uma boa receita para a longevidade voltar aos lugares em que se viveu ou trabalhou, não encontrar mais conhecidos e ser tratado como um estranho. Caminhando pelas ruas, vemos logo quem tem jeito de aposentado. Falta chispa nos olhos e o andar sugere que não quer chegar a parte alguma. Quem lê obituário, para ficar sabendo dos amigos que morreram, mostra na cara sua vocação para a morte. Cruz-credo! Aliás, a solidão é fatal! Por isso, vale o conselho de Samuel Johnson: enquanto jovem, é preciso cultivar os amigos, pois com a idade vai ficando difícil renovar o plantel.
A decadência do corpo é inexorável. Mais dias de indisposição, dói aqui, dói acolá, mais enguiços e reparos, remedinhos para isso ou para aquilo. Contudo, avanços na medicina e melhores estilos de vida freiam espetacularmente a degradação do corpo. Mantém serelepe muitos velhos que, faz poucas décadas, estariam derrubados. Vejam nas ilustrações antigas a imagem dos avós, circunspectos e encarquilhados. Gente nas mesmas idades está hoje malhando nas academias, subindo montanhas e gabando-se de suas proezas, em todos os azimutes. Obviamente, isso dá trabalho: há que buscar remédios miraculosos, próteses, mandar recauchutar o coração, fazer dietas e exercícios árduos para manter a massa muscular. No meu modesto julgamento, compensa. Isso são teorias. O único ganho indisputável é não ter de entrar em filas. (...)
No trecho: “Mais e mais empreitadas deixavam de valer a pena.” A palavra empreitada pode ser substituída no texto, sem prejuízo de sentido por:
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada afirmativa sobre o emprego do advérbio e a possibilidade de substituí-lo, mantendo-se o mesmo sentido do texto.
A sequência correta é
Leia o texto abaixo e responda às questões que se seguem.
O que constrói o elo social, o que faz existirem tantos vínculos? Está ficando cada vez mais difícil viver em sociedade, bem sabemos. Nossos tempos privatizaram muito do que era público. “A praça é do povo, como o céu é do condor”: o verso de Castro Alves parece, hoje, estranho. Quem vai à praça? A praça, aliás, era já uma herdeira pobre da ágora, da praça ateniense, que não foi lugar do footing ou da conversa mole, mas da decisão política. A ágora era praça no sentido forte, onde as questões cruciais da coletividade eram debatidas e decididas.
Mas mesmo a praça, na acepção de espaço em que as pessoas se socializam, se enfraqueceu. É significativo que Roberto DaMatta, ao analisar a oposição entre o mundo doméstico e o público na sociedade brasileira, oponha à casa a rua, e não a praça. A praça favorece a circulação, no sentido quase etimológico, do círculo, da ida e vinda, do encontro e reencontro: quem se lembra do que se chamava footing nas cidades do interior (os rapazes e moças dando voltas na praça, uns no sentido do relógio e outros no contrário, de modo a se cruzarem seguidas vezes) sabe do que falo. Já a rua é caminho de ida sem volta. Fica-se na praça, anda-se na rua. Vai-se, sai-se.
Ou tomemos outro lado da mesma questão. Como puxamos assunto com um estranho? Alfred Jarry, o autor de Ubu rei, dizia que um dia encontrou uma moça linda, na sala de espera de um médico. Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa. Sacou então de um revólver, deu um tiro no espelho que havia ali, voltou-se para ela e disse: Mademoiselle, agora que quebramos la glace(palavra que quer dizer tanto o gelo quanto o espelho)... É óbvio que era uma brincadeira; a piada valia mais para ele do que a conquista amorosa; imagino a moça gritando, fugindo; mas a questão fica: como quebrar o gelo, como criar um elo?
Stendhal, no seu ensaio “A comédia é impossível em 1836”, diz que os cortesãos, reunidos em Versalhes por Luís XIV, obrigados a ficar lá o dia todo, ou achavam assunto – ou morreriam de tédio. Assim, diz ele, nasceu a arte da conversa. Temas pequenos, leves, mas sobretudo agradáveis começaram a constituir um ponto de encontro de seus desejos e interesses. É nesse mesmo século XVII, segundo Peter Burke [...], que franceses, ingleses e italianos reivindicam a invenção da conversa como arte. Regra suprema: não falar de negócios ou trabalho. Regra suplementar: agradar às mulheres. A arte da conversa é uma retórica do dia a dia. Ela se abre até mesmo para uma dimensão segunda, que é a arte da sedução. Casanova era grande conversador e sedutor renomado.
Eis a questão: uma sociedade que se civiliza precisa de assuntos que sirvam de ponto de encontro para as pessoas, e sobretudo para os estranhos que assim entram em contato. No campo, conheço quase todos os vizinhos; na cidade grande, porém, a maioria é de estranhos. Sai-se do mundo rural quando se começa a conhecer o diferente, o outro – e a aceitá-lo. Isso se dá mediante a oferta de assuntos que abram uma conversa.
Daí a importância de expressões que minimizam ou mesmo aparentemente humilham essa conversa mole, como o small talk, o papo furado ou a bela expressão “jogar conversa fora”, que é muitíssimo sutil, porque dilapidamos palavras justamente para construir amizades, isto é, dissipamos nosso tempo, como num potlatch indígena, precisamente para criar o que há de melhor na vida.
(RIBEIRO, Renato J. )
Altera fundamentalmente o sentido do enunciado no texto a substituição do conector proposta em:
Leia o texto abaixo e responda às questões que se seguem.
O que constrói o elo social, o que faz existirem tantos vínculos? Está ficando cada vez mais difícil viver em sociedade, bem sabemos. Nossos tempos privatizaram muito do que era público. “A praça é do povo, como o céu é do condor”: o verso de Castro Alves parece, hoje, estranho. Quem vai à praça? A praça, aliás, era já uma herdeira pobre da ágora, da praça ateniense, que não foi lugar do footing ou da conversa mole, mas da decisão política. A ágora era praça no sentido forte, onde as questões cruciais da coletividade eram debatidas e decididas.
Mas mesmo a praça, na acepção de espaço em que as pessoas se socializam, se enfraqueceu. É significativo que Roberto DaMatta, ao analisar a oposição entre o mundo doméstico e o público na sociedade brasileira, oponha à casa a rua, e não a praça. A praça favorece a circulação, no sentido quase etimológico, do círculo, da ida e vinda, do encontro e reencontro: quem se lembra do que se chamava footing nas cidades do interior (os rapazes e moças dando voltas na praça, uns no sentido do relógio e outros no contrário, de modo a se cruzarem seguidas vezes) sabe do que falo. Já a rua é caminho de ida sem volta. Fica-se na praça, anda-se na rua. Vai-se, sai-se.
Ou tomemos outro lado da mesma questão. Como puxamos assunto com um estranho? Alfred Jarry, o autor de Ubu rei, dizia que um dia encontrou uma moça linda, na sala de espera de um médico. Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa. Sacou então de um revólver, deu um tiro no espelho que havia ali, voltou-se para ela e disse: Mademoiselle, agora que quebramos la glace(palavra que quer dizer tanto o gelo quanto o espelho)... É óbvio que era uma brincadeira; a piada valia mais para ele do que a conquista amorosa; imagino a moça gritando, fugindo; mas a questão fica: como quebrar o gelo, como criar um elo?
Stendhal, no seu ensaio “A comédia é impossível em 1836”, diz que os cortesãos, reunidos em Versalhes por Luís XIV, obrigados a ficar lá o dia todo, ou achavam assunto – ou morreriam de tédio. Assim, diz ele, nasceu a arte da conversa. Temas pequenos, leves, mas sobretudo agradáveis começaram a constituir um ponto de encontro de seus desejos e interesses. É nesse mesmo século XVII, segundo Peter Burke [...], que franceses, ingleses e italianos reivindicam a invenção da conversa como arte. Regra suprema: não falar de negócios ou trabalho. Regra suplementar: agradar às mulheres. A arte da conversa é uma retórica do dia a dia. Ela se abre até mesmo para uma dimensão segunda, que é a arte da sedução. Casanova era grande conversador e sedutor renomado.
Eis a questão: uma sociedade que se civiliza precisa de assuntos que sirvam de ponto de encontro para as pessoas, e sobretudo para os estranhos que assim entram em contato. No campo, conheço quase todos os vizinhos; na cidade grande, porém, a maioria é de estranhos. Sai-se do mundo rural quando se começa a conhecer o diferente, o outro – e a aceitá-lo. Isso se dá mediante a oferta de assuntos que abram uma conversa.
Daí a importância de expressões que minimizam ou mesmo aparentemente humilham essa conversa mole, como o small talk, o papo furado ou a bela expressão “jogar conversa fora”, que é muitíssimo sutil, porque dilapidamos palavras justamente para construir amizades, isto é, dissipamos nosso tempo, como num potlatch indígena, precisamente para criar o que há de melhor na vida.
(RIBEIRO, Renato J. )
O contexto em que se encontra a forma verbal em destaque torna impróprio o sinônimo indicado para substituí-la em:
Instrução: As questões 06 a 10 referem-se ao texto abaixo
A língua do Brasil amanhã
- ____Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a
- respeito do futuro da nossa língua. ___ vezes se diz
- que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de
- outras línguas supostamente expansionistas (em especial
- o inglês, atual candidato número um a língua universal);
- ou que vai se “misturar” com o espanhol, formando o
- “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper
- pelo uso da gíria e das formas populares de expressão
- (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado).
- Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a
- nossa língua, estou convencido, não está em perigo de
- desaparecimento, muito menos de mistura. Por outro
- lado (e não é possível agradar a todos) acredito que
- nossa língua está mudando, e certamente não será a
- mesma dentro de vinte, cem ou trezentos anos.
- ____O que é que poderia ameaçar a integridade ou
- a existência da nossa língua? Um dos fatores,
- frequentemente citado, é a influência do inglês – o
- mundo de empréstimos que andamos fazendo para
- nos expressarmos sobre certos assuntos.
- ____Não se pode negar que o fenômeno existe; o que
- mais se faz hoje em dia é surfar, deletar ou tratar do
- marketing. Mas isso não significa o desaparecimento
- da língua portuguesa. Empréstimos são um fato da
- vida e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso,
- mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue
- são palavras de origem estrangeira; hoje já se
- naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça
- nelas. Afinal de contas, quando se começou a jogar
- aquela bolinha em cima da mesa, precisou-se de um
- nome; podíamos dizer tênis de mesa, e alguns tentaram,
- mas a palavra estrangeira venceu – só que virou
- portuguesa, hoje vive entre nós como uma imigrante já
- casada, com filhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque.
- ____Quero dizer que não há o menor sintoma de que os
- empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na
- língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em
- pouco tempo, e os que ficam se assimilam. Como toda
- língua, o português precisa crescer para dar conta das
- novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais; e
- pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute,
- balé – e também pode (e com maior frequência)
- criar palavras a partir de seus próprios recursos –
- como computador, ecologia, poluição – ou então esten-
- der o uso de palavras antigas a novos significados –
- executivo ou celular, que significam coisas hoje que
- não significavam ___ vinte anos. Isso está acontecendo
- a todo o tempo com todas as línguas, e nunca levou
- nenhuma delas ___ extinção.
Adaptado de PERINI, M. A. A língua do Brasil amanhã
e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
Páginas 11-14.
O autor apresenta o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado (l. 09) como exemplo de uso de gírias e expressões populares. Assinale a alternativa que apresenta uma possível reescrita dessa frase, de acordo com a norma culta da língua portuguesa.
Leia o texto para responder às questões de números 04 a 13.
Igualdade X liberdade
“Igualdade” se tornou a palavra de ordem deste início do século 21. Para os países pobres, a bandeira não é nova. Eles sempre tiveram no horizonte a meta de reduzir tanto a desigualdade interna (entre milionários e miseráveis) como a externa (entre nações).
Não há dúvida de que sociedades menos desiguais funcionam melhor. Elas tendem a ser mais ricas, assim como mais educadas e menos violentas, e por aí vai. O que é causa e o que é efeito pode ser difícil de determinar, mas está claro que a redução das desigualdades é algo a perseguir.
É preciso, porém, resistir à tentação das interpretações unidimensionais*. Uma das contradições básicas da política, que raramente é mencionada, é que liberdade e igualdade são incompatíveis. Se a sociedade é livre, as pessoas que se esforçarem mais acumularão mais bens e os transmitirão a quem desejarem, tipicamente os filhos. Mas, neste caso, a sociedade deixa de ser igualitária, pois não só alguns terão mais do que outros como também herdarão riquezas pelas quais não trabalharam.
O paradoxo não tem solução. Cada sociedade precisa definir o “mix” de liberdade e igualdade que concederá a seus membros. Não podemos esquecer, porém, que a proporção escolhida tem implicações. Se a liberdade é total, cenários de concentração de renda tendendo ao infinito se tornam possíveis. Se a igualdade é plena, desaparecem os incentivos para produzir mais e, principalmente, para inovar.
Considerando que foi o desenvolvimento científico que tirou a humanidade do estado de penúria material em que viveu na maior parte da história, penso que a liberdade deve ter prioridade. Não se mata a galinha dos ovos de ouro.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)
Vocabulário: * unidimensional: que tem apenas uma dimensão ou que é considerado sob uma única dimensão
Considerando a relação de sentido estabelecida pelos termos em destaque, o trecho “Mas, neste caso, a sociedade deixa de ser igualitária, pois não só alguns terão mais do que outros como também herdarão riquezas...” apresenta reescrita correta em:
Leia o texto para responder às questões de números 04 a 13.
Igualdade X liberdade
“Igualdade” se tornou a palavra de ordem deste início do século 21. Para os países pobres, a bandeira não é nova. Eles sempre tiveram no horizonte a meta de reduzir tanto a desigualdade interna (entre milionários e miseráveis) como a externa (entre nações).
Não há dúvida de que sociedades menos desiguais funcionam melhor. Elas tendem a ser mais ricas, assim como mais educadas e menos violentas, e por aí vai. O que é causa e o que é efeito pode ser difícil de determinar, mas está claro que a redução das desigualdades é algo a perseguir.
É preciso, porém, resistir à tentação das interpretações unidimensionais*. Uma das contradições básicas da política, que raramente é mencionada, é que liberdade e igualdade são incompatíveis. Se a sociedade é livre, as pessoas que se esforçarem mais acumularão mais bens e os transmitirão a quem desejarem, tipicamente os filhos. Mas, neste caso, a sociedade deixa de ser igualitária, pois não só alguns terão mais do que outros como também herdarão riquezas pelas quais não trabalharam.
O paradoxo não tem solução. Cada sociedade precisa definir o “mix” de liberdade e igualdade que concederá a seus membros. Não podemos esquecer, porém, que a proporção escolhida tem implicações. Se a liberdade é total, cenários de concentração de renda tendendo ao infinito se tornam possíveis. Se a igualdade é plena, desaparecem os incentivos para produzir mais e, principalmente, para inovar.
Considerando que foi o desenvolvimento científico que tirou a humanidade do estado de penúria material em que viveu na maior parte da história, penso que a liberdade deve ter prioridade. Não se mata a galinha dos ovos de ouro.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)
Vocabulário: * unidimensional: que tem apenas uma dimensão ou que é considerado sob uma única dimensão
Considere o seguinte trecho do texto:
Uma das contradições básicas da política, que raramente é mencionada...
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em destaque, o trecho apresenta sua reescrita correta e sem alteração do sentido original em:
Leia o texto para responder às questões de números 04 a 13.
Igualdade X liberdade
“Igualdade” se tornou a palavra de ordem deste início do século 21. Para os países pobres, a bandeira não é nova. Eles sempre tiveram no horizonte a meta de reduzir tanto a desigualdade interna (entre milionários e miseráveis) como a externa (entre nações).
Não há dúvida de que sociedades menos desiguais funcionam melhor. Elas tendem a ser mais ricas, assim como mais educadas e menos violentas, e por aí vai. O que é causa e o que é efeito pode ser difícil de determinar, mas está claro que a redução das desigualdades é algo a perseguir.
É preciso, porém, resistir à tentação das interpretações unidimensionais*. Uma das contradições básicas da política, que raramente é mencionada, é que liberdade e igualdade são incompatíveis. Se a sociedade é livre, as pessoas que se esforçarem mais acumularão mais bens e os transmitirão a quem desejarem, tipicamente os filhos. Mas, neste caso, a sociedade deixa de ser igualitária, pois não só alguns terão mais do que outros como também herdarão riquezas pelas quais não trabalharam.
O paradoxo não tem solução. Cada sociedade precisa definir o “mix” de liberdade e igualdade que concederá a seus membros. Não podemos esquecer, porém, que a proporção escolhida tem implicações. Se a liberdade é total, cenários de concentração de renda tendendo ao infinito se tornam possíveis. Se a igualdade é plena, desaparecem os incentivos para produzir mais e, principalmente, para inovar.
Considerando que foi o desenvolvimento científico que tirou a humanidade do estado de penúria material em que viveu na maior parte da história, penso que a liberdade deve ter prioridade. Não se mata a galinha dos ovos de ouro.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 02.01.2016. Adaptado)
Vocabulário: * unidimensional: que tem apenas uma dimensão ou que é considerado sob uma única dimensão
Considere os seguintes trechos do texto:
Eles sempre tiveram no horizonte a meta de reduzir tanto a desigualdade interna...
... foi o desenvolvimento científico que tirou a humanidade do estado de penúria material...
Os termos horizonte e penúria, no contexto em que são empregados, são sinônimos, respectivamente, de
Leia a tira para responder às questões de números 01 a 03.
(Quino, Toda Mafalda. São Pulo: Martins Fontes, 2010)
Considerando o seu uso no contexto da fala do penúltimo quadrinho, “Todo mundo devia ser como você!”, a forma verbal em destaque pode ser corretamente substituída por:
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
Sentimentos Femininos
- Se estou conversando com uma mulher e os olhos dela se enchem de lágrimas – isso acontece
- frequentemente com amigas, colegas de trabalho e namoradas – tenho a sensação, tristíssima, de ser um
- humano defeituoso. É como se faltasse alguma coisa em mim que me impedisse de expressar meus
- sentimentos e emoções da mesma forma. Enquanto elas choram, abraçam, suspiram, tremem, riem, gritam
- e coram, eu tenho apenas o silêncio constrangido ou a racionalidade. Diante da algaravia exuberante dos
- sentimentos femininos, quase nada.
- A sensação não é minha apenas. A perplexidade dos homens frente ao repertório de emoções das
- mulheres é antiga e disseminada. Meu sentimento mais comum é de inveja – como elas conseguem ir tão
- fundo e tão rápido dentro de si mesmas, enquanto eu me sinto preso numa espécie de insensibilidade? –
- mas é possível também ter medo e raiva. É fácil ser frustrado ou afogado por essa aluvião de emoções. É
- comum que, por causa de sentimentos ou da ausência deles, a conversa entre homens e mulheres
- descambe para a mútua incompreensão.
- Houve um tempo, que terminou recentemente, em que era possível passar a vida no universo
- seguro das emoções masculinas. Nós ditávamos o mundo e estabelecíamos as regras de acordo com a
- nossa objetividade. Fora da intimidade do casal ou da família, não havia espaço para o vasto vocabulário
- das sensações femininas. Agora, isso mudou. As emoções das mulheres transbordaram para fora do
- ambiente doméstico e exigem ser levadas a sério. Isso criou, para todos nós, um mundo mais justo, mas
- muito mais complicado.
- Antes, uma mulher chorando no trabalho era motivo de escárnio e piada. Agora, é pelo menos tão
- sério quanto um cara esbravejando. Chefes perplexos passam horas administrando mágoas, inseguranças e
- ressentimentos que não são capazes de entender. É um mundo novo de sutilezas e sensibilidades que se
- impôs, a despeito da resistência dos homens. Se pudessem, eles diriam ___ mulheres que parassem de mimi-
- mi e voltassem ao trabalho, mas não podem. Elas conquistaram o direito de ser elas mesmas durante o
- expediente. Portanto, há que sentar, ouvir, conversar e acomodar sentimentos que aos homens,
- frequentemente, parecem exagerados e injustos, mas que se tornaram parte da realidade. Os homens - ao
- menos esta geração de homens - não compreendem, apenas aceitam. Este é outro motivo pelo qual as
- mulheres tendem ___ prosperar nas organizações modernas. Elas compreendem, e compreensão tornou-se
- essencial a qualquer projeto.
- Fora do trabalho, quando as pessoas não têm obrigação de se entender, as coisas se tornaram
- ainda mais difíceis. As mulheres querem colocar seus sentimentos na mesa e nós, homens, reagimos. Não é
- apenas o fiu-fiu que incomoda as moças nas calçadas e que os homens terão de aprender a suprimir. Há
- coisas mais sutis que emperram o convívio.
- É óbvio que um mundo que responda aos sentimentos de metade da população é um mundo mais
- justo. É evidente, até para o mais xucro dos homens, que não se pode construir uma sociedade, uma
- família ou uma relação de casal harmônicas ignorando a sensibilidade feminina. As mulheres oferecem ao
- planeta um olhar sutil, capaz de distinguir matizes de sentimentos e sensações que a cultura masculina não
- percebe. Com esse olhar ganha-se inteligência, amplitude e profundidade, mas não só. Há confusão
- também.
- A cultura em preto e branco do universo masculino funciona como proteção. A objetividade é um
- escudo contra o caos dos sentimentos. A cultura feminina permite a expressão de um leque maior de
- emoções e a percepção de um mundo mais complexo em seus detalhes, mas tem um lado B. Como se
- desliga a sensibilidade quando ela começa a se tornar autodestrutiva? Como se faz para lidar de forma
- organizada com o mundo exterior quando uma multidão de vozes contraditórias grita dentro de nós,
- exigindo expressão?
- O silêncio interior dos homens é uma coisa triste – como as lágrimas das mulheres frequentemente
- me fazem notar - mas ele permite ouvir o mundo com mais clareza. É um mundo mais simples esse que os
- homens habitam e enxergam, mas ele vem funcionando há milênios. Agora, as mulheres nos propõem o
- desafio de fazer funcionar um mundo mais parecido com elas – com mais cores, mais dimensões, mais
- detalhes e muitos mais sentimentos. Não vai ser fácil, mas não há alternativa. O mundo que os homens
- construíram ___ sua imagem e semelhança está ruindo. É necessário começar um mundo novo.
(Ivan Martins – Revista Época, 9 de março de 2016 – disponível em http://www.epoca.globo.com - adaptação)
Assinale a alternativa na qual o vocábulo possa substituir a palavra “algaravia” (l. 05) sem alterar o sentido do período (desconsidere o emprego de palavras masculinas ou femininas).
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
Sentimentos Femininos
- Se estou conversando com uma mulher e os olhos dela se enchem de lágrimas – isso acontece
- frequentemente com amigas, colegas de trabalho e namoradas – tenho a sensação, tristíssima, de ser um
- humano defeituoso. É como se faltasse alguma coisa em mim que me impedisse de expressar meus
- sentimentos e emoções da mesma forma. Enquanto elas choram, abraçam, suspiram, tremem, riem, gritam
- e coram, eu tenho apenas o silêncio constrangido ou a racionalidade. Diante da algaravia exuberante dos
- sentimentos femininos, quase nada.
- A sensação não é minha apenas. A perplexidade dos homens frente ao repertório de emoções das
- mulheres é antiga e disseminada. Meu sentimento mais comum é de inveja – como elas conseguem ir tão
- fundo e tão rápido dentro de si mesmas, enquanto eu me sinto preso numa espécie de insensibilidade? –
- mas é possível também ter medo e raiva. É fácil ser frustrado ou afogado por essa aluvião de emoções. É
- comum que, por causa de sentimentos ou da ausência deles, a conversa entre homens e mulheres
- descambe para a mútua incompreensão.
- Houve um tempo, que terminou recentemente, em que era possível passar a vida no universo
- seguro das emoções masculinas. Nós ditávamos o mundo e estabelecíamos as regras de acordo com a
- nossa objetividade. Fora da intimidade do casal ou da família, não havia espaço para o vasto vocabulário
- das sensações femininas. Agora, isso mudou. As emoções das mulheres transbordaram para fora do
- ambiente doméstico e exigem ser levadas a sério. Isso criou, para todos nós, um mundo mais justo, mas
- muito mais complicado.
- Antes, uma mulher chorando no trabalho era motivo de escárnio e piada. Agora, é pelo menos tão
- sério quanto um cara esbravejando. Chefes perplexos passam horas administrando mágoas, inseguranças e
- ressentimentos que não são capazes de entender. É um mundo novo de sutilezas e sensibilidades que se
- impôs, a despeito da resistência dos homens. Se pudessem, eles diriam ___ mulheres que parassem de mimi-
- mi e voltassem ao trabalho, mas não podem. Elas conquistaram o direito de ser elas mesmas durante o
- expediente. Portanto, há que sentar, ouvir, conversar e acomodar sentimentos que aos homens,
- frequentemente, parecem exagerados e injustos, mas que se tornaram parte da realidade. Os homens - ao
- menos esta geração de homens - não compreendem, apenas aceitam. Este é outro motivo pelo qual as
- mulheres tendem ___ prosperar nas organizações modernas. Elas compreendem, e compreensão tornou-se
- essencial a qualquer projeto.
- Fora do trabalho, quando as pessoas não têm obrigação de se entender, as coisas se tornaram
- ainda mais difíceis. As mulheres querem colocar seus sentimentos na mesa e nós, homens, reagimos. Não é
- apenas o fiu-fiu que incomoda as moças nas calçadas e que os homens terão de aprender a suprimir. Há
- coisas mais sutis que emperram o convívio.
- É óbvio que um mundo que responda aos sentimentos de metade da população é um mundo mais
- justo. É evidente, até para o mais xucro dos homens, que não se pode construir uma sociedade, uma
- família ou uma relação de casal harmônicas ignorando a sensibilidade feminina. As mulheres oferecem ao
- planeta um olhar sutil, capaz de distinguir matizes de sentimentos e sensações que a cultura masculina não
- percebe. Com esse olhar ganha-se inteligência, amplitude e profundidade, mas não só. Há confusão
- também.
- A cultura em preto e branco do universo masculino funciona como proteção. A objetividade é um
- escudo contra o caos dos sentimentos. A cultura feminina permite a expressão de um leque maior de
- emoções e a percepção de um mundo mais complexo em seus detalhes, mas tem um lado B. Como se
- desliga a sensibilidade quando ela começa a se tornar autodestrutiva? Como se faz para lidar de forma
- organizada com o mundo exterior quando uma multidão de vozes contraditórias grita dentro de nós,
- exigindo expressão?
- O silêncio interior dos homens é uma coisa triste – como as lágrimas das mulheres frequentemente
- me fazem notar - mas ele permite ouvir o mundo com mais clareza. É um mundo mais simples esse que os
- homens habitam e enxergam, mas ele vem funcionando há milênios. Agora, as mulheres nos propõem o
- desafio de fazer funcionar um mundo mais parecido com elas – com mais cores, mais dimensões, mais
- detalhes e muitos mais sentimentos. Não vai ser fácil, mas não há alternativa. O mundo que os homens
- construíram ___ sua imagem e semelhança está ruindo. É necessário começar um mundo novo.
(Ivan Martins – Revista Época, 9 de março de 2016 – disponível em http://www.epoca.globo.com - adaptação)
Desconsiderando o emprego de maiúsculas e minúsculas, o vocábulo “se” (l.01, 1ª ocorrência) insere a ideia de ____________ e poderia ser substituído por _____________, desde que ____________ alterações no período.
Texto para as questões de 1 a 5.
1 Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento
capaz de suprir as necessidades da geração atual,
garantindo a capacidade de atender às necessidades das
4 futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os
recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre
7 Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações
Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois
objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação
10 ambiental.
Nos últimos anos, práticas de responsabilidade social
corporativa tornaram‐se parte da estratégia de um número
13 crescente de empresas, cientes da necessária relação entre
retorno econômico, ações sociais e conservação da
natureza e, portanto, do claro vínculo que une a própria
16 prosperidade com o estado da saúde ambiental e o
bem‐estar coletivo da sociedade.
É cada vez mais importante que as empresas tenham
19 consciência de que são parte integrante do mundo e não
consumidoras do mundo. O reconhecimento de que os
recursos naturais são finitos e de que deles dependem a
22 sobrevivência humana, a conservação da diversidade
biológica e o próprio crescimento econômico é fundamental
para o desenvolvimento sustentável, conceito segundo o
25 qual a utilização dos recursos naturais deve ser feita com
responsabilidade.
O consumidor é cada vez mais consciente do peso
28 ecológico e social de suas próprias escolhas. Assim, para a
empresa garantir a satisfação dos consumidores, ela terá,
cada vez mais, de fornecer respostas coerentes a esses
31 assuntos, reconhecendo a crescente sensibilidade do
mercado a temáticas como a sustentabilidade e
empenhando‐se em atingir resultados positivos a favor do
34 meio ambiente.
Internet: <www.wwf.org.br> (com adaptações).
Assinale a alternativa em que é apresentada proposta de reescrita gramaticalmente correta e coerente para o seguinte trecho do texto: “Assim, para a empresa garantir a satisfação dos consumidores, ela terá, cada vez mais, de fornecer respostas coerentes a esses assuntos” (linhas de 28 a 31).
Metendo a tesoura
Ganhei de minha filha uma calça jeans realmente irada. Tão irada, que já veio rasgada, esfolada, remendada. Coisa da moda. Da moda de hoje. Talvez de ontem, coisa que começou nos anos 60.
Rubem Braga dizia que ele era do tempo em que geladeira era branca e telefone era preto. Com efeito, houve um tempo, algo entre o Mesozoico e o Paleolítico superior, em que todos os automóveis eram pretos e as etiquetas sociais eram outras. Mas ganhei esse jeans iradíssimo, surradíssimo e, contraditoriamente, novo. Lembrei-me de quando fui lecionar na Califórnia nos anos 60 (ah! Os anos 60! “those were the days, my friend, I thouught they’ll never end”) (que quer dizer – aqueles foram os dias, meu amigo, pensei que eles nunca fossem terminar) e no primeiro dia de aula causou-me surpresa ver os estudantes de bermuda na aula, mas uma bermuda toda desfiada, meio rasgada. Meninos e meninas meio molambentos, até descalços, e não eram mendigos, eram jovens californianos ricos, cheios de dentes e brilho nos olhos e na pele, falando alto e achando que o mundo era deles. E quase era. Mas muitos deles foram morrer no Vietnã.
Mas eu via aqueles garotos em plena emergência da ideologia hippie, e pensava: eles brincam de pobre porque são ricos, vai ver que nunca viram um, por isto, estão se fantasiando assim. Enfim, fazia parte da revolução de costumes, inverter papeis, subverter o sistema.
Mas o fato é que ganhei aquele jeans. Não era tão degenerado como um que vi o Ronaldinho, numa foto, usando, rasgado de propósito no joelho e que ele botou para ir a uma festa, como se estivesse de fraque. Examinei o meu jeans e dentro, costurado, havia não sei quantas etiquetas dizendo que veio do México com sofisticadas instruções de como lavar o valioso traste. Quer dizer, a moda é do “trash”, mas a gente tem que, mesmo assim, ter cuidado para não estragar o estragado. Então, o experimentei. E ficou ótimo. Cintura baixa, “muderno”. Meio esfolado, com desgaste e talhos aqui e ali.
Terei coragem? Não fica ridículo num coroa? Mas há muito que aceito, aliás, obedeço sugestões de vestuários das filhas e da mulher. Me olhei no espelho e voltei a ter 27 ou 17 anos talvez.
Mas estava sobrando quatro ou cindo dedos de pano na bainha. Tem uma loja ali na esquina que faz bainha, me lembram. Mas aí, o grande paradoxo: como e por que levar para fazer bainha num jeans desmazelado? Que hipocrisia é essa? Estou tendo de ler notícias sobre o Severino*, estou tendo que enfrentar tiroteios na Linha Vermelha. Guerra é guerra, uai! Na véspera, uma amiga disse que a filha compra roupas e, quando estão meio grandes, mete a tesoura na sobrante bainha, forçando até para que o tecido desfiasse.
Houve um tempo em que o telefone e a geladeira eram pretos e quem tivesse um fiapo na roupa morria de vergonha. Agora saímos para mostrar a descostura, o avesso, a etiqueta do fabricante, o rasgão.
Ou seja, como nas bienais, o rascunho virou obra de arte.
Affonso Romano de Sant’Anna
* Severino – Político pernambucano. Foi presidente da Câmara dos Deputados entre fevereiro e setembro de 2005, quando renunciou.
Observe a charge abaixo:
O conectivo “mas” pode ser substituído SEM alteração de sentido por:
Texto para as questões 01 a 10
SOMOS SERES RETÓRICOS
Se você fosse uma velha senhora e descobrisse que, por um terrível engano, jogara cinquenta mil dólares no lixo, processaria um vizinho desempregado que, repentinamente e na mesma época da perda, enriquecera com um dinheiro achado também no lixo?
Se você fosse esse homem desempregado, como argumentaria a seu favor?
Se você fosse um vizinho e o chamassem para opinar sobre o caso, daria a um ou a outro? Por quê?
Se você fosse o advogado do homem que encontrara o dinheiro no lixo, aceitaria que seu cliente fosse processado por "fraude"?
Com certeza, várias serão as respostas para essas questões e, cada personagem, em função de sua posição nessa história, apresentará um discurso diferente. Todos defenderão com ardor as "suas" opiniões e irão valer-se da língua como um lugar de confronto das subjetividades. Provavelmente, chamarão seus pontos de vista de "razão" e suas "razões" de "verdade".
Enfim, somos seres retóricos. Por termos crenças, valores e opiniões, valemo-nos da palavra como um instrumento revelador de nossas impressões sobre o mundo, de nossos sentimentos, convicções, dúvidas, paixões e aspirações. Pela palavra, tentamos influenciar as pessoas, orientar-lhes o pensamento, excitar ou acalmar as emoções para, enfim, guiar suas ações, casar interesses e estabelecer acordos que nos permitam conviver em harmonia:
Fonte: Estado de S. Paulo, 26 mar. 2005.
Somos também, pela palavra, construtores sociais, sujeitos ativos que, de um modo ou de outro, se revelam no convívio com as pessoas. No texto, lugar de interação e de comunicação entre interlocutores, buscamos construir sentidos que, depois, serão interpretados e constituirão nosso discurso e o do outro.
Agimos retoricamente quando nos valemos do discurso para descrever, explicar e justificar nossa opinião com o objetivo de levar o outro a aceitar nossa posição. Como oradores, somos influenciadores e demonstramos a realidade sob certos ângulos, justificamos nossa posição em termos aceitáveis para conquistar a adesão de nosso interlocutor, para propor uma nova visão da realidade, para ajustar nossos interesses à sensibilidade e interesses de quem nos ouve. Como auditório, aceitamos se a construção retórica é ou não interessante, justa, bela, útil ou agradável suficientemente para que concordemos com o que nos foi exposto.
FERREIRA, Luiz Antonio. Leitura e Persuasão. São Paulo: Contexto, 2015.
A expressão em função de, no mesmo parágrafo, não poderia ser substituída, sem alterar o sentido, por:
Leia o texto a seguir para responder às questões de 11 a 16.
Nós e os brasileiros
Gostamos muito de falar dos brasileiros.
Alguns de nós, mais inclinados para a pureza, reclamamos muito por causa da suposta brasileirização da cultura portuguesa, a começar no excesso de telenovelas brasileiras (tópico na moda há uns anos, entretanto apagado por via duma dieta prolongada de novelas da TV) e a terminar no horror ao Acordo Ortográfico, para muitos uma cedência imperdoável da nossa alma linguística ao Brasil.
Outros de nós gostamos do Brasil porque nos dá uma sensação de grandeza, chamemos-lhe lusofonia ou a tal pátria que é a língua portuguesa. Sem o Brasil, a lusofonia seria uns pedacinhos de terra europeus e africanos. Quem gosta de sentir uma identidade mais misturada em direcção ao sul gosta muito do Brasil e não se importa com miscigenações culturais e linguísticas. Fica até aliviado, que isto da pureza cansa muito.
Há ainda quem misture um pouco as coisas e goste que os brasileiros falem a nossa língua, mas gostava mais se não tivessem esse desplante de a falar doutra maneira.
Para o mal e para o bem, o Brasil é uma das balizas da nossa identidade: pelo medo ou pelo fascínio, está bem presente nas discussões sobre o que é ser português.
Ora, para os brasileiros, somos pouco mais do que um povo europeu como os outros (que por obra do mero acaso lhes deu o nome à língua e aparece nos livros de história). Enfim, também lhes demos alguns imigrantes, umas boas anedotas e, agora, alguns actores desempoeirados. Pouco mais do que isso.
Os brasileiros conhecem Portugal, até têm avós transmontanos, mas estamos longe de ser uma das balizas da identidade brasileira. Somos uma curiosidade histórica.
A língua portuguesa é parte, claro, da identidade brasileira, mas sem que por isso os brasileiros sintam uma ligação especial ao longínquo país donde a língua veio (e donde vieram os brasileiros quase todos, claro). Para os brasileiros, o nome da língua é um pormenor: o importante é não ser a mesma língua dos vizinhos.
Em suma, o que para nós é um foco de tensão identitária, para eles não aquece nem arrefece.
[...]
NEVES, Marco. Blog da Parábola Editorial. Disponível em: < https://goo.gl/qWPdWy >. Acesso em: 20 out 2017.
Releia o trecho a seguir para responder às questões de 12 e 13.
“Em suma, o que para nós é um foco de tensão identitária, para eles não aquece nem arrefece.”
Pelo contexto, é possível perceber que o verbo “arrefecer” pode ser substituído, mantendo-se a mesma relação semântica entre as palavras, pelo verbo:
Leia o texto a seguir para responder às questões de 6 a 10.
A liberdade sempre foi um elemento fundamental da cultura ocidental, que tem nela toda sua sólida base cultural.
Há dois caminhos para se conceituar “liberdade”. O primeiro, de natureza filosófica, examina-a sob o prisma do determinismo e do livre-arbítrio. O homem, em sociedade, está sujeito a limitações permanentes. Sofre injustiças, é cerceado na sua espontaneidade. O Estado o envolve com seu manto quase sempre opressor.
Por outro lado, por mais que o homem se envolva nas teias limitadoras da sociedade, sobra-lhe sempre um espaço em que é autônomo para pensar e agir. Nele faz escolhas e exerce predileções. É sujeito responsável por tudo que faz. Livre-arbítrio e liberdade são dois parâmetros em que o homem se situa, ora limitado ou autônomo para agir.
O segundo caminho da liberdade é o jurídico. O homem, desde que superou a condição de nômade e se estabeleceu em território fixo, criou imediatamente normas que possibilitaram a convivência das tribos. Depois, com o correr dos séculos, em lenta, mas permanente evolução, criou o Estado para regular uma sociedade cada vez mais difícil e completa. Esta sociedade abafa e limita o indivíduo que é obrigado a ceder, para o interesse público e vontade coletiva, muito de sua liberdade.
Também aqui, criou-se um espaço, à custa de esforço, lutas e guerras entre o indivíduo e o Estado, verdadeiro Leviatã que a cada dia o envolve em sua rede cada vez mais limitadora. A resposta foi a criação de direitos que a experiência e a história do homem colocou como imprescindíveis para a vida coletiva e individual. São os direitos humanos, que passaram a anteceder o Estado, impondo-lhe limitações e reservas. Entre eles e o Estado nasceu a liberdade moderna, com o necessário equilíbrio nem sempre fácil de obter.
Se há liberdade “plena”, ela se deturpa em libertinagem. Se não há liberdade, caímos no mundo das ditaduras em que o homem é apenas um ser que vive debaixo do tacão do Estado. Assemelha-se aos animais e reduz-se à vida não criativa, tornando-se mera unidade social.
[...]
SILVA, Antônio Álvares. Hoje em dia. Disponível em: < https://goo.gl/QCG3vf >. Acesso em: 19 out. 2017 (Fragmento adaptado).
Releia o trecho a seguir.
“Depois, com o correr dos séculos, em lenta, mas permanente evolução, criou o Estado para regular uma sociedade cada vez mais difícil e completa.”
Esse trecho não pode, sem prejuízo de seu sentido original, ser reescrito da seguinte forma:
Considere o texto abaixo para responder às seis próximas questões.
O mundo com sede
O Brasil tem água potável suficiente para abastecer cinco vezes a população da Terra. Mas a distribuição pelo território nacional não é equilibrada.
Os números sobre os recursos hídricos brasileiros são um exagero. Os rios que cortam o Brasil carregam 12% do total de água doce superficial do planeta - o dobro de todos os rios da Austrália e Oceania, 42% a mais que os da Europa e 25% a mais que os do continente africano.
Mesmo contando com as épocas de seca, em que os rios reduzem muito sua vazão, temos água para satisfazer as necessidades do país por 57 vezes. Com todo esse volume, seria possível abastecer a população de mais cinco planetas Terra - 32 bilhões de pessoas -, com 250 litros de água para cada um por dia.
Mas, como ocorre em outras partes do mundo, aqui também os recursos hídricos são mal distribuídos: 74% de toda água brasileira está concentrada na Amazônia, onde vivem apenas 5% da população. Uma característica que as bacias têm em comum: todas sofrem com algum tipo de degradação por causa da ação do homem.
A fim de gerenciar os recursos hídricos brasileiros, a Agência Nacional das Águas (ANA) divide o país em 12 regiões hidrográficas, que correspondem a 12 bacias. É com base nessa divisão que o governo federal calcula e gerencia a relação entre a oferta e a demanda de água no país. A gestão da rede hídrica nacional é fundamental para evitar a destruição dos recursos naturais e a repetição dos episódios de racionamento e blecaute que afetaram algumas regiões do país mais de uma vez.
A cada segundo, o Brasil retira de seus rios somente 3,4% da vazão total. Mas apenas pouco mais da metade disso é efetivamente aproveitada e não retorna às bacias. A região hidrográfica que mais consome água é a do Paraná, responsável por 23% do total. Na região Atlântico Nordeste Oriental, onde a maioria dos cursos de água é intermitente, as retiradas superam a disponibilidade hídrica.
Em algumas localidades, a água disponível por habitante não supera os 500 metros cúbicos por ano. Isso significa que cada cidadão da região sobrevive com um volume de água equivalente a um terço do volume que caracteriza o estresse hídrico, segundo a ONU: 1,7 mil metros cúbicos por ano. Como ocorre no restante do mundo, a maior parcela da água consumida no país vai para a agricultura.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_261013.shtml?func=2. Acesso em 20/11/2015.
Considere o trecho abaixo.
“É com base nessa divisão que o governo federal calcula e gerencia a relação entre a oferta e a demanda de água no país. A gestão da rede hídrica nacional é fundamental para evitar a destruição dos recursos naturais e a repetição dos episódios de racionamento e blecaute que afetaram algumas regiões do país mais de uma vez”.
Os termos grifados poderiam ser substituídos, sem alteração substancial do sentido, respectivamente, por: