Questões de Português - Vícios da linguagem para Concurso

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Q2743937 Português

INSTRUÇÃO: Leia o trecho abaixo de artigo de Lya Luft – Seremos todos trouxas? – publicado na revista Veja de 30 de março de 2016, para responder às questões de 01 a 04.


Tenho escolhido muito cuidadosamente minhas palavras nas tantas dezenas, já centenas, de artigos aqui publicados, para não ser diretamente ofensiva e jamais incorrer em alguma injustiça que poderia ter sido prevenida, pois pobre de quem quiser ser juiz de outro. Mas aos poucos as palavras começam a fugir dos arreios que a prudência lhes tem imposto, e reclamam, e se agitam, e se queixam, exigindo que as deixe brotar naturalmente. Por isso tenho me perguntado, e a algumas pessoas mais chegadas, diante dos absurdos que acontecem: somos mesmo um país de trouxas para nos tratarem assim? Que falta de noção, de ridículo, que falta de respeito, tanta empulhação feita e dita com cara séria e até frases de retórica, como se fôssemos uma manada de imbecis.

[...]

Não é possível que nós, o povo brasileiro – que, repito, não é constituído só de operários, sindicalistas, despossuídos, explorados, mas de cada um dos que, como eu, trabalham para pagar suas contas e seus impostos, labutam, se desgastam, correm, criam sua família, cuidam de seus amigos, e à noite perdem o sono pensando no que será de nós – aceitemos o que está ocorrendo.

As figuras de linguagem são recursos que tornam as ideias mais expressivas. O polissíndeto é uma das figuras utilizadas na construção do texto, a exemplo de

Alternativas
Q2743031 Português

Observe as frases abaixo:


I. As rosas florescem em maio.

II. As margaridas florescem em agosto.

III. As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto.


A técnica utilizada para unir as frases I e II, formando a frase III, sem repetir o verbo “florescer”, é denominada:

Alternativas
Q2742950 Português

Texto para as questões 1 a 5:


Canção Amiga


Carlos Drummond de Andrade


Eu preparo uma canção

em que minha mãe se reconheça,

todas as mães se reconheçam,

e que fale como dois olhos.


Caminho por uma rua

que passa em muitos países.

Se não se vêem, eu vejo

e saúdo velhos amigos.


Eu distribuo um segredo

como quem anda ou sorri.

No jeito mais natural

dois carinhos se procuram.


Minha vida, nossas vidas

formam um só diamante.

Aprendi novas palavras

e tornei outras mais belas.


Eu preparo uma canção

que faça acordar os homens

e adormecer as crianças.

Nos versos “Eu preparo uma canção / que faça acordar os homens / e adormecer as crianças.”, as palavras “acordar e adormecer” são a chave de uma figura de linguagem. Indique-a entre as alternativas abaixo:

Alternativas
Q2742403 Português

Leia o texto para responder as questões 9 e 10.


Desencanto

Manuel Bandeira


Eu faço versos como quem chora

De desalento... de desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente,

Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre.

De acordo com o contexto, o poeta afirma que o verso, as suas escritas, dão vida a ele. Para o autor, é preciso de sangue correndo nas veias para sobreviver. Em “Meu verso é sangue.” A figura de linguagem é a:

Alternativas
Q2741523 Português

Instrução: As questões 11 a 20 referem-se ao texto abaixo.


  1. _____Todo mundo teve ao menos uma namorada esquisita,
  2. comigo não foi diferente. Beber é trivial, bebe-se por
  3. prazer, para comemorar, para esquecer, para suportar
  4. a vida, mas beber para ficar de ressaca nunca tinha
  5. visto. Essa era Stela, ela bebia em busca do lado escuro
  6. do porre. Acreditava que precisava desse terremoto
  7. orgânico para seu reequilíbrio espiritual.
  8. _____Sua ressaca era diferente, não como a nossa, tingida
  9. de culpa pelo excesso. A dela era almejada, portanto
  10. com propriedades metafísicas. Nem por isso passava
  11. menos mal, sofria muito, o desconforto era visível,
  12. pungente. Tomava coisas que poucos profissionais
  13. do copo se arriscariam, destilados das marcas mais
  14. diabo. Ou então era revés de um vinho da Serra com
  15. nome de Papa, algo que nem ao menos rolha tinha,
  16. era de tampinha. Bebida que, com sua qualidade,
  17. desonrava, simultaneamente, os vinhos e o pontífice.
  18. _____Não era masoquismo. Acompanhando suas
  19. peregrinações etílicas, cheguei a outra conclusão: ela
  20. realmente precisava daquilo. Stela inventara uma
  21. religião do Santo Daime particular, caseira, sabia que
  22. era preciso passar pelo inferno para vislumbrar o céu.
  23. Os porres eram uma provação cósmica, um ordálio
  24. voluntário, um encontro reverencial com o sagrado.
  25. _____Depois da devastação do pileque, ela ficava melhor.
  26. Uma lucidez calma a invadia, sua beleza readquiria os
  27. traços que a marcavam, seus olhos voltavam ao
  28. brilho que me encantara. Tinha mergulhado no poço
  29. da existência e reavaliado seus rumos. Durante dias a
  30. paz reinava entre nós e entre ela e o mundo.
  31. _____Mas bastava uma nova dúvida em sua vida, uma
  32. decisão a tomar, e ela requisitava mais um inferno para
  33. se repensar. A rotina era extenuante. Quem aguenta uma
  34. mulher que, em vez de falar sobre a vida, mergulha
  35. num porre xamânico? Mas o amor perdoa. Lá estava
  36. eu ajudando-a a levantar-se de mais uma triste
  37. manguaça. Fiquei expert em reidratar e reanimar mortos,
  38. em contornar enxaquecas siderais e em amparar dengues
  39. existenciais
  40. _____Amava Stela pela inusitada maneira de consultar o
  41. destino. Triste era o desencontro. Eu cansado por
  42. cuidá-la depois de uma noite mal dormida, servindo de
  43. enfermeiro, e ela radiante, prenha da energia que a
  44. purgação lhe rendera.
  45. _____Stela era irredutível no seu método terapêutico,
  46. dizia que só nesse estado se encontrava com o melhor
  47. de seu ser. Reiterava que era mais sábia durante o
  48. martírio. Insistia que, sóbria, em seu estado normal,
  49. sofria de um otimismo injustificado que lhe turvava a
  50. realidade. Seu lema era: “Só na ressaca enxergamos o
  51. mundo como ele é”.
  52. _____Um dia, sem muitas palavras, Stela foi embora.
  53. Alguma ressaca oracular deve ter lhe dito que eu não
  54. era bom para seu futuro. Não a culpo.


Adaptado de: CORSO, M. O valor da ressaca. Zero Hora, n. 18489,

02/04/2016. Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a5711255.xml&template=3916.dwt&edition=28691§ion=4572. Acessado em 02/04/2016.

Assinale a alternativa em que o trecho extraído do texto NÃO contém expressão com sentido metafórico.

Alternativas
Respostas
131: D
132: D
133: A
134: B
135: E