Questões de Concurso
Sobre teorias e práticas para o ensino de história em pedagogia
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Texto 15A2CCC
Ambientado na década de 1960 em Jackson, Mississipi (EUA), o livro A Resposta (tradução do título em inglês de The Help e adaptado para o cinema como Histórias Cruzadas, 2011) é dividido em capítulos narrados sob a perspectiva de personagens distintas. Entre elas estão Aibileen, uma empregada doméstica negra que cuida das crianças de seus patrões brancos, e Skeeter, uma recém-formada jornalista branca e rica, que não concorda com as atitudes das patroas brancas da cidade. Skeeter propõe para Aibileen contar a vida cotidiana de Jackson, a partir da visão das empregadas domésticas negras. Vale dizer que o sul dos Estados Unidos da América tem uma herança histórica marcada pelo conservadorismo político, racial e social. Passados quase cem anos da promulgação da 13. ª Emenda à Constituição Americana — que declarou o fim da escravidão —, ainda se podia notar uma divisão entre a população causada pelo racismo, o que levou à marginalização dos negros. Isso se dava principalmente devido à existência de um sistema de segregação denominado leis Jim Crow, que vigorou no período de 1870 a 1960.
Bruna Corrêa. Resenha literária: A resposta, de Kathryn Stockett.
Internet:
Acerca do uso de instrumentos pedagógicos e de recursos audiovisuais e textuais variados em aulas de história, julgue o item a seguir, considerando o contexto abordado no texto 15A2CCC.
O uso de documentos fílmicos nas aulas como fonte histórica
permite aos estudantes desenvolverem estratégias de
observação, reflexão, comparação e crítica, que contribuem
para a aprendizagem da História e também para a construção
de operações mentais que permitem ao indivíduo interpretar
e orientar suas experiências cotidianas.
Com base nos textos 15A2AAA e 15A2BBB, julgue o próximo item, a respeito do ensino de história da religiosidade africana e dos aspectos a ele relacionados.
A escola desempenha uma função relevante no combate às
discriminações e na emancipação dos grupos discriminados ao
proporcionar aos estudantes o acesso a conhecimentos
científicos e registros culturais diferenciados.
Texto 26A2BBB
Tupac já dizia:
“Algumas coisas nunca mudam...”
Algumas coisas nunca mudam...
Aí! São... regras do mundão.
Perdi a conta de quantos escondem a bolsa se digo “Que horas são?”
Taxistas perguntam mais que policiais a mim.
Sim! Indescritível como é ruim.
Nasci vilão, só veneno.
Com o incentivo que me dão, errado tô se eu não virar memo.
Suor na cara, levando currículo do cara...
Até porque onde eu moro, buso não para.
Pé de barro, meio dia, inspirando piada nos boy, transpirando medo nas tias.
Tudo é tão óbvio. Cê não vê que vai juntando ingrediente da bomba
relógio.
Eu sinto dor (Dor), eu sinto ódio (Ódio), é quente,
Sem nem saber o nome dessa gente
Católica, de bem, linda...
Cê já notou? Pior que nem falei minha cor ainda!
(...)
Aí... Explica pra assistente social que pai de gente igual a gente,
não sabe usar a mente, só o pau.
Que quem educa nóiz, na escola estadual,
joga na cara todas as manhãs que ganha mal.
Que é incrível quantos de nóiz senta no fundo da sala pra ver se fica
invisível.
Calculo o prejuízo!
Nossas crianças sonha que quando crescer vai ter cabelo liso. (shiii)
(...)
Cê sabe o quanto é comum dizer que preto é ladrão,
antes memo da gente saber o que é um.
(...)
Emicida. Cê lá faz ideia. Emicídio, Laboratório Fantasma, 2010, 02 (com adaptações).
Considerando o texto 26A2BBB, julgue o item subsequente.
O texto 26A2BBB mostra-se limitado como recurso
pedagógico para aulas de sociologia no ensino médio, uma vez
que sua abordagem se reduz a questões de senso comum, sem
reflexões a respeito da diversidade e do exercício da cidadania.
Em “Materialidade da experiência e materiais de ensino e aprendizagem”, Marcos Silva e Selva G. Fonseca discutem a respeito da cultura material e de suas relações com o ensino e o aprendizado da História, enfocando o exemplo de museus nacionais, como o Museu do Ipiranga (São Paulo).
À luz das considerações apresentadas pelos autores, assinale a opção que exemplifica corretamente ações educativas realizadas no espaço do museu.
“O Egito já não são apenas os faraós, mas também as muitas e muitas aldeias, não há apenas continuidade, mas mudança, mostra-se que ali conviviam povos e culturas variadas: egípcios, núbios, hícsos, hebreus, gregos, romanos. A Mesopotâmia já não é apenas o mundo dos déspotas precursores de Saddam Hussein, mas um local onde a variedade cultural produziu uma infinidade de reflexões, muitas delas profundamente enraizadas em nossa própria cultura. Os hebreus já não são apenas precursores do cristianismo, mas fazem parte de nossa própria maneira de conceber o mundo. A Antiguidade tampouco inicia-se com a escrita, mas, cada vez mais, busca-se mostrar como o homem possui uma História Antiga multimilenar, anterior à escrita em milhares de anos.”
FUNARI, Pedro Paulo “A renovação da História Antiga” in KARNAL, Leandro (Org.) História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. Contexto, 2015, p. 97.)
Nesse trecho, o autor se refere à renovação da História Antiga nos livros didáticos brasileiros ocorrida nas últimas três décadas.
A respeito das inovações interpretativas que permitiram sua renovação, analise as afirmativas a seguir.
I. A revisão da concepção oitocentista da dualidade entre Oriente e Ocidente desconstruiu a visão eurocêntrica da História Antiga, até então considerada a etapa fundadora da História Universal.
II. A incorporação de novos temas, como, por exemplo, o das relações de gênero, ressignificou o estudo da História Antiga em função da relação entre o mundo contemporâneo em que vivemos e a experiência social da Antiguidade.
III. A crítica à hegemonia dos documentos escritos e a incorporação da cultura material, pelo estudo de edifícios, estátuas, cerâmica e pinturas, possibilitaram o fortalecimento de uma história política da Antiguidade.
Assinale:
Ao abordar o problema dos currículos de História nas escolas em um contexto global e multicultural, Marcos Silva e Selva G. Fonseca se perguntam o que ensinar no mundo multicultural e se apropriam do pensamento do educador Peter McLaren, que, ao ir além do termo crítico, defende o “multiculturalismo revolucionário, que não se limita a transformar a atitude discriminatória, mas se dedica a reconstituir as estruturas profundas da economia política, da cultura e do poder nos arranjos sociais contemporâneos. Ele não significa reformar a democracia capitalista, mas transformá-la, cortando as suas articulações e reconstruindo a ordem social do ponto de vista dos oprimidos”.
MCLAREN, Peter apud SILVA, Marcos e FONSECA, Selva G. Ensinar História no século XXI: em busca do tempo entendido. Campinas: Papirus, 2007, p. 46.
Para os autores, o multiculturalismo crítico e revolucionário é
O Marechal Junot, da infantaria francesa, entrou em Lisboa junto com a chuva. Uma chuva fina, matinal, que agulhava os ossos. A corte tinha de fugir, conforme o combinado com a Inglaterra.
Os fujões quiseram raspar até a prata dos altares. Em suas arcas, atacharam pra mais de 80 milhões de cruzados, em ouro e diamantes. (Curiosa ironia: migalhas da riqueza iam de volta, agora, para o Brasil.)
O cais de Belém lembrava uma feira, mas feira do inferno. Lacaios se entrechocavam e mordiam. Marujos ingleses berravam palavrões cabeludos por sobre as cabeças das senhoras. A um simples estouro de cavalos, centenas de peralvilhas jogavam-se ao mar. A quem assistisse – 15 mil nobres embarcando em 36 navios – o espetáculo podia ser divertido, jamais bonito.
E D. João? Corria que já embarcara. Mas quando? Perguntava a turba com raiva, contida pela fileira de soldados. ‘Foi aquela criada grandona, andar de pata choca, não vira?’ O covarde disfarçara-se. Agora é a vez da rainha-mãe. Arrancada aos murros, a demente sorve aflitivamente o ar das ruas: há 16 anos não a tiram da cela. (...)
Achavam que a coitada não percebia nada. A chuva, contudo, acordou-lhe a razão. Começou a berrar.
– Não corram tanto! Acreditaram que estamos fugindo. Por que fugir sem ter combatido?
(In: SANTOS, Joel Rufino dos. História do Brasil. São Paulo: Marco editorial, 1979, p. 77)
Para Jörn Rüsen a consciência histórica pode ser definida como uma categoria que se relaciona a toda forma de pensamento histórico, através do qual os sujeitos possuem a experiência do passado e o interpretam como história. Em outras palavras ela é ‘(...) a suma das operações mentais com as quais os homens interpretam sua experiência da evolução temporal de seu mundo e de si mesmos, de forma tal que possam orientar, intencionalmente, sua vida prática no tempo’.
(MARRERA, Fernando Milani & SOUZA, Uirys Alves de. “A tipologia da consciência histórica em Rüsen”. Revista Latino-Americana de História. v. 2, n. 6. Ago. 2013 – Edição Especial, p. 1070. Disponível em: http://projeto.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/viewFile/ 256/209. Acesso em: 07 de dezembro de 2015)
Segundo o texto acima, a importância da consciência histórica reside
Memória, como construção social, é a formação de imagem necessária para os processos de constituição e reforço da identidade individual, coletiva e nacional. Não se confunde com a história, que é operação intelectual de conhecimento, operação cognitiva.(...) A história não deve ser tratada como o duplo científico da memória, o historiador não pode abandonar sua função crítica, a memória precisa ser objeto da história.
(MENESES, Ulpiano Bezerra de. “História, cativa da memória?” Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 34, São Paulo, 1992, p. 22)
Segundo o autor, o historiador deve considerar a memória com
( ) A História é compreendida na perspectiva teórico filosófica como uma ciência pautada na razão e que tem como objetivo estudar os fatos a partir da ideia da universalidade e das leis que regem o desenvolvimento humano. ( ) Pressupõe uma visão objetiva do passado em que o historiador deve se manter “fiel” ao fato. O método está baseado em uma análise crítica documental, pautada em critérios metodológicos rigorosos, a fim de encontrar a verdade histórica objetiva. ( ) Busca a compreensão da História a partir de múltiplas dimensões amparada na concepção interdisciplinar do fazer historiográfico. A produção do conhecimento visa a uma concepção mais global da História em detrimento da fragmentação. ( ) Teoria social que percebe a História a partir de um conjunto de ações dos homens em que se faz presente forças geradoras de transformações estruturais na sociedade. Assinale a alternativa que contém a ordem CORRETA de associação, de cima para baixo.
A gravura acima representa um período específico da história brasileira. A utilização de gravuras em sala de aula é estimulado por vários pensadores da educação, entre eles, Circe Bittencourt, na História. Entretanto, há ressalvas sobre como devem ser utilizadas. Sobre a utilização de imagens e/ou tendo por base a charge acima apresentada nas aulas de História, analise as afirmações a seguir.
I. As imagens não devem ser utilizadas como fontes fins, mas acompanhadas de textos explicativos.
II. Da imagem acima, o professor deve apresentar o contexto de época em que foi criada e os símbolos presentes.
III. O uso de imagens como mera ilustração deve ser evitado, pois sua utilização deve ser tão importante quanto o texto.
IV. No caso da charge acima, é importante destacar os móveis, as feições dos personagens e o que é servido. Contudo, podemos ir além, discutindo, por exemplo, relações de gênero e formação familiar.
Assinale a alternativa que apresenta somente as afirmações CORRETAS.
Oldimar Cardoso defende do uso de fontes audiovisuais no trabalho do professor em sala de aula. Além do cinema, outras fontes estão sendo utilizadas, como a televisão e a canção. Sobre as novas perspectivas relacionadas ao uso dessas fontes descritas pelo historiador, avalie o acerto das afirmações a seguir. I. O uso da televisão deve ser evitado em sala de aula, pois os programas são apenas produzidos dentro do mercado, sem fins educativos ou questões historiográficas. II. Ao utilizarem-se canções para a pesquisa ou em sala de aula, o historiador deve considerar também a parte rítmica e melódica, não apenas a letra. III. O cinema ficcional deve ser evitado em sala de aula, pois não sendo dirigido por historiadores, a versão da “realidade” não tem fundamento acadêmico. IV. Ao pesquisar sobre o cinema, o historiador deve considerar as três possibilidades básicas de relação entre história e cinema: o cinema na história, a história do cinema e a história no cinema. Assinale a alternativa que apresenta somente as afirmações CORRETAS.
Lucro menor - De acordo com o vice-presidente regional da Abimaq, Fausto Rezende, no geral, Minas Gerais acompanha a trajetória nacional, apesar de ser beneficiado pelo aquecimento da indústria extrativa mineral. Mas, segundo ele, as empresas mineiras estão reduzindo as margens de lucro, por conta da competição internacional.
Rezende explicou que em virtude das companhias mineradoras serem de grande porte, a cotação é feita tanto no Estado quanto no exterior e os preços pagos pelas mineradoras são os praticados no mercado internacional.
(http://www.camaras.org.br/site.aspx/Detalhe-Noticias-SRMG?codNoticia=vak7IlAdI/8=)
O conteúdo do texto exemplifica a complexidade das relações espaciais no atual período da História, no qual
I. Efetivamente há um processo de aprendizagem para visitantes de museus de ciência; estes espaços são particularmente úteis para facilitar o aprendizado de temas científicos por parte de cidadãos com menos formação.
II. A ausência de metodologias adequadas é o principal motivo para que pesquisadores não tenham conseguido coletar evidências que mostrem que ocorre aprendizado em museus de ciência – e não a ausência de aprendizado. Em outras palavras, o aprendizado ocorre, mas não há ferramentas capazes de medir tal aprendizado.
III. Aprender ciência em museus é a mesma coisa que aprender ciência em qualquer outro ambiente.
Assinale: